quarta-feira, 23 de agosto de 2006

Hora essa.

Eu estou começando a me imaginar fora daqui. Estou começando a me imaginar universitária. Até estou me imaginando estudando na USP, fazendo Desenho na FAU, apesar do curso ter sido inaugurado... este ano... Mas acho que isso é fácil, porque aquele lugar é imenso e fascinante. Eu me apaixono muito fácil por instituições de ensino, eu acho... 'Tá, eu me apaixono muito fácil por qualquer coisa. Acho que é por isso que eu não vejo nada demais na paixão. ¬¬''

Estou quase me imaginando em novos e imprevistos horizontes. Estou quase ansiosa novamente por tocar as linhas desses horizontes... Estou quase feliz com todas essas possibilidades. Estou feliz com minha visão de futuro. Estou feliz com tudo o que me aguarda. Estou feliz com a minha vida. Mesmo o que me incomoda não me incomoda tanto assim... Só acho que eu estou tranqüila demais para alguém que praticamente não vive mais metade de seus dias... Para alguém que não conversa mais, para alguém que tem que ficar se convencendo a ser sociável. Acho que estou feliz demais para alguém que vê o que quer ver e que não reconhece seus amigos. Para alguém que quando está imaginando o que vai pôr em segunda opção no vestibular percebe de repente que gostaria mais de fazer a segunda opção do que a primeira (mas não existe isso de resolver fazer a segunda opção.)... Para alguém que tem certeza de não saber o que quer na vida.

Aliás, me sinto estranha porque hoje cheguei à conclusão de que eu não gosto de amor. Quer dizer, eu gosto, mas nunca é isso que eu busco nos outros... Amar é fácil, quando se tem tantos amigos antigos... O que eu procuro é algo muito mais complicado, é algo estrutural (amor não é ossos, é água). O que procuro é uma possibilidade diferenciada de convivência. Algo que exige muito mais do que simplesmente amor. É algo que permita romper barreiras e ir além. Algo que nos faça querer mais, mas que não nos faça sofrer com a escassez. Porque eu quero escapar da simples paixão, essa corrente alada. Quero andar de mãos dadas. Menos em alguns casos muito específicos...

O que acontece é que o tempo todo eu sinto que guardo um segredo que ninguém mais sabe... E não é verdade. Quer dizer, eu até guardo dois ou três segredos só para mim, mas o que sinto é muito mais forte do que jamais senti. Parece que estou escondendo o que realmente sou dos meus colegas. Parece que eles não têm nenhuma idéia de como eu sou, e não é verdade! Por que então eu sinto que, quando falo com eles, é apenas a máscara que fala? Por que então nossas conversas são sempre superficiais, sempre vagas, por que nunca digo o que quero e sempre respondo o que sequer ouvi?

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