quarta-feira, 31 de maio de 2006

Demasiadas Palavras

...
...
eu não quero ir para a escola amanhã...
...
eu simplesmente não quero...
eu não quero mais isso tudo...
por que tudo não pára um segundo, pra eu poder pensar...
...
eu não quero pensar em nada...
eu não quero te ver...
eu não quero lembrar de tudo o que eu senti...
eu quero que isso tudo desapareça...
...
eu quero virar um animal...
se eu fosse um animal como os outros todos, eu poderia ficar pra sempre com você...
...






por que eu não posso ser infantil de vez em quando?
eu não quero sequer pensar no que está acontecendo lá fora...
não consigo imaginar que algo aí realmente me importe...
você devia saber... que você nunca se despiu de tudo como eu me despi... que você nunca se abriu de todo nem eu me abri... e no fundo eu só... não queria ficar só... ... ... ... Não queria sentir frio... Eu queria sentir algo que me desse vontade de fazer alguma coisa... ... e a falta desse sentimento me faz me sentir tão idiota... Eu queria querer devorar você. Mas não deu certo.

terça-feira, 30 de maio de 2006

Deixe-me ir, preciso andar

Agora não pergunto mais aonde vai a estrada
Sigo sem procurar nada, sigo pela terra do meu peito
Pelo sertão que corre dentro em mim
Meu desespero é franco e passageiro
Minha fraqueza é pura comoção
Mais fácil é entender que o coração
Não ama por inteiro
Sigo sem apressar a resposta
Esperando apenas a compreensão muito lenta de todas as coisas
E nisso se perde tudo o que há de falso em mim
Não quero mais os seus olhos verdes-vermelhos
Não quero mais mentir para que acredites em mim
E para não te ferir vou golpear-te furiosamente
E se eu for capaz de resistir serei talvez
Talvez agraciada com coragem
Nào consigo mais fazer posts longos
Não consigo mais entender
Acho que agora eu estou buscando a verdade
Acho que agora eu estou buscando a mim mesma

Muito lentamente agora
Muito lentamente eu vou reaprender a viver
E quem sabe assim, muito lentamente
Eu reaprendo a amar
Devagarzinho...

O sentido da vida? Sigo descobrindo-o...
Mas da próxima vez quero poder contar-lho de verdade....

"E se alguém por mim perguntar
Diga que eu só vou voltar
Quando eu me encontrar"

quinta-feira, 25 de maio de 2006

Acho que agora eu entendo de onde vem essa dor...
Não é a dor de não amar...
mas também não é a dor de querer...
Não, é uma dor muito mais funtamental...
É apenas a dor de viver.

segunda-feira, 22 de maio de 2006

Principalmente sábado.

A bem da verdade eu estou feliz que tudo isso tenha acontecido. Eu entendi que é possível ser feliz. Obrigado.

sexta-feira, 19 de maio de 2006

Para viver como no sonho

Talvez faltasse um pouco mais de esperança, um pouco mais de delícia nesse viver incansável. Talvez faltasse sentir a dor com um pouco mais de intensidade, e deixar de sofrer pelo passado na mesma medida. Talvez faltasse o desespero de todos os amores sinceros. Talvez, porém, faltasse apenas coragem...

Meu coração engole baques secos e se cála. Será que algum dia eu vou viver como nos sonhos?
Estranhamente hoje olhei para ti como se fosses meu melhor amigo... e sequer me vistes. Será que algum dia eu vou viver assim?

"O que será, será."

E boa caçada a todos!

O que passa pela minha cabeça...

eu quero... eu quero ir, entende? Parece estranho, mas eu realmente quero. E não sei bem por que eu quero também, mas eu quero! Eu quero mesmo. Não entendo isso. E não consigo aceitar que meus amigos vão e eu não. Isso seria tão estranho, por que eu quero ir, e eles vão. E se acontecesse alguma coisa e eles estivessem lá eu nem me sentiria melhor por ter escapado, sei lá, por que eles estariam lá. E se não acontecesse, eu nem me sentiria tão mal, mas seria chato. Enfim. Eu quero ir. De verdade.

sábado, 13 de maio de 2006

Pensamentos privados de uma pessoa pública (ou vice-versa)

Vocês sabem que não é tão fácil me fazer pular de susto a qualquer hora. Várias vezes eu já disse que tenho uma resistência especial a sustos porque meu irmão vive me dando sustos muito bem dados. Mas hoje de manhã, eu ia andando traqüilamente até o meu quarto quando uma porta se abriu na minha frente. O barulho da porta me fez pular e ficar imóvel, como uma presa que percebe a presença do predador (mas que raio de aliteração involuntária...). Meu pai pessou por mim saindo pela porta, e eu apenas disse, com os olhos arregalados... "Que susto..."
É engraçado isso, mas eu realmente sou assustadiça quando estou em casa. Nunca tinha reparado, mas dentro de casa qualquer coisinha me assusta, enquanto em outros lugares é preciso um susto muito bem dado para me fazer pára-parar o que estou fazendo. Talvez isso seja porque em casa eu me deixo ser eu sem os filtros da moral e dos bons costumes, sem os contínuos esforços de ser uma menina tranqüila, extrovertida e sexy. Mas acho que não é só isso. Acho aliás que isso não é o mais importante. Até porque, no fundo, eu sou péssima em ser educada e bonitinha, de forma que fora de casa eu acabo sendo tão desleixada quanto dentro.
Talvez seja mesmo um problema de me sentir vigiada o tempo todo. Em casa eu importo, em casa todos vão querer saber de mim e, quando passarem por mim, vão me ver, vão perceber quão esquisita eu sou quando estou sozinha. Em casa talvez eu tenha menos privacidade do que fora (já que é um fato que até meu quarto é um lugar público). Aqui eu sinto que posso ser repreendida o tempo todo, a qualquer momento alguém pode achar que estou à-toa (e que crime terrível é estar "à-toa"!) e me escalar para algum trabalho (que no fundo nem é tão chato assim...) exatamente quando tudo o que eu quero fazer é descansar, pensar, relaxar um pouco. Então o tempo todo eu estou me esforçando para parecer que estou fazendo alguma coisa (nem que seja ler ou desenhar - embora na verdade a leitura também seja interpretada como falta do que fazer na maioria das vezes) para que ninguém pense que eu sou uma vagal desocupada que só dorme e "viaja".
Por isso toda vez que alguém entra na meu quarto eu me mexo, para parecer que eu não estava parada olhando pela janela pensando na vida. Acho que é proibido pensar na vida. Acho que é proibido querer estar sozinha. Talvez seja esse o real motivo de eu não poder trancar a porta do quarto, e não todos os riscos que eu estaria correndo. Não. Mas concerteza é esse o motivo de eu gostar de subir no telhado: é o único lugar da casa em que ninguém vai me ver, nem sequer saber que eu estou lá. Lá eu posso pensar na vida. Lá eu posso até fingir que eu não existo se eu quiser. Eu posso até andar em círculos se eu quiser. E ninguém vai me repreender.

quarta-feira, 10 de maio de 2006

Eu não entendo.

Eu também não entendo, sabe? E você está do meu lado através da parede, e eu posso ouvir você digitando, mas não consigo ir até aí te dar um abraço, dizer que vai ficar tudo bem, dizer que eu te amo (mas eu te amo).
Qual é o problema, me diz? O que há com este mundo? Cada vez mais eu vejo as gentes que eu amo sofrendo por amar demais, por não encontrar alguém que possa amar tanto assim. Eu vejo o sorriso no seu rosto, o sorriso de quem tem vontade de ir além de um beijo numa festa, de um abraço entre amigos, e de todos aqueles gestos que nos fazem sorrir e sonhar com um mundo ainda mais vivo, um mundo além dessa trivialidade, um mundo onde haja — quem sabe? — amor. Eu não entendo por que essas pessoas não podem simplismente dar-se por inteiro, ou, se não, guardar-se - por que têm que ficar nesse meio termo cheio de mêdo, que a qualquer "eu te gosto" desaba e desaparece, que não pode suportar nem por um instante que o querer do outro seja mais forte que o seu.
Lembrei agora da resposta que eu e outros demos a uma pergunta de um Jogo da Verdade, há algum tempo, já. Eu disse que não ficaria com alguém, porque não achava que eu poderia suportar a crueldade de se aproximar tanto de alguém para então largar, sem ter sequer convivido. Alguns meses e muitos eventos fizeram com que eu esquecesse o real significado do que dissera, mas acabei lembrando. E mesmo achando que é sempre possível não destruir a vida de uma pessoa com um beijo e um olhar (etc.), acho que ainda acredito naquilo. Por que as pessoas não se deixam gostar? E, não se deixando gostar, por que então finjem que se deixarão amar?

Desculpa... acho que eu estou apenas um pouco brava ou um pouco triste porque eu sempre quero muito te ver feliz, e de novo e de novo e de novo você chega com essa cara abatida, com esse olhar desiludido, e eu tenho raiva do mundo porque... bom, acho que é porque eu quero te proteger. Você sabe que eu estou aqui pra qualquer coisa, não sabe? Fique bem... Te amo.

segunda-feira, 8 de maio de 2006

Apenas um comentário rápido

Mas meu deuz, que silêncio! Eu quase não percebi que o computador ligou...
Isto há de fazer melhor para a minha vida ^^
Acho que eu nunca conseguiria entender os garotos. Talvez mesmo os homens adultos, nos quais o que existe de mais infantil nos meninos se mistura com o jogo sexual e a malícia aprendidas na adolescência e com a estranha teia-biblioteca interativa de experiências que compõe o que chamamos de "maturidade" para formar um conjunto temporal ligeiramente complexo, sejam bastante difíceis de decifrar, mas a contradição inerente ao rapaz de dezessete anos o torna completamente intangível. É difícil compreender um ser que hora nos oferece colo, abrigo e sabedoria, ora rasteja carente, encosta a cabeça em nosso ombro como uma criança...

(texto incompleto)

domingo, 7 de maio de 2006

Sonhos

Eu tive sonhos bons esta noite... Sonhos diferentes, em que não havia mêdo ou dúvida, em que não havia olhares silenciosos perdidos na noite das almas. Sonhei com um novo mundo, um mundo de homens e fêmeas heróicas que completariam o elenco lacunoso das princesas, sereias, serpentes, mulheres guerreiras. E no meu sonho lutávamos como jovens estudantes, eufóricos pela beleza das árvores roxas e dos olhos brilhantes de nossos companheiros, pelo sabor vitorioso das criminosas balinhas de morango roubadas dos quartéis e escritórios dos inimigos. Superadas as barreiras dos segredos, neste sonho éramos unidos e abertos, e sem preconceitos nos ajudávamos a alcançar nossos horizontes, a conseguir os objetos de nossos quereres impossíveis, com alegria e risadas debochantes mas com confiança nos nossos poderes.
Hoje eu tive sonhos bons. Sonhos de importância sutil, de significado a princípio óbvio, mas à segunda análise apenas estranho. Sonhei que éramos melhores que os maus, sonhei que eu poderia me casar com o rei. E ao acordar do sonho me senti verdadeiramente humana, verdadeiramente vitoriosa, como se afinal houvesse acordado de um longo sono.

quinta-feira, 4 de maio de 2006

If only...

Há tanta coisa que eu queria te contar...
Se ao menos você pudesse me ouvir
Se ao menos você pudesse entender
Há tanta coisa que eu queria te contar...
Eu poderia responder às suas perguntas, eu poderia te fazer entender
Se ao menos não fosse assim tão escuro
Se não fosse tão impuro
Se ao menos...

Há tanta coisa que você precisa saber...
Mas enquanto escrevo eu postergo o dia em que irá saber
Tudo isso é muito demais pra você
Tudo o que eu sou
O que eu fui
E o que eu preciso ser
Tudo o que o meu olhar quer dizer pode ser demais pra você
Pode ser demais pra mim também
Mas eu não posso deixar que o tempo acabe tão cedo
Eu preciso dizer tudo isso
Eu preciso que você entenda
A tanta coisa que eu preciso te dizer

Se ao menos eu conseguisse tomar as rédeas da minha vida
Se eu pudesse deixar meu coração bater sem medo
Mas os dias vêm e vão e eu continuo aqui perdida
E eu empurro com a barriga o dia em que vou pôr
Todas as cartas na mesa
Se ao menos você não tivesse tanto medo
Se ao menos eu não tivesse tantos mêdos
Se não fosse tudo tão impreciso
Quem sabe?
Podíamos ser honestos.

You won't believe me if I tell you
But still I'll tell you;
I'll tell you anyway
For days have come and gone and now we're back togheter
As if it hadn't happened
As if life started today
But that ain't true
and we know it
And both of us have shared our secrets, and both have trusted
So I won't break no rule:
I'll tell you what my secrets mean to say.
[28/8/2005]

segunda-feira, 1 de maio de 2006

...

everything so empty right now...

O Impulso Inicial - III

eu devia ter postado isso há bastante tempo... agora tudo soa um pouco... estranho...

Olho pra você, com calma, sem intenção. Observo você. Não tenho nenhum motivo para olhar para você, mas também não tenho nenhum motivo para não olhar, então olho. Você me olha. Desvio o olhar — e o ritmo do meu coração muda ligeiramente. Você me olha, eu desvio o olhar e o ritmo do meu coração muda repentinamente. E eu capitã que afundo com o navio, eu que afundo mesmo fora do navio, lembro e arranco do corpo essa mágoa, eu broto de vento que morre e não chora. Ele me abraçou tão doce e quente, a raiva a dor e todas as outras coisas. Falei tudo o que pensava, gani em protesto contra as lágrimas que me rompiam a seriedade da face. Chorei. Chorei e gritei na minha própria alma, o mesmo urro de todas as vezes em que tive ódio de mim, e com isso o ódio frustrado, de raiva dos outros; um uivo profundo, sincero e selvagem. E mesmo no seu abraço, mesmo no seu castelo, meu rugido destruiu todos os desprazeres e prazeres do passado, meu rugido destruiu tanto o medo quanto a dúvida, meu rugido quebrou teu olhar em pedaços, desfez as paredes, a àgua e todas as coisas, todas mas não a dívida. Depois foi o silêncio. Você me olhou em silêncio. Sustentei o olhar por um instante, e você sorriu, simplesmente. Depois partiu. Eu olhei para as mãos, para o ar, para o chão. Água, pensei. Quem dera, apenas isto, água. Água, dívida e silêncio.

O Impulso Inicial - (parênteses)

Entre teses.

Ele me olhava de fora do barco que afundava. Ele me chamava. Ele perenemente me chamava e eu olhava e pensava e tudo o que não conseguia era sentir a força do olhar dele olhando de fora do barco, chamando, me chamando. Eu o olhava nadando nas ondas que o meu tempo criara, meu tempo de mar Temperamental, e eu fiz movimentos vazios na tentativa de agarrá-lo daquele mar furioso. Em verdade pulei no mar para salvá-lo, ou para que ele me salvasse antes que o barco afundando me afogasse, antes que nossos sonhos fossem consumidos pelo tempo que nos olhava cada vez mais longe. Infelizmente, o vento subjetivo das idéias, que carrega os acontecimentos em suas correntes como folhas despredidas de uma árvore, jogou-o entre os passarinhos e a mim entre os bichos-folhas, e em nossos universos diferentes nossas mãos tocaram-se com delicadeza. As palavras de um feriam os ouvidos do outro, e calamo-nos, a olhar as águas. Lentamente o silêncio tornou-se nossa única forma de expressão.