domingo, 26 de dezembro de 2004

Along with the Jackelope

"Thunder only happens when it's raining..."

It was a hell of a thunder tomorning.

Dioguinho querendo aprender a jogar RPG. Tão divertido... RPG é legal. Não tanto quanto pode parecer, mas legal. Legal.

A noite está escura. Estou cansada. Cansada e tranqüila. Durma, meu amor. Sonhe comigo. O tempo não pára. O tempo. Sei lá. Anjos. A vida. O tempo. Sono.

Sono.

Os anjos lá fora cantam para um novo dia. Um novo dia irá nascer, meu amor, e estaremos lá para ver. Para ver, para contemplar o nascer absoluto do Sol sobre um mar escuro! "Quero ver o pôr do sol, lindo como ele só..." Essa música me lembra da Amazônia. Morcegos. Lágrimas. Amazônia me lembra pôr-do-sol, morcegos, lágrimas. Uma viagem maravilhosa. Quando eu esquecia de mim, claro. "É um milagre tudo o que deus criou pensando em você..." Then I'd forget to weep. "Do not stand by my grave and weep, I'm not there, I do not sleep." Eu sou o vento que penteia as ondas, cantando, cantando, troll onisciente ignorante sobre estes morros, defenda-nos dos seres inimagináveis. "I'm like a thousand winds that blow." O sol queimando nossas peles vermelhas sobre o caminho, Vamos! "Na praia, apitou o navio..." Martins de Sá com suas ondas furiosas. Um cachorrinho! Um macaco. Eu vos amo. Eu terei saudades de vocês. Mas não muito. Das danças, das brigas, dos desenhos, das músicas. De ti. De tudo. "Do not stand by my grave and cry. I'm not there, I did not die."

A vida é tão bela quando se pára para pensar... A vida é tão sua... Tão tranquila... E um dia vai acabar. Você não tem medo da morte, do fim, do infinito? Os deuses têm medo da morte. A morte não tem medo. Quem sou eu para falar assim? Não sei. "O mundo vai acabar e ela só quer dançar..." Eu só quero dizer... que estou aqui. Estarei aqui ainda por muito tempo. Estarei aqui e quererei estar aqui. É uma pena, por outro lado, que este 'aqui' não exista concretamente. Curioso, não? Lobz - uma vida virtual. Eu não tenho certeza absoluta de que é a minha vida. Lobz. Pouca gente me chama de Lobz. Gente que me vê pouco, gente que ainda assim eu amo de certa forma. "Se tornaram amigas com um olhar, e se se encontrassem de novo, correriam uma para a outra de braços abertos." Mas ele vai para o Canadá. Canadá! E não vai voltar. E ela vai para os Estados Unidos? Não me importa mais. Vai chegar gente nova... Não vamos ficar sozinhos...

"Adeus ano velho, feliz ano novo
que tudo se realize no ano que vai nascer...
"

Queria dar "Feliz ano novo" a todos, mas... Some how I wished we weren't apart for so long... And yet I would never loose this chance of leaving... Eight days. Bloody long days. I wish day were... Ohn, I wish they were! Perhaps they will be. Quem sabe? Sei lá, viu, porque... Abóbora vicia. O ministério da saúde adverte.

De qualquer forma... eu posso ficar aqui eternamente divagando, para divertir meus leitores entediados. Wasais gostam de morango, mas odeiam beterraba! Quando se planta uma bela metáfora, se planta assim. O tempo não pára. "Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma, até quando o corpo pede um pouco mais de alma..." E ali nasceu uma bela mandioca, ali onde morreu Mani.

"Enquanto o Mundo Inteiro espera a cura do mal
a Loucura finje que Isso Tudo é normal
e Eu finjo ter paciência
O Mundo vai girando cada vez mais velos
A Gente espera do Mundo, o Mundo espera de Nós
um pouco mais de paciência...

Será que é Tempo que nos falta pra perceber?
Será que temos esse tempo pra perder?
E Quem quer saber?
A V.I.D.A. é tão rara, tão rara...
Mesmo quando Tudo pede um pouco mais de calma
Até quando o Corpo pede um pouco mais de Alma
Eu sei.
A vida não pára...
"

Acho que eu devia me chamar Mundo. Todo o Mundo também é o Mundo Inteiro. Faz sentido? Eu disse que abóbora vicia.

"tomorrow must be more
drink more dreams more bed more drugs
must lust more lies more head more love
more fear more fun more pain more flesh
more stars more smiles more fame more sex"


O tempo acaba.
"E agora, José?"
Fazer o que, temos de ir embora um dia.

Mas eu não quero. Não quero.

"i want the sky to fall in
i want lightning and thunder
i want blood instead of rain
i want the world to make me wonder
i want to walk on water
take a trip to the moon
"

Pra falar a verdade, o mundo não existe para mim. Ele é uma tremenda ilusão. O que acontece são corações e almas e corpos e mentes jogados no espaço. O resto são restos mortos de outros corpos e corações. As almas não se putrefazem. A mente se esquece da vida, e da V.I.D.A. E pensar que eu estava na sexta série...

Mas enfim. "Vou-me embora para Pasárgada."

Vou pro Paraíso.
Vou pra Cajaíba.
Vou pra longe de vocês.

Adeus!
Aos deuses.
O tempo roendo os vivos.
"Death ain't much."

Vou sentir saudades.
Amo vocês.
Feliz 2005!

sexta-feira, 24 de dezembro de 2004

Merry Christmas

Eu não sei escrever "chrismas". Natal. Feliz. Não importa.

Não quero falar sobre o Natal. Minha irmã vai fazer 20 anos depois de amanhã. Amanhã meus amigos passam por aqui, alguns pelo menos. Amanhà é Natal, tem festa.

eu quero falar sobre as duas coisas que esse título me lembra: Meriadoc e Ilhas.

Meriadoc porque o personagem Meriadoc (na verdade Kalimac) do Senhor dos Anéis tinha o apelido Merry (na verdade Kali). Meriadoc também é um nome do livro que estou lendo agora, O Rei do Inverno. Aliás um nome muito bonito. Isso me lembra também duas coisas. Bolo-fofo, Gwydion e Gwylaume.

Bolo-fofo era o nome do cãozinho da Lolita que eu mais amava, e que eu ninei para dormir, mas ele foi dado para um desconhecido qualquer. Gwydion é, nO Rei do Inverno, um Deus, e nAs Brumas de Avalon, o nome de Artur e Mordred quando crianças. Gwylaume é a minha aproximação de Guilherme -- William.

As histórias de Artur são sempre tristes. Talvez seja porque no final eles perderam coisa demais. Os cristãos devem chorar menos. Mas na verdade eu não sou cristã. Não de verdade. eu só só eu, só. Mais nada.

Ilhas. Vocês sabem que as Ilhas dos Ursos ficam bastante próximas da Ilha dos Ursos. E que existem duas Ilhas Chrismas? E que existe uma Ilha McDonald? E que existe uma Ilha da Reunião perto de Madagascar? Não dá vontade de fazer uma reunião lá? E uma das ilhas daqueles países-arquipélagos do Pacífico chama Fênix. Aliás, já repararam como o Pacífico é grande?

Vocês viram como o Dan ficou gato com o cabelo cortado? Sério, isso é unânime, não fui só eu que disse. Mantenho o meu voto contra cabelos compridos (fazendo exceções para o Artur e o Jackie, na verdade).

Estou com sono e preciso dormir. Vim aqui só porque está chegando o natal e eu provavelmente não vou escrever até o ano que vem, mas sinceramente isso não importa. Não quero partir! Não quero, quero ficar aqui pra sempre. Agora eu vou embora, até a próxima, meus leitores, sejam lá quem foram. Nos vemos por aí.

Nos vemos por aí.
Boa noite.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2004

Lá fora...

amor, uma rosa morreu, uma festa acabou, nosso barco partiu...

Não sei o que quer dizer. Lá fora um cão estava uivando quando abri esta janela. Aí ele latindo. Olha aí. O peito meio calado, assentindo com dureza a nihilidade da coisa. O mar é grande demais, a vida é grande demais, o latido é grande demais, a arte é grande demais. Não podemos explicar com certeza o que nos envolve, compreende?

O cachorro uivando de novo.

Pra falar a verdade, eu estou cansada.

Mas hoje foi... Quase perfeito.

sábado, 18 de dezembro de 2004

Deixa Eu Dançar...

Pro meu corpo ficar odara -- Minha cara, minha cuca ficar odara...

Hoje foi um dia BOM!
Por que bom? Não sei. Não sei o que me leva a escrever, a gostar, a respirar devagar e sentindo este cheiro de luz entrando por todos os poros este ar fresco inundando meu coração não tem fim mas entra mais deste ar puro e forte e Eu! Sou Deus!

Karnak. Hoje fui na Cultura, e enquanto passeávamos entre os CDs encontrei um do Karnak, chamado Estamos Adorando Tokyo, e Ri porque eu queria, peguei o CD na mão e li os nomes das músicas e Sosereiseuseforso eutesempreamovocê, meu querido, uma vez mais por me fazer encontrar essa música estranha e única e brasileira.

Mamãe detesta desenho japonês porque não traz cultura. Mas não é verdade; de qualquer forma quando ela disse isso eu não ouvira o "não" e achei que ela estivesse reclamando porque a gente não valoriza a própria cultura, mas eu aí percebi que estava escrevendo uma historinha capa-e-espada que é muito européia, e não dá, não dá.

"Felicidade é um estado de espírito"

Hoje de manhã, eu acordei, pensei em levantar mas dormi de novo. Reacordei às onze e meia mas a casa toda ainda dormia. Passeei um pouco até que meu irmão apareceu, aí eu resolvi tomar café. Meu pai chegou, começou a ler o jornal enquanto cortava o pão. Terminei o café, escovei os dentes, arrumei a ca,a, li os dois primeiros capítulos dO Rei do Inverno com muita calma e voracidade (o livro é bom, ôch...), aí fui tomar um bom banho lara começar o dia, por mais que fossem já umas duas horas da tarde, talvez até três. Alguns amigos da Talita haviam chegado para mais uma daquelas simpáticas sessões de Naruto, e, quando eu saí do banho, uma música gostosa, no melhor estilo Beatles, estava tocando. Fui me trocar de bom humor, o Cd dos Beatles correndo sussa.
E não é que, de repente, enquanto eu escolhia a roupa que iria vestir hoje, me vi surpreendentemente dançando sozinha, semi-nua, no quarto com a porta quase fechada (talvez não, por causa da meia de Natal), de olhos fechados, cantarolando porque eu não sabia a letra, alheia a tudo que não a dança e a música?! Dançando com força e energia, tanto que antes do fim da música eu já estava cansada, parei para respirar e continuar a me vestir. Foi muito bom! Dançar sozinha, só por dançar. Quem não sabe o que é isso?
Eu ria, bem humorada, liguei o computador e comecei a escrever, até que meu irmão falou para irmos embora, o Squick chegara e fomos para o shopping, arranjar os tais presentes de amigo-secreto.

A bem da verdade estou com medo, não sei se meu amigo vai gostar. Mas já foi.

No shopping encontramos o Yuri com sua mãe, Katia. Tinham que trocar um par de sandálias, e parece que aproveitaram para comprar presentes. Amanhã vou vê-lo de novo. Estou feliz! Estou de bom humor.
Acima de tudo, estou morrendo de sono.

Boa noite, wasa'his e ann'las.

Boa noite, liriidas g'alambra.

Boa noite, meu amigos.

Boa noite.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2004

Toca da Loba

www.tocadaloba.blogger.com.br

Precisa dizer mais?
Existem outras lobas, isso eu já sabia... Mas outra Toca?
Outra loba que goste tanto quanto eu da doçura das palavras rascadas num papel imaginário.?
Leiam, vá. Leiam.

Curti ^^

segunda-feira, 13 de dezembro de 2004


O Natal está quase chegando. Eu posso sentir: começa o tempo de acender luzinhas, de procurar pinhas bonitas, de desembrulhar enfeites. Começa o tempo de assistir filmes esperançosos, sobre amor e confiança nos outros, sobre alegria. Começa o tempo de arranjar presentes e empacotá-los com carinho. Começa um tempo de amor incondicional, em que as brigas são abandonadas. Não exatamente paz, mas pelo menos trégua.

Eu entro neste tempo andando confiante sobre a corda bamba. Alguns amigos me apóiam e me seguram, outros observam cantando por aí, ou apenas olham para mim com uns olhares precisos e preciosos. Lá embaixo existem lobos, tigres, ursos e chacais. Na verdade eu não quero cair. Eu quero seguir em frente, Jules, para não me afastar daquilo que eu amo. E eu amo todo o mundo. De que mais eu preciso?

Chego no quarto apressada, depois do filme... Tivesse eu chegado uma meia hora mais cedo..! Tivesse eu saído da sala para não rever o que já conhecia... Mas não, diacho, não tenho esse tipo de sorte. ¬¬" Queria ter, sabia? Olho para a tela do monitor. Naquele branco insuportável, vejo mais de quinze pessoas ali presentes, esperando talvez que alguém lhes dirija a palavra, provavelmente conversando entre si animadas... Mas a única pessoa com quem eu realmente queria falar saiu há apenas 32 minutos!

About Me

Eu sou muito bobinha. Mas às vezes não. Quando eu falo coisas certas eu fico com medo. Eu tenho medo de errar. Eu confio em mim mesma, mas não muito. As pessoas confiam um pouco em mim. Algumas. Algumas confiam muito pouco. Outras confiam quando eu estou feliz. Outras acreditam em mim, mas só uma, ou duas. A essas, eu agradeço. Um pouco de auto-estima às vezes faz bem. algumas específicas esperam demais de mim. Aí também não dá! Eu não sei ser a pessoa perfeita.
Essa é a grande diferença entre eu e o Yuri ou a Paulinha. Eles querem ser o filho perfeito, o irmão mais velho perfeito. Eu nem posso ser uma boa irmã mais velha, porque não tenho irmãos mais novos e minhas primas mais novas são... distantes da minha realidade. Não sei. Acho que nem elas me entendem nem eu as entendo. Não consigo me comunicar com elas direito. O que quer que eu seja, menina, o que quer que você seja. Mas eu não quero ser a filha perfeita, até porque se eu for melhor que meus irmãos, vou acabar me sentindo meio mal. O que acontece é que quando minha mãe nos dá broncas eu penso no que posso fazer para ser uma filha melhor. Às vezes eu faço algumas coisas só porque minha mãe acha que eu não vou fazer. Eu nunca prometo nada, porque gosto da idéia do produto ser melhor que a encomenda. Mas, sinceramente, às vezes não dá, sabe? Às vezes a gente precisa que alguém espere de você mais do que você mesmo espera de você. Foi assim que o Rodrigo me convenceu a fazer lição de casa. Foi assim que eu cheguei na prova final da OBF. Foi assim que eu...

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[este post foi interrompido pelo jantar e por um filme fofo]

Aniquilação

Ele olhou pra mim com aqueles olhos de pantera. Tinha uns olhos grandes, alucinados. Eu tentei ter medo, porque ele ia pegar este corpo e rasgá-lo em muitos pedaços, destruí-lo como uma criança pequena, eu imaginava tudo isso mas só conseguia achar muito interessante. Carpe noctem, um de nós sussurrou baixinho e nossas respirações se misturaram num cheiro imprevisível. Inspirei aquele ar confuso e não senti o cheiro. Olhava pra ele e não senti absolutamente nada por um tempo muito grande, até que ele chegou perto demais. Não senti dor.

Eu poderia contar-vos a história da minha vida. Eu poderia contar-vos desta vida. Poderia, ah, sim, poderia contar-vos de todas as nossas vidas. Poderia discorrer sobre a existência à qual nos submetemos. Poderia tentar explicar-vos minhas inúmeras vidas e mortes. Mas, não... Não sei se vale a pena. Minha pena, ilusão de um espírito que transcende a prórpria compreensão, rabisca traços de sua história, espada coberta de sangue reluzindo num duelo mortal - o último duelo de sua vida -, escudo derrotando o tempo e a água na consciência clepsada de sua existência. Poderia falar sobre o vazio e a plenitude que preenchem agora minha alma. EU SOU NADA.

Nada existe, percebem? Mu-ichibutsu! Se nada existe, como poderia eu, lôba-caçadora-carnívora-libertadoradesi, existir?! Não. A lôba que criou esta toca deixou-se morrer por ao menos um dia.

Lôba... Eu Kyiurise de asas abertas e coração branco para o mundo colorir sou, sim, white-squall entre tuas tempestade, menina negra no meu seio prateado.

Homens que povoam este mundo físico, tomem cuidado comigo. Eu Lôba, eu espírito transcendente acima das Soules, eu Kyiurise prateada envolta em luz. Tomem cuidado comigo e cuidem de mim, para que eu não transcenda o campo de batalha e me torne apenas uma pensadora. Não, o que estou falando, isso nunca vai acontecer! Ora essa, se só palavras recriam meus pêlos macios de Lôba adormecida...!

Deixe-me amar! Meu coração prateado é tão grande que cabe nele amor ao mundo inteiro! Deixe amar-te, gato-preto-dourado de sol e lua olhos que brilham iluminando um mundo onde não há sol... Deixa-me te amar, gato-peludo pégaso azul brilhante menino rindo feliz curioso e patso como ele só. Leixa! Meu amor é tão puro que não conhece barreiras.

"Com as asas leves do amor eu superei estes muros,
pois mesmo barreiras pétreas não são impecilho à entrada do amor.
E aquilo que o amor pode fazer é exatamente o que o amor ousa tentar."

Eu morri. Amanda Nebi morreu. Marin, a Loubah Zaty, desapareceu desta existência. Se ela renascer, será gloriosamente. Boa noite, meus caros amigos. Um beijo de adeus para cada um de vocês, seguido de um abraço tranquilo de bom dia ou boa noite.

Amo vocês.

Até amanhã. Ou até hoje. Mas até.

sábado, 11 de dezembro de 2004

One last time....

We lay down today... One last time... Until we fade away...

I living a dream, I'm not myself.

Não eu. Não eu. Olho nos olhos das pessoas que passam, um tempo que acabou sem começar.
Um tempo. Um compasso. Um tempo. Um contratempo. Silêncio.

Não sei quem sou. Eu? Não sou ninguém. Ninguém. Eu. Sei lá.
Ninguém é culpado. Também ninguém é inocente. O mundo não se escreve com tinta negra sobre papel branco, mas com cores mutantes sobre uma pintura. O tempo o tempo a mesma história de sempre. Quem sou eu?

Olho ao redor nada vejo. ele ali, aquela faca em suas mãos rindo e cantando mas dos seus olhos vertem rios de lágrimas. Nem sabe com que arma selvagem me assassinou. Ambos anjos e demônios. Ainda amor. Ainda ódio. Ele olha para mim e me assassina cada vez mais. Não ri, não se distrai. Pensa em mim e seu coração dói mais que o meu coração esfaquedo. "Mas você não é mais lôba."

"Você não é Golias."

Agora, quem virá das sombras recolher meu corpo carbonizado ao qual minha alma se agarra com tanta força? Vem, meu anjo, me diz quem eu sou! Não tenho nome, não tenho face. Queria ser lôba. Lôba da noite. Se não, temerei escrever nestas linhas a vida de outra pessoa! Tenho medo de tudo. Não tenho mais noçào clara de mim, e isso me assusta. Kyiuri. Duas almas.

Macally foi mais forte que eu, enterrando seus anjos e seus demônios. Viveu para caçar mais uma vez. Também eu viverei além deste dia! Me recuso a morrer apenas para ser feliz. Feliz! Uma vez me disseram que a felicidade é menos importante que a liberdade. São todos uns tolos. Dizem que lobos são monogâmicos, ao menos enquanto podem. Mas ainda assim, são tão tolos! Vai embora, cavaleiro negro, em seu názgûl cor da noite! Meu reino é tão grande quanto o seu! Talvez maior! Nele existe luta, existe guerra! Teus guerreiros são tão forte quanto os meus...? Nele existe esperança. Existe paz. Existe construir e destruir. Eu tenho medo. Não vou dar para trás, tem jeito. Mas estou com medo. Me recuso a morrer sozinha, gato preto. Me recuso!

Olhem para mim! Olhem para mim, pessoas que me lêem, e sintam o calor gelado que exala deste corpo animal. Estou com fome. Estou com sede. Sinto medo e desgosto e amor e culpa e desejo e alegria. Assim. Agora. A vida!

Não entendo nada.


P r e c i s o d e m i m.



P r e c i s o d e u m g r a n d e v a z i o .





P r e c i o e s t a r s ó , c o m o m u n d o . . .

segunda-feira, 6 de dezembro de 2004

Atento!


Para as pessoas que vieram me perguntar, super preocupadas, sobre aquele post que eu escrevi num dia em que minha vida parecia não ter razão de ser e eu não entendia porque, pois quando eu pensava na minha vida tudo parecia absolutamente bem, mas de alguma forma eu estava me sentindo realmente mal:

Eu sei que às vezes o mundo parece que vai acabar, mas vocês não me conhecem? Não sabem que eu aguento, que com um pouco de boa vontade é muito fácil me fazer sorrir? Y-chan conseguiu me salvar naquele dia (tá, eu sei, ontem...) com algumas frases e uma música. Eu estou bem, sério. Mesmo quando eu não estou bem, não significa que alguma coisa aconteceu. Às vezes eu escrevo meus sentimentos que não fazem sentido e não têm motivo e as pessoas acham que eu vou me matar, mas eu preciso só extravasar um pouco, escrever, transbordar, chorar, chamar atenção como uma criança pequena...

Eu sou assim mesmo, frágil, louca, intensa demais, e na verdade quando escrevo tudo parece ainda mais intenso, talvez porque eu diga a mesma coisa muitas e muitas vezes, de formas diferentes. Não se preocupem demais: não acreditem em tudo o que eu digo, e por favor não acreditem em tudo o que eu escrevo, pois muitas vezes meu pensamento se perde e tudo vira apenas poesia, poesia e música... Não se deixe levar pelas ondas inconstantes do oceano de sentimentos que eu despejarei eventualmente sobre suas cabeças. É sério! Não é só porque digo que estou morta que estou, realmente, morta. A maior parte desses sentimentos não dura mais que algumas horas.

Estou falando sério. Não se preocupem demais com essas crises passageiras.
Guardem sua preocupação para coisas mais importantes... ... ...

La vie, c'est belle...

domingo, 5 de dezembro de 2004

Ohn


A grande desvantagem de acudir uma mãe ràpidamente é que eventualmente as pessoas que conversavam com você vão embora........

Só para parar e pensar....


Sabe?
O mundo não faz sentido.
Veja só a minha vida.
Odeio férias.
Quero viajar...
Mas quero viajar com meus amigos.
Isso é difícil.
Quero ir até o infinito.
Quero chorar.
Quero explodir em zilhões de pedacinhos insignificantes e me dispersar em todas as direções.
Quero sair de casa e ir andando até a chuva cair.
Quero um abraço.
Quero outro abraço.
Quero um ombro.
Quero um sonho.
Quero algo novo, reluzente, que eu nunca tenha visto antes.
Quero uma surpresa.
Quero ser surpreendida.
Quero um gosto na boca que não seja de maracujá.
Quero sentir fome.
Quero me exaurir.
Quero jogar bola.
Quero algo só para mim.
Quero alguém mais para mim que para os outros... e que esse alguém seja você, meu amor.
Quero uma música nova.
Quero uma sensação nova.

Não, não!

Eu te amo
um amor assim
quase sem querer
Mas eu te quero
um querer sem fim
quase desesperado
Mas eu te espero
e essa esperança
é de que dê certo
o que a gente fez
e de que o suicida
esteja errado.

Acho que eu só tô carente. eu disse, eu quero um abraço que ninguém é capaz de me dar (não abóbora). Eu quero qualquer coisa que eu não sei se existe. Eu quero um sonho. Eu não quero um namorado, eu quero um Yuli, percebe? Eu não quero um beijo, eu quero...

*flashback*
Mãe: Marina, o que é namorar pra você? É dar uns beijos?
Eu: Mãe... Acho que namorar é ter alguém que é um pouquinho mais seu que das outras pessoas, e que tem um pouco mais que as outras pessoas...
*end of flashback*

Eu quero uma loucura.

"Meu amor, meu bem, sacie e mate,
minha sede de vampiro
senão eu piro
Viro hare-krishna (hare-hare-hare)
Não me desampare
ou eu desespero
Meu amor, meu bem me espere
até que o motor pare
Até que Marte nos separe
"

Eu quero luz.

A Rotten Living Body says:

Meu, Bohemian Rapsody é a música. Sinceramente...

"So you think you can love me and leave me to dye?"

Well, not that I think I can, but I kinda did, didn't I? And I could do it again... I almost want to do it again, just so anything diferent happens in my bloody borring life....
Eu adeio isso. Estou fraca, estou carente e estou entediada, o que é bastante ruim porque o tédio desperta toda a minha maldade. Mas eu não quero brigar... Eu quero amar!

Eu sinto falta daquele amor insano e desesperado, proibido, tão doloroso por ser tão profundo... Eu sinto falta da falta que você me fazia, e da alegria que me causava um segundo na sua presença... Eu sinto falta de pensar o dia inteiro em como conquistar você, o que eu tenho que fazer para te conquistar? Não sei, mas não dá para voltar atrás, e eu nessa fraqueza, nessa carência, quero algo que parece que ninguém no mundo pode me dar...

. . . Eu quero um abraço infinito e apertado, solitário para o mundo dos homens, único no meu mundo à parte, um abraço só pra mim, não subordinado às formalidades sociais e aos medos sem sentido. Eu quero um abraço que dure pra sempre e um milhão de beijos.
Sabe, esta noite eu tive um sonho. Eu sei que eu disse que todos os meus sonhos são ruins, mas esté foi bom. Eu sonhei com o colégio, ele fora reformado e agora o prédio do colegial tinha só o segundo andar, onde haviam inúmeros quartículos com as paredes cobertas de livros antigos e camas para os alunos. Haviam alguns pais de alunos lá também, e alguns professores. Nos quartos dos professores haviam mesas. A mãe da Camilla estava lá, no quarto da Clara. Era bem tarde quando chegamos, voltando de alguma viagem. Saímos por algum motivo, num grupo que incluía a Gabi, o Yuri, o Artur e uma menina de 12 anos que eu vi ontem num seriado, entre outras pessoas. Quando voltamos, passamos pela rua principal do colégio e os grupos de futebol já estavam formados, nós não tínhamos time. Estava escuro, de noite. O Yuri, a Gabi e a Menininha montaram um time com algumas outras pessoas. Eu estava já desesperada, eu queria jogar, eu tinha que jogar, simplesmente eu precisava do desafio do jogo ou ia morrer de abstinência, de fome, inanição. Comecei a gritar e berrar que ia atrapalhar os jogos deles, já que ninguém me convidara para participar de um time. Saí chutando bolas enquanto os times se dispersavam (menos aquele recém-formado). Fui ficando cada vez mais insandecida e desesperada, gritando, urrando, saí correndo saltando cercas e caindo rolando do outro lado, me levantando já correndo e gritando quando me aproximava deles, que eu não tinha time, que eu não tinha objetivo, Eu não tenho vidaa!, e saí correndo de olhos fechados, caí no chão, continuei correndo sem abrir os olhos até que a cerca ficou perto demais e eu tentei saltá-la, e o Artur estava jogando uma bola com dois molequinhos no campão, e eu tentei conduzir a bola para fora do campo para jogá-la em algum campo onde eu pudesse confundir o jogo, mas aí (eu já estava quase acordada) o céu clareou e o Yuri se aproximou devagar, e eu fechei os olhos com mais força para a luz do sol não entrar mas não adiantou, eu abri os olhos mas queria continuar sonhando...Tentei voltar para aquela noite, mas eu fechava os olhos e via o Yuri e o Artur, que haviam passado o sonho inteiro com expressões sérias, sorrindo num gramado verde luminoso, com uma cerca de ibiscos no fundo, e um irrigador fazendo aquele barulhinho engraçado em algum lugar...

Eu quero VIVER! Não quero dormir pra comer e comer pra dormir, eu quero amar... Eu quero rolar na grama, brincar de pega-pega... eu quero me envolver no seu abraço e chorar, sinceramente chorar...

Me salva, por favor, me salva. Eu quero ajuda, eu quero vida, eu quero me apaixonar...

Me pega no colo e me diz que me ama... Diga isso com fé, olhando nos meus olhos...

Sim, eu sou uma garota qualquer, que só quer um alguém que olhe nos meus olhos e diga com franqueza: "eu te amo"

Mas enfim, boa noite.

segunda-feira, 29 de novembro de 2004

Dançando na Chuva...


Eu quero postar alguma coisa alegre porque estou de bom humor. Amanhã verei algumas pessoas. Vai ser bom. Acordar cedo. Eu tenho sono! Mas não, não.

Vamos aproveitar que o teatro acabou e me dedicar aos meus outros amigos, aqueles que não vão pedir um beijo meu, que não vão me morder, que não vão dizer que eu sou um caso perdido ou me enrolar com histórias de "onde está a sua mãe". Tee-hee!
Estou de bom-humor. É bom ter tempo para fazer coisas inúteis, como mudar as cores de uma Bic-quatro-cores. Claro, eu quase cortei meu dedo fazendo isso, e acabei não fazendo meu estojo para lápis que era um plano mais interessante.

Uma árvore crescendo... Mary? Não gosto desse nome. Minha cã chamava (dizem) Mary mas eu achava que se escrevia Marie ou Merie. Merie eu gosto. Dona de casa? Eu rio, moleque, não posso ficar para sempre nas eliminatórias, vá! Por isso mesmo estou feliz. Feliz!

"Eu me flagrei pensando em você
em tudo o que eu queria te dizer
em uma noite especialmente boa
não há nada mais que a gente possa fazer?"


Cantando na chuva, dançando na chuva, estou feliz porque você me tirou para dançar, quanto tempo eu esperei só pra ouvir você me chamar para dançar, meu amor! Que fôssemos apenas música nós seríamos apenas música naquela água fria naquela chuva forte e relâmpagos! muito precipitado, muito insensato, muito súbito "Eu menti." E você acha que a Julieta disse a verdade? Rindo, rindo, deixa, menino, você disse que ia me ajudar a ser feliz... Não disse?

"E eu não quero ver você
com esse gosto de sabão
na boca
Arco-íris já mudou de cor
Uma rosa nunca mais
desabrochou..."


Sabe o quê? Dane-se. Estou de bom-humor.
Apesar de tudo, estou muito feliz, como não poderia deixar de ser.

Letras sem cor... Que triste. Vamos colorí-las!

Vamos!
Vamos conjugar

O verbo fundamental essencial
O verbo transcendente acima das gramáticas

E do medo.
O verbo sempreamar
O verbo pluriamar
Razão de ser e viver.


Yuli, meu anjogatopégasopassarinhomaninoirmãocogumelo ídoloparamigonamoradoouoquequerquvocêqueiraser,
eu te sempreamo!


Façam o que quiserem com estas palavras.
Boa noite, pássaros de vento! Boa noite, Mundo! Boa noite!

A despedida é uma dor tão doce que ficarei aqui te dizendo boa-noite até que seja dia...


...do começo.


Sobre o quê eu vou escrever hoje?
... Eu estou feliz. Feliz porque existe amor. Porque o amor mesmo que sofrido é Vida, é fome, é sangue porque vivo calor sem medo só um olhar fixo no horizonte. Eu estava sim olhando pro horizonte: meu horizonte era você. Você! Um copo de leite gelado, post-its amarfanhados eu juro que só queria vê-los sorrir. Eu sempre soube que quando eu resolvesse Ser alguém ia sofrer, e muito. Mas além da dor!, além do amor não existe chuva, a garoa caindo como as suas lágrimas, eu não queria te ferir, perdão, foi sem querer. Apesar de ter te feito chorar, gato-andarilho-negro, eu fico feliz por você poder amar. Me incomodava essa visão do amor ser ruim. E ainda assim, tudo tão triste.

Mas chega! Estou feliz. Feliz porque pude conversar horas a fio com meu irmão de escolha, porque minha irmã de escolha me deu o melhor presente que poderia me dar (além de duas peças de roupa muito bonitas), porque Eu amo Todo o Mundo, porque aqueles CDs da Maria Rita e do The Corrs são muito bons, porque eu sou EU, sou Lôba, nem rainha nem deusa nem AAaaaaahhhhhhh!!!!!!

Feliz apesar destas lágrimas. O mundo tem esperança? Acredito que o Bruno vai se resolver, que as pessoas com quem ele se preocupa vão ser felizes, mas será? E ele? Será que não foi dor demais? Será que eu não fui cruel demais? Será que... Será que eu não exagerei? Não quero ver meus amigos, as pessoas que mais me importam neste mundo, sofrendo, e ainda por minha causa! Não quero, não quero! Quero a Guanabara, quero o rio Nilo... Quero que você sorria! Quero que não chore mais... Não... o mundo não tem remédio... Mas eu tenho que acreditar que tem! Não vejo esperança, mas tenho que acreditar que vai dar tudo certo...

Eu não queria nada. Só não queria a morte! Perdão, meu senhor, eu errei. Kyrie eleisson. Alguém? Eu quero viver, não quero a morte, por favor... Por favor não me odeie... Eu te amo, não chora... Me perdoe, por favor...

Me deixa viver, por favor...

"Veja, meu bem,
Gasolina vai subir de preço
e eu não quero nunca mais seu endereço
ou é o começo de fim
ou é o fim..."

segunda-feira, 22 de novembro de 2004

A Moment of Peace

Um momento de paz, meu menino, ao menos um momento, nós dois merecemos...

Meu amor por você pede que eu te abandone, que eu me esqueça por um momento, que eu adormeça em seus braços, ah! Não seja louco, eu não te deixo sozinho na noite, tenho tanto medo... Um momento de paz, meu amigo, hoje é domingo, por um dia apenas vamos esquecer nossas diferenças e esquecer esse ódio, esquecer essa raiva, esquecer sobretudo a dor que é a única coisa da qual nos lembramos de fato, esquecer que não nos entendemos, que ambos quisemos demais, meu amor! Deixa que o mundo acabe sobre teus ombros... Deixa que nada mais seja desse amor... Porque meu amor é fragmentado, eros e filia não posso afinal amar-vos por inteiro, sois incompletos... Vejo agora, queria eu que vos fundísseis num só ser coeso e esse ser seria afinal perfeito, e eu não teria mais de sofrer...Não?

Me disseram mais de uma vez que eu só tenho medo. Sim, oh, sim, tudo me dá medo. A vitória, a derrota, o empate; qualquer solução, qualquer fim me assusta, me destranquiliza, sim, sim...
O ano passado eu não tinha medo, eu era alguém, mas por outro lado... Será que esse amor, que não tem motivo, que aceita todos os defeitos e que não procura qualidades, está tão errado assim? Por outro lado, será que eu não deveria me preocupar mais com meus amigos que trouxeram tanta coisa boa para minha vida?
Será que, no fim, eu saí perdendo? Desculpa, sem inimigos não há liberdade... E eu gostava, realmente gostava de ser tua inimiga, gato de botas! Nossas batalhas eram enfadonhas, mas no fundo eu gostava muito de tudo aquilo. Se hoje eu tenho gentes que me desafiam, me respondem, me conquistam, por outro lado perdi meu único verdadeiro inimigo... Se hoje tenho com quem lutar, não tenho quem ferir sem machucar... Perdi meu par, meu amigo, meu melhor amigo... Enfants... Ils ne sayent pas sûr que j'écrire, ne? Talvez você tenha razão, meu irmão, talvez o Yuri seja mesmo o único destes tolos que se salva, que ainda resiste como ser humano, mas, NÃO! Não dá, não posso simplesmente achar que esse modo de vida é pior que os outros... Tão perdido, perdidos...

A verdade é que todos temos algo de especial; algo que nos faz únicos.

. . .


Ou talvez eu estivesse já carente demais desse carinho infindável...

Ou talvez eu nunca tenha me sentido parte de grupo nenhum...

No fundo eu me sinto como aquele "excluído que almoça com outros excluídos" do cartaz. Acho que muita gente desse "grupo" (pode-se chamar de grupo????) só está nele porque não foi bem acolhido em lugar algum. E assim nos unimos, fracos e inertes, buscando com apenas nossos corações amor, música, beleza, liberdade, alegria, coragem...

. . .

Vocês não sabem, mas eu sou muito anti-social, às vezes. Tem dias, como hoje, em que eu queria não ter amigo algum. Sim, apenas para encontrar gente e fazer novos amigos com impulso imprecindível. Mas talvez eu esteja apenas bastante irritada com meus amigos. Meus amores. Na verdade, o sentido da palavra amigo já se perdeu para mim há muito, muito tempo. Amigo? O Dan, por exemplo. A Clara... ? Os outros são qualquer coisa que eu não consigo identificar. Tipo o Cham (começando sempre do mais complicado)... ele não é meu amigo, mas também não é mais que um amigo, e definitivamente não é apenas um colega. Então é o quê?! Raios, isso é muito chato! A Ludi também. Às vezes fico em dúvida se ela é minha amiga ou minha mãe... Mas aí converso com mamãe e percebo, realmente, que é só um jogo, um papel, e que ela não viveu o suficiente para ser mãe.


Mas ainda assim é tudo tão ilógico...

Eu não quero mais loucura, eu quero paz! Paz, por favor, um pouco de água... Água, água apenas, mais nada, não quero mais beijos, abraços, não quero mais cafuné, não quero dançar nem cantar, não quero mais. Quero um gole d'água, simples e indiscutível, água doce, limpa, refrescante. Quero dormir e fingir que essa música nunca tocou....

P.S.: Este post é, é claro, muito antigo e obsoleto, até porque uns dois dias depois de escrevê-lo eu desisti de postá-lo, e no fim da semana ele já estava tão longe... Mesmo assim, vou deixá-lo aqui para... efeito de recordação. Agora deixem-me postar essa coisa e ir escrever um post decente!

segunda-feira, 15 de novembro de 2004

"No teu tempo, nem haverá beijos."


E aí. Eu perdida no pensamento um beijo doce como o aroma das flores que me lembram nossas avós gato-almiscarado mas um beijo que nunca aconteceu. Na tua boca, menina, ficou o gosto do leite?

Estamos aí, pra o que der e vier, nesse dia branco se branco ele for, acorda amor, tem gente lá no vão da escada mas é carnaval e as máscaras para outras máscaras são apenas mais pele colada à carne dessa alma errada.

E formigas, milhares delas, andando pela parede em ritmo de velório!

No teu tempo nem haverá beijos.

Certo, não, que diferença de importância há entre passar no vestibular e beijar um amigo? Todos os meus amigos me rodeiam, estou no centro, todos eles têm rosto mas de certa forma eu preferia que não tivessem. Será que quem não tem rosto sofre mais por não poder chorar? Sabe a dor é uma coisa boa. A dor é a consumação do risco. E sem o risco, a vida não vale a pena.

Eu queria não ter dito tudo o que eu já disse, pombas. Mas já disse. Ficará o gosto d'alguma bebida exótica? Acho que não, que bebida seria mais ou menos exótica que o suor da tua face, gato-almiscarado, tigre, urso, leão, rato? A morte, que sugou o mel dos teus lábios, ainda não conquistou tua beleza. Ainda assim, tua beleza me atrai pouco. Perdida no fluxo de um sonho, Rainha Mab, Rapulzel. Nenhum deles tem rosto.

Ele sabe que eu posso dar-lhe tudo o que ele quer. Mas ouso dizer que ele quer demais. Todos querem. Só que ele eu quero quase tanto quanto. Isso é tão errado? O amor, também, é sem importância. Eu te amo porque te amo, não precisa ser amante. Entretanto o calor de tua face queima minha água e minha sanidade. Escolhi ser insana. Escolhi não sofrer? Os beijos, também, não são importantes...

Eu queria que tudo desse certo
Eu ouvi a Camilla cantarolando "A Lenda do Pégaso" e por um momento achei que ia dar tudo certo (ô música mágica...) Mas não sei, linhas, olhos, bocas, lábios com gosto de pólen, a morte espreitando um baile carnavalesco. Uma revoada de pombas brancas,

Eu quero uma liberdade qualquer que não sei se existe.

Mas vai dar tudo certo, tudo certo... Boa noite, liriidas!

quinta-feira, 11 de novembro de 2004

Raiva

Às vezes eu queria saber mostrar meus sentimentos melhor... Droga droga droga... Não, eu não tô feliz, agora. Eu tava quando abri essa janela. Eu tô brava. Brava com o mundo. É tudo muito confuso. Muito confuso. Droga, droga, droga. Raios. Droga. Algo deu errado. Muito errado. Algo está errado. DROGA!

quinta-feira, 4 de novembro de 2004

Guarda-...


eu sei lá. Uma das coisas que eu queria ter podido entender é a amizade. Nunca entendi de verdade. No ginásio, tanto não entendi que só pude chamar meus amigos de irmãos, tentando fazer parecer mais simples por associação. Associação? Nada, nada. Morto de medo. Esse ano, consegui entender, de verdade que entendi, foi tudo tão óbvio: "Amigos são aqueles que eu amo." Eu amo. Eu nunca entendi de verdade, quando me apaixonei, odiava que me chamasse de amiga porque amiga não podia te ter, te querer como eu te queria, te devorar, nem mastigar apenas engolir beber eu era realmente muito estranha. Será? Mas aí também foi bom, eu até podia entender a amizade por comparação ao amor que eu sentia por quem eu nem chamava direito de amigo, mesmo quando fui me desapaixonando do outro e querendo cada vez mais só um, e tudo foi ficando cada vez mais simples e lógico, até acabar.

O que tem depois do fim? O começo. O caos. Não gosto muito de começo. Gosto de novo. Novo porque a novidade, mesmo que seja um reencontro, sempre traz aquele arrepio na espinha, aquela empolgação inicial do devorar, do amanhecer. Variar para poder sentir uma puta saudade de casa, dos meus cachorros, dos meus amores, não vai viajar, vai, meu amor, eu não te amo mais mas bem que eu queria, bem que eu queria que o meu mundo fosse só você, como ele nunca foi mas isso não tem nada a ver, eu queria te dizer olhando nos teus olhos que você não sabe mas são muito lindos, eu queria mas não tenho certeza, sinto algo diferente dessa vez, é pior que o tumor de não poder te ter, anjo-criança mimado, mas dessa vez é mais vazio, é meio frio comparando com esse calor do verão que vai chegando, as primeiras chuvas, é isso que eu quero, tempestade de areia em alto mar, cavaleiro cruzado encouraçado, navegante dragão mestre-sala, coberto de musgo roxo, a espada é uma lâmina fina e fria e corta sem piedade nada disso importa, de qualquer forma a melhor sensação é segurar uma espada, e estar exultante de apaixonado, quero me apaixonar, quero enlouquecer, quero ser ninguém, você não percebe!

Eu não sei mais, distingüir amigo de conhecido de ídolo de mestre de amante de melhor amigo de irmão de mãe de colega de companheiro de par de parceiro, entende?

Eu quero ter alguma coisa que eu nunca tive.
Eu quero entender!

Eu quero que alguém olhe nos meus olhos e me diga que me ama.
Acho que é só você me dizer, olhando nos meus olhos, aqueles seus olhos profundos de lindos mas é que você não sabe, não deve saber que eu adoro seus olhos, pelo amor de Deus, não vê que isso é sagrado? Eu queria que você me dissesse que assim eu largava tudo, eu me apaixonava por você, não quero mais nada, não preciso de mais nada se eu puder me perder de amores outra vez, sem enrolações tão assaz um tanto quanto confusas dessa vez, namorada, família, amigas, amigos, não quero entrar em colapso só quero de novo entender, sabe, pois só assim eu pude compreender...

Amizade. O amor apaixonado aumentou minha amizade, minha capacidade de ter amigos, mas às vezes eu acho que nunca tive amigo homem nanhum, aliás nem mulher, são todas lindas, só um monte de amores desapercebidos, ela era o meu ideal de menina, natasha, dançando sem medo ria que era uma beleza, você não dançou mas às vezes eu acho que queria ter dançado a valsa com você... Não, não, deixe o passado pra lá, menina, ele era lindo e eu ouvia ele bravo, reclamando a namorada que ele não via nunca! e ele não era miado não, era? mas eu não sei, eu tinha tanto poder que a mim tanto se lhe fazia, meu amor, você era tão bobo e mimado e tinha tudo de graça, eu quase queria te ver apaixonado por alguém que não pudesse, que amasse outra pessoa, mas te amasse também, só que não o suficiente, entende, meu amor, o amor não basta pra ser feliz, não assim, você não entende nada.

[a partir daqui você não precisam mais ler, se não quiserem, ok?]

Aí ele passa a mão no meu rosto, eu não sei se significa alguma coisa, ele não vê ela quase nunca mas, por outro lado, ele disse que a ama, como é que eu posso entender um cara assim e, principalmente, o que tem o Nando a ver, eu não estou entendendo mais nada. O pior é que o sentimento que eu tinha por ele não morreu nem converteu-se, apenas, banho de água fria, sabe, ele está afogado, mas nada se desfaz, e é só eu prestar um pouquinho mais de atenção nessa pontada de carinho no lado esquerdo do peito e do rosto e da barriga que isso pode voltar a atingir proporções titânicas, mas eu não quero! eu não quero nada, eu quero seu olhar que é muito mais bonito, eu quero a sua música e as suas histórias e sua loucura, eu quero o desafio, pelo amor de deus eu não quero que nenhum deles leia isso senão perde totalmente o sentido....

Acho que eu me animei demais, mas entendam, eu me animei, minha noite estava tão desanimada que eu só posso ficar feliz, até sorri, quando tudo terminar, quando nada mais restar do teu sonho encantador...

Sabe o que é mais estranho? Por um lado é verdade, meu sonho encantador foi pro espaço. Por outro lado, quase acho que umas cenas dele começaram a se realizar agora. Por outro lado ainda, acho que meu sonho romântico real está começando agora.

Eu não sei mais do que estou falando...
E tudo o que eu queria era entender a amizade, percebe? Eu achei que amizade fosse um sentimento mas é difícil entender sentimento dessa forma quando meu coração parece não querer mais nada, só a vida, eu quero sorver a vida em goles bem grandes, quero o cheiro da chuva, da terra molhada, da pedra de água salgada o mar indo e vindo salgando o ar também, o mato molhado, a mangueira furada o cheiro de jaca e mosquitos se procriando por aí, dançando insanamente porque nosso olhar mergulhando na areia quente da praia, turbilhão, nossa cidade sob a areia-pó, você se lembra? As luzes de Angra no ano novo fogos de artifício e aquela maça assada na fogueira, vamo aê galera, paga mico, dois palito, demorô, eu queria aplaudir, correr na beira-mar chutando plânctons à noite, os lábios daquele cara eram gordos, ele inteiro tinha um cheiro mas eu não me lembro do cheiro, eu só me lembro que ele não falava nada com nada assim como aquele imbecil com cara de cachorro, mas isso eu deixo pra lá. Tudo o que foi tão feliz com vocês, minha família, e há de ser de novo, muitas e muitas vezes.

Nós somos jovens... O apito do trem, do navio, do guia, do salva-vidas, do polícia. Eu tinha medo de polícia, vinham lá fardados com aquela postura altiva e eu queria achar que os policiais eram todos prepotentes, na verdade eu achava muita bobagem, assim, eu me achava o máximo... Ricardinho, Jéssica, Vinícius, Alan, Melissa, Cauã... Naquele tempo eu sabia o que eram meus amigos, sabia mesmo. O ônibus andava meio devagar, viu? eu não vou saber explicar isso... Não precisa, meu amor, eu só gosto de ter você olhando-me enquanto durmo e eu gosto de olhar você dormindo, então estamos quites... No fundo acho que eu marquei bobeira, mas fazer o quê, era a melhor opção na época, como poderei viver sem a sua companhia?e eu não sei, eu não sei... Não sei nada. Nem quero saber, quero que você perceba, quero que entenda se as coisas derem errado para qualquer um de nós. Vamos correr dos mosquitos, vamos pular do barco, vamos? Vamos apostar corrida até a praia, eu não sei quem ganha mas quem ganhar leva caldo, quem perder também, joga uma concha na água, vamos todos sobir na pedra pra lagartear um pouco, vamos beber clight de limão e farinha de mandioca, lula, camarão.

Sabe o quê? Eu já escrevi muito demais.

Carrosel

"A vida se abrirá num feroz carrossel
e você vai rasgar meu papel..."


Um beijo.

quarta-feira, 3 de novembro de 2004

Via Láctea


Não sei por que a Via Láctea ilustra tão bem o meu conceito de caos, de perdição. Ela não é desordenada, é lógica, aposto que se poderia descrevê-la usando tão somente fórmulas matemáticas ridìculamente complexas. Entretanto, se olharmos bem para ela, veremos apenas um amontoado irregular de pontos e manchas brilhantes (dependendo do quão míope você é, sem dúvida), parecendo a própria imagem do caos.
Quem disse que caos não tem ordem? Tem sim, tem regras, tem lógica. É que é tão confuso, que ninguém entende.

Eu estou confusa. Nunca estive tão confusa..........MENTIRA!
Eu falo muita mentira. Já estive mais confusa. O problema aqui é outro. É que escolher qualquer coisa decisivamente parece pior que não escolher cousa alguma...

Eu queria poder deixar meu coração escolher, deixar que as decisões se tomem sozinhas, deixar que as situações se resolvam... Bom, algumas até podem se resolver, mas outras só vão piorar...

Eu não sei bem do que eu tenho medo. Acho que eu tenho medo de pular de cabeça e ser doloroso, como sempre foi e sempre será. Eu tenho medo das pedras no fundo, eu tenho medo até da correnteza. Gato escaldado não entra em água fria. Acho que eu tenho medo de que a água esteja gelada e eu queira cair fora de uma vez. Eu não sei.

Eu não queria ter medo, sabe? Eu só não quero mais nada. Eu quero paz, Mercúcio, um pouco de paz! Você está falando nada de cousa nenhuma! E eu estou mesmo.
Eu não sei porque, mas eu sinto que perdi alguma coisa. Eu poderia simplesmente ignorar esse sentimento mas não é tão simples assim. Eu também posso correr atrás, mas de novo é mais complicado. Eu não sei o que fazer, meu irmão, meu anjo, meu par. (Isso porque acho que nem chegarão a ler isto tão cedo)....

Eu queria que o tempo parasse para nos esperar. Eu queria tanto... Acho que, no fundo, eu não cheguei a aprender a amizade com os homens. Acho que eu sempre me apaixonei demais pelos homens que eu amei. E, dessa forma, não aprendi a amá-los como amigos. Só talvez. Talvez eu esteja perdida demais para querer qualquer coisa. Talvez eu esteja falando muita bobagem. Eu quero chorar, como eu chorava quando não tinha muito bem porque chorar...

Eu não sei mais, eu não conheço mais a relação que eu tinha com meu maninho. Se nós nos resolvermos, será uma relação totalmente nova, e não a ressurreição da antiga. Mas o quê será, não posso saber.

segunda-feira, 1 de novembro de 2004

Só para Criar um Post Falando do Digo prele se Sentir Importante


O digo é muito legal, vcs não acham? Ele é mto feliz. Viver com pessoas felizes faz bem. Por exemplo, eu não tenho que me sentir TÃO mal por causa do caso *cervejo*, afinal, ele se dá ao trabalho de *ILUSTRAR* minhas besteiras... Claro, nada a nível de começar a falar sobre DNA... mas como eu ia dizendo, ah, sei lá.

Amigos não são inúteis, vê? Eles servem para nos manter com auto-estima alta, e de bom-humor. NAda mais importante que o bom-humor.

BLÉH!!!!

uf ufufuu hufuhffuhh....

É MENTIRA!

É mentira! É MEN-TI-RA! Não acreditem no que esta louca está dizendo! De qualquer forma, é MENTIRA!!!!!!!!!!!!!

Huahuahuahuahuayua...

Eu sou uma lôba de garras e dentes e GHRRAAAAAAAAA!!! Não, é mentira!

Eu falo sobre isso depois.

Ademais, me desculpe, anjo negro, e todos os demais pássaros da madrugada.

Desculpe por tudo.

(viu, eu não escrevo só quando estou triste!!!)

Falou, aê!
Um beijo!

PS.: É MENTIRAAAAA!!!!!

quarta-feira, 27 de outubro de 2004

Por que Lôba amarela

Porque eu sou muito medrosa.
Sim, medo. Você não entende, né?
Droga, quantas vezes eu já disse "eu só tenho medo de você"?
Mas vocês não têm que entender...

Eu não sei. Decisões?
Eu já tenho tudo decidido.
Eu não posso desistir dessa forma, entende?
eu amo demais. Demais!
Eu não sei o que fazer. Eu não sei proteger.
Eu queria que você me protegesse, mas eu também não sei te proteger...

Eu tenho tanto medo...
Medo é uma coisa horrível.

Eu te amo, droga...
Eu já vi uma menina te dizendo claramente o quanto ela gostava de você.
Mas eu não tenho inveja. Não dela. Ela que não pode vê-lo todos os dias.
Eu posso.

Só por isso eu devia me sentir feliz.

Mas eu tenho tanto medo... Tanto medo... Tanto medo...
Eu tenho medo de ter perdido minha última chance.
Como eu fui estúpida! Por que quando eu posso -- por que todas as vezes em que eu senti que eu podia te abraçar, te beijar e dizer que te amava, eu também senti que não precisava?

Por que não se pode amar...?

Ora, deixem-me em paz.
Hoje é dia 27 de Outubro de 2004. E eu não consegui te dizer o quanto eu te amo.
Eu fiz de tudo, tentei até escrever poesia... Você sabe...

Mas eu não consegui. Eu tive medo de que você não olhasse para mim e sorrisse...
Eu tive medo de que você não me amasse mais...

Você não cumpriu o desafio, gato.... Droga de semana....

[Mali em estado de "Olha pra mim! Eu, aqui! Diz que me ama!"]

terça-feira, 26 de outubro de 2004

Eu te odeio (bleh!)


Post Scriptum: eu SOU uma menininha apaixonada padrão e quase desocupada. Pior: essa paixão me distrai das aulas, das outras atividades. Eu nunca fui nada de especial, e acho muito legal alguém finalmente se tocar disso.

Se eu for ovelha negra, deixa eu sofrer com isso e não me aporrinha.
Eu não devo nada a ninguém (até aquele beijo na mão eu já paguei, e com juros).
Só ao Yuri que eu devo, mas eu pago. Não nego. E ele sabe disso, e ele me deve também.

Eu falei que queria descobrir os defeitos do cara que eu amo, e acho que consegui. E agora o amo ainda mais. Porque essas coisas só acontecem comigo?

Eu cansei de ser Mme Cinísia.
Cansei dos sete caras que gostam de mim (tá, sei lá quantos são - talvez só um - e nem é verdade, mas que eu cansei, eu cansei).
Cansei que fazer pose, jogar charme, eu cansei de tentar ser o seu ideal de pessoa, meu irmão de escolha. Eu não quero mais. Eu quero só viver. Sem racionalizar cada coisinha!

"Eu quero é ir embora eu quero dar o fora
E quero que você venha comigo... Eu quero que você venha comigo..."

Palavras de um Ser que Respira com Dificuldade e Sorre Violentamente


Não perguntem. Não digem nada, aliás. Calem a boca de uma vez por todas! Eu cansei disso tudo. De mim, eu digo. Não deles. Não de vocês. Não de ninguém, nem de mim, nem de eu. Nem. Nem. Eu não quero chorar. Chorar encheu o saco. Doer encheu. Eu quero olhar nos teus olhos, eu quero beber o néctar dos teus lábios, eu quero roubar o calor de tuas mãos. Eu quero sentir que eu não tenho que ficar me perguntando se você me ama, pelo menos um pouquinho, pelo menos um terço do que eu te amo hoje, agora. Só isso. Não quero falar com ninguém. Não quero que me dêem conselhos. Não quero ler horóscopos, não quero, não quero me privar da dor!!!! Se for pra sofrer, que seja sofrer de amor! A vida não é fácil, a vida não é filme, a minha vida já tá muito cheia de gente vindo ao meu quarto depois que escureceu para saber o que se passa no meu coração e dizer "desiste, Marina" "Não chora, Mazinha" "Ma, ele é um idiota" EU SEI! Eu tô de saco cheio. Passei vinte dias sem postar, e aí resolvi postar, ia postar os meus pensamentos, eu confio em vocês, aliás vocês, meus leitores, são um dos únicos grupos em que eu confio dessa forma... É uma pena que eu não possa dizer tudo para vocês. Mas eu não agüento mais, saca? Não quero mais ninguém tentando resolver minha vida, não quero ver o mundo pelas lentes dos outros; talvez eu seja SIM muito otimista, mas talvez também, talvez os outros é que sejam pessimistas demais... O tempo acabou.

E agora, José?

Eu não sei. O fim da linha, e eu me banhando em pranto. Sabe por quê?
Não é porque ele não me diz o que quer, I can live with that.

É porque ele não tá aqui para eu falar com ele. O quanto preciso dele.

Você é sim parte integrante dos meus problemas meu amor. Mas você pode também ser a solução. Você pode. Pode me matar, se quiser. Mas aí, eu sou gente também, eu só quero ser feliz, eu tenho uma vida maravolhosa pela frente.

Mas é aí que tá. Eu quero ser feliz com você.

Onde está você?
Me telefona
Me chama me chama me chama...
Nem sempre se vê
lágrima no escuro
lágrimas no escuro
lágrimas, cadê você?!


E eu juro, não conheço ninguém que o ame tanto assim. Nem ela. Aliás, nenhuma delas. Mesmo barco... eu tô num barco que só tem lápis, papel, tinta, nogueira, passarinho, meias.... E ando tanto no risco que ninguém tem coragem de entrar nele. Eu fico aí, a ver destroços. Mas o teu barco é bonito. Aliás, uma peça de arte. Ele é azul, e tem asas. E as velas são verdes.

Acho que nunca fiz um post tão rápido.

quinta-feira, 30 de setembro de 2004

Só porque minhas mãos jazem vazias...


Cara, o que aconteceu? O que aconteceu comigo? Fecho os olhos, abro os olhos, não vejo nada, mas sinto, sinto teu gosto na minha boca, misturado a este suco de laranja... Os outros? Quem me entende de verdade? Quem me conhece? Ninguém de fato sabe a história inteira... Tentam julgar pelo que sabem, e muitas vezes só conseguem me confundir mais.

Eu sei que eu disse que não ia escrever, mas não posso, não posso e não consigo. Na verdade, eu escrevo isso para vocês, é só para vocês, mas é por mim. Eu preciso disso.
Tentar, pelo menos tentar, fazer com que o mundo entenda meu ponto de vista.
As pessoas não me conhecem de verdade. Falam umas bobagens sobre mim, sobre como me sinto, mas acabam não dizendo nada.
Estas palavras, que vão além do diário, que tornam-se literatura ou música, são apenas eu, apenas eu. Eu penso coisas assim no meu dia-a-dia, não é algo que só acontece em momentos especiais. Eu penso... penso... Ai...
Hoje foi um dia difícil.
Sinto vontade de chorar.
Primeiro Cham, me ri, me desconcerta, brincando nos meus olhos, minhas mãos que nem minhas são mais, são tuas!, meu pescoço, minha barriga... Me desacerto, num amor desapaixonado,
Te amo!
O céu desaba em minhas mãos num beijo, aliás no pedido de um beijo. Sinto vontade de chorar, mas as lágrimas não sentem vontade de rolar.
Por quê; como pôde meu coração ser tão insensível? Coração, metonímia do meu ser inteiro.
Por que eu não me apaixonei por ele, me explica? Por que eu não me apaixonei por ele antes que pudesse me apaixonar por ti, menino? Por que prefiro a ti, quando não consigo nem comparar o amor que sinto por vós?
Reviro meus pensamentos, e mesmo meus sentimentos, e não encontro sentido! Mentira, encontro um só sentido: te amo o suficiente para querer estar sempre contigo, independente do quão desconfortável isso possa vir a ser.
Na verdade, nunca eu soube como suportar a vida nesse meio de vidas em constante explosão. Somos todos meteoros sem rumo e chuva de verão. Não sei onde vamos chegar...
Por favor...
Mas às vezes, bem às vezes ou não tão às vezes assim, eu queria que você me protegesse. Sim, me protegesse deles. É destes que tenho mais medo.
E depois a Lud...
Não, não quero ver-te sofrer, só quero seu sorriso, e quero que viva intensamente! a alegria de fato traz consigo uma certa dose de tristeza.
O mais estranho é que eu realmente não acredito que vocês conseguirão compreender direito o que estou escrevendo aqui. Falo em muitas vozes, é confuso, é complicado. Assim é meu pensamento.
O mais estranho e complicado, é que o tempo todo só consigo pensar em você. Depois de tudo, olhando para o chão, me via obrigada a pensar nele, mas ao mesmo tempo só podia pensar em você. Pois não és a razão de tudo?
Ora essa, coração! Se eu tivesse me apaixonado por ele, aposto que agora estaria exultantemente feliz! Não teria porque ter dúvidas nenhumas... MAs não podes fazer o que é fácil!? Agora esmaeces, choras:
as lágrimas finjem que vão cair, mas apenas admiro o vazio, desconcertada.
Meus caros leitores, ficaríeis admirados se pudessem ouvir o fluxo de meus pensamentos. Talvez assim pudésseis vislumbrar a cacofonia a que me sujeito; talvez pudessem ouvir o "eu te amo!" singular e vívido que acompanha cada fórmula, e o silêncio insolícito que surge, quase inesperado, a cada frase.

Será que existe uma possibilidade qualquer de compreensão?
Fecho os olhos, esperando que as lágrimas caiam...

But that's just because my hands lie, empty...

terça-feira, 28 de setembro de 2004

Palavras da Menina que toma Leite num Copo que tem a Cara de um Gato Desenhada

De quem não sabe quem sou, pra quem não quer saber.

Oras bolas, eu nem gosto desse blog. Não gosto. Preciso compulsivamente de feedback. Ou eu erupto. Erupto. Cuspo lava. Eu sou um dragão de pêlo, vai encarar?! We're gonna dance through the night, I just need a little more of... you.

Eu tenho de admitir que eu tô faminta. Faminta, não sedenta, dessa vez só todo o líqüido do teu côrpo é pouco, muito pouco, eu quero tua carne, quente, fervendo, como meus braços estão fervendo, meu sangue ebulindo nas veias, disassociando-se, destilando-se, sangrando, sangrando!
. Sangrandinho, né?

"Meu amor, meu bem, sacie e mate
Minha sede de vampiro, senão eu piro!
Viro hare khrishna (khrishna-hare-hare...)
Não me desampare - ou eu desespero"


Eu tenho a sede do gato que desenhei naquele copo.


Now that puts things in proper perspective.
Ontem o Vicente reclamou que eu... Ah, sei lá o quê ele disse, só sei que tinha a ver com sombras e negritude e outras coisas assim. Eu venho sendo acusada de sombriismo, negativismo, mortismo e outros bichos desde que peguei num lápis pela primeira vez, e olha que eu era BEM pequena. Eu tenho que admitir que eu era uma "criança" (desculpa, na minha concepção minha infância de verdade acabou quando eu saí do Tangará. O resto foi... outra coisa) depressiva e insone, que não sabia ter amigos (QUOTE:"Marina, pra você 'amigos' são as pessoas ao redor de quem você dá voltas no recreio?") et cætera... Mas eu estou bem, obrigada, só um pouco irritada porque ninguém tem opinião sobre o que eu escrevo. Será que ninguém tem opinião sobre mais nada nesse mundo?!

CHAM: Calma, Marina, calma...

Eu vou mostrar pra vocês o texto fofo que eu escrevi hoje à tarde, enquanto bebia leite no copo que tem um gato desenhado. Do quê eu estava falando?

Ah, é, perspective. Agora eu entendi porque ele disse aquilo. Ele chegou no meu blog e leu "Não me toque, que eu sou capaz de machucar você." -- é óbvio que isso soa terrível... Aiai... Eu realmente estou irritadiça, fala sério. Vamos falar sobre borboletas?
Ou não. Já sei. Vamos falar sobre as coisas esquisitas que acontecem comigo.
Eu com a redação de português sobre a mesa, observando os escritos nada a ver no alto da folha sobre a música, sobre a letra, sobre algo que o Yuri tinha me dito e umas coisas que não tinham relação com nada... De repente, o Yuri aparece, lê o que está escrito e diz:
-- Isso não deveria estar aqui. Deveria 'ta' escrito na Toca, em azul e pequeno.

Eu até escreveria aqui, mas já entreguei a redação...
Sabe o que eu estava pensando? Conversar é bom. Conversar é muito bom, é prazeroso. Por quê? Eu tenho a impressão de que é biológicamente bom. Que legal.

Eu estou em dúvida: em lado de mim quer escrever sobre a morte, o amor, e outros demônios, mas outro lado meu quer falar sobre o dia, a vida, o amor, e outros agatodemônios... Também tem um lado fundamentalmente importante que me diz para ir dormir, o que acaba com toda a dialética. Estou com sono.

Eu não acredito em mim mesma: dei um jeito de acabar com a irritação do post conscientemente. Que medo. Que sono.

Talassocracia.

Quando eu crescer quero ser talassocrata.
Quero ter uma daquelas cartas de navegante phodonas que te deixam comandar desde lanchinas até transatlânticos, até caravelas.
Às vezes eu queria ser pirata. Mêdo eu não tenho. Tenho?!

"Queremos saber
o que vão fazer
com as novas invenções"


Estou sentindo um cheiro, uma sensação, que só sabia associar à Cajaíba, até agora. Esse gosto, esse cheiro salgado... Eu descobri que, para mim, a Cajaíba está resumida naquela sensação de frio, de noite, o sal no corpo, picadas de mosquitos impertinentes, esperando a fila do banho, fazendo Coquetel à luz de velas, desenhando com aquele cheiro de mar, alguém fazendo miojo, alguém jogando baralho, umas pessoas dormindo, outras bebendo, outras fazendo/recebendo massagem; sempre conversando sobre assuntos tão diversos quanto eu imagino possível, todos juntos, uma grande família, naquela noite fria, esperando a fila do banho andar para tirar aquela sensação inevitável de impureza e salgado...

"I can see the lights in the distance
trembling in the dark cloack of night"


Pronto, agora eu não escrevo mais enquanto não derem sua opinião sobre o que eu escrever.

à bien-tôt, mes chérris!

domingo, 19 de setembro de 2004

Don't!

Não me toque.
Eu sou capaz de machucar você
Meus dedos podem atacar você
Eu quero, sim, eu quero encontrar você

Não me olhe.
Eu sou capaz de encarar você
Meus olhos podem assustar você
Eu quero, sim, eu quero procurar você

Me abrace.
Eu sou capaz de só querer você
Meus braços poderão prender você
(Acho que eu tenho medo de que você fuja)

Me enlace.
Não sou capaz de esquecer você
Meus sonhos vão me relembrar você
(não poderei lavar minha alma suja, suja...)

-------------

Tenho que lembrar de escrever sobre ontem. Tenho tanta coisa para falar!

Só pra Saber Ser...


Hoje é dia de guerra. A guerra, de todos os outros dias. Hoje, como todos os outros dias. Eu observo no cone brillante uma carta caindo de uma gota d'água. Um rei de paus tocando a mesa suavemente. Não entre nos bares, esqueça os amigos... Tomo um gole de saliva grossa, sedenta. Suspiro e me sinto só.

Hoje é dia de trégua. Da guerra, a guerra da vida, a disputa do dia inteiro. Eu sempre queria te ver hoje, mas hoje também, tenho medo. Talvez a distância seja mesmo uma vantagem. Hoje não vou querer ver ninguém.

Estas lágrimas estão atrapalhando a minha visão das teclas. Estão molhando meu rosto. Amor um mal, que me mata e não se vê. Estão estravasando uma dor que não transborda. Essa dor que não tem nome, um não sei quê, que nasce não sei de onde, vem não sei como e dói não sei por quê... Essa dor que não tem palavra. Há uma qualquer coisa no meu dentro, doendo sem doer. Será que dá para entender uma coisa que não se é? Pois hoje não me sou.

Hoje eu me sinto apenas solitária. Só. Há uma dor, uma dor que eu nem sinto direito. Mas o quê? Eu estou tão tranqüila. Minhas mãos se movem rápidas, mas sem razão. Meu corpo dói. Minh'alma chora. Tem algo de fundamentalmente errado nisso tudo. Mas o quê? Qualquer coisa que eu sinto e não entendo. Dá pra entender? Quelquer coisa que doa e não se sinta...

Coisas que passam pela minha mente, sem motivo, sem fundamento. Lembranças meio vazias: como coisas realmentem antigas, não existem mais. Houve um tempo em que eu não acreditava em amor. Realmente não acreditava. O amor me parecia completamente incompreensível e absurdo; talvez tão estranho quanto o sexo, só um pouco menos nojento. Mas no meio do tempo, cheguei à conclusão de que, se eu não gostava de boneca, tinha que amar alguma coisa. E o quê eu amava? A natureza! A música, a dança, a poesia... Mas principalmente a natureza, que de música e poesia eu nem tinha muita noção. Aí, pela primeira vez eu comecei a gostar de um menino, eu tinha uns sete anos... Não foi sério, eu não senti nada, mas ele era lindo. Minto: senti ciúmes. Foi a única vez que senti ciúmes concientes e verdadeiros em... dez ou doze anos. Depois, eu não consegui entender: por que conseguia gostar de três meninos ao mesmo tempo (isso eu tinha uns dez anos)?; no fundo, eu dizia que gostava, só pra não me encherem o saco. Aí veio o ginásio, que foi ao mesmo tempo céu e inferno.
Na verdade, tudo continuou tão infernal como sempre; mas talvez eu tenha me adaptado o suficiente para gostar desse inferno. Comecei a adorar baladas, talvez até porque as pessoas adoravam me ver dançar.[NOTA: o que a gente chama, ou chamava de balada, é mesmo aquela festa de quatorze e quinze anos (porque eu não vou a uma há tempos) onde se toca música com ritmo forte, pulsante, letras meio sem sentido, mas que estranhamente refletiam todos os meus sentimentos no momento, e melodia questionável... que começa às onze e termina às seis... onde não dá pra conversar sem gritar, direito, então a gente só dança!]
Eu dançava como uma salamandra drogada. Me equilibrava no não-equilíbrio. Cantava aquelas músicas olhando nos olhos do cara que eu mais queria no momento, sabendo que ele nem ia ver, por mais que ele olhasse pra mim. Desligava a mente, me explodia no arrebatar de todos os sentimentos, não pensava em nada. Minto: sempre pensei demais. Mesmo em baladas, quando só uns dez por cento da mente funcionava de verdade. Mesmo assim, eu curtia pra caramba. Ser livre, mesmo que por um segundo, por uma madrugada, chegava em casa fedendo, nojenta de mim, cansada, mas sempre ficava até o fim da festa, ria, não tinha medo de quase nada. Nunca 'fiquei', nunca bebi mais que um copo de... alguma coisa com vodka e pêssego, isso na pior dessas festas.

Eu não acreditava em amor. Assim como não acreditava na humanidade, não acreditava de verdade no amor. Não acreditava em casamento, não acreditava em monogamia. Não consegia entender como alguém poderia desejar apenas uma pessoa.

Sinceramente, como eu fui tôla. O tempo todo, desde que nasci.
Um belo dia descobri em mim um sentimento que destruía tudo o que eu sentia: não era mais um amor de amigo, não era mais amor de irmão, também não era simpatia, nem admiração, nem atração sexual. Todas essas coisas eu entendia! Mas um belo dia eu descobri um cara que não era meu amigo nem meu irmão, não era meu ídolo, não era meu perceiro, eu nem achava ele bonito (na verdade, só descobri que não achava ele feio quando ele falou que era) nem queria beijá-lo nem nada. Eu não estava apaixonada por ele; mas o que senti só pude chamar de amor.

Mas, meu Deus, como fui tôla!
Se eu achei que tinha mudado alguma coisa, desde a primeira vez que achei quis um cara especial, na primeira série, na primeira quadrilha, gente, como eu pude ser tão estúpida?!

Por que a gente não pode simplesmente desencanar, desistir dos nossos objetivos, ficar com o que for mais fácil, tentar ser feliz, por que a gente precisa realizar nossos sonhos?!

Toda quimera se esfuma
como a brancura da espuma
que se desmancha na areia.


Estas lágrimas estão atrapalhando meu raciocínio.

Por que sempre tem alguém que sai perdendo...?

Eu ouço sua voz, sua voz, ecoando no abismo, gritando meu nome.
Demoro a perceber que é só o vento nas folhas.
É o vento nas folhas, como posso chamá-lo de "só"?!
Quando eu te escolhi, você era só um cara estranho.
Agora parece óbvio porquê eu gosto de você.
Mas não é. Você não é. Não é! Você não pode ser tudo aquilo que elas acham que você é.
Porque quando eu te escolhi eu não conhecia nada disso.
Vi só sua doçura, só isso. Só isso. Droga.
Homem nenhum pode ser tão perfeito quanto vento nas folhas.
No entanto, no entanto...

quarta-feira, 15 de setembro de 2004

Íris

(Ninguém disse que o vermelho não pode transformar o azul em verde...)

Hoje eu vi um menino de olhos verdes.
Sim, verdes. Verdes como não deveriam-no ser. Verdes.

Eu não sei porquê estavam verdes. Posso apenas imaginar; mas sabemos (ou eu imagino que saibamos) que minha imaginação é sempre em favor da minha satisfação -- e assim, eu imagino somente o que eu quero que seja a verdade, com maior força quanto for maior a chance de ser verdade. E dessa forma eu imagino a melhor das hipóteses, e espero sinceramente que seja a verdadeira -- e dessa forma esqueço qualquer outra possibilidade, para o meu próprio bem.

Afinal, na minha ignorância fiquei a apenas olhar para ele, admirando a dor do seu olhar verde meio perdido, meio abandonado. Eu via nesses olhos um resquício de poder realmente grande, com o qual se sustentava bravamente da compreensão humana, tigre solitário do qual ninguém teve de sentir dó. Mas era um tigre confuso, críticamente destacado da paisagem e ao mesmo tempo à mercê das ondas do mundo, quebradas suas certezas e seus sonhos, como se, contra tudo e todos, pudesse ter se apaixonado por uma corça.

(Sim, uma corça. A corça é um animal que nunca vi, e pouco ouvi falar. Mesmo assim, penso nela com bastante freqüência, e não sei porquê. E acho que, se um tigre e uma corça partilhassem o mesmo espaço geográfico, o tigre fatalmente encararia a corça como uma presa em potencial)

Eu queria segurá-lo, perguntar o que estava acontecendo, pois por mais de um momento ele me pareceu completamente indefeso. Mas não pude. Tive mêdo. Tive medo de que ele mesmo não quisesse ser segurado, talvez porque isso apenas aumentaria sua fragilidade. Como aquele menino de Menino Deus, que começou a me bater, com muita força, quando perguntei porquê ele estava chorando. Ficamos agressivos quando estamos deprotegidos. Matamos qualquer coisa que se aproximar de nós.

Mas ainda há qualquer coisa de divino, um sentimento qualquer que quebra todas as regras. E nesse sentimento, o dia transcorreu naquele mar de verão, cuja cor não era a do céu, aquela cor de alma desnuda e aquele olhar, "não fujas não, que a gente já não tinha mêdo...", e eu queria protegê-lo, queria ampará-lo, apesar de ali entào ser mais uma lembrança que uma visão. Pois isso tudo foi antes, muito antes.

Durma, meu anjo. Eu te protegerei, até que a morte me carregue para junto de ti.

Não. Está errado. Essa frase é bonita, mas está errada. Seria mais certo dizer: "eu te protegerei, até que a morte te traga para junto de mim."
Mas isso foi depois. Bem depois....

quinta-feira, 9 de setembro de 2004

Deixa Eu Cantar

[um post em três cores de um terço de lobita]

Bom dia, meus caros leitores! Como vão todos?
Do sumo da minha alma para o papel... escorrem gotas de um sangue vermelho. A dor, a confusão, o medo, o mêdo, o mêdo... Mas mêdo de quê?! A alegria pura e virgem se perde, meus pensamentos se confundem, eu juro para mim mesma um amontoado de significados sem palavras... mas aí lembro, lembro que tudo é tão...
Eu tô feliz! Feliz!
Hoje pensar em você me faz chorar.
Acordei de tão bom humor, pensando em repetindo aquelas palavras que eu queria lhe dizer... mas a frase, as frases, a a que mais repetia (devo tê-la proferido umas quinze, vinte vezes) foi que estava extraordinàriamente feliz; "estou exultante, exultante"(e ria só de pensar nessa palavra) "extremamente feliz, viva, como que encontrei meu lugar no mundo, nos seus olhos, seus olhos"...
Rasgo meu peito, uma dor de sangue, a faca sutilíssima, a corda...
WAAARG!!
Olho pela janela a noite escura que me aguarda lá fora... Lá fora...

"Lá fora
apitou o navio
Apitou mas não pode parar...
É que a barra
'tá toda tomada
pela marujada de Martin Parangolá"


Umas coisas estranhas passam pela minha cabeça, na alegria do meu bom humor...
Eu acabei não fazendo o trabalho de história. Mas eu comecei, e agora ele ficou lá, com cara de trabalho começado, pedindo, implorando para ser terminado. E eu quero terminá-lo. Realmente quero. Mas estou vendo que não vou. Não até alguém de fato querer que eu termine. Até alguém me fazer terminar. Porque eu não vou achar motivo!
I feel like a Queen Bee... You know that feeling, that bizzarre feeling, that your friends are starting to like you in ways you just cannot aff... afford. I remember the last time I felt that, it was... horrible. I hated it. But I can't hate it: I'm just a girl, I'm human, of course I want them to like me, to love me, to tell me I'm beautyful, to hold me and hug me and... what... ... ... ?...
Hoje pensar em você me faz chorar...
NA escola, na rua, o dia inteiro, uma falta, é que eu queria você, só você, seus braços, seus lábios, seus olhos; seu côrpo inteiro!
Eu já expliquei que gosto das pessoas com a barriga? Sim, com a barriga. Eu abraço as pessoas com a barriga. Eu sinto as pessoas com a barriga (as delas e as minhas), pela barriga. O ventre, o dentro, onde todas as coisas importantes acontecem; onde os bebês são formados e os pedaços de carne que tão ávida e sangüinàriamente devoramos se desfazem em moleculinhas cada vez menores...
"O ser humano é estômago e sexo."
Mas sabe o quê? Não importa. Minha barriga quer barriga, quente, muito quente. Fome. A barriga fica quente quando tem fome.
Ai, que hoje é só dizer o seu nome, já me afloram nos olhos, tanto sal, uma torrente gelada-quente, lágrimas, e esse gosto salgado é o docílimo néctar, lábios com sabor de pólen, seu coração batendo, da divindade humana, meu anjo guardião, minha criança explodindo dentro de mim em risadas, gargalhadas e lágrimas exultantes, das cálidas gotas que sorvo sem motivos para não sorrir...
I close my eyes. I feel like poligamic, y'know? As if I'd have many boyfriends at once. That'd be awfull... Not that I've ever had any, but I can guess what it feels like... And I do know. The thingh is, I don't want to love anyone else. It doesen't matter if I do have to contain meself not to take his hands on mine, not to sleep on his shoulder... In the end, it's your arms I long for..
Heck, why am I writing this in english? Is it only because I'm ashamed, I'm afraid, I don't really want anyone to read it?
"The wind blows with a thousand voices,
it passes by the bridge and me..."


No fundo do peito, uma voz que cála. E eu rio. Não há o que se fazer. Fui mal nas provas todas: química, filosofia. Pobre Claúdia. Talvez vá mal em história também. Tenho OBF no sábado. Tenho mais o que fazer. Mas eu paro para pensar, assustada com o fato de que você é o primeiro pensamento que me ocorre. Primeiro seus dedos, depois seus olhos, depois o côrpo inteiro.
Me abrace, me dê um beijo
Faça um filho comigo
Só não me deixe sentar na varanda
na manhã de domingo, domingo...
Hoje só sua existência me provoca uma explosão incontida, esse gosto de sangue, de suor. Na minha mão está escrito que eu o amo, ou que você me ama, ou que todo o mundo... O porquê eu não sei, é tudo confuso, difuso, uma explosão de luz; eu não ousaria pôr palavras na sua boca, mas movimentos na sua mão, que me toque, me abrace, me ame... Pois amo -- a você apenas, e a mim, e a qualquer coisa indefinida que esquenta minha barriga, um coração cheio de sangue salgado -- o amo pela barriga, pela carne, meu sangue azul, cálido, salgado, divinizado por sua existência.
Páro, admiro minhas próprias palavras marcadas num papel bastante branco. Eu não sei. Parece até que estou apaixonada. Não, antes eu não estava. Antes era só amor. Ou antes não era nada.

"Lá fora, amor,
uma rosa nasceu
todo o mundo dançou
uma estrela caiu...
Eu bem que mostrei, sorrindo
o sol na janela, ói que lindo
e só Carolina não viu..."
Estou começando a me entediar comigo mesma, relendo os textos, os assuntos sempre iguais... Só que perdi a capacidade de me entediar: em tudo posso ver, clara e imperguntàvelmente, a beleza obscura do sangue que jorra, da lágrima que corre, da flor que se despetela, da folha que cai. Em tudo enxergo pássaros de lindo canto, fórmulas de perfeita e harmônica precisão, o ruído devorador da pena metálica se arrastando pela superfície da folha branca, pura, virgem... .. . .. ... .
Estou com sono. Estou com sono mas não quero dormir. Se eu dormir, corro o risco de não sonhar com você. Por outro lado, quero dormir. Se eu dormir, quem sabe o dia de amanhã chega mais rápido?
"Nunca mais as noites foram tão boas quanto os dias que a elas se seguiram..."
Hoje, mas não apenas hoje, essas lágrimas escorrem por meu peito que bate sem sentido, o ser humano é estômago e sexo, o ser humano é líqüido, é sede, o melhor da vida, eu te amo, eu te amo, euteamovocê...
E ainda acho que rio. Não consigo não estar feliz. É verdade, estou exultante. Exultante! Apesar de todo aquele medo que me incomoda... Dessa vez, não é medo de você. É medo dos outros. De mim. Não sei. Do sangue que pulsa, que -- AAARGH! -- do sangue, o sangue. E quero que você me proteja... Quero que me segure. Mas pode apenas olhar para mim.
"Quero que você venha comigo...
e quero que você me dê abrigo..."
No final, não tenho saída além de ser feliz. Não posso não ser feliz. Não posso não ser livre. Mas não quero ser livre realmente. Quero a liberdade que eu puder ter. Ah, sei lá.
[retirado de um escrito de 8 de setembro de 2004 -- vulgo ontem...]
Como eu já disse, estou com sono.
Muito sono.
São dez e meia, e eu acordei à três e meia da manhã.
Estou acordada há dezenove horas.
E cantando!
"Everythingh I do, I do it for you..."
E aí, então... Boa noite e bons sonhos, minhas estrelas cadentes... Até o dia seguinte!

"Deixa eu cantar
para tudo ficar odara
Minha cara
minha cuca ficar odara
Deixa eu cantar
Que é p'ro mundo ficar odara
P'ra ficar tudo jóia rara
qualquer coisa que se sonhara
canto e danço que dara..."





quarta-feira, 1 de setembro de 2004

La la la la la la la...

Eu tô feliz. É estranho. É bom. É quase sem motivo.

Eu estou com mêdo. Medo de que mais uma vez eu não consiga. Nas pequenas coisinhas diárias. Medo de que isso não me torne mais forte. Uma grande bobagem, aliás. Medo de te machucar. Acho que esse medo é culpa do Bruno e do Marco. Mas tudo bem. Eu só tenho mêdo de você.

Eu devia agradecer. Agradecer vocês por me fazerem o que sou. Eu sou o que vocês me fazem. E vocês me fazem feliz.

Apesar de tudo.
"Apesar de lindo, o mundo é feio."

Não me importa se eu vou ou não te amar pra sempre. Não consigo ficar pensando no futuro. Por enquanto, pelo menos, cada dia é sagrado. Roubem um dia de mim, para ver o que acontece. Eu morro. E nessa morte, destruo tudo o que criei. Quem me amar morre comigo, a parte do peito e da alma que eu levar comigo. O inferno coberto de chamas.

"Apesar das cores, o mundo é cinza."

Na verdade, não posso saber. As pessoas são demasiado distraídas. Ontem eu estava chorando, realmente chorando, lágrimas escorrendo (apesar do motivo poder ser considerado besta por alguns) e ninguém viu. Eu tenho medo de mim mesma. Acho que eu consigo ficar realmente triste e não deixar visível. E não é intencional. Meus olhos vermelhos, um gosto salgado na boca, os pensamentos correndo furiosamente em circunferências concêntricas. As pessoas me olham, conversam comigo. Chego a pensar: será que ninguém vê, ou realmente ninguém se importa? Ou na verdade alguém se importa mas ninguém sabe o que fazer? Eu olho pro lado. Eu sei que ele viu. Olhou pra mim, fez um comentário sobre o cachecol. Mas não vai fazer nada. Nem falar nada. Você olha pra mim com um olhar que eu não consigo decifrar. É como se não entendesse nada. E acho que não entende mesmo. Acho que a minha sorte é ter uma mamãe-cogumelo que me abrace. Que me faça me sentir a pessoa mais linda do mundo. Que me faça querer ser a pessoa mais linda do mundo. Acho que mães fazem isso mesmo. Minha mãe faz também.

Aliás eu devia agradecer à minha mãe. Por ter me ensinado tanto: a amar, a odiar, a sentir fome, a fazer café, a me virar, a fazer o que eu quiser, a cumprir meus deveres, a sofrer, a ser feliz; e por ter me feito compreender o quão apaixonada eu estava (e estou) por aquele cara que é insuportavelmente fofo (no sentido de que eu não suporto não causar reações fofas nele) e incrivelmente bobo...
"Marina, quando você pensa nele, seu coração bate mais forte?"
"Hey, Sally could wait, she knows it's too late as she's walking out by
Hey slides away... Please don't look back in anger, I heard you say..."


É bom ter amigos que te abraçam e te seguram.
É bom gente que te faz feliz.
É bom pintar, desenhar, fazer arte.
É bom saber que mc=12 5...
É bom olhar para alguém que tu adoras e esse alguém te olhar de volta, sorrindo tanto quanto tu, um sorriso supremo, completo, de pura satisfação.
É bom jogar futsal com meninas que não vão hierarquizar o time, vão contar contigo até a última gota.
Nosso suor sagrado
É bem mais belo que esse sangue amargo
É tão sério
E selvagem.
É bom saber que temos cada minuto do nosso dia, porque, afinal, temos cada minuto do nosso dia.
É bom abraçar e não querer largar.
É bom sentir o cheiro da gente que a nossa gente ama, a gente que a nossa gente não consegue viver sem.
É bom saber quem eu sou, às vezes.
É bom saber algumas coisas sobre mim.
Cheiros favoritos: côrpo humano (sim, o suor, o sangue, a saliva, as lágrimas; sim, a pele, os pêlos, o bafo, o côrpo o corpo o corpo...), água (a chuva que ainda não caiu, o esguicho molhando as crianças, a cachoeira chovendo sobre os corpos, o cheiro da mata amazônica -- que aliás é totalmente diferente do da mata atlântica), fazenda (os cavalos e o gado vivos comendo, andando, suando, aquele mato todo, terra molhada, coberta de bosta, a poeira nos dias secos com aquele cheiro de mato e quente, a água, a madeira - viva e morta -- as folhas e os insetos todos, junto com os passarinhos, e o vento), comida (sim, a carne, suculenta, as batatas, os legumes, as massas fumegando, o arroz, o frango com alecrim com rúcula...)... Aliás bastante nessa ordem... E mais algumas outras coisas.
É bom ter amigos que acham que se importam comigo.
É bom ter amigos que se importam.
É bom ter mães.
É bom ter pai.
É bom ter irmãos, agregados, irmãos-cogumelo, bichinhos de pelúcia, bichinhos de estimação, coisas-fofas-que-melhorem-meu-dia, uns caras possessivos que acham que são alguma coisa, uns caras incríveis (no sentido original da palavra) que acham que são possessivos, uns caras fofos que acham... Eu acho que acham alguma coisa. Umas amigas que são gente como eu (diferente dos caras, eles são incompreensíveis em demasia), que choram quando devem chorar mas só conseguem me fazer feliz...
Eu estava pensando, toda a minha possessividade vem de um estranho (mas compreensível) desejo de que algumas pessoas sejam mais possessivas comigo...
É bom cantar. Eu gosto de cantar. Eu gosto da minha vida.

Eu estou feliz.
Culpo-vos por minha alegria. Quero um abraço. Quero ser feliz.
Todo o mundo quer ser feliz. Mas ser feliz não é importante. Liberdade é importante. O conhecimento leva à liberdade. A abertura nos leva ao conhecimento.
Eu devia agadecer, sinceramente, ao Tio Fernando, que me fez perceber, pela primeira vez, alguns anos atrás, que existe muito mais conhecimento no mundo do que eu posso ter, e que não é preciso ter lido todos os livros (aliás, é absurdo).
Tem tanta gente a quem eu preciso agradecer, por tanta coisa...
Por exemplo, ao Artur, eu preciso agradecer por discordar de mim, e saber argumentar melhor do que eu, ganhando assim as discussões (embora eu ainda não tenha muita certeza de que ele estivesse certo), e por concordar comigo com um sorriso de convicção e obviedade; ao Yuri, eu preciso agradecer por discordar de mim e muitas vezes estar, de fato, errado, me fazendo rir bastante, mas também às vezes estar certo, me deixando encabulada, e por concordar comigo com um entusiamo que me leva a um entusiasmo ainda maior; ao Bruno, por discordar de mim sem nenhuma preocupação em estar certo ou errado, discutindo por discutir, e só concordar comigo em obviedades e bobagens; ao Charles por discordar de mim com um tom de voz e um olhar que me fazem me sentir uma criancinha tola, e por concordar comigo me fazendo rir; ao Fábio, por discordar de mim e sempre vencer a discussão me fazendo me sentir muito estúpida, e nunca concordar comigo; ao Ed, por não dar a menor importância a esse tipo de problema, e me fazer encarar o problema de não poder morder; e por várias outras coisinhas, a estes e a todos os outros...

Acho que já babblei demais.
Vou comer.
Tchau.

sábado, 28 de agosto de 2004

Errata


Sabe o quê eu estava pensando? Eu disse uma grande bobagem no último post. Disse que o você podia ser quase qualquer um, mas não consigo reler o que escrevi sem pensar numa única pessoa, e em ninguém mais. Aliás, mal consigo entender porque escrevi aquilo. Acho que foi para finjir que era uma coisa geral. Na hora era mesmo. Mas não muito. Mesmo naquela hora eu estava pensando em umas duas ou três pessoas, não muito mais que isso... (e eu duvido que alguém saiba quem são, desencanem)... De qualquer forma, no fim do parágafo a frase já não era muito verdadeira, e no fim do post estava totalmente errada. Portanto, esqueçam daquilo. -_-''

sábado, 21 de agosto de 2004

Do mêdo da morte, e de todas as outras coisas...

vulgo um Desabafo ferrado...

Estou me sentindo muito estranha... Em primeiro lugar, estou escrevendo dois posts ao mesmo tempo, não sei se isso é muito saudável... ... Estou com uma droga de uma dor de cabeça surhida do nada... mamãe diz que é fome, o que faz sentido, porque eu almocei lá pela uma da tarde, mas não sinto fome... Talvez...
Mesmo assim, é como se meu corpo clamasse por comida, de uma forma estranha, diferente do que mamãe me ensinou ser a sensação de fome. É como se estivesse tudo errado. Mas eu ganhei um gorro e um cachecol, coloridos, muito, muito lindos, e por isso, pelo menos isso está certo...

Mas isso não é lá muito importante.
O importante é como eu me sinto, digamos, emocionalmente. Porque a fome passa, e, no final, não vai fazer diferença até segunda-feira...

O mais estranho, é que, por um lado, eu quero ficar longe, não quero pensar em nada, não quero pensar em gente, muito menos gente homem, quero esquecer, me isolar; por outro, quero que o fim de semana acabe de uma vez, quero voltar à luta, não quero ter de esperar... Quero retornar, com garra, com fúria, ao campo de batalha, estratégias revistas, mas não posso fazer nada enquanto tudo estiver distante...
Por outro lado, quero poder olhar nos teus olhos, com raiva, com firmeza, te derrubar no chão, e não quero que sejas delicado, quero que me segure, que me derrube, que olhe para mim com firmeza, que tenha um nome, que seja alguém. Ou não. Ou quero apenas que me diga algo, algo que eu entenda, que eu possa aceitar, algo que não doa muito, mas que eu possa sentir... Percebo agora, que esse você não precisa ser um alguém definido, pode ser quase aquele mesmo você do Artur outro dia, pode ser quase qualquer um deles, embora não seja todo mundo, nem qualquer um. Você que me abraça, que me enxerga, que às vezes até me deixa entender que me ama; você que eu amo tanto que quase não posso imaginar um mundo sem você, que quase não existo sem você, que meio que não quero ter apenas um pequeno pedaço de você, que quase quero ser meio de você, que quase quero ter meio de você, ou que quero ter você inteiro, que sem você o mundo não tem tanta graça; quero tocar seu rosto, quero sentir seu gosto, fazer cócegas.
Mas de verdade hoje eu morro de raiva de você, aliás morro de raiva de todo mundo, mas você principalmente. Mamãecs tinha razão, né, mãe, essa situação indefinida não me faz bem, não me faz feliz, mas, pensando agora, hoje não é segunda feira. Segunda é um bom dia para saber em que pé estamos. Tudo meio que sai de perspectiva. Fica tudo muito mais confuso...

Eu queria que tivesse alguém aqui com quem eu pudesse falar francamente. Alguém que estivesse morrendo de vontade de me ouvir. Mas, ah, as coisas andam dando meio errado. Eu acho que quero acabar com tudo, dar-lhe um beijo envenenado e ver se você morre.

Acho que o veneno do seu corpo é mais forte que o meu.

Acho que eu morreria antes; mas se quer saber, eu não me importo, eu já morri algumas vezes, e nasci melhor, depois. Você é que estaria vivo, arcando com os problemas da vida real. Eu deixaria essa parte chata pra você, que estaria começando a entender. Do que é que você tem medo?
Eu só tenho medo de você.
As tempestades do pacífico não me assustam, tampouco me metem medo os olhares das pessoas que nos vêem por aí, que me olham. O que me amedronta é o seu mêdo, a forma como você desvia o olhar ou fala qualquer bobagem quando olho fundo, sério, nos seus olhos. Eu poderia passar algumas horas olhando nos seus olhos. Eu poderia passar muitas horas com você... mas hoje, apenas hoje, eu quase queria que você sumisse, que todo mundo sumisse, que eu acordasse do sonho no convés dum barco, numa praia deserta ou no cume dum morro, num lugar qualquer..

Não é que eu seja masoquista; eu não gosto de sofrer...
Hoje pensar em você me fez chorar. Só pensar, com raiva, com mêdo, em você que me abraça, que diz que me adora, que me aperta junto ao peito, que me deixa sem resposta, que não diz o que fazer, o que vai fazer o que você está fazendo, milhões de vasos sem nenhuma flor?, não me diz o que eu posso te dizer, deixa eu dizer que te amo, deixa eu gostar de você, que às vezes eu acho que não sei quase nada de você...

Ouvi (ou li) dizerem uma vez, "se vai te fazer chorar, então esqueça". Eu poderia te esquecer, deixar tudo isso pra tás, esquecer todos vocês, dormir com os bichinhos de pelúcia, partir pra outra...

Mas eu não quero deixar de te amar, eu não quero deixar p'ra lá...
É claro que eu quero me sentir segura, que eu quero que essas lágrimas parem alguma hora, chorar deixa as pessoas infelizes, e eu prefiro sair por aí cantando, porque quem não tem colírio usa óculos escuros, talvez a gente devesse mesmo ir p'rà casa do Squick ler... Acho que as suínas antigas são ocupadas por catetos quadrados (afinal, Tavas é um mundo meio 2D), e queixadas reais.

O rabbo mordeu o pescoço de um pato, e viu sangue pela primeira vez.

Sabe que se não fosse por minha irmã, minha mãe e minha avó, a música para mim seria apenas música? Será? Talvez você fosse capaz de mudar isso...

"Vamo aê, galera, pagar mico, dois palito, demorô!"

Eu quero adormecer nos seus braços, e acordar neles, depois, mas você tem que me dizer que eu posso. Assim, na lata... Por quê esse medo?

sexta-feira, 20 de agosto de 2004

Esse foi um dia realmente muito estranho...


Hoje foi um dia estranho pra caramba... Eu acordei às cinco da manhã, fui tomar banho, chegamos na escola cedo, aí meu dia caiu em qualidade quando eu lembrei que teria que fazer uma redação com estrutura clássica rígida na primeira aula e não tinha a menor idéia... Entrei na classe, como eu disse antes, estava cedo, deu tempo de papear um pouquinho, abraçar os amigos (o que aliás gerou um comentário assaz desagradável por parte de outro deles que eu quase nem queria ter ouvido...) e falar altas bobagens... Devo lembrar que eu estava com bastante sono...

Tá bom, eu fiz a tal da redação, acabei-a depois da aula acabar, como sempre, com várias pessoas me aporrinhando através da porta, e acho que ficou um lixo, mas vamos ve, né, fazer o quê... No intervalo a Marina me perguntou muito interessada altas coisas sobre o Comênius, o yuri foi explicar o grandioso método de achar a raiz quadrada de números muito grandes, e nào conseguimos terminar antes do Reinaldo chegar e olhar com uma cara estranha pra gente, foi engraçado. Tivemos uma aula feliz sobre, bom, coisas de física, nada especialmente apaixonante, e depois o recreio começou e ficamos lá, falando bobagens a torto e a direito, quase derrubamos uma mesa com o yuri e eu em cima (tudo culpa do Diogo, que estava empurrando o yuri), arranjamos coisas fofas que nos fizessem felizes, imprimimos pedaços da lousa de física nos casacos e camisas,

[desculpem, esse post vai ter que ficar fragmentado, porque, por volta das 11h, eu mal conseguia manter os olhos abertos, e achei melhor ir dormir para não adormecer nas cadeiras...

A hora do almoço foi especialmente banal... Primeiro, eu e a Camilla transformamos todos em objetos de decoração, porque não valia muito a pena conversar com eles... A Veri estava muito estressada porque roubaram a carteira dela... O Charles estava se divertindo melhorando seu dia com coisas fofas (o que me traz à mente o dan ligeiamente revoltado por causa de quinta, ou quarta, quando o Cham nos mostrou a historinha do Calvin e eu disse pô, agora eu quero uma coisa fofa para melhorar meu dia, e aí o cham abriu os braço estilo 'eu sou uma coisa fofa!' e o yuri o imitou, mas eu fui fazer cosquinhas no cham porque ele é original e escreve história em quadrinhos, e aparentemente isso o torna mais legal que o Huan T'si qquer coisa que inaugurou o império chinês blah blah blah blah...)... no final, fomos achar o pessoal do Comênius às 13h45, e logo encontramos a Marina com a Roberta, depois o Artur, a Sô, a Paulinha... Anotamos nossos nomes, subimos no ônibus, e fizemos a viagem cantando músicas infantis e zoando uns dos outros... Foi bastante divertido. Chegando no ECCo, tivemos uma boa conversa com as poucas crianças que estavam lá (descontando a quarrel entre o Gilson e a Pri...), e fazer a bandeira foi extremamente divertido... Teve uma hora em que eu estava liderando um grupo, e o Yuri, outro, para pintar partes diferentes da bandeira, e como ele estava de amarelo, e eu de verde, decidimos que ele ia pintar o verde, e eu, o amarelo... Tsc tsc. Na viagem de volta eu fui para o fundão (na ida o Artur me chamara para lá, mas eu meio que achara muito difícil, ainda mais com todas as explicações e apresentações em andamento...) e ficamos lá cantando e falando bobagens, entre uma explicação/aviso/pedido/pergunta/etc. e outra... E eu tive a oportunidade de tentar calar o Tú com o pé (!) e fazer cócegas na língua do yuri (!!) (hehaha.. isso é bastante divertido, eu rio de lembrar...)
Espero que a Marina, a Rô e as outras meninas cujos nomes eu não cheguei a aprender voltem lá semana que vem, ou a próxima, e continuem vindo, porque elas são legais e porque eu gosto de gente nova no grupo...

E depois teve o teatro. Lemos o fim do Quinto Ato em voz alta, fizemos as relaxamentos/aquecimentos de costume (embora, pensando agora, não tenhamos andado ocupando os espaços vazios...), e construímos o espaço do cemitério e do mausoléu. Além disso, jogamos abjetos uns para os outros inclusive um vaso e uma bola de boliche... e delineamos vagamente alguns aspectos da peça. Eu me sinto moldando uma peça em argila: primeiro, modelamos o formato aproximado do objeto, de uma forma que mal pode-se reconhecer qualquer coisa nele, e depois tentamos fazê-lo se aproximar cada vez mais do objetivo, moldando-o inteiro cada vez mais. Só no finzinho começamos a nos preocupar com detalhes, riscamos desenhos, pintamos, e colocamos-no num pedestal...



Lendo esse escrito, alguém pode ter a impressão de que foi um dia muito legal, que eu estava bastante feliz. Bom talvez eu estivesse mesmo. Mas, por outro lado, estava bastante irritada com qualquer coisa, me sentindo ao mesmo tempo anti-social, e queendo conversar com as pessoas, ou não. Alguma coisa nesse dia não fez sentido; talvez eu simplesmente tenha me dado conta de todos os podres das pessoas nas quais eu dificilmente conseguia ver defeitos...
Uma coisa que me irritou sem motivos o dia inteiro foi, por Nix!, como as pessoas estavam falando bobagens nesse dia! Deuses!, no fim do dia tudo o que eu queria era alguma coisa razoavel para pensar... Mas vejam: o yuri passou boa parte do dia falando coisas sem muito nexo nem muito naipe, o charles, eu não o vi durante o dia todo, mas no tempo que o vi ele fez quase tantas piadas infames quanto o y, e, bom, a Clara não falou muita coisa, mas aquele "véu da morte" foi abismante...
O bizarro é que normalmente eu só riria, porque de modo geral a situação foi engraçada, mas algo nesse dia me irritou profundamente, uma irritação contida em todos aqueles olhares sérios sem resposta (nos dois sentidos), em todas aquelas frases sem ponto final...

Eu me lembro de uma vez que eu mandei o pessoa pontuar as frases. Eu não compreendia muito bem aquela escuridão na vida dele. Aquela sede.

Lendo nossos históricos de ICQ (sim, eu adoro ler históricos de ICQ.), encontro uma conversa em que ele falou sobre o mito da caverna...

— Sabe o mito da caverna?
— Que mito?
— O da caverna... de um tal Platão...
— Me conta?
— Você não entenderia, desculpa!

Isso foi em 2002, eu tinha quatorze anos, acabara a sétima série... Ele estava no segundo colegial. Eu nunca parei para pensar nas pessoas em seus respectivos anos. Estamos sempre tão presos ao presente, é difícil pensar que minha irmã era apenas uma garotinha como eu, apaixonada por um cara, complicada com sua realidade, com sua posição no mundo, acho que ela quase ainda é. Mas naquele tempo ela não era tão adulta, ela era uma garotinha, como eu. Cada vez menos.

Mas até aí, o cara não podia dirigir a moto!

[como era essa frase..?]

Eu lembro de umas coisas desse tempo de forma estranha. Quando a Talita terminou a oitava série, estávamos em 1999 e eu terminava a quarta. Mas ainda lembro daquele texto que ela escreveu, "estar na oitava série..."... "a primeira vez que atravessamos a rua sem dar a mão". Quem entrou no 1o ano não sabe, mas entrar no colegial no santa é de fato, literalmente, atravessar a rua. A gente deixa muita coisa no passado. Eu achei que continuaria com a Ação, mas não continuei. Eu também achei que continuaria no handball, que, aliás, faz falta . Eu lembro de quando eu entrei na quinta série, eu disse que "todo dia agora é sábado" e eu adorava os sábados. E que da quinta à sétima série, às vezes eu visitava meus irmãos no colegial, ia conversar com eles, procurá-los conversando com seus amigos, quase tentando roubá-los um pouco. Ou meus irmãos (quando o Gio já era 'o quartinho') eles vinham nos visitar. Era divertido.

Mas isso não vem ao caso. Não hoje. Boa noite, ratos de porão e margaridas amarelas..