sexta-feira, 11 de maio de 2007

Do I even deserve this life?

Yeah, so my life sucks — you don't have to make a big deal out of it. I just can go through with college and I feel more and more life a zombie; the kind that can't feel a thing, just do what it have always done. And I wake up every morning thinking "why the hell do I have to do anything but dream?". Yeah, all right, shut me up. I don't have the right to complain anyway. My feet are cold, my heart is icy. I want to have a friend who can make me laugh. And it feels so stupid.

Hoje eu tive uma série de sonhos, malucos, estranhos, sobre um mundo que não fazia sentido. Ontem eu senti muito, muito mêdo. Eu desci aquela rua escura e passavam pela minha mente todas as vozes que falavam de ataques, de estupros, de riscos, do mêdo justificado do escuro. E eu corri. Tinha pressa e tinha mêdo e era uma ladeira, então corri até que perdi o controle e fiquei com mêdo de não conseguir mais parar de correr, de me machucar, de sei lá. O problema do mundo é que ele faz muito sentido. Existem leis, regras, probabilidade. Mas na verdade pode ser que não. E se houver algo no meu destino que me impeça de me machucar quando tento vencer meus mêdos? E se vencer o mêdo for a coisa mais importante? No meu sonho o estranho corredor sinuoso e absurdo era uma escada rolante que passava pelas portas das salas. Havia tanta liberdade! Tanta delícia! E o cheiro do Ipê amarelo, acolhedor, do meu velho colégio (velho? mas tão recente...). Subindo as rampas da FAU encontrei a Carol, e ela não me ouviu (mas dessa vez não me senti desprezada por ela não ter ouvido — são só os fones de ouvido; os detestáveis fone de ouvido...), mas nos reencontramos na porta da sala (ambas atrasadíssimas) e abrimos a porta e entramos. Peguei uma cadeira e pus num lugar confortável. E quando o professor se aproximou, percebi que ele falava pra mim. Talvez para mim e para todos, mas foi bom sentir que ele falava para os meus olhos; que queria ensinar estes meus olhos. E mais uma vez me envergonhei por ter perdido tantas aulas dele. E anteontem, fui à aula do Giorgio apenas para me despedir dele e parar de ir àquela aula, mas pensei de novo, e se eu pedisse o conselho dele?, mas não consegui falar com ele; e a Carol me viu ali perdida (muito perdida...) e veio falar comigo, e falamos do santa cruz, e de como era difícil mudar de vida assim tão bruscamente, e de arranjar trabalho (trabalho de peão, veja bem; Deus me livre de trabalhar num bureau, com papéis, computador e a cabeça — trabalho com as mãos, com o corpo, é isso que quero), e de dificuldades, e do senac, e de se sentir fora de um grupo unido e querer fazer parte, e de fazer parte, afinal. E o tchaba veio tentar me alegrar e me convidou para um pega-pega com a classe (disse pra eu começar). E no fim da aula eu fui encontrar a Lubana e o Chicão falando pra eles que afinal eu precisava passar mais tempo com eles, que eu tinha ficado muito tempo longe. E tudo pareceu melhor. As coisas começam a parecer possíveis novamente. Difíceis, sim, mas possíveis. Talvêzes. Ainda assim, estou com mêdo da aula de hoje.

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