sexta-feira, 27 de maio de 2005

A respeito da metade de um ano

"Era tão real
Era devaneio
Era meio a meio
Meio Rosa meio Lia, meio
Meio-dia mandando eu voltar com Lia
Meia-lua mandando eu partir com Rosa"


Sabe, meu ano tem duas primaveras: uma delas é em maio, mês dos sonhadores e das manhã muito frias e ensolaradas e árvores cobertas de flores cor-de-rosa lentamente desfolhando... a outra é em novembro, mês de ursos e festas e tardes quentes ensolaradas e árvores cobertas de frutas redondas ou escuras ou ambos e muito doces e deliciosas com aquele vento tranqüilo, macio, quente...

Outono, primavera, para quê a diferença?, oras, estamos sobre o trópico de capricórnio onde o inverno é quente por causa do sol e no verão faz frio devido às chuvas fortes e freqüentes (pelo menos na praia que freqüento), mas é quente o ano inteiro. Outono e primavera são estações igualmente maravilhosas, tempo de manhãs e tardes agradáveis e noites belíssimas, tempos de amor, sonhos, solidão, amizade, conquistas, diversão, aportunidades, lua lua lua lua lua... e no nosso caso tempestades, chuvas torrenciais, risos a não mais poder, beijos na boca, revelações e confidências e confianças (principalmente confianças) e sol sol sol sol sol...

Eu adoro maio. Adoro maio, mas adoro o ano inteiro. J'adore le anée du soleil...

quinta-feira, 26 de maio de 2005

O mundo, o mundo a mesma história bla bla bla


Desculpem, gentes, é que realmente eu não ando lá muito afins de escrever... Sabe como é, o pôr do Sol... O céu começa a ficar vermelho, vermelho no Tatuapé bairro de gente divertida, pra jogar futebol como aqui na terra do samba, show e rock and roll mamonas contra o Everest um homem, mamãe, um homem para viver! Um homem para sonhar o mundo, mamãe! um homem só, nu, com os olhos de fogo pintando as estrelas pois diante de seu olhar sonhador não existem nuvens, mamãe; apenas para chover como choveu, irmão, choveu carregando barracões e melancias o rio transbordou como não fazia desde mais ou menos quando eu nasci, há uns dezesseis anos e meio, meu amigo, dezesseis anos e meio como tens também tu e teus iguais de sangue de gente, gente que é gente que ri e gargalha e gorgulha e divaga e critica, sim, meu amigo, tudo o que vivo sobre a crosta terrestre Meninos, eu vi! E tinha dentes e uns olhos tremendos o focinho peludo uns olhos tristes chorava Edoardo-nee-san e tremia, tremia na noite quente resistindo um gosto de sol!

Cada gota.
Cada uma.
A Chuva
sobre os telhados de todas as casas
do mundo; o sol despontando
Máxima de 20 graus Celsius
A água escorre; corres
corremos e encontramos apenas ossos
O sangue de nossos amigos
Transbordando
Sim, irmãozinho, tu és humano,
nada pode te intornar humano
e por isso choras, irmãozinho
pois não estás morrendo, estás vivendo...
Teu olhar é tão insuportável a nós, inhumanos
Porque tu, rãzinha nua de cabelos negros
tu choras antes de ir-te embora
em boa hora

"Sei que nada será como antes, amanhã..."

Resistindo na boca da noite um gosto de sol.
Seis meses, por Tutatis! Seis meses desde aquela tarde de sol, em que convenci-te do que já sabias: eu te amava ainda, apesar do ódio que perdurou muito além daquele dia, da frustração, da raiva... Cheguei em casa e não lembro porque escuridão de motivos respondi à minha mãe "Não se preocupe, que eu tenho certeza: há tempos, mãe, que não me encontro tão feliz assim. Outro, mãe, não me traria o sorriso sincero que trago no rosto."

"Quando você me entendeu, eu não entendia nada;
Minha vida renasceu, e amei 'tar sendo amada"


Amar é pertencer.

Claro que sim; amar é pertencer a quem se ama. Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas. Por isso, muito cuidado ao deixar que alguém se apaixona por você. Essa pessoa pertencerá a você, e não perdoará facilmente se você a maltratar. Ora essa, cervejo! Odeio, odeio, odeio!

(Às vezes penso que preciso de um analista)

Amar é pertencer; namorar é pertencer um pouquinho declaradamente. Minha barriga (onde estão alguns dos meus sentimentos), meu peito (onde estão outros), meu pescoço (onde estão mais alguns), minha pele, todos pertencem a quem eu verdadeira e profundamente amo, sem resguardas. E partes aleatórias de mim pertencem a quem eu amo um pouco, só (nota: aleatório significa "escolhido a dedo com critérios complicados").

Por isso às vezes agonia; por isso às vezes desprezo, nojo, medo. Por isso, realmente, às vezes me sinto um pouco incomodada com essas pessoas pegajosas que são meus grandes amigos, e temo ser muito como eles. Meu corpo é meu, é meu, é meu, entendem?

Boa noite, caras pálidas como os poemas de Álvares de Azevedo.

domingo, 8 de maio de 2005

Diálogo Longo

Maritaca! diz:
oi!
Y³, periquito diz:
oi!!
Maritaca! diz:
como você está, Y-kun?
Y³, periquito diz:
Estou muito bem, Mali-mali. E a senhorita?
Maritaca! diz:
Estou bem também, apesar de cansada(com s!!) Melhor agora ^^
Y³, periquito diz:
Qual foi a do s?
Maritaca! diz:
é que eu costumava escrever cançada, e estou feliz porque aprendi a escrever com s
Y³, periquito diz:
Isa.... diz: : o yu fla para a marina q eu quero conhecer ela q ela parece ser mtu legal
Maritaca! diz:
=^^=
Y³, periquito diz:
Então... qual foi a do s?
Maritaca! diz:
buh... es já expliquei, seu bobinho... ^^ Bobobobobobobobobolabolabolabolabolabolaboladebalão
Y³, periquito diz:
a gente se ilude em dizer que já não há mais coração!
Maritaca! diz:
sabe, eu nunca me iludi com uma coisa assim boba...
Y³, periquito diz:
Ainda bem. A gente perde tempo demais com essas coisas.
Y³, periquito diz:
Esqueci!
Y³, periquito diz:
FELIZ DIA DAS MÃES!!!
Y³, periquito diz:
Então, como foi o seu dia das mães?
Maritaca! diz:
foi bom...
Maritaca! diz:
as tartarugas pareciam felizes vi meus primos mais velhos assistimos loveactually almoço gostoso na casa da vó conversamos muito na casa da outra vó love actually is all around
Maritaca! diz:
mas estou com um pouco de dor de cbabeça
Maritaca! diz:
e o seu, como foi?
Y³, periquito diz:
Dar presente para a mamãe Ouvir o CD junto com a mamãe. almoço na casa da Vó Primos/prima Visita surpresa à minha tia-avó Tocar a música que ia tocar no casamento dela e fazê-la ficar muito contente. Fazer caca com o gabriel no telhado da casa da vó. Resgatar perna-de-pau velha feita por mim e tentar andar Brincar de pega-pega. Ir na casa da outra vó e comer pizza.
Maritaca! diz:
hum... seu dia das mães parece tão mais divertido que o meu... Mas acho que é mesmo, afinal, sua família parece mais .. familiar .. que a minha
Y³, periquito diz:
Não... não acho que seja...
Y³, periquito diz:
E eu estou com saudade de você.
Maritaca! diz:
Não fique. Pensa que amanhã a gente vai se ver....... que vamos ficar conversando por horas...
Y³, periquito diz:
Fico sim! Desde quando a certeza de te ver amanhã me faz ficar com menos saudades hoje??
Maritaca! diz:
não sei, não sei... Mas é o que eu digo para mim mesma quando você vai viajar... "Só mais um dia , Marina, só mais um dia"... E aí no outro dia tem um problema qualquer e a gente não se vê, e eu simplesmente me distraio com outra coisa qualquer...
Y³, periquito diz:
É assim mesmo. Só que sentir saudade não é uma coisa ruim. Deixa eu ficar com saudade de você!
Maritaca! diz:
Pode ficar ^^
Marina... apenas uma meia, tipo diz:
estou mesmo cansada. como todos os outros dias, eu acho.
Y³, periquito diz:
Vai descansar um pouco.
Y³, periquito diz:
[Meia?]
Marina... apenas uma meia, tipo diz:
a luda deu o nome das meias dela de marina.
Marina... apenas uma meia, tipo diz:
mas não estou me sentindo inteira mesmo
Y³, periquito diz:
Juazeiro, Juazeiro Me arreponda por favor Juazeiro, meu amigo Onde anda o meu amor?
Marina... apenas uma meia, tipo diz:
Ninguém sabe do seu paradeiro
Marina... apenas uma meia, tipo diz:
Ninguém sabe pra onde ele foi Pra onde ele vai
Y³, periquito diz:
Stephen may be feeling all alone
Y³, periquito diz:
Stephen never do that again Come back home
Marina... apenas uma meia, tipo diz:
Come and take me home Leave me to your door Take me where you are
Marina... apenas uma meia, tipo diz:
yuri?
Y³, periquito diz:
Marina?
Y³, periquito diz:
Você está viva?
Marina... apenas uma meia, tipo diz:
estou, aparentemente oO
Y³, periquito diz:
Por que você sumiu?
Marina... apenas uma meia, tipo diz:
eu não sumi, Estive sempre aqui, esperando uma resposta tua.
Y³, periquito diz:
Na verdade eu fiquei esperando uma resposta sua.
Y³, periquito diz:
Algo me diz: que a conexão entre os nossos messengers está falha.
Y³, periquito diz:
a última coisa que eu recebi de você foi isso: Ninguém sabe pra onde ele foi Pra onde ele vai
Marina... apenas uma meia, tipo diz:
acho que sim
Marina... apenas uma meia, tipo diz:
não é certo nós dois ficarmos esperando um pelo outro.
Marina... apenas uma meia, tipo diz:
jh
Y³, quigombó diz:
Não, não é. Eu normalmente respondo rápido...
Y³, quigombó diz:
jh?
Y³, quigombó diz:
Marina?
Marina... apenas uma meia, tipo diz:
que é? desculpa-me, não me acho...
Marina... apenas uma meia, tipo diz:
now it's only you
Marina... apenas uma meia, tipo diz:
even tough it's never just only.
Y³, quigombó diz:
Eu não sei se há continuidade nas nossas frases?
Y³, quigombó diz:
esse ponto de interrogação não devia estar aí.
Marina... apenas uma meia, tipo diz:
não nas minha, sei que não há. Eu devia ir dormir. Na verdade já estou dormindo.
Marina... apenas uma meia, tipo diz:
really horrorshow
Marina... apenas uma meia, tipo diz:
eu te amo.
Marina... apenas uma meia, tipo diz:
porque essa é a única frase que digo que soa cálida, límpida, verdadeira?
Y³, quigombó diz:
Eu gosto dela. Tire o ponto de interrogação e não separe o porquê. Eu te amo.
Y³, quigombó diz:
Me faz um favor?
Marina... apenas uma meia, tipo diz:
talvez seja por isso que eu a repita tanto. sempre.
Marina... apenas uma meia, tipo diz:
faço tudo.
Marina... apenas uma meia, tipo diz:
apenas peça
Y³, quigombó diz:
dê um sorriso?
Marina... apenas uma meia, tipo diz:
...
Marina... apenas uma meia, tipo diz:
claro que dou
Marina... apenas uma meia, tipo diz:
e ao dá-lo, vejo as lágrimas correndo por minha face, mas estranhamente me sinto mais leve, e endireito-me na cadeira, sob este corpo pesado. Dispo-me de tudo o que me prende, mas minhas costelas ainda estão lá.
Y³, quigombó diz:
Eu queria saber o porquê das suas lágrimas. Mas não precisa, se não quiser. Apenas durma. As costelas te prendem, mas sem elas você ficaria imóvel.
Marina... apenas uma meia, tipo diz:
Pois é, o que me prende, me sustenta. Mas eu também não sei o porquê das minhas lágrimas. Acho que é o preço justo de um sorriso...
Y³, quigombó diz:
(A gente sempre sabe o porquê das nossas lágrimas...) Vai dormir, passariha preta.
Mali-mali diz:
Às vezes eu queria que você parasse de falar... É mais difícil desmentir a verdade quando ela vem de alguém que a gente ama mais que...
Y³, quigombó diz:
então me manda calar a boca. Eu não vou te amar menos por isso. Agora vai.
Mali-mali diz:
Boa noite, Pégaso.
Y³, quigombó diz:
Boa noite, meu amor...
Mali-mali diz:
(acho que se se eu te mandasse calar a boca, me sentiria uma menina mimada)
Y³, quigombó diz:
(faça isso se esse sentimento for mais confortável que ouvir)
Y³, quigombó diz:
(não que eu ache que ele seja...)
Mali-mali diz:
Boa noite, meu amado Pégaso. Com um beijo-nota musical, abro minhas asas para o céu: salto pela janela e desapareço na distância.
Mali-mali diz:
E até amanhã.
Y³, quigombó diz:
sol
Y³, quigombó diz:
E você vai sumindo... Boa noite... (sussurro)

Visão de Mundo

"Welt é mundo, e schauung é olhada, por isso Weltanschauung deve ser algo como olhada no mundo" - Mamãe

Há mais ou menos um ano, numa bela manhã cujo sol podia ser apreciado pelas amplas janelas da sala 4, nossa insubstituível professora de Filosofia (com Fi) nos deu uma intrigante lição de casa: que escrevêssemos um registro de nossas respectivas Weltanschauungs e colocássemos num envelope que só seria aberto cinco anos depois.
Eu não fiz isso, é claro. Na época eu simplesmente esqueci ou achei que os escritos neste blog ou nos meus diários seriam registro suficiente. Mas preciso reconsiderar minha escolha. The universe is shouting.

A verdade é que eu mudei muito desde aquele dia. Cresci. Amadureci, talvez. Em verdade, fiz muita coisa: participei de diversas competições, as quais de modo geral não me deixaram especialmente feliz ou triste; fui a inúmeras festas nas quais dancei enlouquecidamente; aprendi, numa festa dessas, que a dança se torna melhor e mais compensadora quando se tem um par; vivi intensamente meu primeiro amor, apegando-me a disputas irreais e verdadeiramente tolas; assisti e fiz teatro com alegria e prazer inexplicáveis; discuti temas dos quais notavelmente eu não sabia nada; chorei por horas sem saber o que fazer da vida; tentei me apegar a um mundo de mentiras e aflições e ilusões; senti muita raiva; senti muito medo; senti raiva de quem me fizera ficar com medo; reconheci meus amigos como verdadeiros; cantei músicas novas; dei meu primeiro beijo intencional; senti ciúmes; quase morri, e evidentemente não aproveitei uma oportunidade maravilhosa, por saudades; menti; feri; contrariei minha natureza (coisa que a Ana Maria Bruner nos tinha aconselhado não fazer); sofri dores que não eram minhas; etc.

Talvez se eu realmente tivesse descrito minha Weltanschauung naquele tempo, poderia notar claramente como ela fazia mais sentido do que esta que tenho agora, e que quase não existe. Mas pelo menos agora minha ortografia está melhor.

*suspiro*

E a verdade é que a vida se faz entre perdas e ganhos. Claro que em maio da 2004 eu não diria isso, mas é. As viagens... bom, às vezes são maravilhosas, às vezes são mais ou menos, mas acho que, boa parte das vezes, as melhores viagens são também as mais sofridas: dor de garganta e saudades (essa acompanhada de solidão, é claro) são o tipo de coisa que eu sempre associo a viagens absolutamente maravilhosas. sim, absolutamente. Ou festas: a festa da Amanda, por exemplo, foi fantástica. Aprendi que dançar é mais que a música, é também uma espécie de conversa entre almas. Entretanto... entretanto me lembro de fugir do meu par, e procurar meu amor, que muitas vezes sequer olhou para mim.

Por outro lado a viagem para a fazenda Gávea foi muito boa. Afora o fato do próprio Charles muitas vezes se excluir do grupo pra ficar lá longe, lendo, não consigo me lembrar de coisas ruins nessa viagem. Aliás foi nela que comecei a chamar bis (o doce, por favor) de giz. Acho que algumas coisas não abedeçam a esse princípio em absoluto. Talvez essa viagem, assim como aquela para Guadeloupe, sejam para balancear outra derrotas na minha vida. Mas não importa. Não importa porque estou feliz por exemplo pela Veri. E pela música.

Eu menti.


Estou um pouco consada de mim mesma. Tenho a impressão de que não falo francamente, e isso me incomoda. Queria voltar atrás, voltar ao tempo em que eu era incapaz de mentir. Provavelmente o tempo em que eu era sincera de verdade. Mas, por outro lado, eu nunca falava nada. Ninguém sabia quem eu era de verdade. Hoje em dia as pessoas sabem, mas não me sinto melhor. Às vezes eu queria que o mundo parasse de me fazer perguntas...

Eu queria poder ficar em silêncio. Não falar nada. Não precisar falar, nem escrever. Queria não ter perguntas a responder, e me comunicar apenas com o olhar. Assim quem sabe convenceria o mundo que é possível pensar sem usar palavras! Esquecer de tudo e descançar, acho que tudo o que sempre queremos é descançar!

Engraçado, há uns cinco meses tudo o que eu queria era que o fim de semana acabasse para eu poder voltar ao campo de batalha...

A momento of peace, my darling, that's all I want now...
Cansei das batalhas, e quanto ao resto, vocês têm razão: sou uma pessoa sem sonhos, sem ambições. Não vejo nada no futuro porque não tenho planos. Meu universo é um grande vazio... e eu no centro.

Mas tudo bem, porque nós ganhamos de 3 a 1 e eu joguei muito bem no gol... Sabe, se eu não achasse que é mister ser habilidosa para isso, quereria ser jogadora de algum esporte de bola para o resto da vida. Eu realmente pensava nisso quando praticava basquete no Pinheiros. Pode parecer estranho, mas sempre foi o que mais me fez feliz no mundo... Depois, talvez, de conquistar, de encontrar meu amor, é claro...

Mas pra falar a verdade, estou um pouco cansada das batalhas pelo mundo...

"Eu quero a sorte de um amor tranqüilo
com sabor de fruta mordida
Nós na batida
no embalo da rede
afogando a sede na saliva..."