sexta-feira, 11 de agosto de 2006

Como se chamas na superfície do mar

Como se, na superfície do mar
Chamas me despertassem para a vida
Lambendo esta jangada que, perdida,
Sabe seu rumo, mas não seu lugar
Ou como se o fantasma dos meus sonos
Me despertasse para luas escuras
E escorressem dos sonhos amarguras
Gulas impuras, mêdos e abandonos
Seria assim, talvez, se tu gritasses
Ou se eu, por minha vez, nada dissesse
Arrancarias-me dos meus impasses
Eu nada sei do mundo, eu não o sinto
Mas talvez ao teu lado eu compreendesse
Pois já venceste -- a ti eu nunca minto.

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