quinta-feira, 24 de agosto de 2006

Que raiva de mim! *rindo*

É muito fácil rir de mim, sabe? Quer dizer, óbvio que vocês sabem, afinal, eu sou a Marina... Mas estou falando sério: hoje, quando estava tentando explicar prà minha mãe porque eu estava de volta apenas quarenta minutos depois de ter saído de casa, eu comecei a rir e não coseguia parar. Quão ridículo é ficar meia hora esperando num ponto de ônibus, pra depois... Bom, a história é assim:

Eu estava parada no ponto. Atrasada. Cada vez mais atrasada. Vinte minutos de espera mais o atraso marinesco de costume. Nervosa por causa do atraso. Andando de um lado pra outro, nervosa, agachava, levantava, sentava, levantava, andava até a árvore, voltava, olhava pros carros, ria dos carros de farol azul, punha a mão no bolso, tirava, mexia na alça da mochila. E nada do ônibus. Resolvi ligar pro Charles porque ele tinha dito que ia na aula de dança comigo e eu sabia que ele devia estar esperando há bastante tempo. O celular não responde aos apertares de botão, aos comandos simples de fazer a chamada... Disquei uma, duas vezes, nada. Na terceira ele atendeu. Falei que o ônibus não chegava, estávamos atrasados, ele pediu para eu descer num ponto diferente, ele me esperaria lá - por que é mesmo que estamos indo? Tantamos chegar a um acordo quando um ônibus virou a esquina. Nervosa, sorri, estendi longe o braço num sinal exagerado, entrei pela porta, falando com o Cham no telefone - eu desço no primeiro ponto dentro da USP então - o ônibus começou a andar - você vai estar lá, mas não é melhor a gente já ir indo - nem dava pra passar pela catraca - a Camilla não deve estar lá, e vamos perder a aula mesmo, mas... tudo bem, estou indo. Tchau - e o ônibus fez a curva. Curva?! Virou na primeira esquina, seguindo para...
- Peraí, este ônibus não passa na USP?
- Não, não. Vai para Pinheiros.
- Droga, tenho que descer...
- Fála com o cobrador.
Falei, e ele:
- Pra onde você quer ir?
- Prà Cidade Universitária.
- Iche! Tinha que ter pegado o Rio Pequeno! Esse aqui vai pra Pinheiros. Pode descer, então.Vai prà Panamericana!
Desci, grunhindo que agora tinha que ir de volta prà Elisa e que eu tinha pegado um daqueles microônibus ridículos que vão pra Pinheiros... Uma mulher perguntou se eu ia prà Praça, eu disse que sim, ela disse que era logo ali virando à direita, eu agradeci porque já sabia, estávamos há um quarteirão de casa... Corri até um ponto na Elisa logo antes da Praça, tinha um homem parado, perguntei:
- O Rio Pequeno já passou?
- 'Cabou de passar... Mas aposto que o seu ônibus chega antes do meu, Rio Pequeno vem um atrás do outro, diferente do meu...
Murmurei qualquer coisa. Dava até pra ver o maldito fazendo a curva em direção à ponte... Estava irritada, droga, conversando com o cara no ponto, onde você mora, pra onde você vai, tá atrasado? Ambos estávamos, mas meu horário acabava mais cedo.
- Vou pra casa então.
- Você ganha mais. Agora você só chega na USP às oito, oito e meia...
- Pois é, tinha que sair de lá às sete! Isto nem vale a pena mais.
- Não... vai dormir, é melhor.
- É... Valeu. Boa sorte esperando ônibus.
- 'Brigada. Até mais.
- Tchau.
E saí andando rua acima, com vontade de levar tapa. Disquei de novo aquele número.
- Tenho uma idéia melhor: você vem até aqui e me empurra na frente de um carro.
- ÃÃÃÃÃÃH??????
Comecei a rir. Depois, fui pra casa.

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