segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Como dizer?

Estava pensando em escrever um poema, mas não sei ainda qual. Queria que ele girasse em torno da idéia da Leoa, como uma Deusa. A Leoa pra mim sempre foi um símbolo de um certo tipo de poder, é ela que protege a cidade de Levante que muda de nome toda vez que é conquistada... A Leoa é Labwa, é a Devoradora, é o animal fêmea que mata e dá vida. Será que esse símbolo pode sustentar sozinho o meu poema? Ou será que preciso do meu amor para sustentá-lo? Acho que é um bom símbolo.

Leoa dos infinitos mundos
Persegues tuas presas pelas savanas
Em compasso com tuas irmãs, mães de teus sobrinhos
E amantes do pai dos teus filhos
Tuas presas, fera, manténs ocultas
Até o momento fatal do bote
Mas quem duvidaria de tua ferocidade?
Tuas garras manténs dentro dos dedos
Nas patas que pisam suavemente a relva
Tua caçada, Labwa, é silenciosa
Mas corações disparam quando vêem teus olhos cheios de morte
E tu lhes trazes a última dor que sentirão sobre a terra
E derramas o último sangue.
Teus lábios ensanguentados limpas com a língua áspera
Tua boca que mata leva a carne aos filhotes
Leoa, em dadas tardes te deixas caçar pelo violento e cabeludo macho
Cujo rugido que afasta inimigos tu admiras
E cujo corpo enorme e quente tu desejas
Leoa, em teu corpo esculpido para matar surge a vida
Tuas patas parecem pequenas quando carregam a futura caçada.


Acho que não há mais o que ser dito.

Agora já sei quem você é, minha leoa: você é a Esfinge.

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