domingo, 6 de agosto de 2006

Estilhaços dos meus Múltiplos Reflexos

Há algum tempo, talvez três ou quatro dias, eu estava cantarolando, como sempre. E cantando, inventando músicas bastante tolas, realmente tolas. Eu sempre faço isso, e geralmente esqueço as músicas dentro de duas ou três semanas... Mas essa música eu lembrei, meio que porque eu ouvi tanta coisa que me lembrou dela. Alguns pedaços dela se pareciam um pouco com isto:

Yeah, I'll give up my dreams
If you dream new dreams with me
And I'll give up my home
So you'll take me when you leave


Outros lembravam algo deste tipo:

I will give up my land
If you come with the tide
And I can give up my days
Once you're with me every night


E alguns, mais perto do final, me lembravam os versos seguintes:

And I could give up my past for you
So there'd be nothing else to tell
So if you're feeling like you say you do
Why don't you drag into your hell?


Ignorem a métrica e a rima, que eu sei que estão péssimas. Eu lembro dessa música porque quando cantei esses últimos versos, eu percebi que eu estava cantando algo diferente. A minha músicas costumam ser bem parecidas, mas esta tinha uma porção de elementos novos. Por exemplo, eu não costumo dizer que vou desistir da minha vida. Achei um pouco estranho quando eu cantei isso. Continuei cantando, claro, mas o estranhamento não passou. Eu também evito dizer que vou desistir dos meus sonhos, mas acho que já disse isso uma vez. Não, não sei se foi a letra da música que me soou tão estranha. Acho que foi a forma como eu estava cantando. Foi o fato de que por um segundo, por um instante quase imperceptível, eu realmente acreditei naquelas palavras.

Passei o dia um pouco doente, devaneando sobre as coisas todas, lendo FuruBa, pensando, pensando... Imaginei, de verdade, como as coisas poderiam ter sido diferentes, como eu poderia ter agido desta ou daquela maneira, e no fim cheguei à conclusão de que estava tudo certo.
Quero te agradecer de novo, tigre. Quero te agradecer do mesmo jeito de antes, de quando você falou algo sobre ficar bravo comigo, e eu disse "obrigada" olhando bem no fundo dos seus olhos. Quero te agradecer exatamente daquele jeito, por aquele mesmo motivo, com a mesma sinceridade. Você pode não ver sentido nisso, mas na verdade... eu tenho que te agradecer por ter feito isso por mim. O resto é conjuntural, vai ser esquecido eventualmente, confundido com as outras milhares de coisas que aconteceram ontem. Eu quero te agradecer por ter feito isso pra mim.

Eu tomei uma decisão hoje, enquanto me purificava, enquanto pensava, enquanto tossia. Eu precisava tomar uma decisão, para tomar nas mãos as rédeas da minha vida. Na verdade eu tinha tomado três decisões, mas não consigo de forma alguma lembrar da primeira. Por isso, vou refazer minhas decisões, até porque decisões esquecidas são bastante inúteis... Então é isto:
Em primeiro lugar, vou reaprender a dizer não. Quando alguém sugerir algo que eu não quero, vou simplesmente dizer não. Talvez isso fira os sentimentos de um ou de outro, mas é melhor ferir que enganar. Então vou simplesmente recusar, da maneira mais gentil possível.
Em segundo lugar, vou formar as minhas próprias opiniões a meu respeito. Não vou deixar que as opiniões distorcidas ou anacrônicas de outros influenciem minha decisões. Vou me preocupar menos com minha imagem, e mais com minha atitude.
Em terceiro lugar, vou simplesmente mandar calar a boca quem estiver me falando muita merda. Não posso ficar ouvindo todo o tipo de ridiculeza sem me alterar, então vou convencer as pessoas a pararem de falar o que não deve ser falado (a menos, é claro, que seja verdade...).
Talvez eu não consiga cumprir todos esses objetivos, mas objetivos servem para ser perseguidos, não é? Na medida do razoável... ... ...

Eu sei que tinha muito mais o que falar, mas, sinceramente, não me lembro. Ainda estou meio doente, que droga...

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