domingo, 30 de setembro de 2012

Life On Mars

Acho que estou chegando no meu limite outra vez
Acho que quero ir embora outra vez
Mandar esta porra à merda
Parar de fazer o que eu não quero fazer
E ir viver a vida

Eu quero ir pra festa, pular e dançar e beber e brincar
Eu quero perder todos os limites
Mas acho que eu quero acordar cedo amanhã.

Acordar cedo pra ir pra aula pra tirar notas boas pra ter uma carreira
But do I really care about that?

Well the show is a bore
I've read it ten times before

And I can't focus on

Esses dias eu estava lembrando daquele eu-nunca, de quando alguém perguntou quem da roda a gente já tinha querido pegar, e eu respondi, "uai, todos". E eu podia dizer isso porque eram todos meus amigos, porque não ia ser um problema, porque mesmo se um interpretasse como razão pra me passar um xaveco raso, eu só ia precisar mostrar desinteresse uma vez pro cara se tornar mais respeitoso. E ao mesmo tempo se rolasse um clima e eu pegasse alguém não ia dar nada errado. Alguns falarm de mim e eu ri e disse "Nossa, tem mais gente do que eu imaginava me querendo, eu devia estar aproveitando melhor essa vida". E de fato eu aproveitei um pouco melhor essas vidas depois daquele dia. A vida era boa então.

Recentemente eu me dei conta de que meu "grupo de amigos", ou o que as pessoas desse grupo chamam de meu grupo de amigos, não é mais composto pelos meus amigos, e eu não acho que numa roda hoje em dia eu me sentiria confortável em ser tão aberta e honesta. Também é verdade que tem gente no grupo que não me interessa minimamente, e eu acho isso estranho porque eu sou a pessoa que se interessa por todo mundo. Então life feel's weird.

A verdade é que eu estou de saco cheio dessa farsa, eu quero parar de sair com "o grupo" e voltar a sair com as pessoas. Eu tenho outros amigos e outras turmas, mas eu não quero mais me importar com turmas, eu só quero sair com meus amigos, e dizer foda-se completamente para quem eles acham que faz parte d"o grupo".

Eu quero sair com pessoas em quem eu confio. Com pessoas com quem eu quero conversar, com quem eu quero interajir. Eu quero poder fazer o que me der na telha e ser respeitada. Eu não quero acabar fazendo o que eu não quero e não fazendo o que eu quero e ter que dar desculpas de porque eu não quero fazer uma coisa. Eu não quero me sentir mal no dia seguinte.

Eu quero ter uma vida divertida e interessante.
.
Mas hoje foi um bom dia, de verdade. Hoje tinha pessoas legais e diversão e liberdade. Eu me perturbei um pouco com meus amigos julgando e tirando sarro de pessoas exatamente iguais à gente, mas essa foi a única coisa nã0-boa que aconteceu hoje.

Mas eu voltei pra casa pra fazer um trabalho que eu não quero fazer e que eu não entendi direito.

And the show is a bore
I've writ it ten times before
It's just been written once more
As I tell me to focus on

A vida não está sendo tão incrível quanto eu acho que deveria ser.

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Hoje

Hoje foi um dia bom.
Bom mesmo.
Daqueles que tem, tipo, felicidade.
Na verdade foi tão bom que estou contando tim-tim por tim-tim: essas são coisas que me trazem felicidade.

Pra começar hoje eu acordei cedo. Eu tomei outro banho, tomei café com calma, me preparei psicologicamente pra sair de bike sem casaco no vento gelado, e fui. O trânsito estava tranqüilo, ninguém tentou me matar, nem me ultrapassou coladinho, nem decidiu que era engraçado me dar um susto. As pessoas me deram passagem quando eu precisava.

Cheguei pra minha aula das oito às nove, o que é ok dado que é Cálculo IV. Mas encontrei um aluno mais velho (talvez monitor da matéria, não sei) e me avisou que o professor não vinha. Então fomos tomar um chá, pra esquentar as mãos que estavam já meio rígidas de tanto frio. O Ime estava quentinho, troquei umas moedas pequenas na máquina de café, o sofá estava gostoso, conversamos sobre perspectivas, objetivos, a computação, etc.

Fui estudar. Estudei, até, um pouco, mas estava com sono e cansada. Aí chegou o Michel (meu bom amigo matemático), conversamos, fomos tomar um café. Conversamos muito, encontramos o Rafael (outro importante amigo do Ime, da aplicada), conversamos mais. Fui pra minha aula das dez às dez-e-quinze, o que me parece ok porque eu não entendo o propósito nem a dificuldade do que estamos estudando. Fiquei estudando álgebra durante a aula.

Saí da aula e dei de cara com o Michel e o Rafael. Chamei pra almoçar, e o Rafael chamou a Giuli (da T19, computóloga-matemática). O Lucas Colucci apareceu do nada e me deu um abraço e um sorriso cheios de amor. Fomos encontrar a Giuli no CM e encontramos um grande grupo de bichos felizes e fomos almoçar todos juntos (bom, em duas mesas separadas), e depois fomos bater papo no favo. Em particular o Louis e a Jú sentaram na nossa mesa, o Louis que depois vi que tinha me chamado pra almoçar pelo facebook, a Jú com quem combinei que quando nossas vidas estiverem menos loucas a gente vai arranjar tempod, e o Guióda, que eu não vejo desdeq, me deu um abraço apertado (e eu achando tudo o máximo porque eu estava saindo com cm-icos e matemáticos ao mesmo tempo).

Quando eu estava meio indo embora dois amigos tentaram me chamar pra encontrá-los, mas não dava mais. Meio chato, mas, ao mesmo tempo, eu não teria encontrado esse grupo tão pouco usual se estivesse saindo com esses outros amigos queridos.

No caminho pra Vésper esbarrei, por total coincidência, na Hita. Conversamos brevemente, mas o sorriso dela foi tão brilhante que até agora está me alegrando.

Minha aluna nova tinha inesperados 11 anos e precisava de ajuda com frações, mmcs e mdcs. E durante uma das aulas eu cheguei a usar sistema de numeração com bases 13, 20 e 2 pra explicar porque 55 não tem nada a ver com 5x5 (!). Eu adoro essas pessoas pequenas, que gostam das matérias e demonstram o tempo todo o quanto estão interessadas em aprender; e entre as aulas da Júlia eu dei aula pra minha aluna regular, a Sophia, que está prestando uma prova pra 6o ano e que é a melhor aluna que eu já tive (sério, dar aula pra ela - ou melhor dizendo ajudá-la a se dar aula - alegra minha vida, vou sentir falta quando acabar).

Afinal, atravessei os tipo seis quarterões gélidos e de vista linda que separam a Vésper da minha casinha. Cheguei aqui e tive mais uma surpresa boa: você estava em casa! (obs.: qualquer outro jeito de escrever isso soa ou muito impessoal ou muito pessoal - so there you have it, é por isso que eu uso tanto "você")

Além do mais, depois de chegar aqui eu até consegui fazer 2 ou 3 exercícios de álgebra II. Ou seja: \o/

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Aftermath

Love, lust, friendship, alcohol
I'm not sure of which we have become
Everything is blurry, people in a hurry
To prove that they are young and wild and fun
Pictures of dancing, all is recomencing
Why do I suddenly feel so old?
People getting wasted, but I just wanna taste it
And I'm not sure of what shall now unfold

And I don't feel free
I want you with me
But that doesn't mean I want everybody
I feel so stuck
Everything's so fuckedup
And I start to feel like I don't own my body

Dance, lust, playing, alcohol
I'm not sure I like where this is going
Everything is changing, seems nobody's aging
I can't see how far this thing is growing
Pictures of hot babes, dudes are liking always
How the fuck can this joke never get old?
People getting wasted, but I still wanna taste it
I want to be respectable and bold

And I don't feel fine
I give up this time
But inside I feel like I hate everybody
I feel so used
But I'm still confused
Like I failed to be of anyhelp to anybody

Love, trust, friendship, fun times
But I have no idea of who you all are
Everything is lacking, I see myself respecting
A way of things disturbing and bizarre
Pictures of cool guys, people telling old lies
Say everybody's hot, nobody's cold
People getting wasted, but will they ever taste it?
Feel's like it's all irrelevant and old

And I feel like

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

You Are The Sunset

Eu ainda sinto a tua falta, nos momentos mais absurdos. E às vezes não.

A vida mudou tanto. Antes tudo o que eu fazia eu fazia pensando em ti. Todo texto que eu escrevia, eu escrevia para ti. Mesmo quando eu queria que outros lessem, no fundo o escrever era sempre teu. As palavras, os parágrafos, as vírgulas eram tuas. Minhas palavras eram tuas, meus dedos eram teus. Eu escrevia porque um dia me pediste, eu escrevia porque escreverias também. Faz tanto tempo.

Lembras daquela menina descendo os degraus da escada para o porto? Eu estou correndo, também. Competindo com ninguém. Perdendo, sempre perdendo. Mas a vida é tão linda, e tudo é tão antigo, e cada passo desta corrida me leva para lugares mais inncríveis. Às vezes é ruim, mas com mais freqüência é maravilhoso. As coisas ruins são apenas um retrogosto da delícia. O vento está sempre soprando em mim.

You are the wind, carrying me away through worlds and wonders. You are the words we battled with, the favorite words. You are the lonely traveler, the content bard, the wiseman in the caravanserai. You are the wind, the bird, the vessel, the song.

Eu me dei conta de que não escrevo mais para ti. Escrevo para mim, para os meus, tu foste embora e me deixaste aqui, ou eu te deixei. Eu visito o demônio de ti com freqüência, mas sinto falta não do poeta louco, não do ladino apaixonado, e sim do marinheiro do infinito. Sinto falta de tuas histórias.

Não tenho vontade de voltar. Éramos tão tolos e tão frágeis... Hoje sou mais forte, mais sólida, sou mais como a árvore, como a água, como a terra que nos sustenta. Hoje meus pensamentos são menos negros, e uso menos minhas garras. Mas sou menos como o vento que levanta e gira num redemoinho, menos como as folhas que caem rodopiando das árvores, menos leve... mas mais leve também. Mas como a grama que se deixa balançar, mais como as núvens que mudam de forma. Tudo é mais tranqüilo agora. Só me dói não compartilhar esta tranqüilidade contigo.

A vida mudou tanto! Mas ainda te lembras das histórias que eu contei, e eu ainda quero saber mais sobre as tuas histórias. Conheci tantas outras pessoas, tantas outras histórias, vivi outras aventuras e mudei, mudei muito, me tornei mais feroz e depois mais segura, conquistei outras pessoas, explorei outros mundos... sem ti. Mas durante muito tempo planejei voltar e te contar, do Deus que vive nas pedras à beira-mar, da leõa-princesa que roubou meu coração, das cidades abandonadas, do amor... mas não voltaste, não voltaste e eu também tinha uma raiva guardada contra ti, uma raiva da pessoa idiota que eu era quando fiz todas aquelas promessas... Mas não mais. Eu te perdoei faz tempo, e depois me perdoei também. E parei de me preocupar, e abandonei as promessas. Parei de escrever para ti. E, sem perceber, perdi todas as passagens do meu mundo para o teu.

Mas não te enganes: eu ainda te amo, de um jeito estranho, sem paixão, sem promessas, sem espaço para dor. Ainda és meu bardo favorito. Ainda procuro, sem saber como procurar, as entradas para o castelo nas núvens. Mas estranhamente não sei se o castelo ainda existe. O que existe? O que resiste? Tanto tempo passou, e nunca mais realmente nos falamos. Mas quero que faças parte da minha vida outra vez. Só não sei como fazer isso. Não sei, não sei como começar uma... uma amizade.

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Paralelismo

Faço uma breve pausa para falar do meu recurso poético estrutural favorito, o parelelismo. Tentei achar boas referências na internet sobre isso, mas eu sou muito ruim em procurar coisas na internet na verdade.

Paralelismo sintático se constrói repetindo a sintaxe em duas orações paralelas, como por exemplo quando eu digo "Maria estuda matemática enquanto João joga vôlei". Na poesia, usa-se paralelismo entre versos e estrofes, repetindo a estrutura sintática, e às vezes também semântica, da estrofe 1 na estrofe 2, como, por exemplo, o esboço de poema sobre o qual eu estive falando:

1. You see me here, wrinkled and grey
2. I've lost my luster along the way
3. You can't see the fury, you can't see my claws
4. My fangs are hanging on a devil's walls

1. You hear me here, off-tone and coarse
2. I've lost my voice to a devil's curse
3. You can't hear the hunger, you can't hear me scream
4. But hear my tale, my devil's dream

Aqui fiz o paralelismo particularmente estrito:
see - hear
wrinkled - off-tone
grey - coarse
luster - voice
fury - hunger
along the way - to a devil's curse
claws - scream
walls - dream

Evidentemente meu ponto aqui é que eu não queria trocar "hear the hunger" por "see the hunger" por que isso ia cabar com o paralelismo. Além disso, estou falando de hunter's hunger, não de famine. You can hear the hunger in my voice. E além disso, como o Ugo comentou, eu gosto da idéia de "you can't hear this, you can't hear that, but at least hear my tale, it's the only voice I have left".

Para ilustrar melhor o conceito, saí procurando algum poema meu em português que tivesse paralelismo forte. Foi horrível; eu tinha esquecido como minha coleção de poemas é absolutamente deplorável. Enfim, achei este poema do qual eu não gosto tanto assim, mas que é praticamente um exercício em paralelismo:

Poesia.
Poesia.
Eu chamo pela poesia.
Eu clamo pela poesia.
Meu sangue!quente a rima fria -
um mangue!quente a voz vazia.
Poesia,
ai! A poesia..
Eu morro pela poesia.
Escorro pela poesia.
Beleza por si só se cria,
certeza vaga por si se irradia.
Ai!
A poesia poesia...
Eu luto pela poesia.
Eu - luto pela poesia!
Que escorre por minha alistia
e morre com minha alforria..
Poesia!
Poesia.
Eu canto pelo poesia.
Eu - canto pela poesia!
Ela, que em minha voz ria,
vela, a que m'alumia..
Poesia!
Poesia!
Eu choro pela poesia
Eu coro pela poesia
Do sangue que me vem à face fria
do mangue que me prende à voz vazia
Palavras que me trazem à alegria
mas garras que me trazem agonia
Por ti, por ti apenas, poesia.
Poesia.
Poesia!

[17/8/2004]

Pensando bem, talvez esse poema seja um exemplo meio medíocre de paralelismo porque ele não cria paralelos interessantes, mas apenas repete a estrutura over and over and over and over again (como eu um dia pude achar isso legal?!). Vou procurar um texto de outro autor que seja mais bacaninha.

Ah, que tal este do João Cabral de Melo Neto?


Alguns Toureiros

Eu vi Manolo Gonzáles
e Pepe Luís, de Sevilha:
precisão doce de flor,
graciosa, porém precisa.

Vi também Julio Aparício,
de Madrid, como Parrita:
ciência fácil de flor,
espontânea, porém estrita.

Vi Miguel Báez, Litri,
dos confins da Andaluzia,
que cultiva uma outra flor:
angustiosa de explosiva.

E também Antonio Ordóñez,
que cultiva flor antiga:
perfume de renda velha,
de flor em livro dormida.

Mas eu vi Manuel Rodríguez,
Manolete, o mais deserto,
o toureiro mais agudo,
mais mineral e desperto,

o de nervos de madeira,
de punhos secos de fibra
o da figura de lenha
lenha seca de caatinga,

o que melhor calculava
o fluido aceiro da vida,
o que com mais precisão
roçava a morte em sua fímbria,

o que à tragédia deu número,
à vertigem, geometria
decimais à emoção
e ao susto, peso e medida,

domingo, 16 de setembro de 2012

Obcecado

Seus braços nus cobertos de pêlos
Suaves
Hmmm
Para passar os lábios sobre a pele, suavemente
Saboreando, como a um pêssego
Mordiscando
Farejando
... isso é amor?
Doce, doce, doce
Delícia
Incalculávelmente bom
Nos meus braços, você geme
Amor.

Acordo.
O mundo me inunda de cheiros, calores, suores. Você?
Você, te procuro, você?
Penso, penso, seus olhos, seus olhos maravilhosos
No meu sonho, você geme
de prazer.
Amor.
Agora dói
Lentamente, aos poucos
Vai se espalhando pelo sonho primeiro
Pelos pensamentos, pelas lembranças
Entra no peito, fica difícil respirar
Meu estômago está deprimido
Tudo é tão pesado
Essa doença passaria se ao menos eu pudesse abraçar você, engolir você
Comer você numa bocada só

O dia passa.
Você está na rua?
Você está online?
Você está no caminho para minha aula de dança?
Meus amigos marcam de sair, você vai?
Te procuro em todas as possíveis oportunidades
Você orienta cada um de meus passos
Me distraio e perco metade do dia pensando, pensando...
Tenho seu número. Te ligo?
Te mando um e-mail? Meus dedos digitam dezenas de mensagens, apago todas
Você não quer ouvir bobagens apaixonadas
Você não quer que eu te incomode
Me contenho. Me contenho.
No meu sonho, você geme
Dói!
No meu sonho você me ama. Fecho os olhos e acordo outra vez, dói outra vez, perder seu amor.
No meu sonho eu sou a pessoa perfeita pra você.
Eu nunca vou ser a pessoa perfeita pra você.

Chego em casa e encaro uma noite sem você
Cada segundo se arrasta
Saio com os amigos, quero esquecer, eles falam da vida e eu ouço
Você, você, você, você
O que você acharia dessa conversa?
Será que você chega inesperadamente agora?
Você muda de idéia e aparece sem avisar?
Começo mais uma mensagem
Lembro que você está em outra cidade.

Tarde; deito na cama
Olho pro teto e me pergunto se vou sonhar com você
outra vez
Vai doer outra vez?
Vai ser lindo outra vez?
Quero;
digo que não quero mas quero, quero porque de noite você me ama
E você nunca vai me amar de verdade
Ou vai?
Penso em tudo o que eu deveria fazer pra te conquistar
Durmo
Sonho

De noite seus olhos maravilhosos olham no fundo dos meus.

Aged or Tamed

Passei algum tempo pensando sobre os comentários que vocês fizeram sobre o poema, e cheguei à conclusão de que talvez eu devesse investir mais nessa idéia de envelhecimento, de wrinkled and grey and hoarse and dry. This is what I came up with:

You see me standing, wrinkled and grey
I've lost my luster along the way
You can't see the anger, you see no claws
My fangs, they're hanging from a devil's walls

You hear me mumbling, off-tune and coarse
I'm old and cursing my final course
You can't hear the hunger, you can't hear the lust
But hear my tale, somebody must

(Eu queria dizer "my hide lost it's luster", mas achei que ficava muito comprido)
(minha primeira idéia foi "hear my tale, beneath my dust")

(By the way, a note to Ugo: how come seeing hunger is more plausible than hearing it? Está mais claro nesta versão o que eu quis fazer, ou ainda está esquisito?)

Por outro lado, achei que talvez eu devesse investir mais na idéia de "sweetened", até porque a idéia do poema é fundamentalmente "perdi minhas garras para um demônio". E saiu isto:

You see me coming, appeased and neat
I've lost my fierceness and faced defeat
You can't see the anger and I have no claws
My fangs are hanged on a devil's walls

You hear me humming, sweetened and shy
I've lost my thunderous voice, my pride
You can't see the hunger, can't hear my dream
But hear my tale, my one last scream

I was a wolfness in lives before... bla bla bla

Pra falar a verdade não curti muito essa segunda estrofe (maybe I've gone too far?). Possivelmente seria melhor a opção mais prosaica (ou ridícula) que eu tinha pensado antes:

You hear me humming, lovely and sweet
I beg you sit as I peel a beet
You can't hear the hunger, you can't hear the screams
But hear my tale, my hopeless dream

Eu estava pensando esse dias em como os rascunhos são tão importantes quanto o poema em si, em como é impossível traduzir um poema sem recriá-lo porque o produto final é irremediavelmente mais pobre que o processo de construção (é um preço a se pagar por ele se parecer com alguma coisa legível), e para reescrever o poema é preciso um novo processo de construção.

É impossível incorporar essas duas visões tão distintas tão completamente no mesmo poema, embora seja possível mesclá-las de uma forma mais fraca. Porém eu só tenho a ganhar elaborando sobre elas. É como ume exercício de improvisação no teatro. Eu também acho que posso misturar partes não tão comprometidas dos poemas e gerar resultados novos, e talvez mais interessantes. Por exemplo:

You hear me humming, lovely and sweet
I beg you sit as I peel a beet
You can't hear the hunger, you can't hear the lust
But hear my tale, somebody must

(eu gosto muito de colocar hunger e lust num poema sobre uma velha ou uma daminha fofa desse jeito, porque parece muito real, embora pra falar a verdade este poema seja uma fantasia)

Espero que vocês estejam se divertindo tanto quanto eu estou com esta discussão =)

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

(di)versão

As pessoas me convenceram de que howl na verdade rima com how (é um saco aprender uma língüa através de prosa, né?). Acho que vou desistir de usar essa palavra

Por outro lado, descobri uma outra versão dessa segunda estrofe que substitui "poison" por "fierceness". O que vocês acham?

You hear me now, saddened and sweet
I've lost my fierceness and faced defeat
You can't hear the yearning, you can't hear me snarl
But hear my tale, of old and far

("snarl" é outra palavra que não rima com nada >.<)
(Não pretendo realmente mudar o final dos dois primeiros versos, e hunger tem muito mais ferocidade que yearning, mas estava afim de me divertir)

(a internets diz que "growl" é um bom substituto pra "snarl". Mas e aí, o que rima com "growl"? Estou pensando em abandonar toda essa idéia também, fica muito mary-sue como diria a ixa...)

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Writers Block

Tem um poema que estou tentando escrever há mil anos que parece que nunca consigo. Na verdade, tem três poema relevantes nesse estado (e mais ou menos todos os meus livros, que são dezenas), dois deles da época do colegial, e um de dois anos atrás.Com um deles tive a dificuldade extra de ter tido meu caderno roubado com metade das anotações sobre ele.

Recentemente resolvi rever como começa um dos meus poemas, mas não está ficando bom. Eu queria pedir ajuda. É meio difícil porque esse poema precisa ser em inglês (só porque eu estou escrevendo ele principalmente por causa do ritmo e das rimas, que não são traduzíveis), e eu conheço poucas pessoas que escrevam bem de verdade, tenham contato comigo e gostem de escrever em inglês. Mas eu vou pedir aqui, mesmo assim.

A minha primeira versão dessas primeiras estrofes reescritas, para apreciação:

------

You see me here, wrinkled and grey
I've lost my shine along the way
You can't see the fury, you can't see the claws
My fangs, they're hanging on a devil's walls

You hear me here, sweetened and sad
I've lost the poison that I once had
You can't hear the hunger, you can't hear me howl
But hear my tale, ...

(estou tentando colocar alguma coisa aqui, pensei em mold, mas tá difícil de construir, unfold é muito brega, old já usei na estrofe seguinte de um forma melhor, e não consegui pensar em nada que rime com howl - talvez seja o caso de trocar esse terceiro verso)

----EDIT-edit- decidi separar em vários posts, é mais natural.

sábado, 8 de setembro de 2012

O Instante Seguinte

Eu devia ter dito "não".
Seria a resposta razoável, a opção sensata, responsável.
Amanhã de manhã haverão conseqüências. Eu me arrependerei. Eu devia ter dito "não".
Mas como?
Você perguntou, perguntou porque não era nada óbvio, porque meus sinais seriam emocionais e apenas com palavras eu poderia falar racionalmente; mas eu devia ter me antecipado, eu deveria ter visto os seus sinais e dito antes, "por favor, não", eu deveria ter dito não faça isso, por mais que meus olhos peçam por favor; não faça isso, por mais que meu corpo exija e se impaciente, não faça isso, porque meu corpo está errado, meu corpo não entende as conseqüências, meu corpo é incapaz de dizer "não".
Eu devia ter dito "não", mas como, com meu corpo gritando "sim"? Mas como, contra todos os sinais do meu corpo? Eu devia ter dito "não", para manter as aparências e evitar as conseqüências das minha ações, eu devia ter dito não e te obrigado a escolher respeitar minha renúncia, eu devia ter dito não para aprender algo novo sobre você. Mas como dizer "não" quando tudo o que eu quero é poder dizer sempre "sim", quando tudo o que eu quero é não precisar manter as aparências, quando o que eu quero mais é que todos descubram, mais cedo ou agora, que não tenho mêdo nenhum das conseqüências, que posso viver a vida sem me arrepender?
Não. É isto que eu quero, isto agora, e não há nenhum motivo pelo qual todos devêssemos dizer não. E eu disse "sim". Sim. Sim. Sim, porra. Amanhã eu vou me olhar no espelho e ser forçada a me lembrar de que eu sou uma pessoa que diz "sim".

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Você-Lírico

Observação sobre a forma como tenho escrito os últimos posts:

Houve um tempo em que eu acreditava que as pessoas que conhecessem a história por trás everiam ser capazes de discernir pelo menos a parte que falava sobre elas. Assim, eu me esforçava para manter personagens coesos - às vezes eu dividia os parágrafos, outras eu usava pronomes diferentes. Mas afinal me dei conta de que os personagens são apenas um artifício, um recurso literário de utilidade restrita, e freqüentemente um limitante da expressividade -- e mais, que talvez a compreensão da história não seja fundamental quando o cerne do texto é a idéia, o conceito, a sensação e o sentimento. Assim, eu tenho usado um tu-lírico fluido, que pode mudar de significado sem aviso, no meio de uma frase, e às vezes se referir a diversas pessoas dentro da mesma oração. Portanto, parem de tentar imaginar "de quem" eu estou falando. Mesmo quando as histórias são verdadeiras (e elas quase sempre são), elas estão misturadas, confundidas, e toda vez que você imaginar uma pessoa real vivendo essa história (qualquer pessoa que não seja eu), lembre-se de que... bem, de que a borboleta na verdade era um dragão, e o telefonema era uma carta. É assim com tudo. A narrativa é puramente um artifício; a verdade, uma diversão.

Impressão

Não, não é nem a dor, nem a marca, nem a mordida.

Ou talvez seja.

Você deve lembrar de uma boca de dor que marcou no meu braço, no fim do nosso começo, e de como toda vez que outro alguém me tocava, por cima do toque eu sentia essa dor que lembrava você. Você tinha razão: eu podia tocar outros homens, dançar com eles, beijá-los, até transar com eles, mas minha pele ainda sentiria as marcas dos seus dentes em cada lugar que eles me beijassem, e na manhã seguinte eles seriam apenas uma lembrança doce, enquanto nas nossas manhãs seguintes você era sempre uma marca presente e um desejo, imediato, de que as marcas não perdessem seu ardor antes da próxima vez que nos tocássemos. Eu tivera outros homens, outras bocas, outras mordidas mais doces, até mais prazerosas - e entretanto, cada vez que uma nova boca me morde a ponto de doer, eu penso naquela marca de dor que seus dentes cravaram em mim, me fazendo sua. Talvez por isso, novas marcas perderam seu significado, e novas bocas mal são capazes de me marcar.

Não é também a selvageria, a violência e a predação. Ou talvez seja.

Antes de você eu rosnava e mordia e brincava de gato selvagem, eu rolava na lama e derrubava no chão, eu corria e caçava e era caçada, eu me tornava bicho e uivava na noite. Mas você é tão humano e tão tranqüilo, e eu nunca o vi como uma presa. Não; você me conquistou com palavras, com idéias, com idéias sensatas e concretas, sem metáforas, sem garras, sem caçada. E eu não rosnei pra você, não corri com você, não levei você para explorar as florestas amaldiçoadas e as torres secretas das minhas paragens internas. Muito pouco deixei conhecer - meu sorriso, meu corpo, minhas idéias, meus dentes -- mas não minhas presas.

Talvez seja a fome. Talvez seja ver revelada a fome na sua forma mais brutal, a fome de engolir sem mastigar, se comer o que ainda pulsa, de não haver controle possível. Mas, pensando bem, a fome é voraz e violenta, e às vezes basta o lento, controlado, tranqüilo, dócil prazer dos seus beijos no meu pescoço. Com freqüência basta o tocar, o acarinhar suavemente. Não é preciso haver dentes - basta que haja toque.

Não - acho que não há metáfora, não há simbolismo por trás, não há longos quadros da mente colorindo a cena, não há necessidade de imaginação. Há apenas tato. Apenas prazer.

O resto é bônus.

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Um Instante

Num instante viro você:

Pernas, pêlos, o cheiro humano de você me completa, a suavidade de você me encanta.
Encantado, ponho meus lábios em você, paseio meus lábios por você, ponho você em minha boca, exploro você com a minha língüa. Sinto a reação de você sentindo a minha língua.
Sinto seu gosto e o gosto de cada pedaço próprio de você. Te mordendo, te experimentando. Sinto que estou te experimentando há sete, oito, nove anos. Mordo sua orelha, mordo sua garganta, passo os lábios por seu cabelo, por sua sobrancelha, entrelaço minhas pernas em você, confundo meu corpo com você.

Abro minha boca sobre você. Enfeitiço você com a minha fome, olho nos olhos seduzidos de você. Sinto o calor de você, o desejo de meu corpo que o cobre, cubro você com meu corpo enorme, abro minhas costelas para engolir você.

Mastigo você, desvagar, com prazer. Interessado, exploro você. Invado você, percorro você, espalho minhas raízes por dentro de você, broto e floreço em você. Cresço em você, e ao longo dos anos você se torna eu. Permaneço em você, e nunca deixo de ser você.

Devoro você, e na hibernação que segue, te esqueço.

A Mistery Tour

Eu olhei nos teus olhos e soube imediatamente. Não disse nada, pra não quebrar o encanto.

Quando minha princesa mentiu pra mim (sem querer) eu agüentei estoicamente, porque eu não sou homem o bastante para conquistar você. E você vai estar além do alcance. Domine o mundo por mim, eu vou tentar ser sua amiga, apesar da distância.

A borboleta na verdade era um dragão.

Você sorriu e eu soube que. Você me chamou com olhos vorazes. Só de lembrar eu te quero tudo de novo. Eu te quero aqui, agora. Vocês estão longe de mim, agora.

Você descreveu o gosto da minha boca sem nunca ter me beijado, e eu quis te morder pra saber se a tua carne também tem o gosto das tuas palavras. Você não tem mêdo, mas eu sim.

O meu fundo do poço é um pouco mais fundo. O meu fundo de poço ainda chama por mim.

A tartaruga voltou para a praia afinal. Todo ano mais garotos fazem dezenove anos. Todo ano mais adolescentes perdem a virgindade. Todo ano mais pessoas de vinte e poucos começam a meioque se sentirem adultas. Mas temos que largar a pele velha, e abandonar as nóias de criança.

E abandonar as nóias dos nossos pais. Mas eu sequer consigo abandonar as nóias de 20 anos atrás, completamente.

O unicórnio na verdade era um pequeno pônei. A Mágica tinha forma de coração. Eu quero compartilhar uma coisa: eu tive um grande amor.

Eu tive dois grandes amores (alémd). Às vezes mal consigo diferenciá-los dentro de mim. Ambos me levaram às alturas. Ambos mentiram pra mim. Ambos me fizeram sofrer. Não sei dizer se ambos me amaram. Mas acho que você me amou. Acho que era tudo verdade, apesar de que.

Eu te perdoei faz mil anos, eu entendo agora que não foi culpa sua. Não só. Eu quero você de volta. Eu quero voar de novo. Viajar. Quando você se afastou o mundo ficou mais silencioso. Está quieto demais aqui.

Mas eu chego a mudar de calçada quando aparece uma flor, e dou risada do grande amor (mentira)

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Panfletarismo

Ultimamente eu tenho me sentido muito gay.
Quando eu digo "gay", eu não quero dizer homossexual. Eu já passei por épocas muito lésbicas, e já passei por épocas femininas, e já passei por épocas de macho e por épocas gays. Estou numa época em que me identifico mais com homens gays. Em parte é porque eu estou admitindo que durante a maior parte da minha vida eu quis ser um homem, e só me conformei em encontrar as vantagens de ser mulher ("vantagens" é um termo estranho pra isso - digamos as "partes que eu gosto" de ser mulher). Em parte é simplesmente porque sexo gay é muito sexy, e eu detesto quando eu não posso participar (obs.: viva os homens bi!!!). Em parte é porque eu tenho tido vontade de fazer parte de um movimento que é colorido, irreverente, pega todo mundo na balada e curte vestir dourado e dançar no pole.

Eu sou bicha. Eu curto vestir dourado e dançar no pole dance, como eu nunca curti os longos dignos da sensualidade feminil. Eu quero ser a femme-fatale, mas eu sempre acabo usando uma bermuda ou bombacha, com minhas pernas peludas, meus tênis de trilha, e agora om estes óculos estou parecendo uma hipster fora de moda, uma indie sem tribo. Eu acho que sou bicha porque eu sempre fui um moleque, mas agora eu me visto bem. Enfim. E eu gosto de homem como um viado, e me sinto muito confortável falando com gay sobre homem, de uma forma que eu não me sinto tão à vontade com a maior parte das mulheres (com exceções, obviamente - mas mesmo com as exceções eu não me sinto totalmente à vontade, por vários motivos que talvez tenham algo por trás).

Eu também tenho sido muito feminista. Porque é a mesma coisa. Porque eu quero defender o meu direito como mulher bissexual que curte namoros abertos e gosta de sexo, porra. Porque eu acho que liberdade sexual é importante. No fundo é isso que está por trás do meu feminismo intenso. Porque eu quero liberdade, liberdade, como eu estou dizendo há tantos anos. Liberdade pra pegar quem você quiser. Liberdade pra se vestir como você quiser. Liberdade pra se divertir como você quiser. (tudo isso, é claro, tem limites também, mas ainda estamos a anos luz de bater com eles). Mas recentemente uma amiga amiga minha reclamou que as meninas do grupo têm sido muito feministas, muito panfletárias. E eu preciso dizer: tem que ser mesmo.

Você, que reclamou, você devia ser feminista. Aposto que você na verdade reclama pelo mesmo motivo que você fica triste porque aquele garoto com quem você saiu te chamou de vadia. Porque você tem mêdo de enfrentar. Você tem mêdo de que ele tenha razão. Você quer viver a vida do seu jeito, mas você não quer lutar pelo direito de ser respeitada. Você não faz sentido! Eu preciso te puxar e dizer que eu não acredito na sua reclamação. Eu tentei te convencer de que o que o garoto disse não era verdade. Mas eu, eu passei a vida inteira lutando, desde os quatro anos, lutando, lutando, eu treinei com os meus demônios internos antes de vir pro pau da vida real. Eu admiro você, e você ousa ter vergonha justamente da parte de você que eu admiro?! Eu invejo você, mas você não inveja a si mesma. Mas eu vou dizer, você está errada ao querer que a gente pare de panfletar. Eu pensei muito sobre isso e agora eu tenho certeza: a gente tem sim que panfletar.

Quando teve a Parada Gay e a gente não foi, o Fê chegou puto (vestindo uma coroa, e super gay, e lindo, e muito puto) com a gente porque nenhum de nós, gays, tinha ido na Parada. Nenhum de nós tinha aturado o ridículo e se divertido com o ridículo pra mostrar ao mundo que estamos lá. Eu me senti horrível, porque ele tinha razão. Mas na época eu estava mais ferida com o desrespeito a qualquer um que queira se identificar como bissexual, e eu não queria dançar junto com o povo que me reprimia dessa forma. Mas se fosse hoje, eu iria. E eu deveria ter ido, senão por mim, pelo menos por ele. Porque eu não quero jamais viver num mundo onde meus amigos tenham sua liberdade sexual toldada de maneira tão extensa. Este mundo em que a gente vive, em que quando a gente conhece um estranho, a primeira coisa que a gente faz é avaliar o quanto a gente tem que esconder e mentir.

E também tenho panfletado (devia fazer mais) sobre ciclismo, porque eu me sinto tanto
uma minoria toda vez que ando de bicicleta e toda vez que falo sobre isso que às vezes acho que deveria ter uma lei dizendo "Não discriminarás por sexo, gênero, religião, etnia, opção sexual ou meio de transporte". E o foda é que meus parentes e amigos me discriminam. Como sempre, o que dói mais é que os parentes e amigos também discriminam. Mas eu não sei se eu deveria me sentir tão mal. Eu também os discrimino por usarem carro demais. Eu discrimino meus pais por não pegarem ônibus. Eu tento ignorar, quando eu ouço um "Quando você dirigir todo dia..." (mãe, se tudo der certo, isso nunca vai acontecer).

A gente panfleta porque a gente quer que todo mundo esteja o tempo todo pensando nisso. A gente não quer ser ignorado. Talvez a forma esteja errada, talvez o jeito de chamar a atenção esteja sendo pouco efetivo. Talvez. Mas política não é uma coisa que pode ser deixada apenas para os momentos "apropriados". Não adianta discutir apenas com as pessoas próximas, nos momentos íntimos. Tem que discutir publicamente, tem que dar a cara pra bater. Eu dou a minha cara pra bater, cada dia mais. Eu prefiro levar porrada a viver me sentindo oprimida. Meu objetivo é chegar ao ponto em que eu não tenha mais vergonha nenhuma de defender o que eu acho certo. E correr o risco de levar tapa na cara.

Discutam.

domingo, 2 de setembro de 2012

Começando mal

Preciso começar a tomar as rédeas da minha vida
Mas começo mal.
Preciso parar de procrastinar, parar de dar mais atenção aos outros que a mim
Mas não acho que devo.
Estou aqui pensando e pensando em parar de pensar
E todas as coisas que fiz e que devo fazer vêm pra me assombrar
Tanta coisa passou, tanta coisa passará
Sinto que falta controle, que falta saber olhar além da próxima sombra.

Preciso começar a guiar o cavalo da minha vida
Mas começo mal.
Tenho que ir, tenho que sair, não tenho tempo pra me dedicar
(a este blog)
Sinto que falta espaço, tempo, direção
Pra dizer "foda-se, você não tem poderes sobre mim"
Pra dizer "eu adoro você, mas hoje não"
Pra dizer "eu quero que você goste de mim, mesmo quando eu não quero dedicar todo esse tempo a você"
Sabe quando os relacionamentos de repente viram obrigações?
Amizade não é pra ser obrigação, porra.

Eu quero passear com você, eu quero subir em árvores e brincar de Tudo.
Eu quero ir na balada, eu quero desaparecer
Eu quero contar histórias, compôr poesia, brincar de viajar loucamente
E jogar Cups.

Eu preciso começar a dedicar mais tempo pra escrever
Mas começo mal.