terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Meaw

And I feel lonely. Been with you for so long that I don' know how to be alone anymore. All around me are ghosts - of far away loves, of dreams andreamt. I miss having you who knows all about me by my side. I miss who I am when I have this world you build around me. And we're just going about with our businesss and I... wait, what is my business again?

I feel so lonely and empty. Suddenly my friends feel so distant. Suddenly I feel like my world is another. I'm in for a different game. I don't know where you are anymore.

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Como dizer?

Estava pensando em escrever um poema, mas não sei ainda qual. Queria que ele girasse em torno da idéia da Leoa, como uma Deusa. A Leoa pra mim sempre foi um símbolo de um certo tipo de poder, é ela que protege a cidade de Levante que muda de nome toda vez que é conquistada... A Leoa é Labwa, é a Devoradora, é o animal fêmea que mata e dá vida. Será que esse símbolo pode sustentar sozinho o meu poema? Ou será que preciso do meu amor para sustentá-lo? Acho que é um bom símbolo.

Leoa dos infinitos mundos
Persegues tuas presas pelas savanas
Em compasso com tuas irmãs, mães de teus sobrinhos
E amantes do pai dos teus filhos
Tuas presas, fera, manténs ocultas
Até o momento fatal do bote
Mas quem duvidaria de tua ferocidade?
Tuas garras manténs dentro dos dedos
Nas patas que pisam suavemente a relva
Tua caçada, Labwa, é silenciosa
Mas corações disparam quando vêem teus olhos cheios de morte
E tu lhes trazes a última dor que sentirão sobre a terra
E derramas o último sangue.
Teus lábios ensanguentados limpas com a língua áspera
Tua boca que mata leva a carne aos filhotes
Leoa, em dadas tardes te deixas caçar pelo violento e cabeludo macho
Cujo rugido que afasta inimigos tu admiras
E cujo corpo enorme e quente tu desejas
Leoa, em teu corpo esculpido para matar surge a vida
Tuas patas parecem pequenas quando carregam a futura caçada.


Acho que não há mais o que ser dito.

Agora já sei quem você é, minha leoa: você é a Esfinge.

sábado, 25 de dezembro de 2010

Inquietação

Quero escrever alguma coisa, quero desabafar, mas não posso, não posso.

Acho que está na hora de eu conversar com alguém ao vivo.

Onde estão meus amigos?

Procuro um homem [?]

Procuro um homem que não seja como todos
os outros homens que até hoje conheci
Que seja incômodo e imprestável como os outros
Mas um que saiba o quanto deve dar de si

Eu não procuro um homem que seja perfeito
mas um que seja livre e siga com coragem
Que tenha a cara de reclamar seus direitos
sem hesitar e sem se perder na linguagem

Procuro um homem que se guie por seus sonhos
e, perseguindo-os, não se acanhe de ir além
Um que consiga subjugar os seus demônios
mas que seja um pouco demônio ele também

Procuro um homem que não caia do cavalo
ou que, caindo, também saiba levantar
Que, como um gato, às vezes venha de mansinho
e às vezes pule sobre a presa pra matar

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Achei isso numa pilha de anotações antigas... Acho que deve ser de 2006, mas não posso garantir; talvez seja de antes, talvez de bem depois. Acho que eu tenho muito poemas descrevendo o amor que eu quero... Mas acho esquisito, acho que hoje em dia eu não escreveria uma coisa assim, "procuro um homem"... Eu não procuro mais um homem, eu procuro a mim, a você, a quem possa saciar essa fome, à origem da fome. Minha forma de pensar, de enxergar essa questão, mudou radicalmente.

sábado, 18 de dezembro de 2010

Ao Cara da Bicicleta [24-25/9/2005]

Estou andando pela rua e vem
Você, que me coloca muito bem
Uma palavra doce no caminho.
Eu olho pra você, penso na vida
De que me vale estar assim perdida?
Em tantos colos quero fazer ninho...

Eu vinha andando meio solitária
Na sociedade me sentindo pária
E vem você chamar-me de gatinha.
Talvez não seja bom pensar assim,
Mas peço que não venha atrás de mim
Pois isso eu tenho que vencer sozinha

E, se vier, posso não ser legal
Vou ser cruel, posso te deixar mal
Se você não se despedir agora
Mas você não me ouvira o não amaro
Eu disse então que tinha namorado
Pra você desistir e ir embora


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Sim, existem pessoas que às vezes tiram algo de bom de encontrar um cara idiota te xavecando na rua. Esse cara de fato apareceu de bicicleta me chamando de gatinha. às vezes essas coisas imbecis são importantes pra quem está totalmente perdido.

Alerta [set/2005]

Não pule no lago, eu te disse, vai se machucar
mas a água do lago era linda como a água do mar
Tinha ondas que iam e vinham, para te atrair
e eram ora cruéis ora doces, pra te consumir
Pois eu disse: não pule no lago - você não me ouviu
Se afastou de mim (sou também água) e em frente seguiu
Foi largando no caminho roupas, armas e armaduras
Mas eu acho que suas intenções não eram seguras
Você foi, pois, andando sem mêdo mas meio hesitante
mas então viu o dragão do lago - foi desconcertante!
e tão surpreendido qual gato no meio do pulo
você veio pedindo socorro, tateando no escuro
E eu pensava, ao ver você assim, voltando do errado
que eu dissera, e você não me ouvira, "não pule no lago"

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Ah, eu gosto tanto do ritmo deste poema! Eu gosto também de algumas das metáforas dele. Algum dia eu preciso explicar o que é o lago =)

Rascunhos

"Não faça rascunhos. Leve cada desenho a sério." - Peçanha


Sabe, eu tenho dois rascunhos quase permanente no meu blog, além de um rascunho rotativo de Histórias Sem Fim. São começos de histórias que eu queria escrever, que começaram muito naturalmente, mas que eu não consigo continuar! É tão difícil continuar. Particularmente esta sobre o Lay, o Anjo do Relâmpago (é a primeira vez que o chamo assim, em português), é difícil porque eu comecei querendo escrever com leveza e beleza, mas a vida do Lay não é bonita, e eu não consigo dar o passo do lirismo para a narrativa. Acho narrativas muito difíceis, me dou muito melhor com as descrições. Bem, acho que nunca serei um contador de histórias como o Garth Nix, mas talvez eu possa almejar um pouco do fascínio do Tolkien... Enfim, vou publicar esse rascunho para vocês terem uma idéia do que estou falando.


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Na cidade de Raéa tudo era tão bonito! As praças estavam cobertas de lírios e as torres dos palácios se erguiam claras e majestosas em direção ao céu azul e límpido lá em cima. Em Raéa nunca chovia, nunca ficava nublado, talvez porque a cidade estava acima da maioria das nuvens, no topo dos picos fantásticos que o povo comum chamava de Heaven. É claro que o nome original do lugar era Haven, mas quem discordaria do nome que o povo dava, quer dizer, haveria um lugar mais próximo de se chamar de Céu? Os enormes pássaros de Raéa se agitavam e cantavam para despertar a cidade. Os habitantes de Raéa, como qualquer povo de boa fé, venerava a Quemi, o Pássaro das Cores, e a Quehy, a Fênix de Luz. Exemplares jovens das duas espécies saltitavam aqui e ali, colorindo e iluminando o ar em que dançavam; mas o pássaro mais presente da cidade era o que eles chamavam de Alma dos Ventos, uma ave imponente que parecia nunca parar de crescer e que viajava distância inacreditáveis para fazer seu ninho nas torres dos palácios. E, como era bem cedo, os parapeitos das janelas estavam apinhados de Almas das Manhãs, os menores pássaros de Raéa (ainda um pouco maiores que um sabiá de peito laranja), que tinham penas macias como as plumas de um bebê e que se reuniam no nascer do sol para se aquecer, conversar com seus irmãos em trinados baixos e graves e entoar adoráveis cantigas de acordar. Não havia melhor forma de acordar que o amanhecer de Raéa! O sol entrava por todas as janelas e fazia brilhar as torres imaculadamente brancas. As casas baixas, feitas de blocos mais rudes das pedras claras das montanhas, estavam cobertas de flores delicadas que se abriam ao toque do sol. Cada porta, esculpida na mais nobre madeira jovem que crescia timidamente abaixo das nuvens, se abria, e cada janela, apenas para deixar o vento entrar. Logo todos estariam despertos, e a cidade estaria cantando com o prazer de um novo dia. Era por essas manhãs que Lyserh vivia. Ele adorava saltar para a rua e sentir o ar correndo por sua pele enquanto abrandava a queda. O azul do céu e o branco brilhante das casas e das flores o preenchia , como o calor do sol. Ele cumprimentava os pássaros ao caminhar pela praça. Era sua vez de ser feliz. Era tudo o que tinha na vida.
Neste dia, Ly também estava feliz porque ia conseguir uma coisa a mais, uma coisa a mais a que se agarrar nos momentos em que a luz parecia distante. Ele não tinha a menor dúvida de que a partir de então ele seria feliz! Ali, em Raéa, onde cada dia era perfeito, ali ele ia encontrar seu lugar do lado direito de Deus. Era impossível parar de sorrir. Ali ele ia encontrar aquilo que daria sentido à sua vida.
Ele atravessou mais algumas praças cobertas de lírios, e algumas ruas estreitas e floridas, saltitando de pedra em pedra e cantarolando para acompanhar as Almas. Antigamente ele costumava pensar com freqüência em como seria, depois da morte, é claro, ser um pássaro e passar seus dias planando e chilreando por aí; mas hoje esse pensamento sequer lhe ocorreu -- a vida parecia tão bela assim do jeito que estava! Era difícil pensar em coisas tristes ou mesmo coisas imperfeitas neste dia alegre.



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Minha idéia é contar como Lyserh entrou para a força de elite dos Anjos. É muito importante para a história que ele entre nela. Na verdade é essa a fundação do personagem. Mas eu não consigo fazer acontecer.

Direitos [23-25/9/2005]

Nem todo coração
tem direito a ficar em paz
Nem toda paixão
tem direito a um final feliz
Nem toda amara vida
tem direito de voltar atrás
Nem toda alma perdida
tem direito de ser o que quis
Mas por favor não desista, que a vida é muito maior
que esse pedaço de vida ao qual você se amarrou
Mas por favor não insista, que a vida tem mais sabor
que esse pedaço de vida o qual você não largou
Pois se amarrar
a um amor que morreu
é ainda contar
com o que já se perdeu
Além disso, veja bem, não adianta chorar
Isso não fará o alguém que você ama te amar

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.... é, sei lá. Eu precisava convencer ao pessoas a desistirem de seus amores impossíveis com freqüência... Tentei mudar pouco este poema (só uma alteração de rtmo aqui e ali) porque ele é ruim demais pra ser melhorado. E tem umas quatro melodias diferentes que nem se encaixam tão bem assim. Ora!

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Faelyn

O dragão surgiu de repente depois de uma curva, e assomava enorme, quase batendo em todas as paredes da imensa galeria. Era um dragão magnífico, de escamas verdes cobrindo as costelas e placas vermelhas por todo o dorso, brilhando intensamente mesmo na pouca luz da caverna. Suas garras eram do tamanho da espada de Roder, cinzentas e muito mais fortes do que a lâmina. Toda a couraça do dragão reluzia em tonalidades detalhadamente distintas, colorindo as paredes e o chão como um caleidoscópio. Seus chifres eram grandes como árvores, e seus olhos tinham a intensidade de um caçador. Era o dragão perfeito, o monstro de todas as lendas, o inimigo dos sonhos de Roder, Aquele era o dragão definitivo, o dragão com que ele sonhava quando sua irmã lhe contava histórias antes de dormir.
- Nahär! - gritou Roder o nome de seus ancestrais enquanto desembainhava a espada. O dragão levantou a cabeça num susto e se encolheu contra o fundo da galeria, contorcendo o longo pescoço escamoso para virar os olhos para o invasor. Roder, vendo aquela carne enorme se virando e movendo com estradalhaço, ergueu a espada que tinha matado cem ogros e se lançou em corrida para fincar sua lâmina entre as escamas da barriga do monstro. Mas não é tão fácil penetrar o couro de um dragão, e este, tentando espantar o incômodo cutucador, abriu a bocarra cheia de dentes pontudos e rugiu na cara de seu agressor. Mas Roder, em vez de de se assustar com os presas imensas e o rugido ensurdecedor se revigorou com eles e e, convencido de que aquele era o mais terrível e formidável monstro que um herói já enfrentara sem ser devorado, estendeu o braço e enfiou sua espada no fundo da enorme garganta. E o dragão caiu.

Como eu disse, o problema está sempre nos ouvintes. vejo que você me ouve com olhos arregalados e emoção renovada a cada frase, sem imaginar o que acontece a seguir. Também Roder acreditava estar vivendo a estória de sua vida, e nesse momento seu coração batia rápido e sua mente viava pelos cenários do triunfo e das canções dos menestréis. Mas nesse mesmo momento sua visão se desfez.

A bocarra do dragão caíra sobre o herói e o mantinha preso entre as presas e a espada, um dente enorme enfiado no braço desarmado. De repente o espeto dos dentes desapareceu e Roder se desequilibrou e caiu sentado no chão, atordoado mas sem largar a espada. Uma névoa com cor de dragão volteava e revolvia em torno dele, parecendo querer se reunir no centro da galeria logo à sua frente. Entretanto Roder via nitidamente através da névoa, que não tinha cheiro, e não havia vento. Era uma ilusão! Não havia dragão, mas seu braço estava ferido e a espada, suja de sangue. O herói ficou no chão, confuso e paralizado pela percepção de que estivera lutando contra um dragão de mentira. Entretanto, devia haver alguém, quem sabe um demônio ou um vil feiticeiro por trás dessa névoa, pois alguém raptara a donzela, alguém o chamar através da caverna, alguém causara o ferimento no seu braço, e mais - alguém deixara seu sangue sobre sua espada. Roder ficou de pé e avançou lentamente para onde a névoa começava a se compactar numa forma humana, determinado a garantir sua vitória contra quem fosse o vilão de sua história. Ele se postou altivo e ameaçador diante do homem que a névoa formava; mas o homem era na verdade Faelyn, caída e agonizante aos seus pés, numa poça de sangue que saía de sua garganta - e ele desfez a pose e tentou desesperado ajudá-la, mas a garota se esquivou dele apavorada, e seus últimos movimentos neste mundo foram para fugir de seu suposto salvador.

Imagino Roder tentando ajudar a garota, tentando entender onde ele tomara o caminho errado, como era possível que o dragão cruel se tornasse a dozela inocente. E principalmente, como a donzela fôra parar dentro da caverna se ela estava esperando por ele lá fora? Mas não, Roder não parou para pensar nessas coisas, porque era jovem e estava apenas em busca de monstros, não de respostas. A única pergunta que ele fez era onde encontraria o feiticeiro que trocara a vida da donzela pela do dragão, e o que teria que fazer para trazê-lo até o fio de sua espada. E, com seus sonhos de triunfo derramados com o sangue de Faelyn, ele foi buscar seu feiticeiro pelos túneis mais profundos na caverna, que levavam para longe desta cidade.

Poema Triste II [22/9/2005]

Queria escrever um poema triste.
Um que fosse mais triste do que eu
Que fosse mais escuro do que o breu
P'r'eu achar que sou vívida e feliz.

Queria escrever um poema triste
Que fosse mais vazio do que um deserto
E mais que a bruma fosse escuro e incerto
P'r'eu achar que sou o que você me diz.

Queria escrever um poema triste.
Um que fosse mais frio que a solidão
E mais que uma miragem, ilusão
Fosse de que sou eu quem quer chorar

Queria escrever um poema triste
Que fosse mais incômodo que a fome
Que de tão tolo não mereça um nome
Mas me convença de que eu sei amar.

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Conforme eu anotei no canto da folha, eu também queria escrever um poema resignado, um poema sem esperança, como eu escrevi, "resignado como a chuva"... para que eu pudesse ver o brilho da minha própria esperança. Mas é difícil rimar com chuva, não é? Enfim, acho que este poema é muito menos triste e mais bonito que o anterior. A gente não vê realmente beleza na tristeza desesperançada, é justamente a esperança e o amor que tornam a tristeza uma coisa bela. Uma coisa triste e murcha e pantanosa como a que escreveu esse poema, mas que ainda quer se expressar, que ainda quer fazer parte da beleza do mundo - amar! - é bonita de certo modo, por mais que distorcida.

Mas ainda há uma certa dor, porque por mais que haja uma certa expressão no sentido de dizer "oi! estou doendo! quero ser feliz! quero amar!", ainda assim... ainda assim esse poema não pode expressar a tristeza de verdade que existia por trás. A Mali de 2005 sabia disso. Ela sabia que seu amor era um amálgama incerto de sonho e crueldade, e que eventualmente tudo ia desmoronar com ela embaixo. A pergunta que eu me faço agora é: essa esperança superficial serviu para alguma coisa?

Mas no fundo o que eu preciso saber é: será que eu aprendi a chorar depois disso?

Queria escrever um poema triste
Que fosse resignado como a chuva
E estúpido como um vinho sem uva
Que me desse esperança de sonhar

Poema Triste [22/9/2005]

Eu queria escrever um poema triste
que doesse assim tanto quanto a maldade,
que fosse lúgubre como a saudade
e, como a dor do amor, não redimisse
Para que todos lessem ou ouvissem
e então chorassem, de mágoa ou de dó
ou de lembrança, pra eu não ficar só,
e a desrazão, enfim, me permitissem

Mas as palavras, como a poesia,
por si não trazem dor, pois são vazias,
então jamais terão, em si, tristeza
Por isso esse meu desejo egoísta
vai se calar, ficar fora de vista,
pois ele contraria a natureza

Mas ainda quer ser triste o meu poema
e novamente eu entro num dilema
pois eu mesma não sei me dar certeza

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Acho que o que eu quero dizer aqui, essencialmente, é que escrever não me faz me sentir melhor quando eu estou triste. Os fantasmas que eu descrevo não são receptáculos para os meus sentimentos. Eles sequer podem expressar a minha tristeza.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Hellblazer - The Devil You Know


E pra alegrar o meu dia eu descubro que o Glenn Fabry também fez Sláine no começo da carreira.

Hell yeah. All falls into place.