quinta-feira, 30 de setembro de 2004

Só porque minhas mãos jazem vazias...


Cara, o que aconteceu? O que aconteceu comigo? Fecho os olhos, abro os olhos, não vejo nada, mas sinto, sinto teu gosto na minha boca, misturado a este suco de laranja... Os outros? Quem me entende de verdade? Quem me conhece? Ninguém de fato sabe a história inteira... Tentam julgar pelo que sabem, e muitas vezes só conseguem me confundir mais.

Eu sei que eu disse que não ia escrever, mas não posso, não posso e não consigo. Na verdade, eu escrevo isso para vocês, é só para vocês, mas é por mim. Eu preciso disso.
Tentar, pelo menos tentar, fazer com que o mundo entenda meu ponto de vista.
As pessoas não me conhecem de verdade. Falam umas bobagens sobre mim, sobre como me sinto, mas acabam não dizendo nada.
Estas palavras, que vão além do diário, que tornam-se literatura ou música, são apenas eu, apenas eu. Eu penso coisas assim no meu dia-a-dia, não é algo que só acontece em momentos especiais. Eu penso... penso... Ai...
Hoje foi um dia difícil.
Sinto vontade de chorar.
Primeiro Cham, me ri, me desconcerta, brincando nos meus olhos, minhas mãos que nem minhas são mais, são tuas!, meu pescoço, minha barriga... Me desacerto, num amor desapaixonado,
Te amo!
O céu desaba em minhas mãos num beijo, aliás no pedido de um beijo. Sinto vontade de chorar, mas as lágrimas não sentem vontade de rolar.
Por quê; como pôde meu coração ser tão insensível? Coração, metonímia do meu ser inteiro.
Por que eu não me apaixonei por ele, me explica? Por que eu não me apaixonei por ele antes que pudesse me apaixonar por ti, menino? Por que prefiro a ti, quando não consigo nem comparar o amor que sinto por vós?
Reviro meus pensamentos, e mesmo meus sentimentos, e não encontro sentido! Mentira, encontro um só sentido: te amo o suficiente para querer estar sempre contigo, independente do quão desconfortável isso possa vir a ser.
Na verdade, nunca eu soube como suportar a vida nesse meio de vidas em constante explosão. Somos todos meteoros sem rumo e chuva de verão. Não sei onde vamos chegar...
Por favor...
Mas às vezes, bem às vezes ou não tão às vezes assim, eu queria que você me protegesse. Sim, me protegesse deles. É destes que tenho mais medo.
E depois a Lud...
Não, não quero ver-te sofrer, só quero seu sorriso, e quero que viva intensamente! a alegria de fato traz consigo uma certa dose de tristeza.
O mais estranho é que eu realmente não acredito que vocês conseguirão compreender direito o que estou escrevendo aqui. Falo em muitas vozes, é confuso, é complicado. Assim é meu pensamento.
O mais estranho e complicado, é que o tempo todo só consigo pensar em você. Depois de tudo, olhando para o chão, me via obrigada a pensar nele, mas ao mesmo tempo só podia pensar em você. Pois não és a razão de tudo?
Ora essa, coração! Se eu tivesse me apaixonado por ele, aposto que agora estaria exultantemente feliz! Não teria porque ter dúvidas nenhumas... MAs não podes fazer o que é fácil!? Agora esmaeces, choras:
as lágrimas finjem que vão cair, mas apenas admiro o vazio, desconcertada.
Meus caros leitores, ficaríeis admirados se pudessem ouvir o fluxo de meus pensamentos. Talvez assim pudésseis vislumbrar a cacofonia a que me sujeito; talvez pudessem ouvir o "eu te amo!" singular e vívido que acompanha cada fórmula, e o silêncio insolícito que surge, quase inesperado, a cada frase.

Será que existe uma possibilidade qualquer de compreensão?
Fecho os olhos, esperando que as lágrimas caiam...

But that's just because my hands lie, empty...

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