quinta-feira, 31 de agosto de 2006

Não, eu acho que é só... solidão...

Estranho isto, não é? Eu ando vago pelo colégio, encontro as meninas do primeiro ano, finjo que estou conversando com elas, mas às vezes é apenas uma forma de esconder que estou vagando sozinha outra vez. E por quê? Às vezes... sabe, eu tive mêdo de que isso acontecesse no fim do ano passado, quando me dei conta de que vocês não estariam mais aqui todas as tardes... Mas acabei superando o mêdo, e fazendo amigos, e rindo, e me divertindo com outras coisas e pessoas, e me adaptando às circunstâncias. Mas... é cada vez mais difícil fazer parte disso tudo. Escola, aulas, música, colegas... Tudo me parece tão distante. Nada existe ao alcance da mão... Sabe, é só solidão... Eu sento embaixo da árvore, pensando porque todos foram embora, e acabo achando natural estar sozinha... É estranho... Parece que eu não quero ver ninguém, mas na verdade eu apenas não tenho energia para me envolver com eles. Não tenho ânimo.

Sei lá, Luque, é só solidão. Essa festa amanhã, eu sei que vai ser maravilhosa, todos vão se divertir muito, mas a pergunta que me faço é se ainda vale a pena fazer parte desse "todos"... Até porque pouquíssimos dos meus grandes amigos vão, e no fundo quando eu quiser só sentar em algum luigar não vai ter ninguém que queira ficar comigo, falando bobagem, dançando fora da música, bebendo, sentindo sono, discutindo bobagens... No fundo todas essas festas, mesmo aquelas em que me divirto, não são tão legais assim - são disfarces...

No fundo eu não quero mais nada disso, eu só quero que alguém me tire deste lugar no feriado, eu só quero sair e passear, eu só quero ficar andando pela usp como eu fiz hoje, explorando, sem ter nada a encontar... Aliás, por que no fascismo o chão viraria parede?

Sei lá... não sei o que me interessa, além dessa ânsia pura por conhecimento... Não sei o que fazer com a minha vida, preciso sair, tomar ar, me encontrar... Estou sufocando...

...
... hoje eu descobri como a fflch é confusa e pixada...

... meu deus, estou começando a sonhar...

quarta-feira, 30 de agosto de 2006

Have you ever crossed the line...?

Sabe, às vezes... eu sinto como se eu tivesse ultrapassado um limite que não devia ultrapassar. Algo que você pode fazer com relativa facilidade, mas que não deve ser feito... Não sei, às vezes parece que o que quer que seja que estou fazendo é um pouco errado. Que não estou cumprindo meu dever na sociedade. Que estou sendo individualista e fazendo o que bem entendo só porque...
... ...

Mas, no final, acho que isso me faz feliz... As pessoas ao meu redor parecem não se importar, parecem aceitar todas as minhas atitudes, e tudo corre tranquilamente... Talvez, esse receio estranho, essa sensação de ter cruzado a linha vermelha seja aolgo de dentro de mim... Talvez seja o resultado de me permitir coisas que eu reprimi com tanta vontade por tanto tempo... Talvez...

Mas, às vezes, quando estou com vocês, e vejo nos seus olhares essa sombra terrível que os assola (e fico feliz em pensar que nem sempre a vejo), tenho um mêdo que nem quero admititr que tenho: tenho mêdo de ser feliz. Quer dizer, quando as pessoas ao meu redor estão tristes ou desanimadas, ter um motivo pra estar feliz me faz me sentir um pouco culpada... como se eu estivesse desprezando a tristeza dos outros... e isso me faz achar que eu posso estar causando um pouco dessa tristeza... e é claro que eu quero que sejam todos felizes...

Acho que é por isso que, quando eu faço algo que eu mesma não esperava que eu fizesse, algo que eu tinha decidido não fazer, algo que nem sempre parece completamente certo, eu me sinto como se tivesse ido além da minha liberdade. No fundo, é porque tenho mêdo de aproveitar bem demais minha liberdade, e acabar roubando dos outros a chance de se alegrar... Eu sei, é um pensamento idiota, mas eu tenho dessas coisas... Acho que é porque alguns dos meus amigos dizem que não acontece nada de bom com eles, e eu acho que acontecem muitas coisas boas comigo. Talvez seja uma diferença de ponto de vista...

Por outro lado, atravessar essas barreiras invisíveis me faz me sentir estranhamente forte e consciente de mim mesma. Porque só além das fronteiras do esperado é que posso ser livre, é que posso ser eu.
...
Mesmo que às vezes para isso eu tenha que arriscar ferir algumas pessoas. Acho que ferimentos desse tipo muitas vezes são necessários. Acho que... de qualquer forma, meus amigos estão preparados para aceitar minhas atitudes. E, no fundo, são eles que mais me importam. =) Só espero que esta sensação de que posso feri-los também seja apenas loucura...

segunda-feira, 28 de agosto de 2006

O Enigma do Sofrimento

É difícil dizer... É sempre tão difícil dizer...
Se eu te matasse, será que eu mereceria morrer?
A vida é sempre uma trama complexa de grades acontecimentos, embora às vezes pareça um amontoado de banalidades.
Ou talvez as banalidades sejam os grandes acontecimentos.
São sempre as pequenas coisas...
É sempre nas pequenas pedras que tropeçamos -- das grandes, caímos conscientemente.
Por trás de todas as explicações, o que fazemos é verdadeiro.

Me leva além do mar, me leva... Além do mar...
Será que existe céu além do mar..? Além do céu, será que existe mar..?

domingo, 27 de agosto de 2006

I.M.

Eu não me lembro do seu nome...
Mas lembro do seu olhar, dos fios de cabelo branco caindo no rosto queimado de sol, da camisa de botão, e da forma acanhada como nos apresentamos na primeira vez que nos vimos.

Depois, nos abraçamos.

Lembro também daquele dia em que saímos para almoçar... Como ficamos sem assunto, e eu fiquei olhando vocês falando sobre coisas quotidianas, e vocês pareciam gostar tanto de simplesmente estarem juntos. Lembro daquele sorriso dele, meio indeciso, ele parecia mesmo meio perdido naquele shopping em pleno horário de almoço, e a forma como vocês conversavam, que parecia diferente de todas as outras formas de conversar.

...

Sabe, um dia, você apareceu vestindo uma camisa de botão, assim meio aberta no peito, e eu olhei pra você e disse que você estava meio parecido com ele. E por um instante, pude vislumbrar no seu olhar um sorriso... um brilho, de orgulho.

Um pouco das minhas loucuras matinais...

Hoje tive um sonho tão estranho... Sonhei que Mamãe estava morta. Não que ela morria no sonho, mas que estava morta. E o Mauro Holanda nos ensinava trigonometria e fazia piadas com os alunos e chamava os meninos de gays. E uma hora eu olhei para o lado e lá estava minha vó Celma, com uma cara levemente preocupada... Então ela meneou a cabeça, apontando para trás de mim. Eu olhei, e vi minha mãe (outro fantasma), que começou a falar comigo...

Nessa hora algo aconteceu no mundo real e eu decidi acordar. O despertador tocou, eu o desliguei, uma, duas, três vezes... Então, não era mais o despertador tocando - era o telefone. Atendi, surpresa. Era o Yuri... Eu ainda estava tentando imaginar por que diabos o Yuri me ligaria àquela hora da manhã, quando ouvi sua voz.

..............

Andei até a mesa do café, estava me sentindo tão estranha... Lancei um olhar desanimado aquelas coisas todas que eu podia comer: pão, leite, queijo, manteiga, maionneise, mel. Meu corpo não teve nenhuma reação. Andei até a geladeira e peguei um pote grande de salada de frutas. E fiquei imaginando se não podia derramar alguma bebida alcóolica na sobremesa.

..............

Passei muito tempo olhando pela porta de vidro, o jardim ensolarado lá fora... Aqui dentro, um nó no estômago. Não sabia, o que dizer, o que pensar, o que sentir... Gatinha veio andando até bem perto dos meus pés. "Preciso dar o endereço da UNIP pro meu pai", pensei. "Preciso ir me arrumar, preciso ir logo, vou me atrasar..." Mas, no final, sentei no tapete da porta e continuei olhando pelo vidro da porta: "Preciso da minha mãe."
Mamãe ligou pro Yuri, enquanto eu me deixava cair sobre o tapete. Olhava pra fora através da cortina semitransparente. A gata se aproximou, e eu esfreguei a cabeça contra a barriga dela, pedindo carinho - a inversão da ordem natural das coisas... Então fiquei de gatinhas, olhando para minhas mãos; e no tapete haviam tantos animais mortos que eu tive mêdo de que, se eu ficasse ali muito tempo, ia acabar morrendo também. Pus os cadáveres para fora e me levantei.

Tudo que eu posso te dar é solidão com vista pro mar...

Quadrinha boba do dia

E ela dá de papá
na boquinha do Ioiô
dá bobó de camarão
e tutu de feijão...

...

...Não, não.

Quer dizer, pra quê?

Postar, eu digo.

Não, não. Vou fechar a janela.

E fazer o quê? Dormir? Não estou com sono...

Amanhã, ENEM.

...

Não é que eu não consiga parar de pensar em você. Não é que eu esteja com raiva de você. Mas, de repente...

A "balada" na casa do Luque foi legal...

O Luque e a Luda são uma dupla do mal. Muito do mal. E meio tapada. Mas olha, acho que não importa muito.... Squick, você está errado, as pessoas são distraídas... elas vêem o que decidem ver... Mas, antes de tomar a decisão, elas não enxergam realmente... elas apenas desconfiam, e se sentem sagazes por causa disso... é tudo muito tolo...

... Quero miojo.

... Quero praia.

Está tão quente... só consigo pensar em nadar no mar e depois tomar ducha de água doce. Quero a areia da praia, o cheiro do sal do mar...

...de repente parece tudo muito vazio. Mesmo que fundo e longo, é tão insípido. É tão insípido que ...

... Quero árvore.

Mamãe me deu um chocolate, que quase pus num bolso sem fundo. De qualquer forma, teria derretido. Por isso, o deixei em casa.

E agora entendo porque as pessoas gostam tanto de mandar olhares insinuantes para os outros. É mesmo divertido. Mas apenas olhares, talvez alguns gestos... não gosto de invasividades...

...é impossível não desejar outros momentos como aquele...
"Não quero fazer mais nada."

Umdia, sabe, você vai me entender... Um dia você vai me conhecer a fundo, e tudo vai parecer claro... Então, eu vou te contar meus segredos, porque eu também vou te conhecer a fundo. E você vai estremecer, e me segurar, mas não vai se afastar. Um dia, nós vamos ter muito mêdo. Mas vai passar...

... Estou um pouco triste, mas acho que é de tanto não poder aproveitar o sol...

... Não sei se quero fazer faculdade à noite. Quer dizer, isso vai me levar a trocar o dia pela noite que eu sei... eu não sei se quero ser completamente notívaga... e abdicar do sol do meio-dia...

Estou amoral, apolítica, atudo. Nada parece importar. Mesmo o brilho do sol acaba no fim do dia. E o vento... o vento sopra e parece que leva embora tudo o que é efêmero...

Este mormaço por dentro me faz tão indisposta
Lá fora, lá fora... nada me diz nada...
Se eu gritar, ouvirei resposta?
Se eu gritar...

Quero pedir que me adormeça ou me acorde. E que a vida seja um destino. Que haja energia em tudo. Mas talvez seja mais certo simplesmente ir dormir e esperar que amanhã eu não me sinta assim.

... Mas olha: eu quero dançar com você.

Terminando a nossa conversa, Yuri: eu não "amo" nada. Não amo essa paz. Gosto dela, mas às vezes queria ter mais energia que isso, mais paixão, mais desejo de guerra como eu costumava ter. Queria ser capaz de revidar aos golpes que recebo, queria ser capaz de lutar, ou de ao menos enxergar meu inimigo...

... Quero chorar.

O dia parece que poderia durar pra sempre. Minha situação se inverteu: não quero mais viver apenas os fins de semana, prefiro viver apenas os dias de semana. Ou talvez apenas a sexta-feira. Porque é você quem me faz sentir mais viva, a sua presença e a sua falta... Mas...

... Quero pôr-do-sol.

I wear rubber bands around my soul... They keep me from crawling...

sábado, 26 de agosto de 2006

bla bla bla

eu só queria avisar que eu posto posts antigos de vez em quando, então talvez fosse bom dar uma olhada. Dessa vez, por exemplo, eu postei algo de quinta-feira...

Hmmm....

Hoje subi numa árvore.
Era uma árvore baixinha, com um buraco onde era fácil se apoiar. Em todo caso era uma árvore. Subi, deitei num galho e fiquei lendo O Livro de Merlin, lendo sobre o Homo ferox, o Homo stultus e o Homo impoliticus (que na verdade são todos o mesmo homem), lendo sobre um rei amargurado e velho e um mago rejuvenecido e feroz. Subi e, deitada, num galho, li sobre os gansos selvagens, mais belos e mais felizes que as formigas vermelhas... Enfim, a Questão Britânica. De modo geral, algo que só um inglês do segundo quinto do século vinte poderia escrever...

Mesmo assim, cada segundo sobre aquela árvore me pareceu um segundo de paraíso... e não digo diferente dos segundos subseqüentes... Quero... quero descobrir mais formas novas de sorrir tranqüilamente...

Menina, ela mete medo
Menina ela fecha a roda
Menina não tem saída
De cima, de banda ou de lado

Menina olhe pra frente
Menina, todo cuidado
Não queira dormir no ponto
Segure o jogo, atenção (de manhã)


É sempre possível vencer o mêdo, não é? Menina, amanhã de manhã quando a gente acordar...

quinta-feira, 24 de agosto de 2006

Que raiva de mim! *rindo*

É muito fácil rir de mim, sabe? Quer dizer, óbvio que vocês sabem, afinal, eu sou a Marina... Mas estou falando sério: hoje, quando estava tentando explicar prà minha mãe porque eu estava de volta apenas quarenta minutos depois de ter saído de casa, eu comecei a rir e não coseguia parar. Quão ridículo é ficar meia hora esperando num ponto de ônibus, pra depois... Bom, a história é assim:

Eu estava parada no ponto. Atrasada. Cada vez mais atrasada. Vinte minutos de espera mais o atraso marinesco de costume. Nervosa por causa do atraso. Andando de um lado pra outro, nervosa, agachava, levantava, sentava, levantava, andava até a árvore, voltava, olhava pros carros, ria dos carros de farol azul, punha a mão no bolso, tirava, mexia na alça da mochila. E nada do ônibus. Resolvi ligar pro Charles porque ele tinha dito que ia na aula de dança comigo e eu sabia que ele devia estar esperando há bastante tempo. O celular não responde aos apertares de botão, aos comandos simples de fazer a chamada... Disquei uma, duas vezes, nada. Na terceira ele atendeu. Falei que o ônibus não chegava, estávamos atrasados, ele pediu para eu descer num ponto diferente, ele me esperaria lá - por que é mesmo que estamos indo? Tantamos chegar a um acordo quando um ônibus virou a esquina. Nervosa, sorri, estendi longe o braço num sinal exagerado, entrei pela porta, falando com o Cham no telefone - eu desço no primeiro ponto dentro da USP então - o ônibus começou a andar - você vai estar lá, mas não é melhor a gente já ir indo - nem dava pra passar pela catraca - a Camilla não deve estar lá, e vamos perder a aula mesmo, mas... tudo bem, estou indo. Tchau - e o ônibus fez a curva. Curva?! Virou na primeira esquina, seguindo para...
- Peraí, este ônibus não passa na USP?
- Não, não. Vai para Pinheiros.
- Droga, tenho que descer...
- Fála com o cobrador.
Falei, e ele:
- Pra onde você quer ir?
- Prà Cidade Universitária.
- Iche! Tinha que ter pegado o Rio Pequeno! Esse aqui vai pra Pinheiros. Pode descer, então.Vai prà Panamericana!
Desci, grunhindo que agora tinha que ir de volta prà Elisa e que eu tinha pegado um daqueles microônibus ridículos que vão pra Pinheiros... Uma mulher perguntou se eu ia prà Praça, eu disse que sim, ela disse que era logo ali virando à direita, eu agradeci porque já sabia, estávamos há um quarteirão de casa... Corri até um ponto na Elisa logo antes da Praça, tinha um homem parado, perguntei:
- O Rio Pequeno já passou?
- 'Cabou de passar... Mas aposto que o seu ônibus chega antes do meu, Rio Pequeno vem um atrás do outro, diferente do meu...
Murmurei qualquer coisa. Dava até pra ver o maldito fazendo a curva em direção à ponte... Estava irritada, droga, conversando com o cara no ponto, onde você mora, pra onde você vai, tá atrasado? Ambos estávamos, mas meu horário acabava mais cedo.
- Vou pra casa então.
- Você ganha mais. Agora você só chega na USP às oito, oito e meia...
- Pois é, tinha que sair de lá às sete! Isto nem vale a pena mais.
- Não... vai dormir, é melhor.
- É... Valeu. Boa sorte esperando ônibus.
- 'Brigada. Até mais.
- Tchau.
E saí andando rua acima, com vontade de levar tapa. Disquei de novo aquele número.
- Tenho uma idéia melhor: você vem até aqui e me empurra na frente de um carro.
- ÃÃÃÃÃÃH??????
Comecei a rir. Depois, fui pra casa.

Fugindo diante da dor

... mas como o tempo passa rápido quando a gente não está estudando...!

quarta-feira, 23 de agosto de 2006

Hora essa.

Eu estou começando a me imaginar fora daqui. Estou começando a me imaginar universitária. Até estou me imaginando estudando na USP, fazendo Desenho na FAU, apesar do curso ter sido inaugurado... este ano... Mas acho que isso é fácil, porque aquele lugar é imenso e fascinante. Eu me apaixono muito fácil por instituições de ensino, eu acho... 'Tá, eu me apaixono muito fácil por qualquer coisa. Acho que é por isso que eu não vejo nada demais na paixão. ¬¬''

Estou quase me imaginando em novos e imprevistos horizontes. Estou quase ansiosa novamente por tocar as linhas desses horizontes... Estou quase feliz com todas essas possibilidades. Estou feliz com minha visão de futuro. Estou feliz com tudo o que me aguarda. Estou feliz com a minha vida. Mesmo o que me incomoda não me incomoda tanto assim... Só acho que eu estou tranqüila demais para alguém que praticamente não vive mais metade de seus dias... Para alguém que não conversa mais, para alguém que tem que ficar se convencendo a ser sociável. Acho que estou feliz demais para alguém que vê o que quer ver e que não reconhece seus amigos. Para alguém que quando está imaginando o que vai pôr em segunda opção no vestibular percebe de repente que gostaria mais de fazer a segunda opção do que a primeira (mas não existe isso de resolver fazer a segunda opção.)... Para alguém que tem certeza de não saber o que quer na vida.

Aliás, me sinto estranha porque hoje cheguei à conclusão de que eu não gosto de amor. Quer dizer, eu gosto, mas nunca é isso que eu busco nos outros... Amar é fácil, quando se tem tantos amigos antigos... O que eu procuro é algo muito mais complicado, é algo estrutural (amor não é ossos, é água). O que procuro é uma possibilidade diferenciada de convivência. Algo que exige muito mais do que simplesmente amor. É algo que permita romper barreiras e ir além. Algo que nos faça querer mais, mas que não nos faça sofrer com a escassez. Porque eu quero escapar da simples paixão, essa corrente alada. Quero andar de mãos dadas. Menos em alguns casos muito específicos...

O que acontece é que o tempo todo eu sinto que guardo um segredo que ninguém mais sabe... E não é verdade. Quer dizer, eu até guardo dois ou três segredos só para mim, mas o que sinto é muito mais forte do que jamais senti. Parece que estou escondendo o que realmente sou dos meus colegas. Parece que eles não têm nenhuma idéia de como eu sou, e não é verdade! Por que então eu sinto que, quando falo com eles, é apenas a máscara que fala? Por que então nossas conversas são sempre superficiais, sempre vagas, por que nunca digo o que quero e sempre respondo o que sequer ouvi?

I still don't wanna do anything.

Your Seduction Style: Au Natural

You rank up there with your seduction skills, though you might not know it.
That's because you're a natural at seduction. You don't realize your power!
The root of your natural seduction power: your innocence and optimism.

You're the type of person who happily plays around and creates a unique little world.
Little do you know that your personal paradise is so appealing that it sucks people in.
You find joy in everything - so is it any surprise that people find joy in you?

You bring back the inner child in everyone you meet with your sincere and spontaneous ways.
Your childlike (but not childish) behavior also inspires others to care for you.
As a result, those who you befriend and date tend to be incredibly loyal to you.

segunda-feira, 21 de agosto de 2006

Posso falar? Eu estou bem, sim...

Eu aprecio estas segundas-feiras -- estas segundas-feiras sem você. São os dias em que mais tenho mêdo, e esse mêdo gostoso se revela numa coragem libertadora, que beira insensatez. Hoje, por exemplo: resolvi vir para casa antes da dança, com frio e vento. Quase compus um texto fascinante na vinda para cá, e acho que vou postá-lo necessariamente antes deste. Depois, peguei o ônibus que meu irmão indicou, e quando já estava andando dentro da USP por algum tempo, comecei a perguntar aos outros passageiros quando chegaríamos na FAU... Ninguém sabia direito, mas depois de um tempo uma moça que ia descer no MAE (aliás, como é bonito o MAE...) me disse que aquele ônibus não ia até a FAU, que ele ia para fora da Cidade Universitária, e que eu ia ter que descer no próximo ponto e ir andando até aquele prédio verde e esquisito. Mas eu devo ter errado o cominho, ou ele era estranho mesmo, porque depois de alguns minutos de caminhada eu cheguei a uma praça muito estranha com uma estátua enorme de um cavaleiro, e avistei o prédio amarelo esquisitíssimo do IEE (que falado fica algo como i-ieiê) que outro gentil passante havia me aconselhado a contornar... Contornei o tal do instituto e fui andando por uma porção de ruas muito calmas, mas não tão agradáveis quanto as de antes de chegar à praça, e eu enquanto andava tinha vontades de puxar conversa com qualquer um dos grupos de passantes e de fazer uma porção de novos amigos... Esquisitices à parte, quando cheguei à outra praça, fiquei ainda mais perdida, e um terceiro gentil passante me indicou o IO com simpatia. Saí correndo até a sala. Foi cansativo e estranho, mas tão simpático... Acho que, se eu estudasse na USP, ia passar muito tempo passeando, explorando... Eu até gostaria que você me acompanhasse, você que é gosta de explorar e aventurar-se e se deixar levar pela curiosidade... Mas acho que gosto disso de não ter você. Assim eu posso me perder, me deixar levar pelo meu mêdo incoerente... No final, foi uma ótima aula, um ótimo dia. Então, sim, eu estou bem. Não importa que eu pareça ser a única...

Inutilidades

You Were a Fox

A good observer, you often watch others while remaining unseen.
Cunning and courageous, you also have a gentle side.


You Are Sunrise

You enjoy living a slow, fulfilling life. You enjoy living every moment, no matter how ordinary.
You are a person of reflection and meditation. You start and end every day by looking inward.
Caring and giving, you enjoy making people happy. You're often cooking for friends or buying them gifts.
All in all, you know how to love life for what it is - not for how it should be.


Your Pirate Name Is...

Bloody Left Eye Lisa


Your French Name is:

Fayme Binet


Your Monster Profile

Cursed Nightmare

You Feast On: Pie

You Lurk Around In: The Backseats of Cars

You Especially Like to Torment: British People



Your Life Path Number is 8

Your purpose in life is to help others succeed

You are both a natural leader and a natural success. You are also a great judge of character.
You have a head for business and finance. You know how to make money.
A great visionary, you can see gold where other people see nothing.

In love, you are very generous - with gifts, time, and guidance.

You love to inspire people, but it can be frustrating when they don't understand your vision.
Great success comes easily for you. But so does great failure, as you are very reckless.
You are confident, and sometimes this confidence borders on arrogance.


You Should Rule Mercury

Close to sun, Mercury has very long days - and is rarely visible to the rest of the solar system.

You are perfect to rule Mercury, because you live for the present - and can truly enjoy a day that goes on forever.
Like Mercury, you are quick and elusive. Your wit is outstanding, and you can win any verbal sparring match.

Some people see you as superficial, but in truth, you just play many roles and have many interests.
A great manipulator, you usually get what you want from people. And they're happy to give it to you.


Your Hidden Talent

You're super sensitive and easily able to understand situations.
You tend to solve complex problems in a flash, without needing a lot of facts.
Decision making is easy for you. You have killer intuition.
The right path is always clear, and you're a bit of a visionary.


Your Eyes Should Be Brown

Your eyes reflect: Depth and wisdom

What's hidden behind your eyes: A tender heart


Your 2005 Song Is

Boulevard of Broken Dreams by Green Day

"My shadow's the only one that walks beside me
My shallow heart's the only thing that's beating"

In 2005, you bummed everyone out. Like you care.


Posso falar? Esses testes me descreveram várias vezes como o oposto do que eu costumo ver em mim... Eu até fiz aquele do Internal Room, mas nunca tinha uma resposta sequer parecida com o que eu estava pensando! A primeira coisa que reparo ao entrar no quarto seria o assoalho de madeira, e o cheiro de couro velho... A paisagem lá fora seria a de uma floresta ou de um rio... eu me sentaria no chão perto do fogo... eu decidi ignorar o rsultado do teste porque ele disse que eu só me apaixono por pessoas que me fazem "keep guessing", o que obviamente está errado... sei lá, esses testes, viu... ¬¬''

esboço de post que eu não tenho saco de desenvolver

Que acontece comigo, que tantas vezes disse que não te amo, e tantas outras sussurro que tanto te quero? Que acontece comigo, que tantas vezes me desvencilhei dos teus braços, apenas para que agora pudesse a todo momento querer desespareadamente o teu abraço? Que acontece, que digo que não te verei, e ainda assim espero o dia inteiro pelo teu vulto no vulto de cada pessoa que passa por mim...? Que acontece, que nesse vento gélido todo o meu corpo reclama o teu calor? Que andando neste vento gélido quase sinto a tua mão na minha, que quase me aqueço com o calor dos teus sussurros... Explica-me, decifra-me, me diz se me cativar é tão fácil e sem sentido quanto me pareceu ser cativada...

domingo, 20 de agosto de 2006

No regrets, no merci

My dreams are faded images of a pheonix in the sky
They are phantoms of an era when dreamers could fly
And they make my heart unconcious of this burning flame inside
But this burning flame is burning what's left of my human side
And it feeds from your deep eyes:
You are chasing me, and teasing me, invading me through my eyes
Thus this burning flame consuming what's left of my endless sky

So I saw my blade into your throat
No regrets; I know
no merci

I saw my hands covered with blood
Your regrets deserve
no merci

I felt like I was causing pain
I saw your tears come down your face
At last I saw the world unruled
When I saw my dreams come true
Mercilessly nude
With no regrets


E agora?...
Estou olhando pra você, você que me olha com esse seus olhos devastadores...
E apenas consigo imaginar que você tem plena consciência do que faz. Que você espera fazer. Olho nos seus olhos e o que vejo não bate com suas palavras. Sua paixão agora é insensata, e não há mais aquela antiga pureza que eu tanto admirava. O seu desejo agora é inconstante; sua dor é trêmula, como uma flâmula. O poder que você ainda irradia agora não parece dizer nada. Caem os velhos símbolos ao nosso redor: e você, fera e criança em um só, parece não ver nem limites nem caminhos a seguir. O mundo lentamente descarrilha ante o seu olhar destruidor. Por um instante eu penso que o odeio, mas rápido lembro do seu carinho enigmático... É que às vezes neste mundo você consegue ser ainda mais cruel do que nos sonhos...

Não tenho mais piedade ou pena, mas ainda às vezes, quando estamos todos tão próximos, quase posso sentir um coração batendo gravemente. As vozes murmuradas, os olhares distraídos; parece tudo um pouco errado, insatisfeito. Mas a compreensão passa ao largo, e afogo-me em mim mesma, onde tudo é seguro -- até mesmo o desejo.

And these rubber bands round my soul
They keep me from falling...


Hoje foi divertido, rimos, vimos filmes, conversamos, como sempre. Mas acho que eu estava muito cansada. Ou algo estava muito errado. Eu precisava simplesmente deitar no teu peito e deixar-me ficar. E foi isso que fiz. Quando eu estava me sentindo fraca ou idiota (eu falei muitas idiotices hoje, por algum motivo), agarrava-me ao teu braço e a um ideal qualquer representado por ti. E murmurei ao fim do dia, apenas para mim: today was a good day, and still I am feeling awfull... Acho que meu corpo está um pouco fraco para toda essa inconstância...

Mas olha, todas as vezes que virei as costas e me afastei de você foi por incompreensão do que acontece com você, e um pouco de mêdo de um esboço de compreensão que faço. Não quero me estender no assunto. Mas algo nos seus movimentos me deixa em estado de alerta. Algo me deixa atenta, porque você é um pouco perigoso...

And then I stop wandering and I remember you. And you are there and there's just you and me... But there's something still between us. Some unconcious part of us between us, keeping us apart from our true us... And I can't help thinking we could just drop it, let go of this act, let go of these rules of conduct and just live a little... Je sais que tu comprendre que j'ai besoin de toi, que j'ai besoin de tes mains sur mes mains, j'ai besoin de tes yeux en regardent mes yeux. J'ai besoin d'entendre ces mots que me faitent oubliée de tout... Fly me to the moon, babe...

quarta-feira, 16 de agosto de 2006

De fato, o mundo vira devagarzinho...

Os dias têm sido esquisitos. Por que eu me sinto tão tranqüila... Parece que não preciso mais me preocupar, que tudo vai acontecer e que o que quer que seja vai ter seus momentos bons. Não tenho mais mêdo do futuro. Vai dar tudo certo... Todas as possibilidades são plausíveis, todas são interessantes. Não sei o que vai acontecer, mas não tenho mêdo de falhar. Mesmo que eu esteja prestes a tomar uma decisão que provavelmente vai definir como será minha vida nos próximos anos.

E sabe o quê? Não querer realmente fazer USP é um sentimento totalmente alienígena. Eu me sinto uma desertora da raça humana toda vez que me vem essa idéia esquisita. Mesmo assim, ela parece tão interessante... E na verdade eu sei que eu teria que querer isso com todas as minhas forças pra acontecer... ainda estou pesando as possibilidades...

O melhor sentimento, na verdade, é esse de que tudo está no presente, aqui, agora, assim. Nada me surpreende de verdade, porque tudo está tão equilibrado, tão perfeitamente balanceado, que não consigo sentir desespero, e não me preocupo mais. Meus pensamentos e meus problemas são todos presentes, o tempo prsente, os homens presentes. Nada no meu passado quer me engolir, e o futuro também não propõe nenhum apocalipse. E acho que mesmo o apocalipse haveria de ser divertido. Tudo está tão certo...
Só os carros ainda me torram a paciência, fazer o quê.

Estou um pouco distraída, aulas e mesmo blogs não chamam muito a minha atenção. Mesmo assim, acho que estou entendendo quase tudo. História continua sendo um problema, e o trabalho de geografia tem de ser começado, mas o resto está indo bem. Meus objetivos primários são começar a arranjar exemplos pros causos que conto e prestar vestibular. Mas não estou realmente aflita com um ou outro...

E não sinto saudades de nada. O que é estranho, porque tenho vontade de cantar, e canto músicas de saudades, mas não as sinto, não dá tempo de sentir saudade... Acho que vou ser feliz, acho mesmo. Tudo está tão bonito...

Por fim: recomendo o filme Zuzu Angel, que está nos cinemas agora. É lindo, por mais estranho que seja, é trite mas cheio de esperança, e esclarece coisas inesperadas... além do mais, aquelas roupas são o máximo :þ

Boa noitee ^^

segunda-feira, 14 de agosto de 2006

Perdoa-me — coração aos pulos

Não queria que fosse assim. Queria me libertar, queria poder voar, mas não queria assim. Na perseguição dos meus sonhos, passei por vezes por campos que desconhecias. Fugi de ti, fugi, escapei do teu amor nos únicos lugares em que não me encontrarias. Mudei meus hábitos, passei a chegar em casa mais tarde, a chegar por caminhos diferentes, a andar com pessoas diferente; recusei-me a aceitar teus imprevistos e revoltei-me sem senhuma precisão de revoltar. Eu sei que fiz vários esforços para me afastar dos teus domínios. Esqueci-me deste teu lado humano, esqueci-me de que é preciso cuidado. Tentei te desafiar, quis ignorar teus conselhos, quis costurar minha própria fantasia e, na verdade, nem tentaste intervir. Foi tudo silencioso, eu só queria provar pra mim mesma, pra mim e não para ti, que na verdade eu sei fazer as coisas por mim mesma. Eu tentei me libertar de ti, tentei cortar este cordão umbilical, inventei meus próprios caminhos e fui pra casa sem pedir a direção. Tentei ensinar caminhos aos meus irmão, aos meus amigos, tentei ganhar respeito, tentei cuidar de mim. Conversei contigo de igual para igual, ri das tuas piadas, te abracei quando estiveste triste. Tudo para me livrar de ti, desta influência assoladora que me faz me perder na dúvida: será que sou eu que falo, ou será tua esta voz? Tentei de tudo pra me libertar de ti. Cheguei tarde em casa todos os dias, sem sequer explicar o porquê dos meus atrasos. Tentei até mesmo me aproximar de ti, na esperança de que a proximidade diminuísse essa minha credibilidade infantil, assim como a tua desconfiança de mim. Admito que cada passo para longe foi minha culpa, minha vontade, mesmo que nem sempre consciente. Mesmo assim, não era isto o que eu queria.

Perdoa-me. A culpa que sinto, eu sei que não chega aos pés da tua aflição. Eu menti ao dizer que esqueci; na verdade, quando ia para casa até pensei, preciso chegar antes que mamãe se preocupe. Pensei até, e o teria dito em voz alta se não parecesse inútil, quando nos encontramos. Será que ela se preocupará? pensei, mas não quis acreditar, e tanto não quis que não acreditei. Queria esse resto de liberdade, nunca mais ter que fazer qualquer coisas debaixo da tua grande asa. Me deixei esquecer, me deixei negligenciar o cuidado mais essencial. Na verdade muito do que conversamos não teria vindo à tona se eu tivesse tido a devida responsabilidade. Por isso, arrepender-me é difícil. Tudo é difícil. O que sinto agora é nojento, e nem um pouco gostoso. Meu mêdo é que com o tempo eu repita o mesmo erro (outra vez), e sob o mesmo pretexto. Perdoas-me?

Marina: olha para mesa, começa a chorar, e deixa os seus sonhos escorregarem um pouquinho em direção ao abismo infinito
Sent at 21:04 on segunda-feira

Se me quiseres perdoar, perdoa também a necessidade que sinto de ficar assim longe de ti. Perdoa também isto: lembrei-me agora do que me levou a querer, no ano passado, ir fazer faculdade em alguma outra cidade, longe de ti, sozinha. Perdoa minha solidão. Perdoa meu afastamento. Perdoa as minhas estranhezas e loucuras, perdoa-me por não me envergonhar de nenhuma delas, por conviver com pessoas tão assim tímidas, por nunca fazer o que gostarias. Perdoa a minha negligência, perdoa a minha falta de interesse nas questões que fazem tua vida. Perdoa por ser menor do que poderia ser, e por não me envergonhar disso também. E por não manter perto os bons amigos. Perdoa-me por me sentir mais tranqüila entre meus amigos do que jamais me sentirei em casa. Perdoas-me?

Olha, eu vou me perder, eu vou me machucar, mas cada palavra tua me dá mais vontade de cometer erros e sentir as melhores e as piores coisas. Perdoa-me por não ouvir o que dizes. Perdoa-me por ser tão insensível. Perdoa-me por não te compreender, e também por ser tão incompreensível. Perdoa-me por sentir-me presa, perdoa a minha dor, perdoa estes meus pedidos de perdão. Minha vida está nas tuas mãos — e eu vou continuar lutando para escapar dessa dívida impagável.

Eu te amo, mãe. Perdoa a minha impaciência... é que o céu parece tão bonito, e eu não consigo aprender a voar...

De que me valem palavras quando o que quero é o silêncio?

Para ti.

Acabei de passar pelo blog do meu irmão (de sangue) e li algo que eu mesma poderia ter escrito. Achei que valia a pena mencionar. Leiam.

Sobre o mesmo tema, acho que acho o seguinte (e por isto o título):
Quando estamos distantes de quem amamos, sentimos algo diferente, algo que aperta o peito, mas de uma maneira estranhamente menos terrível do que quando estamos frente-a-frente. Digo, sentimos uma saudade, é estranho, sentimos o que normalmente chamamos de amor. Por isso, quando conseguimos falar por msn ou sms, mandar um e-mail ou um texto em algum blog, uma forma qualquer de comunicação indireta, talvez até uma carta ou telefonema, essa ligação, essa aproximação à distância faz aflorar um sentimento bom, de carinho, que podemos extravasar em palavras, e palavras somente, porque não podemos fazer nenhum tipo de gesto verdadeiro.
Isso tudo quando estamos com o coração leve, pelo menos. =)

O que quero dizer é que, quando estamos juntos, não só não temos necessidade de dizer nada, como dizer parece inclusive estranho, porque não sentimos aquela saudade, aquela falta. E até porque aquela alegria arrebatadora de estar junto se traduz em outras linguagens. Acho que é exatamente quando essas outras linguagens se tornam estranhas que as palavras ficam necessárias. Quando falamos de companheirismo, num sentido bastante puro, as palavras são... extraordinárias...

Necessário, somente o necessário
O extraordinário é demais!
Necessário, somente o necessário
Por isso é que essa vida eu vivo em paz!


Eu adoro o Balú... ^^ Talvez a Disney nao vá salvar o mundo, mas que ela pode ajudar, pode... :þþþ

domingo, 13 de agosto de 2006

Vou lembrar-me, doravante:

Os sonhos são traiçoeiros
sutis como pensamentos
obtusos como falsos silogismos.
O que importa é a verdade
do sol batendo em folhas contra o céu
e o vento ventoando cata-ventos
e as cores colorindo sonhos verdadeiros...
Quero sonhar contigo um sonho juvenil...

Vou lembrar-me, doravante,
de que seguir adiante
vale mais que tentar remendar o que já foi.
Vou lembrar-me, doravante,
de desconfiar dos sonhos
e de confiar no mundo.

Parei. Ajoelhei no chão, em seizá (se é q é assim), tentei entender quem eu era aqui e agora. A janela aberta, vi a luz do sol, pintando de verde-claro as folhas contra o azul exultante do céu vespertino. Era Paz, era o Infinito, resquícios da beleza da Perdição, mas muito mais alegre. Era Vida. Olhei para minhas mãos em concha. Quase podia sentir aquela água cristalina, aquela água doce escorrendo por minhas mãos, e a Água me tranquilizou. Diante do espelho de meus sonhos, eu nada tenho a temer... Sorri para o sol, o céu, as árvores e os pássaros. Sorri, e molhei meu rosto naquela água feita de luz e sonhos. E senti o frescor da água, e senti em minhas mãos os meus cabelos e senti em minhas mãos os teus cabelos e o teu cheiro. O cheiro do vento girou suavemente o catavento à frente da janela e eu sorri.

Entendi então: essa paz é porque, não importa o que eu faça, não existe certo ou errado. Tenho de seguir adiante, porque não se pode voltar atrás, e tomar um outro rumo naquela encruzilhada. Olha, havia um Belchir, sim, agora não é mais, eu penso. Se você quiser alguém pra ser só seu, é só não se esquecer, estarei aqui. O mundo é único, e é só isso: o sol batendo nas folhas e o vento a girar as cores... Khalmir tem o tabuleiro, mas quem move as peças é Nimb!

Valeu, maninho. 'Cê sabe que eu te amo. =)

Quando o sol bater
Na janela do teu quarto
Lembra e vê
Que o caminho é um só.

Porque esperar se podemos começar tudo de novo
Agora mesmo
A humanidade é desumana
Mas ainda temos chance
O sol nasce pra todos
Só não sabe quem não quer.

Quando o sol bater
Na janela do teu quarto
Lembra e vê
Que o caminho é um só.

Até bem pouco tempo atrás
Poderíamos mudar o mundo
Quem roubou nossa coragem?
Tudo é dor
E toda dor vem do desejo
De não sentimos dor.

Quando o sol bater
Na janela do teu quarto
Lembra e vê
Que o caminho é um só.

"Agora eu lembro porque eu tenho que dizer que te odeio"

As aspas são porque o que eu ia escrever não tem nada a ver com o que vou escrever.

Estou triste... Eu sei que essa tristeza vai embora quando eu sair lá fora e ver o céu azul, mas isso não me deixa menos triste agora... Não, me deixa ainda mais triste, porque tudo parece tão sem sentido... E nem posso te culpar...

Este ia ser um daqueles posts em que eu tento explicar prà minha mãe porque ela não pode me dar conselhos... Era um texto bonito, eu ia me orgulhar de escrevê-lo; daqui há um ano eu ia estar lendo posts antigos e pensaria "que post bonito" e ia me orgulhar de mim. Eram palavras bonitas, bem colocadas, quase um poema - mas não era verdade. A culpa... a culpa não é sua...
A razão dos seus conselhos doerem tanto, não é só que eu acredito em qualquer coisa que você disser. É que eu já estava pensando naquilo antes. O tempo todo. Eu fui assim, me perdendo por entre olhares cativantes, e quando cheguei no olhar dele apenas havia um companheirismo que eu queria reconquistar... Pra você talvez não faça sentido, mas você nào sabe a história toda, mãe. Nem eu posso te contar...

Olha, hoje eu acordei de um sonho estranho. Foi como uma adaga sem fio entrando no meu peito. Hoje acordei chorando. Com raiva, de mim, de você, de todos. Agora também eu não estou dizendo a verdade, porque eu sei que não foi apenas carência que me fez fazer o que fiz. Se fosse, eu teria que acreditar que eu cometi um grande erro.
"E quado eu digo grande erro eu quero dizer um erro imenso
Um erro tão monstruosamente grande
Que me faz me sentir tão insensível
Quanto Mara, que matou seus dois amores
Que matou seus dois anjos com as próprias mãos."

Hoje eu acordei e pensei que não estava feliz. Que aquilo era apenas tranqüilidade, era apenas contentamento. Hoje eu acordei chorando. No meu sonho, a Clarinha ria porque eu e o Charles não conseguíamos explicar pra ela a história da China, enquanto subíamos nas rochas pela praia. No meu sonho, um navio maravilhoso era levado pela tempestade até dentro da caverna onde tentávamos nos esconder, e quase nos esmagava. Todos iam embora pela tempestade, saindo temerosamente da caverna segura. A Lori ria, quando na caverna vazia uma onda mais forte me jogava em cima de você. Mas você não era quem eu esperava...

Você disse que o melhor talvez fosse o mais difícil. Mas não é apenas difícil, mãe, é praticamente impossível, insuportável.

Me chama, me chama, me chama...

Nem sempre se vê
lágrima no escuro
lágrima no escuro
lágrima... cadê você?


Eu não sei o que estou esperando... Apenas me contradizo -- prefiro não te ver todos os dias, mas cada dia, cada instante, eu penso que eu preciso de você. E em dias assim, em que eu consigo rir tolamente junto com vocês, tudo parece tão fácil e ao mesmo tempo é tão difícil... Pra você tudo parece tão simples, por que pra mim não pode ser assim? Por que eu não posso desencanar de tudo, por que eu não posso falar o que me vem à mente? Eu quero me libertar, eu quero seguir meus impulsos, eu quero você. Difícil dizer o que isso tudo significa. Eu quero poder olhar nos seus olhos, no fundo dos seus olhos. O que está contecendo? Eu vou me perdendo, me perdendo, me perdendo... Por favor, não se perca comigo, eu preciso de alguém que me seja como um farol. Se seus olhos se apagarem eu me perco nesse mar... Vem, me dá a mão, que eu não quero nunca mais ter mêdo... No tempo da maldade a gente... putz, eu não quero nem pensar em terminer esta frase...

Me dá um beijo, então
Aperta minha mão
Tolice é viver a minha vida assim sem aventura
Deixa ser
Pelo coração
Se é loucura então melhor não ter razão
Só falta te querer
Te ganhar e se perder
Falta eu acordar
Ser gente grande pra poder chorar


Agora não importam mais quais são as palavras, desde que seja a sua voz no meu ouvido... Por favor, cativa-me?

Um dia...

Nota de rodapé num emaranhado confuso de pensamentos irracionais:

Ouvi dizer que os hipopótamos azuis fazem "mu".
E que o céu azul acalma as tempestades.
Acho que sim — o céu azul sempre me faz sorrir. Hoje você me perguntou se eu estava cantarolante o foi só isso que eu respondi: "O sol está brilhante, o céu está azul"... Acho que às vezes a gente não precisa de motivos concretos pra ser feliz. Pode-se rir das próprias antenas, das meias dos outros, do papa intergalático, até mesmo de números de telefones...
Hoje vocês realmente conseguiram me fazer rir, me fazer esquecer qualquer coisa desagradável que eu pudesse imaginar. Uma vez vocês me fizeram rir tanto que eu comecei a chorar, e forcei a rir antes que alguém notasse que as lágrimas eram de verdade. Mas hoje eu estava feliz de verdade. Eu não tenho o que dizer — eu amo vocês. Um dia você vai entender...

Chegou a época de cantar aquela música sem palavras... Lembra? Disseste: "da próxima vez que nos encontrarmos, canta pra mim?", mas eu nunca cantei. Eu sinto falta daquilo, de toda aquela mágica que permeava cada uma das nossas conversas... Acho que ainda te amo. Perceba que digo ainda. Perceba que esta resposta é tão diferente da tua pergunta... Penso não nas versões-gosminhas ou no porrete mágico, mas na história das tartaruguinhas, na tua forma de me desconcentrar, no evil maharaja, e até num velho pacto... Sabe, acho que nós éramos mais honestos antes, quando finjíamos nem saber o quão errado tudo parecia. Fizemos um pacto, lembra? Um pacto que quebramos na primeira oportunidade. De certa forma, ainda que dormente, o amor que eu sinto por ti ainda é aquele de antes daquele pacto. Acho que nós morremos antes de viver. Meu amor de agora, eu acho, é pela vida, pela paz, pelo passado. É amor não por ti, mas por teus sonhos. Mas um dia, um dia, pode vir a ser por ti.

sábado, 12 de agosto de 2006

Posso falar?

Eu devo ser a blogueira mais feliz do mundo. Eu posso falar quase qualquer bobagem, um monte de gente legal lê, e ainda tem invasão de raposinhas ^^

sexta-feira, 11 de agosto de 2006

Dúvida (dívida)

Na verdade eu ainda acho que não te amo.
Mas outro dia eu estava sentada num banco de praça, esperando você chegar, e as horas e as sombras foram se tornando longas...

Minha tristeza é inexata

Eu tenho vontade de escrever uma história como as que o Cham escreve às vezes... Aquelas que finjem que são apenas sobre os personagens, mas que na verdade são sobre ele mesmo. Aquelas que são nacos arrancados da alma e firmados nas palavras. Aquelas que são completas, e simples, e cheias de um sentimento indefinido que talvez só quem pões sentimentos em histórias possa perceber, porque acho que é esse o sentimento. Mas eu não tenho mais forças para isso. Ao menos não hoje.

Eu não tenho motivos para estar triste. Isso provavelmente significa que eu estou apenas cansada, e que amanhã vai fazer um lindo dia de sol e eu vou estar cantarolando. Mas nada disso adianta, porque eu estou numa jangadinha tão pequena, e tão perdida, que não consigo ver direito o amanhã. Acho que estou com amnésia: não sei direito o que vou fazer nem o que vai acontecer comigo.

Quando você foi embora, eu fiquei ali parrada alguns segundos, olhando pro nada, sem pensar, sem sentir nada. Então meu coração voltou a bater, devagar, e eu sorri de uma forma que não sorria antes. De repente o futuro não importa tanto, porque o presente já é pesado, denso e difícil. De repente, meu futuro não me preocupa muito; o futuro vai ser bom, vai ser diferente, vai ser uma aventura. Amanhã, quem sabe, possamos rir e brincar como crianças aprendendo a crescer. No fundo, ainda me sinto um pouco criança, preciso ser prtegida, preciso de ajuda, não entendo tudo o que me dizem. Ao mesmo tempo, me sinto forte o suficiente para ir em frente, para ir aonde for preciso e enfrentar os desafios que me aguardam. De certa forma ainda sinto uma chama ardendo pela vida em mim. Meus sonhos estão apenas um pouco apagados -- mas, se soprarmos, podem acender de novo.

eu já não me pergunto se eu não sei por quê
às vezes o que eu vejo quase ninguém vê
eu sei que você sabe, quase sem querer
que eu vejo o mesmo que você


Eu queria dar minha vida ao mundo, lutar ferozmente por aquilo em que acredito. Mas em que é que acredito? Vejo meus sonhos voando no vento, como cicatrizes abrindo-se no meu peito... Minhas personagens sempre foram difíceis de explicar, e o sentido de suas vidas fazia pouco sentido até pra mim. Akira, por exemplo, não conhece nenhum sentimento positivo além da Plenitude. Se não existe paz e satisfação, para ele, tudo se torna ódio, mêdo, raiva, dor, nervoso, desconfiança. Kyiuri, por outro lado, compreende todos os sentimentos, mas lentamente esquece-se de senti-los, passando a apenas saboreá-los. A Lôba não consegue controlar seus sentimentos, não consegue tomar decisões importantes porque todas as opções exigem sacrifício de sentimentos... acho que é por isso que ela foge, volta ao mundo dos homens onde tudo é indeciso...

Na verdade estou divagando, ou eu nunca compararia esses três personagens, já que eles praticamente não interagem... Eu devia comparar Akira com Aragorn, Jolyn, Evanael, Idael, Meranael, LA e Mara, porque todos estes estão relacionados muito mais proximamente. Afinal, Mara é praticamente o oposto da Lôba , mesmo que elas sejam praticamente a mesma personagem. Mara, vivendo num mundo muito mais áfero, controla suas emoções, e age conforme a necessidade... ao menos depois da morte de seus dois anjos...

Sabe, um dia você me fez acreditar em coisas impossíveis...

Notícia Astronômica

Me pediram pra divulgar...
Aparentemente dia 27 de agosto, à meia noite e meia, Marte vai aparecer no céu do tamanho da lua.

Como se chamas na superfície do mar

Como se, na superfície do mar
Chamas me despertassem para a vida
Lambendo esta jangada que, perdida,
Sabe seu rumo, mas não seu lugar
Ou como se o fantasma dos meus sonos
Me despertasse para luas escuras
E escorressem dos sonhos amarguras
Gulas impuras, mêdos e abandonos
Seria assim, talvez, se tu gritasses
Ou se eu, por minha vez, nada dissesse
Arrancarias-me dos meus impasses
Eu nada sei do mundo, eu não o sinto
Mas talvez ao teu lado eu compreendesse
Pois já venceste -- a ti eu nunca minto.

terça-feira, 8 de agosto de 2006

Se não temores nasceriam do cansaço... e da solidão...

e o descompasso... e o desperdício... *suspiro*

Meus dias têm sido felizes ^^. Tenho acordado irritada com essa necessidade de acordar cedo, mas, de modo geral, depois de passar alguns minutos acordada eu sou invadida por um otimismo impressionante, e um exagerado bom-humor. Hoje cheguei na escola, sem me importar muito com nada, desenhei, dormi, fui pra aula... durante a aula de Física ri muito, por causa das bobagens que eu e a Luda falamos... =^__^= Depois teve recreio, e ficamos lagarteando no solzinho gostoooso... Tive aula com o Pedro, e em algum momento comecei a rir como uma idiota das menções que o livro ou o Pedro faziam a esta ou aquela coisa (eu ri tanto, mas taanto...). A aula acabou, e acho que fiquei na sala... Não sei, estava ligeiramente abalada... um pouco cansada e sozinha... u.u... então a Má veio conversar comigo, e os meninos começaram a jogar bola dentro da classe (alguém trouxe uma bola de rugbi) e tudo se iluminou, naturalmente ^^ A Thaís entrou bufando na sala mas logo se animou, dando aula, e eu não conseguia mais não rir do que quer que fosse. Cantava todas as músicas a que ela fazia qualquer referência, ria das piadas, mesmo as ruins, e fazia comentários bobos, colorindo meu caderno sem economizar espaço. No final ainda cantamos aquela música do Legião.

No almoço eu queria cantar ou sei lá. Cantei mesmo. Era algo mais ou menos assim, viajando por entre as folhas verdes, os troncos marrons, o céu azul e aquele vento gostoso...

Um som um céu um sol um sal de mar ... *suspiro*

Quero cantar. Não me lembro de nada mais da música. Lembro do vento, ô se lembro. E depois comemos e brincamos uns com os outros e rimos e falamos bobagens e estudamos geografia e matemática e tomamos sol e fomos embora...

A verdade é que todos os dias quando acordo eu não consigo nem pensar no tempo que passou. Eu rio com vontade e penso no que há de vir, eu penso no futuro, por mais que o meu futuro seja limitado ao fim da tarde.
A verdade é que o que me motiva ao longo do dia é uma estranha esperança, uma esperança de que em algum momento do meu dia, à tarde, quando eu puder finalmente me distrair de todo aquele conhecimento em conserva, você vai aparecer, sem nenhum motivo, talvez por mera coincidência, mas então eu vou poder te ver e isso vai ser suficiente...
Eu passo o dia pensando em bobagens pra te dizer, o que faria você rir, ou ao menos sorrir, ou quem sabe responder com algo tão absurdo que eu caia na gargalhada. Não importa. Qualquer coisa. E eu fico tão feliz que tudo acaba sendo mais divertido, que tudo vale mais a pena. Eu passo o dia tentando me divertir, fazer os outros rirem, tornar o mundo alegre. Eu quero amigos. Eu quero amar. Eu quero alegria. =^____^=

Tenho andado distraído,
Impaciente e indeciso
E ainda estou confuso
Só que agora é diferente:
Estou tão tranqüilo
E tão contente.


Mas sempre chega aquela hora do fim da tarde, aquela hora logo antes do pôr-do-sol, em que minha respiração acelera, o coração pára e os pensamentos perdem seu sentido, e eu começo a andar olhando para todos os lados, tentando ver em cada vulto de gente seu rosto, em cada mochila ou casaco largado, em cada barulho de voz, em cada silêncio, qualquer coisa que me diga que você está por perto. Claro que logo esse momento passa, o sol se põe e meu mundo se cobre de sombras -- mas, por um instante, todos os dias, eu acho que poderei te ver.
Não tenho mêdo: se você aparecerá ou não não depende de mim, nem de nada que eu possa controlar. Olho ao redor, não me resta nada senão aquela doce vida já conhecida. E o céu é sempre tão bonito...

Mas já estamos acostumados a não termos mais nem isso...
e meu caminho continua tão silente... Chego em casa, a noite é um mar imenso... Leio-vos, serenamente, e aguardo o dia de amanhã...

O dia de amanhã sempre chega com a suavidade de um riacho correndo célere. Corro com ele, e logo estou a cantar novamente. Que será, será...

E daí? daqui em diante
Todo dia vai ser o dia mais importante...
sabe, eu escrevi isto faz um tempo já. não se preocupem muito com isto.

domingo, 6 de agosto de 2006

Estilhaços dos meus Múltiplos Reflexos

Há algum tempo, talvez três ou quatro dias, eu estava cantarolando, como sempre. E cantando, inventando músicas bastante tolas, realmente tolas. Eu sempre faço isso, e geralmente esqueço as músicas dentro de duas ou três semanas... Mas essa música eu lembrei, meio que porque eu ouvi tanta coisa que me lembrou dela. Alguns pedaços dela se pareciam um pouco com isto:

Yeah, I'll give up my dreams
If you dream new dreams with me
And I'll give up my home
So you'll take me when you leave


Outros lembravam algo deste tipo:

I will give up my land
If you come with the tide
And I can give up my days
Once you're with me every night


E alguns, mais perto do final, me lembravam os versos seguintes:

And I could give up my past for you
So there'd be nothing else to tell
So if you're feeling like you say you do
Why don't you drag into your hell?


Ignorem a métrica e a rima, que eu sei que estão péssimas. Eu lembro dessa música porque quando cantei esses últimos versos, eu percebi que eu estava cantando algo diferente. A minha músicas costumam ser bem parecidas, mas esta tinha uma porção de elementos novos. Por exemplo, eu não costumo dizer que vou desistir da minha vida. Achei um pouco estranho quando eu cantei isso. Continuei cantando, claro, mas o estranhamento não passou. Eu também evito dizer que vou desistir dos meus sonhos, mas acho que já disse isso uma vez. Não, não sei se foi a letra da música que me soou tão estranha. Acho que foi a forma como eu estava cantando. Foi o fato de que por um segundo, por um instante quase imperceptível, eu realmente acreditei naquelas palavras.

Passei o dia um pouco doente, devaneando sobre as coisas todas, lendo FuruBa, pensando, pensando... Imaginei, de verdade, como as coisas poderiam ter sido diferentes, como eu poderia ter agido desta ou daquela maneira, e no fim cheguei à conclusão de que estava tudo certo.
Quero te agradecer de novo, tigre. Quero te agradecer do mesmo jeito de antes, de quando você falou algo sobre ficar bravo comigo, e eu disse "obrigada" olhando bem no fundo dos seus olhos. Quero te agradecer exatamente daquele jeito, por aquele mesmo motivo, com a mesma sinceridade. Você pode não ver sentido nisso, mas na verdade... eu tenho que te agradecer por ter feito isso por mim. O resto é conjuntural, vai ser esquecido eventualmente, confundido com as outras milhares de coisas que aconteceram ontem. Eu quero te agradecer por ter feito isso pra mim.

Eu tomei uma decisão hoje, enquanto me purificava, enquanto pensava, enquanto tossia. Eu precisava tomar uma decisão, para tomar nas mãos as rédeas da minha vida. Na verdade eu tinha tomado três decisões, mas não consigo de forma alguma lembrar da primeira. Por isso, vou refazer minhas decisões, até porque decisões esquecidas são bastante inúteis... Então é isto:
Em primeiro lugar, vou reaprender a dizer não. Quando alguém sugerir algo que eu não quero, vou simplesmente dizer não. Talvez isso fira os sentimentos de um ou de outro, mas é melhor ferir que enganar. Então vou simplesmente recusar, da maneira mais gentil possível.
Em segundo lugar, vou formar as minhas próprias opiniões a meu respeito. Não vou deixar que as opiniões distorcidas ou anacrônicas de outros influenciem minha decisões. Vou me preocupar menos com minha imagem, e mais com minha atitude.
Em terceiro lugar, vou simplesmente mandar calar a boca quem estiver me falando muita merda. Não posso ficar ouvindo todo o tipo de ridiculeza sem me alterar, então vou convencer as pessoas a pararem de falar o que não deve ser falado (a menos, é claro, que seja verdade...).
Talvez eu não consiga cumprir todos esses objetivos, mas objetivos servem para ser perseguidos, não é? Na medida do razoável... ... ...

Eu sei que tinha muito mais o que falar, mas, sinceramente, não me lembro. Ainda estou meio doente, que droga...

Mas amanhã ainda será algo disso

Eu não queria ter que pedir desculpas... mas me sinto tão culpada...
Mas ao menos agora sei porquê.

As coisas estão mudando com velocidade e fúria... acho que se não tomarmos cuidado, vamos nos perder com facilidade nessa fúria... É uma nevasca terrível com toda a intenção de mudar as coisas de lugar. Mas sabe o quê?:

Não sou eu quem me navega
quem me navega é o mar


Eu vou me deixar levar por essa correnteza. Serás minha correnteza? Eu me deixarei levar...

Porque eu estava conversando com a Lori, passando telefone sem fio, abraçando o Tu, papeando com o Cecci, ouvindo as histórias das meninas -- mas na verdade eu pensava somente em ti... O tempo todo, cada mísero segundo, eu pensava em ti. Será que é suficiente? Os dias escorrem por mim, eu tento reaprender a sentir... Mas a cada vez que te aproximas, parece que fica mais fácil respirar. É uma espécie de tortura, na verdade, e às vezes me pergunto, por que não chamar de amor? Me apagas e reescreves sem te dares conta: as mesmas palavras, os mesmos sentidos, mudam talvez apenas as ilustrações, e mesmo assim sutilmente. Por que então é que tudo me parece tão diferente...?

No fundo havia implícita uma estranha ruptura com o conhecido, quando ela me perguntou dele, e eu respondi vagamente, ele estava tão distraído, menos piadas e bobagens, mas não sei se posso afirmar... No fundo em tudo havia um grande receio, aquele mesmo mêdo de sempre, que todos nós temos, naquela pergunta que a Lori me fez (e da qual eu prefereria não ter nenhuma idéia de resposta...), nas piscadelas quase sutis do Tutu, nos rabiscos irreconhecíveis do Cham, nos chamados insistentes da Camilla, no sorriso discreto (ou pelo menos mais discreto do que o que normalmente se espera) da Luda, no movimento empolgado de ir-e-vir da Gabi (da sala à mesa dos fauis e de volta), nos falares vazios e olhares distraídos de tantos outros... No fundo, havia algo de vago, de inseguro, uma mistura de anseio e receio diante do futuro, esperando o inesperado.

Claro que tudo já estava mudando antes, mas agora é impossível não sentir. Não apenas nos fatos concretos, mas nos diálogos simples entre as pessoas; parece até que estamos aprendendo jogos novos, piadas novas... E eu me alegro ao perceber essa mudança: parece possível conquistar um pouco menos de pretensão, um pouco mais de liberdade.

Preciso dormir, na verdade. Ou vou continuar doente pra sempre. Boa noite, caros amigos. Boa noite, meus companheiros. Boa noite, dulcíssimos tigres. Boníssima noite.

Amo vocês.

Se amanhã não for nada disso
caberá só a mim esquecer
O que eu ganho e o que eu perco
ninguém precisa saber

quinta-feira, 3 de agosto de 2006

brisa gélida num dia escuro - 1

No fundo, o risco é tão grande que eu não consigo imaginar o mundo sem ele.
Digo que estou apostando em algo em que não acredito. Mas, de qualquer forma, eu não acredito em quase nada.

Você sente essa corrente de ar batendo de leve no seu rosto? Percebe como ela quase faz parte de você? Bom, hoje eu queria molhar o cabelo por causa do frio, então meu banho foi basicamente alguns minutos de olhar a água quente escorrendo por entre meus dedos. Às vezes eu acho que a água é tudo o que eu tenho. Todo o resto é vago, é indeciso, mas a água é real, é em si. A água não precisa de outra razão de ser -- ela é como que a base de tudo, a primeira coisa genuinamente real que existiu no mundo, ainda mais que a terra e as pedras.

Todo o resto é vago e indeciso. Todo o resto precisa de uma razão de ser. Eu acho que tenho uma razão de ser, assim como este mundo. Acho que o mundo, sendo assim tão grande e majestoso, tem razões que não podem ser questionadas. As coisas existem, não é necessário mais que isso. Mas e quanto a todas as coisas incompletas que criamos? E quanto a tudo o que fazemos?

... Eu nunca sei bem o que estou fazendo. Quando sei, não sei por quê. Se sei ambas as coisas, provavelmente é porque tenho uma motivação muito forte. Uma paixão de algum tipo. Por isso eu prefiro me apaixonar a ter segurança. A paixão é uma razão indiscutível para se fazer qualquer tipo de loucuras... mas eu não me apaixono...
O ano está acabando, e eu sinto dor toda vez que penso isso. Sair do santa seria fechar uma porção de portas, das que mostram as mais bonitas paisagens além... e talvez seja até esse mêdo estranho de não aproveitar essas oportunidades, que vào se acabar no devido prazo, que me faz procurar cada vez mais desesperadamente uma razão indiscutível para tomar alguma atitude...

Uma Pequena Contradição

(desculpe, não é bem de propósito...)

Não confie em mim.
Digo isso de antemão porque hoje meus sentimentos vieram todos em doses embaralhadas. Tudo o que me fazia feliz de certa forma também me preocupava, e o que me alegrava era também um pouco doloroso.

Hoje eu recebi a resposta que eu esperava. Mais ou menos do jeito que eu esperava. Foi tão aliviante quanto eu esperava que seria. Mas, sabe...
Eu recebi a tua resposta, mas ainda não recebi a minha.
Tenho a impressão de que não a receberei tão cedo, e isso me preocupa. Eu não sei o que fazer, não sei mais o que é certo e o que é errado, não sei o que é verdadeiro e o que é falso. Por enquanto, tudo tem sido apenas palavras e olhares... mas veja, eu quero saber o que disso tudo vale a pena.

Porque eu não sei se vai adiantar, se um dia eu vou aprender a amar, se um dia eu vou realmente encontrar meu Tigre. Agora eu fecho os olhos e vejo vocês tigres disfarçados rondando ao redor, em todos esses olhares, gestos, cartas. Conforme o dia avança se torna impossível evitar, não perceber as inúmeras possibilidades que você me dá, as inúmeras oportunidades que, por mêdo ou timidez, eu desisto de aproveitar...
Claro, eu poderia finjir que eu sou uma pessoa de princípios, mas eu não sei se ainda sou. Eu não quero parar. Quando você me olha, eu quero o seu olhar.

Me desculpa dizer tudo assim, mas eu achei que devias saber. Não confie tanto em mim - pois mesmo se confiares, eu ainda procurarei, mesmo que instintivamente, os olhos e os passos de um tigre na multidão. Não acredite nas minhas palavras. Eu não te amo, eu preciso te ver...

Eu tenho mêdo. Estou como que acorrentadas a enormes asas que me fazem querer seguir em outra direção. Mas tenho mêdo de seguir em qualquer direção. Vamos, por favor, vamos andar... devagar...

Parece que eu nunca vou saber o que eu quero na vida... e as apostas parecem todas insuportavelmente altas... quão boas são minhas cartas?

quarta-feira, 2 de agosto de 2006

A Long Fall and a Sudden Stop

...but then I opens me eyes and I notices there's air entering me lungs.