quinta-feira, 31 de maio de 2007

Brevemente.

Realmente, tem algo de encantado no dia de hoje... Mas eu não vou explicar agora, porque tenho que tirar o pijama e ir me arrumar para ir no forró com a Camilla.

Isso soa absurdo para vocês também??





(...droga, tenho deixado muitos posts pela metade ultimamente...)

domingo, 27 de maio de 2007

Só uma coisa a dizer:

The king and his men stole the Queen from her bed
and bound her in her bones
The seas be ours
and by the powers
where we will we'll roam

Yo-ho,
haul together,
hoist the colours high...
Heave all,
thieves and beggars,
never say we die...

Some men have died, and some are alive,
and others sail the seas
With the keys of the cage
and the Devil to pay
we lay to Fiddler's Green

Yo-ho,
haul together,
hoist the colours high...
Heave-ho,
thieves and beggars,
never shall we die...

The bell has been raised from it's watery grave
Do ye hear it's sepulchral tone?
A call to all,
pay heed the squall
and turn yer sails towards home...

Yo-ho,
haul together,
hoist the colours high...
Heave-ho,
thieves and beggars,
never say we die...

Heave and haul,
all together,
hoist the colours high...
Here we're all
thieves and beggars
and never say we die...

Yo-heave-ho...
all together...
hoist the colours...

Far-thee-well...

Thieves and beggars...

Never shall we die!...

sexta-feira, 25 de maio de 2007

(roubado de)

Que Estranha Forma de Vida de Marta Peralta

Escrever

Escrever palavras apenas para observar a tinta a sair da caneta,as palavras que se vão formando através de letras que vou escrevendo,mesmo que não façam sentido.Escrever para não enlouquecer porque o que povoa o meu cérebro são volumes de dicionários cheios de palavras repletas de letras,palavras em várias línguas, umas que existem,outras que nem sequer o são.Escrever porque é como respirar,é como voltar a adormecer o monstro para que não se liberte,escrever para ver a forma que posso dar ao texto pondo uma palavra aqui e outra
aqui.
Escrever porque posso,porque tenho mão,porque penso,porque sinto,porque sei,porque sou.Escrever até doer a mão e a letra sair feia.Escrevi porque necessitava...porque estava a enlouquecer...


E este não é o único texto dela que eu gostaria de ter escrito...

quinta-feira, 24 de maio de 2007

O Tomo de Gancche - I

Escrevi este início de história há um bocado de tempo já, mas nunca consegui terminá-lo. Vou publicá-lo talvez apenas para tornar menos difícil lê-lo, sabe? Obviamente, eu não pretendia interromper a narrativa ali, mas fui obrigada. Um dia eu termino ^^ Aproveitem, foi feito com esmero.

O relógio de pêndulo acabou de assoviar seis horas, e cada objeto nesta sala parece reverberar em concordância. Os livros nas estantes, com suas capas de madeira, tremem com o assoalho, em resposta aos urros da trovoada, e meus velhos ouvidos sentem o tilintar silencioso das lâminas nas paredes e das penas sobre a escrivaninha. Cada coisa nesta sala quer prender minha atenção, quer lembrar-me de sua importância e da importância do momento e do lugar de onde saiu. A pedra vermelha que uso como peso de papel prende o meu olhar como um îmã poderoso; o envelope rasgado embaixo dela exala um perfume antigo que torna difícil pensar. É certamente o punhal de lâmina negra, entre todos, o que mais se remexe (imóvel) no seu suporte na parede. Entretanto, poderia eu desandar a falar dele, quando sequer mencionei tantos outros elementos cuja importância precede sua existência? Vejo agora o grave erro que cometi: tranquei as portas, e passei ferrolho nas janelas, para que ninguém vindo de fora perturbasse meu ofício, e agora são os alguéns — ou alguns — de dentro que me perturbam. Desde sempre, dias como este, chuvosos e cheios de vento, me trazem tantas lembranças, e tão antigas, que não consigo manter os olhos no presente.

Então, talvez seja a chuva minha melhor companheira: porque é preciso que eu me volte mais uma vez para o passado. É preciso que eu conte uma velha história, uma entre as tantas histórias que cada reflexo de luz nesta sala insiste em me recordar, mas uma história que ao fim encerra todas as outras. É por isso que tranco as janelas, que privo-me da abençoada luz do Sol e me atenho à pena em minha mão e ao tomo sob meus dedos. Todavia, antes que eu consiga unir os dois e dar início, finalmente, à narrativa, uma dúvida me paraliza: por onde devo começar? De outros dias chuvosos como este, outros dias que mudaram minha vida? De algum momento ainda mais memorável, em que a vida dos — dos protagonistas? — estivesse periclitando entre mais de um precipício? Aquém e além dessas portas fechadas, cada signo no mundo reclama o seu direito de introduzir e justificar os outros. Eu busco o momento que melhor explica tudo o que este tomo tem dever de compreender. Devo partir do fim? Do começo? E, mesmo que soubesse escolher por um dos dois, eu saberia discernir quais são o início e o término de minha história? Não — seria melhor que a minha narrativa começasse não por um, mas por todos os momentos, conferindo a cada instante o valor e o sabor de descoberta que é de seu direito.
<08/11/06>

quarta-feira, 23 de maio de 2007

Questão

Estava pensando agora, de fato, faz muito tempo que não escrevo um post reflexivo-poético... bem, uma alarara ou divagação... Estranho... sei lá...

Hoje estava revendo um caderno e não consegui entendê-lo. Como se eu não conseguisse perceber a intenção dos desenhos. Tudo está tão enigmático!

terça-feira, 22 de maio de 2007

Sobre a palavra "semelhança" - cor (sinestesia)

É que a palavra semelhança, com seus Ee, seu S, seu M, seu LH e sua cedilha, tem uma cor assim de feno, talvez um feno ligeiramente rúbreo por causa dos Aa e do N. Mas semànticamente, sabe, semelhança é uma palavra meio azul. Go figure.

(ignorem este post)

Semelhança

"Onde queres revólver sou coqueiro, onde queres dinheiro sou paixão
Onde queres descanso sou desejo, e onde sou só desejo queres não
E onde não queres nada, nada falta, e onde voas bem alta eu sou o chão
E onde pisas no chão minha alma salta, e ganha liberdade na amplidão"


Eu estava pensando.

Que quando gostei da Yuri
(digo gostei, porque gostei antes de amar)
gostei dele principalmente pelo que nele era curiosamente diferente de mim
(mesmo que depois eu tenha percebido que não era)
e depois descobri o quanto éramos iguais
(mesmo que agora eu ache que era muito diferente).
E foi mais ou menos por aí que me apaixonei. (isso foi antes de nos tornarmos parecido demais)

Estava pensando nisso porque percebi — e foi muito estranho perceber — que eu comecei a namorar o Charles basicamente porque ele era igual a mim, e depois fui descobrir que éramos, enfim, fundamentalmente diferentes (e, até certo ponto, isso é o que mais gosto nele. mas só até certo ponto.)

Estava pensando nisso também porque as pessoas dizem que escorpianinos não fazem bons pares com outros escorpianinos, mas em geral são dos escorpianinos que eu procuro me aproximar (e, veja só, me apaixono por eles).
Mais do que isso, consegui namorar dois rapazes que fazem aniversário junto comigo.

O mais curioso disso é (pense nisso) em geral minhas brigas com o Cham são justamente sobre aquilo em que somos diferentes! Não me lembro de como era com o Yuri (é que não brigávamos, entende)...

A minha questão é: será que eu estou buscando namorar a mim mesma? Por que eu procuro sempre o semelhante, e nunca o diferente? Ou será que é o contrário; será que é o semelhante que procura a mim?

(acho que vou desenvolver isso outro dia. quando estiver menos tensa e, sei lá, menos nua)

Resposta ao Comentário do Yuri

Obrigada por colocar isso de maneira tão clara, Yu. Ultimamente tem sido meio difícil parar para refletir e ainda escrever o que reflito, sabe? Outro dia comecei um texto bastante reflexivo, descritivo, empolgado, revoltado, marinesco, daqueles que, bom, não sei o que me dá (mas não daqueles que eu realmente gosto, daqueles que, hm, quase ninguém entende...) mas ainda não consegui terminá-lo. E, quando o fizer, vai ser um texto esquisito, e imenso. Conciliar a vida internáutica com a nova realidade da participação na faculdade, da criação de novas amizades e parcerias, e da busca pela compreensão de uma nova forma de viver a vida (isso sem contar a terrível e fascinante descoberta da responsabilidade) tem sido complexo, difícil e delicioso. Mas por enquanto a literatura deixará a desejar. Estou começando a me reorganizar pela parte das artes mais visuais mesmo — aquelas que são menos sonoras que esta aqui.

Como a vida tem sido meio tensa (hoje especialmente), provavelmente vocês verão mais textos como aquele escarro do Pato (e também porque tenho lido o jornal todos os dias...). Mas gostaria que você, Yu, voltasse a expôr seus pensamentos rabiscados e digitados novamente. Valorizo sua visão do mundo, mesmo que não concordemos. Mesmo se não conseguir postar como postava, você podia falar mais sobre como é a vida lá na FFLCH :þþ Deve de ser interessante... Aliás, conheci uma bixete das sociais, hoje. Pegamos o mesmo busão. Sei lá.

A respeito do blog preto, por enquanto vou deixar preto mesmo (e não é todo, pensando bem: o título, a descrição e os posts mais recentes têm outras cores) porque quero destacar os textos e somente os textos. Mas só porque você falou vou botar o título mais claro e mudar a cor dos rodapés.


PS.: Resolvi fazer um post só para essa resposta porque achei que ela valia um post. Isso acontece muito, comigo, mas nem sempre tenho coragem de dar tanto destaque a um comentário, sabe? Mas a vida está mudando. Eu estou mudando. Tudo está muito diferente do que sempre foi... e é muito bom sentir esse ar fresco que sopra da humanidade...

segunda-feira, 21 de maio de 2007

Lalala - e vários outros assuntos

Hm, esse foi um ótimo fim de semana, razoàvelmente produtivo, descansativo (acho que é um bom antônimo para 'cansativo') e gostoooso... Cheio de boa comida (o feijão na casa do Charles é uma iguaria), sobre-mesas (bolo de banana da Maria, sorvete e bolo da Sida... hmmm...), bons filmes (e ruins também, na verdade), One Piece, passeio de carro, conversas boas, planos... Estou tão bem-humorada que achei que deveria escrever alguma coisa sobre isso.

Por outro lado, tenho uma porção de trabalhos pra amanhã ou pra terça que estão muuuuito longe de ser acabados... -_-'''

Tive um sonho com o pessoal da faculdade, ontem. Foi a primeira vez. Pensando bem, tinham pessoas do santa no meio da minha classe da FAU. Além disso, acho que o representante de classe (ou só um cara do grêmio, não sei) era o Desmond, do Lost. E olha que essa foi a parte menos estranha do sonho ¬¬

Ah é, e também descobri que Psych está passando só aos domingos! Eu tinha reparado que Monk tinha mudado para as quartas-feiras, mas nem tinha feito a ligação... Que droga, nada mais de chegar tarde em casa e ver só o finzinho de Psych e não entender nada, pra depois ver o episódio inteiro na sessão da uma... Por que eles não puseram Monk no lugar de o que quer que seja que passa na segunda, hein... aposto que valia mais a pena... hunf...


PS.: eu fico sempre pensando se alguém realmente se dá ao trabalho de ler as coisas inúteis que eu escrevo sobre o que está acontecendo comigo agora... ainda mais agora que não tenho caprichaod tanto nos textos. Mas, como não tem mais ninguém por perto que faça isso, não posso nem saber se eu gostaria de ler um blog assim (obviamente eu sou a medida para todas as coisas... *sorriso colgate superior*). É que não são assuntos realmente universais, sabe, mas acho que tudo o que acontece no mundo é, em certa medida, de interesse de todos. Entendem? Alguém me ajude a resolver essa questão.

PPS.: Vocês já repararam que o sitema de comentários do Blogger (entre outros) só mostra a hora do envio do comentário, mas não a data? É como se naturalmente todos os comentários fossem ser feitos no mesmo dia em que o texto é publicado. Claro que no nosso caso quase sempre o texto será lido umas vinte e quatro horas depois de ser escrito, e então os comentários demoram de dois a *número bem grande* de minutos para chegar. Digo isso porque muita gente relê posts muuuito velhos (de, deixa eu ver uma semana atrás? :þþþþ) e faz comentários! Minha conclusão é que estamos entre os mais saudáveis dos usuários do Blogger, já que não estamos loggados o dia inteiro para podermos ver todos os posts novos e comentar sempre no mesmo dia.
Sei lá, isso vai para a minha lista de 'provas de que o mundo não foi feito prà gente'...

PPPS.: pensando bem, será que alguém vai ler estes PSs? Será que só quem quiser comentar (e estiver procurando o link) vai encontrá-los? Ou será que todos os leitores selecionam o texto ao menos para ver se há algum comentário? De qualquer forma, talvez só os leitores que façam isso sejam do tipo que se interessa pelos assuntos dos PSs mesmo...

sábado, 19 de maio de 2007

So...

Hoje meu horóscopo (que absurdo, eu nunca leio horóscopo, e agora vou falar pra vocês dele?!) dizia que era hora de botar a mão na massa e trabalhar, desencanar de descanso e etc. e me esforçar. Pois é. Só não sei exatamanete o que eu devo fazer. Quer dizer, esses horóscopos diários não fazem o menor sentido pra mim, já que eu geralmente demoro um ou dois dias pra entender qualquer coisa que me proponha a fazer. Ok, acho que vou visitar meu namorado, e talvez fazer um desenho que preciso fazer, e eu deveria escrever... é, acho que vou passar no Cham mais tarde, não agora. Agora quero mesmo escrever. Preciso escrever.

quinta-feira, 17 de maio de 2007

Memoirs, etc.

Sobre coisas nas quais há muito eu não pensava...



I want to buy you flowers...
It's such a shame you're a boy...


Remember this song? Remember how I sang it day after day thinking, oh, boy, You were so sweet... and I was in love... and how my heart couldn't understand what the fuck I was doing; do you remeber the endless poems you, dear, you never had the chance to read? And everything rolled on from then... How blue eyes became green and later on green eyes faded into blue ones; and how in the end they were only eyes, eyes full of hope and despair, eyes waiting for someone to buy them flower, though I must confess I wonder If you will like my flowers, and eyes hoping that I'd never stop bringing them flowers, though, you know, inside my heart I was, you know, beyond the point of no return...

Eu estava pensando em como as coisas mudam, mas continuam as mesmas. A Arlenice disse (não?), "mudar para não mudar". Eu não sei por que continuo trazendo aquele assunto à tona. Acho que desta vez eu tinha um objetivo, mas o esqueci.
A questão é que a Chris se voluntariou para digitar textos meus, e eu fiquei pensando, e resolvi escolher uma das minhas agendas para que ela digitasse, e claro que isso trouxe à tona uma porção de coisas...

Uma delas é o recorrente pensamento do testamento. Não sei por que penso nisso com tanta freqüência (de fato havia passado vários meses sem pensar nisso até esses dias) mas às vezes me pego imaginando o que eu escreveria no meu testamento. Tenho muita vontade de escrever um testamento, mas não muita coragem. Acho que é como a coisa na psicanálise, de ir pro interior, de publicar um livro, de escrever mais sobre as minhas histórias, de falar sobre as Soules — me admiro e me valorizo pelo que eu faria se me permitisse tais possibilidades, mas não tenho coragem de fazê-lo. E Acho que mamãe, papai, irmãozinho e irmãzinha têm uma parcela de culpa pelo sentimento de vergonha. Quero dizer, eles poderiam ter me achado menos ridícula quando eu ainda tinha a cara de ser eu mesma. Segundo Jung (e isto está escrito bem errado na minha agenda do ano passado), "todos nós nascemos originais e morremos cópias" (De alguma forma na agenda está escrito que nascemos "iguais". E morremos cópias.), e eu percebo isso se aplicar em mim ferozmente. Tenho um mêdo tremendo de ser eu mesma. E sei que vocês são assim também. Supondo que somos um pouco parecidos, vocês também têm mêdo de que os outros descubram seus vícios secretos, suas vontades proibidas, e que aquilo que os deleita nem sempre é menos terrível do que o absolutamente inaceitável segundo a nossa moral. O pior de tudo talvez seja aquilo que não fere a ninguém, e que inclusive produz bons resultados, mas que necessariamente nos coloca na categoria dos "esquisitos" (lembrei agora do que o Pedro disse — as aspas são apenas um arrepio do texto). Eu estava pensando em abolir a Categoria dos Esquisitos (talvez apenas para me ver fora dela), mas talvez eu nem tenha esse poder. Como protesto, então, vou assumir minha Esquisitice e falar abertamente das minhas características Esquisitas. Mas acho que posso deixar o andar-ao-redor-da-piscina (que é apenas uma especificidade do andar-ao-redor-das-coisas, que por sua vez é subdivisão do andar-em-percursos-fechados, conseqüência do andar-desatento em caminhos-previsíveis) para outra vez. Voltemos à questão do Testamento.

A questão do testamento é a seguinte: eu fico pensando para quem eu devo deixar minhas coisas. Às vezes eu penso sobre aquelas coisas que só tem significado para mim, e penso que eu poderia pedir que fossem devolvidas à natureza quando eu morresse (como aquelas deku-nuts ou aquela pedra na qual eu pintei água...), outras vezes eu penso em coisas menos simbólicas, mas que eu amo, como brinquedos, adornos, bichos de pelúcia (sobre estes, me peguei pensando outro dia que aquele cachorrinho cinza de olhos azuis iria para o Diogo... digamos que os dois têm uma história juntos :þþþþ); e desta vez estava pensando nos textos... que é mesmo o mais importante. E pensei uma série de pensamentos.
O primeiro pensamento foi: eu deixaria tudo para a Chris. Ela saberia o que fazer, ela daria o devido valor a cada coisa, ela que sempre acreditou em mim, que sempre me deu tanto valor, mesmo quando eu não achava que merecia. Ela saberia dar valor àqueles inúmeros, intermináveis papéis (mesmo assim, sinto que muita coisa se perderia. eu sou uma pessoa confusa, diga-se de passagem).
Meu segundo pensamento foi: não, eu deveria deixar todos os escritos, e os direitos legais sobre os escritos, com a Chris e o Bruno. A Chris porque eu gosto dela, e o Bruno porque me conhece melhor. O Bruno teria alguma habilidade para entender o que lesse, mesmo sem conhecer tudo. Ele teria algum poder de discernimento. E, com alguma sorte, ele não misturaria tudo.
Depois, pensei: acho que, se eu morresse amanhã, eu gostaria que tudo o que eu produzi fosse avaliado por uma comissão composta por Bruno, Chris, Talita e Charles. Acho que eles poderiam determinar o destino de cada coisa, se soubessem que eu realmente quereria isso. E, como a arte na verdade é mais que literatura, e é indissociável, essa comissão avaliaria também o que fazer dos desenhos, das pinturas, e até dos bonecos de massinha (não que eles importem muito — estão na categoria adornos...). E eu acho que nesse caso eu gostaria que a Clarinha também participasse dessa comissão. Não sei bem porquê. Apenas parece adequado.

sexta-feira, 11 de maio de 2007

Do I even deserve this life?

Yeah, so my life sucks — you don't have to make a big deal out of it. I just can go through with college and I feel more and more life a zombie; the kind that can't feel a thing, just do what it have always done. And I wake up every morning thinking "why the hell do I have to do anything but dream?". Yeah, all right, shut me up. I don't have the right to complain anyway. My feet are cold, my heart is icy. I want to have a friend who can make me laugh. And it feels so stupid.

Hoje eu tive uma série de sonhos, malucos, estranhos, sobre um mundo que não fazia sentido. Ontem eu senti muito, muito mêdo. Eu desci aquela rua escura e passavam pela minha mente todas as vozes que falavam de ataques, de estupros, de riscos, do mêdo justificado do escuro. E eu corri. Tinha pressa e tinha mêdo e era uma ladeira, então corri até que perdi o controle e fiquei com mêdo de não conseguir mais parar de correr, de me machucar, de sei lá. O problema do mundo é que ele faz muito sentido. Existem leis, regras, probabilidade. Mas na verdade pode ser que não. E se houver algo no meu destino que me impeça de me machucar quando tento vencer meus mêdos? E se vencer o mêdo for a coisa mais importante? No meu sonho o estranho corredor sinuoso e absurdo era uma escada rolante que passava pelas portas das salas. Havia tanta liberdade! Tanta delícia! E o cheiro do Ipê amarelo, acolhedor, do meu velho colégio (velho? mas tão recente...). Subindo as rampas da FAU encontrei a Carol, e ela não me ouviu (mas dessa vez não me senti desprezada por ela não ter ouvido — são só os fones de ouvido; os detestáveis fone de ouvido...), mas nos reencontramos na porta da sala (ambas atrasadíssimas) e abrimos a porta e entramos. Peguei uma cadeira e pus num lugar confortável. E quando o professor se aproximou, percebi que ele falava pra mim. Talvez para mim e para todos, mas foi bom sentir que ele falava para os meus olhos; que queria ensinar estes meus olhos. E mais uma vez me envergonhei por ter perdido tantas aulas dele. E anteontem, fui à aula do Giorgio apenas para me despedir dele e parar de ir àquela aula, mas pensei de novo, e se eu pedisse o conselho dele?, mas não consegui falar com ele; e a Carol me viu ali perdida (muito perdida...) e veio falar comigo, e falamos do santa cruz, e de como era difícil mudar de vida assim tão bruscamente, e de arranjar trabalho (trabalho de peão, veja bem; Deus me livre de trabalhar num bureau, com papéis, computador e a cabeça — trabalho com as mãos, com o corpo, é isso que quero), e de dificuldades, e do senac, e de se sentir fora de um grupo unido e querer fazer parte, e de fazer parte, afinal. E o tchaba veio tentar me alegrar e me convidou para um pega-pega com a classe (disse pra eu começar). E no fim da aula eu fui encontrar a Lubana e o Chicão falando pra eles que afinal eu precisava passar mais tempo com eles, que eu tinha ficado muito tempo longe. E tudo pareceu melhor. As coisas começam a parecer possíveis novamente. Difíceis, sim, mas possíveis. Talvêzes. Ainda assim, estou com mêdo da aula de hoje.

sábado, 5 de maio de 2007

Hm... Comentário meio desanimado.

Hoje eu estava lendo A Latrina. Belo blógue aquele. Ele fazia uma certa crítica a blogs como o meu. Fiquei pensando.

E daí se quero falar do que é mais profundo e sigiloso? Não é isso tudo o que realmente importa?, pensei. Acho que nunca tive um amigo com quem pudesse trocar confissões abertamente; pensei. Me senti patética. Mas continuo na minha patética batalha. Falo aqui de idéias e sentimentos, e nenhum deles tem nome. Nenhum deles tem rosto.


Achei que a Toca pudesse se salvar por sua honestidade. Mas acho que isso já não é mais honesto; É apenas amargo.

quarta-feira, 2 de maio de 2007

Take my frail wee heart in

Nós nos sentamos numa mesa
Nunca são todos os amigos
E contamos histórias do que se passou
E contamos histórias também do que não passou
E então não contamos mais nenhuma história.
Mas nada bebemos, e comemos lanches
que mais aprisionam a imaginação
e eu me sinto tão distante, tão distante...
Tão distante do sopro do vento,
tão distante do murmúrio do mar,
tão distante do cheiro das flores
e de tudo o mais...
E percebo que não temos mais terras para amar
E parece que tudo está fora desta terra,
que tudo está na outra ponta do infinito
Não há para onde sairmos
Nào há por onde cairmos
Estamos tão seguros e tão distantes
Não há caminhos secretos, jardins abandonados
Não há mais nenhum mistério, fantasma ou espírito
e eu me sinto tão distante, tão distante...
Tão distante do sopro do vento,
tão distante do murmúrio do mar,
tão distante do cheiro das flores
e de tudo o mais...
E vocês erguem grandes construções
marcando o nosso tempo e o seu lugar
E justificamos as destruições
para que possam escalar, escalar...
Mas agora a viagem não importa,
ninguém pode dizer para onde vamos...
E eu ouço carros apressados e acidentes
da janela do meu quarto
E eu vejo alto-falantes na catedral.
E acho que as invejo demasiado
quando vejo uma criança numa brincadeira
e eu me sinto tão distante, tão distante...
quero partir pra nunca mais voltar...

quando escurece parece que o mundo respira, mas respira mal. E surge no peito do mundo um vazio de não haver e não haver. Meu Deus; existe existência ainda além do zumbido do mundo?