sábado, 23 de dezembro de 2006

Ponto.

Foi um ano bom, não foi? ^^ Não quero falar nada. Vou fazer uma pequena homenagem ^^

Lôbo de Ouro 2006

Melhor Ilustração e Melhor Acervo de Narrativas - Aqui em Hinée
Melhor Acervo de Variedades - A Côrte
Melhor Blog-Livro - Pirate's Tale
Melhor Blog de Autor Desconhecido - Febre Alta
Melhor Diagramação - .piano.
Melhor Leitura para Tarde da Noite - O Pato Está na Ratoeira (embora o Conte de Feés também fosse indicado)
Melhor Leitura Vespertina - Ten Years Ahead

Pretendo afastar-me da internet por algumas semanas, para reorganizar um pouco minha vida et cetera. Vou prá Cajaíba depois do natal e depois volto para a segunda fase da FUVEST... Enquanto isso, estou perdida. Espero que nos vejamos ao vivo mais algumas vezes. Boas férias, camaradas. Entrem em 2007 com a cabeça erguida =^.^=

Sinceramente;
A Lôba

quinta-feira, 21 de dezembro de 2006

Uma Vírgula.

Eu diria que o ser é apenas parte do não-ser, mas eu não acredito nisso. Ser em si é a razão de tudo o mais. A textura dos troncos das árvores, o cheiro da terra roxa e das folhas jovens que nascem nela, o sorriso do desconhecido diante de um gesto de simpatia, tudo isso justifica nosso desejo incontrolável de viver. Por viver.
Sinto-me como uma criança, que descobre um inseto novo, que faz planos complexos e os esquece em poucos segundos. Semana passada eu vi o meu primeiro louva-a-deus, e ele não era tão assustador quanto parecera. Durante essa semana que agora acaba, peguei o hábito de andar de ônibus, fiz um amigo, desenhei, fiz compras na Teodoro.
Mas tudo está ainda muito pela metade.
Sou uma criança que tem mêdo de errar, que só arrisca quando está sozinha, muito longe do olhar da mãe — porque a mãe, veja só, a mãe percebe todo erro muito logo, mas os desconhecidos acham que você sempre sabe o que está fazendo. Não conto mentiras, mas também não conto verdades. Respondo o mínimo, que quanto menos se diz menor é a chance de falar algo que ofenda ou fira. Mas será que o silêncio pode também causar uma má imagem?
Não acredito nas pessoas, porque sei que todas são más, por dentro ou por fora. Mas também são todas boas. Sou uma criança que precisa de carinho, compreensão, contestação, respeito, espaço, explicações. Para mim nada é óbvio, nada é simples, tudo tem um sentido profundo por trás. É preciso haver respeito, esforço, beleza, delicadeza, empatia, sutileza, aparência. É preciso valorizar o silêncio, a nudez e o ímpeto. E, principalmente, não se pode desprezar o café-da-manhã. Por mais que a noite seja a soberana dos sentidos e sentimentos, o café-da-manhã é a medida das coisas da alma.
Acho que a maior beleza da infância é a maneira como tudo se aprende. É preciso estar disposto a aprender, e cada coisa nova (e há tantas coisas novas!) é uma pequena aventura. É delícia a pequenez das coisas, tudo miúdo, conciso, sutil. A pequenez não admite desleixo, devassidão. A pequenez tem que ser imensa, rígida, estudada. Quando não se puder fazer nada, observa-se. Eu observo, olho, admiro. A visão é uma dádiva. Sempre que possível, faze um desenho de observação. Verás que as árvores são mais estranhas do que aquele serzinho plástico que desenhas. Admire. Não há perigo em olhar.

Não sei se há mais o que dizer. Quero fugir daqui onde tudo me assusta.

Vou sentir saudades, vou morrer de falta de ti, Gato. Me cativaste sem perceber e eu não sei mais viver sem ti. Não seja egoísta, não desapareça. Por favor.

Por favor, meu amor, não me abandone, que sou criança e não suporto solidão...

sábado, 16 de dezembro de 2006

Chorando e cantando

porque eu li o fdp e foi isso que ficou na minha cabeça...



(Geraldo Azevedo)

Quando fevereiro chegar
Saudade já não mata a gente
A chama continua no ar
O fogo vai deixar semente
A gente ri a gente chora
Ai ai ai a gente chora
Fazendo a noite parecer um dia
Depois faz acordar cantando
Pra fazer e acontecer
Verdades e mentiras
Faz crer, faz desacreditar de tudo
E depois depois amor ô ô ôô

Ninguém ninguém verá o que eu sonhei
Só você meu amor
Ninguém verá o sonho que eu sonhei
Um sorriso quando acordar
Pintado pelo sol nascente
Na luz de cada olhar mais diferente
Tua chama me ilumina
Me faz virar um astro incandescente
Teu amor faz cometer loucuras
Faz mais, depois faz acordar chorando
Pra fazer e acontecer
Verdades e mentiras
Faz crer, faz desacreditar de tudo
E depois depois do amor
Amor ô ô

sexta-feira, 15 de dezembro de 2006

Lôbo de Ouro

Apesar de esse ser um post de premiações, ele não é realmente um plágio do que tem Lá em Hinée

Os blogs são como os impérios, os movimentos culturais e os relacionamentos: têm um início quase introdutório, qual uma epígrafe, ascensão, apogeu e declínio. Felizmente, depois do declínio costuma vir uma saudável bonança (ou calmaria) que precede nova ascensão. Digo isso porque já passei várias vezes por esse ciclo, e hoje em dia o enfrento sem nenhum mêdo de que seja preciso abandonar a Toca, ou de que ninguém mais a leia. Os leitores, e até eu como leitora, também têm seus ciclos, e sua fidelidade ao conteúdo deste destrancado casebre virtual deve oscilar como a pressão atmosférica. Ou algo assim. Mas ainda não consegui aprender a passar pelos tempos de declínio com tranqüilidade. Eles ainda trazem o velho frio na barriga das grandes decidas na montanha russa, o estranho desespero que nos inflinge a folha acusadoramente branca (ou, pior, amarela). Por isso, eu resolvi desenvolver uma estratégia cujo principal objetivo é direcionar os leitores para blogs amigos, os quais eles possam visitar enquanto este aqui anda morimbundo (e pretendo que fique morimbundo por mais algum tempo).

terça-feira, 12 de dezembro de 2006

Metamorfose

Olhou-se no espelho, eram três horas da manhã, e a imagem no espelho respondeu com um sorriso cínico. Fingiu indiferença, quem era o espelho para dizer qualquer coisa sobre sua vida? No espelho os lábios eram vermelhos apesar de não haver batom, e os olhos eram profundos como se tivessem por trás um mundo inteiro de desejos e segredos pecaminosos. Sustentou o próprio olhar invertido, com raiva silenciosa. E o espelho devolvia sua raiva com caretas e carrancas completamente desconhecidas. Até as rajadas na íris tinham se modificado ao longo dos anos, e sua lembrança daqueles olhos estava como que estagnada em algum ponto do seu passado. Também os lábios haviam mudado, se projetado, à custa de mordidas nervosas de seus e de outros dentes. E a carne nos lados do rosto, aquelas carninhas entre a bochecha e a mandíbula que odiava, haviam desaparecido. Ela se encarava, tensa, desconfortável como se diante de uma grande figura, como se diante de uma multidão, fazendo caras e bocas para si mesma, tentando, de alguma forma, resgatar qualquer semelhança entre sua própria face, a da sua memória, e a que via diante de si. Mas o espelho, inflexível, negava qualquer consolo, mostrando sempre uma pessoa completamente diferente, em gestos, em cores, em olhares, da que ela procurava tão desesperadamente. E agora ela mantinha um silêncio receoso, porque não queria descobrir no que se transformara sua voz. Sabia que tinha uma voz aguda, às vezes um pouco desafinada, às vezes grossa, às vezes infantil, e sequer gostava da idéia que fazia de sua própria voz; não poderia suportar, porém, que tivesse acordado com uma voz estável, ainda fina, mas como flauta doce, e sutil ou misteriosa. Nunca poderia respeitar-se se sua voz fosse fascinante, se fosse sedutora, se fosse belíssima. E se olhava assustada no espelho imaginando que se prendesse o cabelo, usasse um boné e (mesmo assim) tomasse sol no rosto, se vestisse umas jeans largas e camisetas estampadas, com algum tênis furado, ou se desse um jeito de se sujar de grama, casca de árvores e barro, quem sabe poderia voltar a se parecer com o que costumava associar a si mesma. Talvez até voltasse a se sentir forte daquele jeito, talvez voltasse a pensar que tinha dentro de si a força de todo o mundo. Talvez até voltasse a escrever. Afinal, ela não escolhera realmente sofrer a transformação. E não poderia de maneira alguma aceitar se transformar numa daquelas meninas lindas que sempre admirara. Pior que isso: ela nunca se perdoaria por se transformar numa mulher como as que ele mirava...

sábado, 9 de dezembro de 2006

resposta aos comentários

Sim, ame como for, que qualquer maneira de amor vale a pena. Me ame, ouviu? (é uma ordem). Mas amor basta? É preciso, olha, é preciso um monte de coisas pra, digamos, sustentar o amor, pro amor não ficar difícil demais; quer dizer, difícil até é bom, mas não demais. Eu escrevi uma música sobre essa dificuldade uma vez. Era assim:

I'm crossing my fingers
hoping you will be here
Somehow my hopes are somewhat low
And everything lingers
indefinedly
Somehow our hands are somewhat cold
And I thought I could have you but
when I kiss you I feel
you are never gonna know
for sure that this is for real

And I'm looking for stars
Tonight they are fading
Right now there isn't much to see
And I'm trying so hard
but you are just waiting
Right now our dreams are fast asleep
'Cause I thought you were mine but
when I see you I see
you are never gonna know
where to look for me when I leave

So please just go
I'm not ready to live without you
But I know
I'm not ready to feel like this

I reach out for silence
I'm feeling so lonely
Sometimes I wish we'd never met
But if you gave me a shy glance
well I'd just keep longing
Sometimes I can't see where we're at
And I know that you love me but
when I can't hear your voice
I realize that you don't know
That all I'm feeling was my choice

So please just go
I'm not ready to live without you
but I know
I'm not ready to feel like this
Abandoned like this...


Claro que tecnicamente eu devo ter exagerado um pouco nesse "please" just go, porque eu escrevi isso em 2005 e... bom, vocês sabem a história. E na verdade hoje em dia eu não sinto mais tanto isso... Mas às vezes a gente precisa de mais... E às vezes é justamente quando a gente precisa que a gente não pode ter...

sexta-feira, 8 de dezembro de 2006

Você sabe quanto tempo leva pra dizer "eu te amo"? Mais ou menos um segundo, se você for rápido. Mas os efeitos perduram por um tempo indefinidamente longo. Parece que os atos mais curtos e rápidos são justamente aqueles que mais importam...

Quanto tempo você demorou para pôr o pé na rua e ir embora? Quantas vezes você pensou no que fazia? Será que em alguns desses instantes você percebeu que um ato simples e desisteressado como esse tem como conseqüência um sentimento inexplicável e complexo, capaz de derrubar fortalezas, vencer guerras? Eu quero parar de escrever, dizer que está tudo certo, pedir desculpas, mas "tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas", e você não tem consciência da importância que isso tem.

De onde vem esse sentimento? Por que de repente essa dor inexpurgável, essa necessidade inexplicável de você?

"Ensaio sobre a solidão"

(Como todos os meus posts ultimamente, este vai ser sobre aquelas coisas que uma menina direita nunca deveria deixar que os outros soubessem)

Quando o sol se põe, fica mais fácil ser qualquer coisa. Em dias cheios de amigos, é mais fácil ser guerreira, ser amante (desvelável?), ser amiga, ser senhora, ser Marina. Em dias de mar revolto é mais fácil ser senhora, contar histórias, imaginar... Em dias assim solitários, é mais fácil querer chorar...

Eu não tive coragem de falar na sua cara, mas eu senti: na verdade, existe algo de profundamente egoísta em sentir-se só. E eu sei que você sabe disso, sei pelo tom da sua voz quando você disse que não era verdade (ou algo do gÊnero...).

...
sabe o quÊ? eu não quero escrever. Acho que não vou querer escrever nunca mais...

quarta-feira, 6 de dezembro de 2006

I absolutely hate to feel lonely like this...

somebody save me...