domingo, 9 de maio de 2004

Alarara - sobre um coração

"But my eyes
they aren't as empty
and I cry
for what they lie

And my love
I isn't vain
It's insane
I'm ready to die"


Hoje... Eu estou me sentindo emocionalmente muda. Cega. Eu... eu acordei, e, num pensamento vago, lembrei dele.... sem poder lembrar do seu rosto. Não é estranho? eu ainda tentando me decidir se eu estava lembrando dele conscientemente, ou se era algo que não podia evitar mesmo(e nesse caso seria sincero), quando percebi, aterrorizada, que não conseguia visualizar seu rosto. Foi horrível.

Me recorda agora a imagem de um velho amigo de infância, o Vinícius. Ele era meu melhor amigo. Na verdade eu achava que ele ea meu único amigo de verdade, e que ele era a única ligação entre eu e o Cauã(só para constar, alguém sabe como o nome dele é escrito?), até um dia memoável em que eu e ele ficamos sozinhos, sem o Vinícius por perto, e fomos brincar de nave espacial na balança da pneu do Tangará... Eu tinha o quê? cinco, seis anos? E me lembro tão bem.. ^^ Como eu ia dizendo, o Vinícius era um grande amigo, que me fez mais falta que qualquer um quando eu saí do Tangará. Na verdade eu teorizo que ele tenha sido a verdadeira inspiração para que eu concebesse o Rafa, meu coadjuvante principal da Soule II... Mas, curiosamente, um dia eu reparei que não lembro da cara dele. Lembro de muitas coisas: cenas, acontecimentos, sentimentos, brincadeiras engraçadas, seus cabelos stupidamente louros, seus olhos abismavelmente azuis, e seu sorriso... Quando tento me lembrar do seu rosto, tudo o que vejo é seu sorriso, capaz de transformar tempestade em nasce do sol, ou vice-versa. Felicidade pura, perfeita, imaculada. Foi por isso que escrevi aquele parágrafo estranho, dia 22 de Março:
These days have been so empty, yet so fullfilled with feeling. Eyes of hours are blinking in the darkness of our dreaming. And I recall that only day - that only word, or phrase; in this case one single smile, enlightning your childish face. Maybe I'll forget you're living, maybe I'll forget this dreaming, and your voice will echo for enfinity. But even if I can't recall that sound that once I heard, I know this blue won't go away, I know I'll stay, I can't forget the meaning - true is, I can't bury that feeling, and it hurts like a zillion stars disappearing in the vade. And no one knows what it means, not even you. It's something sad; I can't recall your face, but I can't forget your eyes, and that pure and beautyfull smile. And inside me I'm still waiting for the day when all the pain of life will go away. How come I'm different? It's easier to believe everyone else is as bad as me.

Sabe... eu estava relendo uns posts antigos, e encontrei algo assim, em 06 de Março:
Acho que o pior é que algo falta na minha vida, e eu nem sei dizer o que é. Não é amor. Amor é a única coisa que me faz feliz de verdade, e eu tenho muito, por isso acho que eu sou feliz. But it's not the only thing... Tem algo faltando ainda, algo irreal, imaterial, conceitual, abstrato. Eu tenho tudo o que eu quero, ou quase tudo. O que não dá certo... Não era para dar, era?

É estranho até... Eu acho, só acho, que acabei descobrindo o que é esse vazio(no tempo presente, pois ele nunca despareceu). É que... amor... bom, amor é uma coisa estranhíssima. A princípio, é um sentimento perfeito. Amar a vida. Amar a qualquer um, indiscriminadamente. Eu sei que soa meio budista, ou o que quer que seja, mas não é. Por que é também esse ficar "querendo de tudo um pouco. Querendo o mundo." Um desejo inigualável de tudo. Quando você é despretensioso, é tudo perfeito. Mas chega uma hora na vida da gente em que não dá mais. Simplesmente não dá. Você começa a focar. E focar o amor, o desejo, é loucura. É terrível. Porque não adianta o que você faça seu coração e seu corpo, numa aliança cruel, vão escolher como alvos e alvos em potencial as pessoas mais absurdas, mais improváveis. Como eu já devo ter dito uma vez, o problema está em querer para si aquilo que não se pode ter. Os impossíveis. Os proibidos... =O.O=
Como eu já disse, quando se é despretensioso, tudo é perfeito. Você pode se apaixonar pelo seu avô(... que idéia estranha -_-'') e não vai acontecer nada. Mas quando você não consegue mais ser, tudo desaba. Aquela alegria vaza. Tudo transborda.
I can't take it. The burden of the world. It is heavy, spiky, poisonous. Life is becoming worse every single day. If I was a normal person, I would tell you I am fine. But I am not fine. I was fine. Two weeks ago, I was shining in this beautyfull world. Love was enough. It is not anymore.

Na verdade, já é demais. Está começando a pesar, machucando meus ombros que o carregam. O fardo de ser potencialmente feliz. Eu não entendo! Eu queria entender... Nós temos tudo para ser feliz, mas simplesmente.... Sabe, porque só às vezes? Por que não sempre? Eu queria abraçar vocês... Eu queria beijar você e rolar na grama fazendo buggle, para depois sair correndo como um cachorrinho feliz, com o Argus com aquela cara de lobo correndo atrás... aqueles cachorros todos lambendo nossa cara e nos cobrindo de baba, viscosa, doce, quente... E não só vocês que estão lendo isso, mas todas aquelas pessoas que eu amo...
To hell with society!; eu quero roubar você para um mundo onde não existam escritórios... Onde as pessoas respondam sorrisos com sorrisos e não com caras de incompreensão.

É estranho pensar que realmente eu consegui convencer as pessoas de que os sentimentos expressos nesse 8 de Abril negro eram dispersos, dirigidos ao mundo todo. Claro que não eram. Mas eu não podia deixar que vocês perguntassem quem eram os alvos. Ainda não posso. Ainda não... Mas esse 'você', esse 'você' que eu queria roubar destruindo a sociedade, era tão distante, tão absurdo, tão impensável, que acabou me machucando. Que eu preferia não ter que olhar paa ele, não ter que pssar perto dele, não saber que ele existia, a ter que lembrar que 'meu coração não desiste'...

"Meu coração não se cansa de ter esperança de um dia ser tudo o que quer...
Meu coração de criança, há só a lembrança de um grande amor de mulher..."


(para falar a verdade eu estou muito feliz que ele(meu coração) acabou se confomando)

Mas eu me recuperei disso. Reencontrei um equilíbrio, ou quase. Pode-se encontrar com facilidade, nos arquivos deste blog, o momento em que os posts passaram de felizes — embora mostrassem aquela sensação de vazio presente — para depressivos, e, depois, de depressivos para confusos. Confusos, note-se, não felizes. Mas algumas palavras continuam bastante verdadeiras, como esse trecho de, o quê? 14 de Abril...
eu devo admitir que estou mais feliz porque gosto de mais gente. E estou mais infeliz, também, porque amo mais gente, e mais intensamente. Uma das conseqüências disso é que qualquer coisinha dói como um zilhão de membranas rompidas. Outra é que um simples sorriso remenda cada uma delas.
Mesmo assim, e até sabendo que eu não tenho nada a perder, esse medo não se dissipa — e continua a destruir cada necessidade, cada profundo desejo...

Eu odeio o mêdo. Ele não serve para quase nada, e acaba com as nossas oportunidades...

Sabe o que é engraçado?
1. Eu encontrei aquele bicho-taturana esquisito de novo, e descobri que além de tudo o bicho ainda é inteligente!! =^-^= T'h'a'haha... ^^ *rr*
2. Eu descobri, aqui nesse blog mesmo, um trecho que dizia que — despite eu ter dito que ele era "doce o suficiente para não me fazer me sentir sufocada, nem humilhada, nem desprezada, nem esquecida, nem fraca, nem pouco, nem só" — eu morria de raiva dele... e o pior, eu sei porque. E o motivo ainda está lá, só que eu resolvi que não importa. Pphe! *balança a cabeça in disbelief*


Mas sobre o quê eu estva divagando mesmo? Ah, é... Então:
Quando você chega ao ponto absolutamente estranho de concentrar esse amor em um alvo único(o que eu ainda estou decidindo se é saudável ou não), você percebe que sobrou um grande vácuo, que antes era ocupado por esse bem-querer disperso, e agora não é ocupado por nada. É um espaço que não vai ser ocupado enquanto você não tiver certeza absoluta e sensorial(ou seja, sensível, não racional) de que o alvo gosta de você. Por isso é tão difícil.

"Por isso essa força me leva a cantar,
por isso essa força estranha..
Por isso eu canto, não posso parar,
por isso essa força, essa voz tamanha!"


Por isso essa sensação angustiante, de vazio, vácuo, uma saudade ilógica, uma questão de segundos. Segundos mesmo. Sabe aquela frase "você nem foi embora e eu já estou com saudades de você"? Pois é. Segundos. Instantes. Um fim de semana parece uma eternidade. D fact um resto de dia já é o suficiente para que a nova manhã seja empolgante, trazendo aquele pensamento fulgaz "eu vou encontrá-lo hoje", sabe...?

Sinceramente é uma sensação horrível. Talvez o problema seja só meu... acho que eu me sinto um pouco menos mal generalizando esse mal. Porque, sinceramente, não é bom. Não é gostoso. É só... uma coisa, que me faz me sentir muito estranha, com o corpo e o coração pesados. Cada batimento é longo, profundo, num vácuo. E eu sei que quando eu estou com quem eu gosto diminui bastante. E que quando eu estou com que eu amo dá até para finjir que não é nada e ficar feliz. E que quando eu estou com ele... dá para enganar que está tudo muito bem, obrigada. E talvez esteja mesmo... É engraçado, diferente de antes, eu consigo conter esse desejo bizzaro de pular em cima dele e morder sua orelha... ^^;; ... ¬¬ ... sem nem ficar com medo de olhar nos seus olhos... Mas a sensação continua, sempre, o tempo todo. No máximo, às vezes eu esqueço dela, como se esquece da fome, de um machucado ou de uma picada que estava coçando.

*pausa para se admirar da quantidade de sinceridade e coragem(ou talvez apenas despudor...?) usada na escrevinhação desse post*

"Oh, so I wish you were here
I just can't understand this unanswered fear
And no, there's no limits to love
I just wanna go through
Make everything I left undone
And you, you're the one that is dear
And I just want you to stay...
Or just you look this way...
And I'll be happy here "


*Pausa No 2 para lembrar, em tom de abismo, quem era o Tu Lírico original dessa música... Se bem que era meio impreciso... Aye, tempos bons... ô.ô...*

Nenhum comentário: