quarta-feira, 23 de março de 2011

n formas de se atravessar um rio com uma corda

  1. Prender uma ponta da corda num galho alto sobre o rio e balançar até o outro lado.
  2. Amarrar uma ponta em alguma coisa do outro lado do rio e se puxar para o outro lado
  3. Amarrar do outro lado e passar por cima da corda bamba
  4. Fazer uma ponte de corda, amarrar do outro lado e atravessar
  5. Usar a corda pra fazer uma jangada e navegar até o outro lado
  6. Prender a corda em alguma coisa alta deste lado, se balançar e se lançar para o outro lado (é diferente de 1 porque você larga a corda)
  7. Prender uma pedra na ponta, usar a corda pra verificar a profundidade e, se for raso, atravessar andando
  8. Pescar um peixe muito grande e ir cavalgando-o até a outra margem (estou usando uma ordem mais ou menos cronológica, acho que essa foi a primeira das absurdas)
  9. Queimar a corda pra fazer sinal de fumaça e chamar alguém que tenha um barco
  10. Usar a corda como cabresto e atravessar a cavalo
  11. Amarrar a corda numa pedra no meio do rio e se lançar no rio pra fazer um pêndulo horizontal usando a corrente no lugar da gravidade (essa foi apelidada de "pêndulo relativístico" pq segundo o Chalom seria necessária velocidade próxima de c pra fazer o péndulo subir)
  12. Amarrar a corda em alguma coisa na cordenada z da outra margem e se jogar no rio sem nadar, de forma que a correnteza faça um meio-pêndulo horizontal e te leve para a outra margem (uma variação mais possível de 11)
  13. Amarrar a corda num objeto voador (pássaro/avião/super-man) e deixar ele te levar para a outra margem
  14. Amarrar a corda na Lua e... esperar que ela te leve?
  15. Amarrar a corda na ponta de uma árvore alta e puxá-la de forma a derrubar a árvore, formando uma ponte
  16. Usar a corda para fazer um estilingue e se lançar sobre a água!
  17. Vender a corda e comprar um barco
  18. Girar a corda bem rápido para se levantar como um helicóptero (como a Gabi, engenheira aeronáutica do grupo, destacou, seria necessário girar ortogonalmente a outra ponta da corda para controlar o movimento)
  19. Construir uma hélice movida a corda (com aquele sistema de enrolar-desenrolar)
  20. Se a corda for suficientemente grande, assorear o rio com ela e passar por cima
  21. Usar a corda para contruir uma catapulta ou trebuchet
  22. Com a corda amarrada numa árvore na mesma margem, correr em semi círculo e esperar que a inércia te leve em MCU até a outra margem
  23. Amarrar a corda numa madeira balsa e atravessar nadando
Tenho certeza de que discutimos algumas outras, mas não estou lembrando no momento.

sexta-feira, 18 de março de 2011

comentário sobre garotas de pernas peludas

(eu acho que de todos os assuntos pelos quais eu me interesso este talvez seja o menos interessante para os outros. não dá pra ter certeza, já que ninguém nunca comenta nada sobre uma grande parte deles)

Uma coisa curiosa a respeito de deixar as pernas peludas por muito tempo é que aos poucos você começa a notar nitidamente até que ponto essa idéia de que pernas sem pêlos são mais bonitas e atraentes é cultural. O que quero dizer é que aos poucos a gente vai deixando de achar a pele nua mais bonita. Na verdade, ontem eu fiquei algum tempo olhando para minhas canelas, horrorizada com aquela pele branca pelada cheia de pontonhos onde os folículos pilosos ainda existiam sem nada de pêlo por cima. Que coisa esquisita. Parece pele de bebê, e quem em sã consciência quereria ter pele de bebê? Estou dignamente cansada de ser neotênica; por favor, me permitam ser apreciada como uma espécime adulta.

Ás vezes ainda tenho momentos nos quais eu olho pros meus joelhos e penso "AAAAAAHHH! PÊLOS!! O.O!!", e foi por isso que eu raspei as canelas ontem, mas faz algum tempo já que tive que me conformar com o fato de que eu gosto de ter coxas felpudas, gosto tanto que me desagrada tê-las completamente lisas.

Pernas peludas podiam entrar na moda, e aí as pessoas não ficariam reparando tanto, e me enchendo tanto o saco, e eu podia parar de me preocupar com isso. Na verdade, se eu fosse um pouco menos peluda, eu provavelmente já teria abdicado completamente dessa preocupação. Mas é claro que a pessoa que mais vai se incomodar com uma obrigação social é justamente a que é mais obrigada. E não me digam que não é uma obrigação social.

É um pouco mais do que achar que as minhas pernas ficam melhores com pêlos. Estou começando a achar que as outras garotas ficam melhores com pêlos também.

(numa nota vagamente relacionada, continuo pensando a respeito do que o Carlos disse ("eu gosto de garotas peludas" + "eu acho que pêlos são um símbolo de virilidade") e o pensamento dele está fazendo cada vez mais sentido pra mim. Dependendo da sua definição de virilidade, e do aspecto envolvido, não me incomoda você querer suas mulheres viris.)

(eu estou numa vibe de não ver contradição nas coisas hoje, não?)

Enfim, que explodam todas as convenções sociais! Meu cavalo por um pouco mais de liberdade!

De fato, estou meio cansada

Este estágio me deixa cansada. É pior quando não estou fazendo nada e fico enrolando, como agora. Isso não é justo. Eu deveria ser capaz de aproveitar meu tempo. Ou isso ou ir pra casa. Tenho mais o que fazer!

Tenho lido o twitter enquanto espero. E xkcd. Li essa tirinha hoje e twitei sobre ela, mas acho que é um pouco estúpido twittar pq acredito que ninguém presta atenção. Mas eu sempre acho que ninguém se interessa pelo que eu digo. Mesmo agora, estou apenas começando a acreditar quando o meu gato diz que se interessa por tudo o que eu digo. Eu achava que isso era impossível. Eu estou sempre preocupada demais comigo mesma, com coisas que parecem só interessar a mim, com a minha visão de mundo que discorda de tudo o mais e etc. Não sei porque alguém não me dá um tapa. Não, sei sim. É que não sou mais criança.

Não sou mais criança e por isso as pessoas devem achar que eu posso ser quem eu quiser. A pessoa que discorda disso é minha mãe, mas não tem como argumentar com ela. Mães têm o hábito de ser assim, de não saberem diferenciar a vida dos filhos da própria. Eu faço questão de não acreditar na visão de mundo da minha mãe. Somos simplesmente diferentes demais.

Mas, já que estamos nisso, mamãe me protegeu outro dia quando minha tia disse que eu era mais irresponsável que a Talita (não é muito difícil, mas foi o modo como ela disse isso). Mamãe disse "Ela não é irresponsável! Todo mundo entende mal a Marina. Ela não é irresponsável," - e aqui a coisa começa a degringolar - "ela é distraída, muito distraída, por isso que eu não quero que..." - Eu não lembro o que ela disse depois, talvez porque a Nanala a interrompeu, mas acho que talvez ela tenha falado mais coisas e eu simplesmente não quis ouvir. Eu não quero ouvir, mãe. Cale a boca.

É muito ruim eu não querer que minha mãe fique me criticando irrequisitadamente?

Mas gostei do que ela disse, "Todo mundo entende errado a Marina". E eu gostar disso é péssimo, significa que além de tudo eu gosto de achar que ninguém me entende, que eu ainda tenho que brigar e chutar e rosnar pra defender a minha visão do mundo. Que merda, eu estou lutando não por um mundo, mas por uma forma de enxergá-lo. Será que vale a pensa dedicar minha vida a isso?

Acho que eu só quero ter algo pelo que lutar. Talvez eu só queira saber que tem pelo menos uma coisa pela qual eu posso lutar e não ser derrotada nos primeiros cinco minutos. Alguma coisa que importa. Alguma coisa que não vai me fazer me sentir completamente inútil dentro de uma semana quando eu perceber que não faço nenhuma diferença. Behold me, a widely frustrated person.

Agora eu vou parar de me lamentar como um emo e falar de alguma coisa imbecil pela qual só eu me interesso.

sexta-feira, 11 de março de 2011

Link

Eu só queria dizer que achei isso muito bonito.

My Silevered Lady Moon, R. F.

"O Boi tem a fazenda inteira dentro dele!"

Situação: Maria (ou qual seja o nome dela) é uma sul-rio-grandense que veio trabalhar como empregada doméstica em São Paulo.

— Maria, vai no açougue e traz um lagarto pra fazer assado.
— Lagarto?! Come-se lagarto aqui em São Paulo?!
— Não, lagarto, a parte do boi, assim-assim-etc...
— Ah, quer dizer tatu!

(história contada pela avó do André)

quinta-feira, 10 de março de 2011

Silêncio

I still have it somewhere.

Ainda tenho em algum lugar aquele velho caderno de lembranças. Mas está escuro aqui.

Seus olhos brilharam na escuridão, dois faróis amarelos refletindo os faróis do carro.

I still have it somewhere.

Ossos de gato debaixo da terra, com cada vez menos carne em volta.

Ou isto: duas crianças num galho de árvore, a sede da Sociedade, chamada de Spectri.

Às vezes me pego pensando naquela garota numa cama flutuando no mar. Não consigo lembrar de onde vem essa referência da cama, mas lembro da garota, da música, das ondas pintadas com lápis de cor. Lembro dos seus olhos, de vinho, de uma peça que não me tocou, de um desenho, etc, lembro de você. E entretanto nada de ti conheço.

Às vezes me ocorrem grandes desapontamentos. Mas é só a expectativa, sabe? Às vezes conheço gentes incríveis e rapidamente perco a oportunidade de ter melhores amigos. Às vezes dói, às vezes não, às vezes mais ou menos. Às vezes vivemos um romance intenso, às vezes tudo não passa de um sonho, cartas trocadas mas nunca nem um beijo. Às vezes não lembro sequer de ter tocado suas mãos.

Acho que vai chegar o dia. Acho que temos que ser paciente. Acho que se eu me encontrasse, diria pra mim mesma: cut the crap.

But I still have it here somewhere.

Eu abri os ouvidos e tentei ouvir, mas aos poucos suas palavras param de fazer sentido. Acontece tanto! Às vezes são meses pensando que nos entenderemos perfeitamente, e depois nada mais parece se juntar. Você queria me mudar? Todas as vezes em que eu quis mudar alguém, acabei ferindo a mim mesma. As pessoas mudam, mas não faz sentido querer mudá-las.

Mas você, ainda consigo imaginar que poderíamos conversar um dia. Mas não sei se saberíamos ser amigos. Não sei... não sei.

Por um lado, sinto que é cada vez mais difícil manter as pessoas interessantes por perto. Manter as pessoas que não já são parte do bando por perto.

But surely it is still here, and we can still find it?

sexta-feira, 4 de março de 2011

Rapaz,

eu me sinto meio triste, porra. E com vontade de falar apalvrão. Ultimamente eu tenho falado porra caralho merda sem nenhum motivo. Como se fizesse parte do meu vocabulário, e acho que faz.

Acho que ultimamnte eu tenho trocado muitas letras de lugar também.

Rapaz, eu estou tão desanimada. Não sei se é sono, maus hábitos alimentares e o diabo a quatro ou se é só saco cheio mesmo. Vontade de ir estudar na praia. Vontade de mandar tudo isso à merda. Vontade de me apaixonar perdidamente pelo que eu fizer. Estou horrivelmente cansada. Devem ser os hábitos alimentares.

De fato tenho perdido um número surpreendente de jantares. E quase não tomo mais café da manhã. Não dá tempo de fazer tudo o que preciso e ainda comer. Não consigo administrar minhas necessidades. Esta semana ainda nem fui no aikidô, e não sei se vou amanhã. Acho que eu devia, só pra exercitar um pouco.

E ao mesmo tempo estou desanimada com outras coisas, com a faculdade que mal começou, com ter que trabalhar, com o meu enfado com a matemática, e por que eu não posso continuar gostando da mesma coisa por mais de seis meses?

...

Eu sinto falta de algo.
Eu sinto falta de conquistar o mundo, eu acho, mas não é só isso.
Eu sinto falta de um monte de coisas que eu nunca tive, e que hoje em dia eu não sei se é possível ter. Tipo um apelido de faculdade, algo assim. Somewhere to belong, or somewhere to begin. All I can see around me are endings and goals and I don't feel like I have a home.

terça-feira, 1 de março de 2011

KIDSREAD: Are there any plans to make a movie about The Keys to the Kingdom?

GARTHNIX: There has been continual interest. It just has not been the right interest. I am very protective of the rights to my books, as the only thing you have control over is who you sell them to. And I would happily sell them to the right individuals with the right backing instead of selling them to a studio and allowing them to do whatever they want with them. I would rather have no movie than a bad movie. It is quite possible that there is someone who is 15 or 16 years old now who in ten years will be a director and they will do these movies since they are in love with the books and not just because fantasy is the flavor of the month, which it is now. I want someone with a genuine passion for the book, individuals with the right corporate backing.

The Coin Shower


"A man went outside
... it started raining coins
... ... he picked them up"

- Garth Nix, age 6

Nowhere

I feel like nowhere.
Maybe I could write to you

ask how have you been

ask you bout the snow
and polar bears
and yellow bees
maybe I could sing you out my fears
maybe you would have me.

I am living outside my head

I feel like nowhere.