segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Eu nunca deixei de te achar o máximo.

Eu tenho lido muito os blogs da Hita e da Lu, e acho que este post vai ser mais diário que o meu normal. Porque as coisas intensas da minha vida são coisas que eu não quero realmente compartilhar tão publicamente (sabe aquela coisa incrível que você quer contar pra todo mundo e não conta pra ninguém?) e as pessoas que eu amo ou já sabem disso ou não lêem meu blog.

Ultimamente os dias têm sido muito bons, quer dizer, eu tenho acordado perto do pôr do sol e curtido a noite até amanhecer. Eu passei uma semana sem ver a Turma do Bairro e vou passar mais uma semana sem ver a galera que vi esta semana, e isso é bem esquisito, mas curti muito cada dia, dancei, flertei, abracei, ri, troquei informações, troquei idéias, bebi, comi, durmi, até dormimos num quarto coletivo espontaneamente! Life is good and this IS fun.

Ontem na festa da Talis nós jogamos EuNunca (principalmente porque é preciso jogar de vez em quando e o Ju é novo pra turma e ele gosta desse jogo) e como tem acontecido ultimamente eu me diverti com todo o clima de bissexualidade, camaradagem, falta de vergonha e aceitação de que todo mundo tem história. E as pessoas começaram a contar as histórias mesmo quando não eram obrigadas, porque o mais legal do eununca são as histórias. E aí teve aquela parte em que as pessoas começaram a revelar quem, daquela mesa, elas teriam pegado. E na pergunta "Eu nunca quis pegar alguém do mesmo sexo desta mesa" muita gente bebeu e como as todo mundo começou a revelar quem queria pegar eu tive que admitir que todas elas eram muito bonitas. Mas eu não queria ter dito exatamente isso.

Eu queria ter dito diferente e dizer isso me fez me sentir meio mal. Porque é bom ser bonito e tal, mas quando eu disse isso eu senti que estava planificando uma coisa que não devia planificar, porque não é como se elas fossem todas iguais e como se eu só me atraisse por pessoas porque elas são bonitas e só isso. Minhas amigas não são Barbies. Eu gosto de cada pessoa por motivos diferentes, e mesmo quando as pessoas são muito parecidas eu acabo dando um valor especial a cada pessoa por aquelas coisas que são diferentes entre coisas parecidas, tanto da mente quanto do corpo da pessoa (que não são realmente coisas separáveis).

Então eu queria ter dito que eu queria pegar você porque você é meiga e doce e adorável e carinhosa, e que quando eu te conheci eu queria que você fosse minha irmãzinha, e que quando você cresceu você se tornou auto-confiante e parou de precisar de talismãs e agora você tem uma aura de segurança em volta de você que só complementa esse carinho e essa sua capacidade de sempre dar um abraço infinito, e ainda assim você é alegre e dá vontade de brincar com você como se fôssemos dois cachorrinhos. E na verdade na maior parte do tempo eu ainda quero te ter como minha irmãzinha, mas de vez em quando eu olho pra você e só vejo essa mulher linda e incrível.

E eu queria ter dito que você é extremamente sexy, e que eu sempre me impressiono com a sua capacidade de se vestir mostrando e escondendo partes do seu corpo daquele jeito que parece que só acontece em literatura, e se mover desse jeito que deixa todos os nossos olhos vidrados em você, e ser tão absolutamente feminina com aquele olhar de quem não está nem tentando, e nem tem idéia do que está fazendo, e ao mesmo tempo conversando séria e inteligentemente sobre qualquer assunto que caia na nossa roda (só porque alguém tem que obliterar aquele mito de que menina bonita demais não pode ser tão nerd), e você não tem mêdo de ser a única menina no meio de atividades que só tem homem, e de participar delas de verdade, e não só porque eles sào seus amigos, e isso é uma coisa que eu sempre admiro um monte.

E eu queria ter dito que você é tão bonita que às vezes eu fico descansando meus olhos nesses seus olhos que não se parecem com nada, mas que o que realmente pega em você é que você tem essa energia de pular e cantar e correr e sempre querer ser mais foda e mais incrível e não levar desaforo pra casa e não aceitar não estar em cima da caça e você me fez sentir muito mais confortável com a minha existência no universo no dia em que eu descobri que você também rosna. Você é da minha alcatéia. E ao mesmo tempo toda vez que eu estou começando a me encher o saco da sua prepotência você me mostra o quanto você também é feminina, e gentil, e maternal até. Às vezes parece que você está debochando dessas linhas toscas entre o que é feminino e o que é masculino, e entre o que esperam que você faça e não faça. E eu quero você correndo do meu lado.

E eu queria ter dito que você tem uma fluidez de não precisar de um arrimo que te sustente, de saber quem você é e de ter amigos em todos os lugares, e você cria toda uma vida própria que não é parecida com ninguém, e você tem tantos lados diferentes, tantos aspectos, e eu gosto de conviver com todas as faces que eu conheço de você, e eu te admiro e você parece sempre tão certa das suas decisões, e, eu não sei exatamente como, em alguns dias, quando você está particularmente bonita e brilhante e dançante e expansiva, essa admiração e amizade e vontade de te conhecer melhor acabam se convertendo numa vontade te agarrar e te dar um beijo (ou isso, ou eu não sei separar as coisas).



Eu fiquei muito tempo pensando em colocar outros parágrafos, para outras mulheres, só pra deixar as coisas mais confusas e menos explícitas e porque tem coisas incríveis que eu poderia dizer sobre outras pessoas. Ou talvez eu pudesse colocar uns parágrafos pros homens também. Mas eu não quero ficar aqui tanto tempo hoje, e ao mesmo tempo eu acho que é uma tentativa fútil, porque se vocês me conhecem você vão saber exatamente de quem eu estou falando, e embora me dê um pouco de mêdo revelar as coisas que eu vejo em vocês, um pouco de mêdo de que vocês se ofendam, ou não gostem, ou se sintam pressionadas a ser o que a gente vê em vocês, eu também espero que vocês enxerguem através dos meus olhos e percebam o quanto tudo isso é, de certa forma, verdade. Porque vocês podem mudar e mudar de idéia e decidir serem outras coisas ou mostrarem outros aspectos de vocês, e vocês vão mudar porque nós somos todos muito jovens pra sermos estáticos, mas neste momento é isso o que eu vejo e admiro. E de vez em quando a gente sente vontade de homenagear as pessoas, não é?

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Fearing, Doubting

There's only love left,
And some wonder.
There's a dream just beyond the corner
There's a fortress that refuses to be taken
And a princess that refuses to be saved

She's in love with the dragon, or so they say
But shouldn't it be the ther way around?

It's dark in here
Do light a candle
There's a bud in the cradle where the baby wolf should be.

There's a chance of saving the world, but only if we are really lost can we find ourselves.

It's lonely in here.

I had a dream once. It was here, in this very place. It was dark and eerie and your dangerous eyes were glowing. You said,

"Was it hot?"

I was a dream, once.

Dentro.

Eu estava jogando RPG, e tem gente bebendo na minha casa, e eu me sinto mal. Eu não devia me sentir mal depois de jogar RPG. Deveria ser divertido e alucinante e só isso. Eu não deveria me sentir fraca e pequena e culpada. Mas...

O foda é que 32% das vezes em que eu jogo RPG eu acabo me sentindo mal. Uma outra porção das vezes eu me sinto muito bem, uma outra porção eu me sinto meio x, mas tem essa porção do tempo em que me faz me sentir mal, e é uma droga, e a culpa é só minha, e eu não quero me sentir assim.

Eu não devia me sentir mal jogando RPG.

Mas é que o RPG me faz tomar decisões rápido e elas têm conseqüências violentas e imediatas e não há segunda chance e o que a gente está fazendo é sempre absurdo e impossível e nós não temos idéia de como proceder e a gente comete tantos erros!

Não, péra. O problema é que eu cometo erros. O problema é que eu deixo as coisas acontecerem e eu não quero que elas aconteçam e elas acontecem e eu fico me sentindo mal depois. E eu não sei o que fazer. E eu não sei quem eu devo ser. Eu não quero brigar, mas eu gostaria de ser uma pessoa melhor. Eu gostaria de ser uma pessoa boa, de vez em quando. Eu gostaria de ter a menor idéia de como proceder.

Eu não sei. Eu me sinto infeliz.

E tem gente dentro da minha casa que eu nem conheço direito, gente bebendo por beber e gente que não é amigo meu, e eu fico pensando que eu não tenho mais vontade de viver nessa baderna. Eu não quero mais ter gente na minha casa quando eu quero ficar sozinha e eu não quero ter gente de quem eu não gosto dentro da minha casa. Chega.

Eu quero parar de escrever e eu gostaria que houvesse um lugar pra ir, mas eu estou sozinha e está tudo tomado. E hoje o Zed vai dormir infeliz e eu vou dormir infeliz e me sentindo incompleta e incomodada com o fato que eu podia ter mudado alguma coisa, mas eu não mudei nada. E nós somos incompetentes sim, e nós sabemos que nós somos incompetentes. Nós só não sabemos como não ser.

Eu sei que eu não devia levar tudo tão a sério, mas é que pra mim é tudo real.