domingo, 27 de agosto de 2006

Um pouco das minhas loucuras matinais...

Hoje tive um sonho tão estranho... Sonhei que Mamãe estava morta. Não que ela morria no sonho, mas que estava morta. E o Mauro Holanda nos ensinava trigonometria e fazia piadas com os alunos e chamava os meninos de gays. E uma hora eu olhei para o lado e lá estava minha vó Celma, com uma cara levemente preocupada... Então ela meneou a cabeça, apontando para trás de mim. Eu olhei, e vi minha mãe (outro fantasma), que começou a falar comigo...

Nessa hora algo aconteceu no mundo real e eu decidi acordar. O despertador tocou, eu o desliguei, uma, duas, três vezes... Então, não era mais o despertador tocando - era o telefone. Atendi, surpresa. Era o Yuri... Eu ainda estava tentando imaginar por que diabos o Yuri me ligaria àquela hora da manhã, quando ouvi sua voz.

..............

Andei até a mesa do café, estava me sentindo tão estranha... Lancei um olhar desanimado aquelas coisas todas que eu podia comer: pão, leite, queijo, manteiga, maionneise, mel. Meu corpo não teve nenhuma reação. Andei até a geladeira e peguei um pote grande de salada de frutas. E fiquei imaginando se não podia derramar alguma bebida alcóolica na sobremesa.

..............

Passei muito tempo olhando pela porta de vidro, o jardim ensolarado lá fora... Aqui dentro, um nó no estômago. Não sabia, o que dizer, o que pensar, o que sentir... Gatinha veio andando até bem perto dos meus pés. "Preciso dar o endereço da UNIP pro meu pai", pensei. "Preciso ir me arrumar, preciso ir logo, vou me atrasar..." Mas, no final, sentei no tapete da porta e continuei olhando pelo vidro da porta: "Preciso da minha mãe."
Mamãe ligou pro Yuri, enquanto eu me deixava cair sobre o tapete. Olhava pra fora através da cortina semitransparente. A gata se aproximou, e eu esfreguei a cabeça contra a barriga dela, pedindo carinho - a inversão da ordem natural das coisas... Então fiquei de gatinhas, olhando para minhas mãos; e no tapete haviam tantos animais mortos que eu tive mêdo de que, se eu ficasse ali muito tempo, ia acabar morrendo também. Pus os cadáveres para fora e me levantei.

Tudo que eu posso te dar é solidão com vista pro mar...

Nenhum comentário: