Passei algum tempo pensando sobre os comentários que vocês fizeram sobre o poema, e cheguei à conclusão de que talvez eu devesse investir mais nessa idéia de envelhecimento, de wrinkled and grey and hoarse and dry. This is what I came up with:
You see me standing, wrinkled and grey
I've lost my luster along the way
You can't see the anger, you see no claws
My fangs, they're hanging from a devil's walls
You hear me mumbling, off-tune and coarse
I'm old and cursing my final course
You can't hear the hunger, you can't hear the lust
But hear my tale, somebody must
(Eu queria dizer "my hide lost it's luster", mas achei que ficava muito comprido)
(minha primeira idéia foi "hear my tale, beneath my dust")
(By the way, a note to Ugo: how come seeing hunger is more plausible than hearing it? Está mais claro nesta versão o que eu quis fazer, ou ainda está esquisito?)
Por outro lado, achei que talvez eu devesse investir mais na idéia de "sweetened", até porque a idéia do poema é fundamentalmente "perdi minhas garras para um demônio". E saiu isto:
You see me coming, appeased and neat
I've lost my fierceness and faced defeat
You can't see the anger and I have no claws
My fangs are hanged on a devil's walls
You hear me humming, sweetened and shy
I've lost my thunderous voice, my pride
You can't see the hunger, can't hear my dream
But hear my tale, my one last scream
I was a wolfness in lives before... bla bla bla
Pra falar a verdade não curti muito essa segunda estrofe (maybe I've gone too far?). Possivelmente seria melhor a opção mais prosaica (ou ridícula) que eu tinha pensado antes:
You hear me humming, lovely and sweet
I beg you sit as I peel a beet
You can't hear the hunger, you can't hear the screams
But hear my tale, my hopeless dream
Eu estava pensando esse dias em como os rascunhos são tão importantes quanto o poema em si, em como é impossível traduzir um poema sem recriá-lo porque o produto final é irremediavelmente mais pobre que o processo de construção (é um preço a se pagar por ele se parecer com alguma coisa legível), e para reescrever o poema é preciso um novo processo de construção.
É impossível incorporar essas duas visões tão distintas tão completamente no mesmo poema, embora seja possível mesclá-las de uma forma mais fraca. Porém eu só tenho a ganhar elaborando sobre elas. É como ume exercício de improvisação no teatro. Eu também acho que posso misturar partes não tão comprometidas dos poemas e gerar resultados novos, e talvez mais interessantes. Por exemplo:
You hear me humming, lovely and sweet
I beg you sit as I peel a beet
You can't hear the hunger, you can't hear the lust
But hear my tale, somebody must
(eu gosto muito de colocar hunger e lust num poema sobre uma velha ou uma daminha fofa desse jeito, porque parece muito real, embora pra falar a verdade este poema seja uma fantasia)
Espero que vocês estejam se divertindo tanto quanto eu estou com esta discussão =)
2 comentários:
Essas várias versões dos mesmos versos me lembram muito a trajetória de Thousand Kisses Deep e Hallelujah. Ambas foram reformuladas dezenas de vezes (TKD inclusive passou de poesia a letra de música e a poesia de novo, com mudanças importantes).
Eu ia dizer que o "see my hunger" é legal também, na verdade, plausivel e tal. Mas o hear my hunger ficou muito bonito junto com o final "but hear my tale". Nessas horas, como o demônio (ou o leitor?) não ouve você, dá a impressão de que ele de alguma forma tem acesso restrito ao que você faz (seja porque você está escondida em algum lugar ou porque você não está demonstrando sua fome/sonho)
eu queria ver o resto do poema. onde eu o encontro?
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