quarta-feira, 28 de julho de 2004

Back to Where we Started

O silêncio é um grito de quem não pode berrar...

Tenho um grito muito amargo
no meu peito aprisionado
no fundo fundo da alma
Mas jamais irei gritá-lo.
Lágrimas enchem meus olhos
esse amor desesperado
este coração confuso
Não sabe (sabes) de nada.
Por tanto tempo lutei
tantos medos enfrentei
e no fim ainda é este,
O primeiro, que me mata,
que joga tudo por terra
O amor, a dor, a alegria,
desfaz tudo numa eterna,
fria e ilúcida mágoa.
Por que temos que entender
nosso coração sem regras?
Não podemos esquecer
e viver a vida em festa
Quero só compreender
mas tal coisa é impossível
Porém, não tenho opção:
tenho que decidir logo
o que quer meu coração.
O que quer meu coração?
Eu não sei, e não respondo.
O que quer meu coração?!

Eu estou confusa. A verdade é simples assim. Não estive tão confusa em muito tempo. Não é realmente uma sensação ruim, mas não dá margem a ações nenhumas. Alguma hora, se eu quiser ser feliz, vou ter que tomar uma decisão, em prol do meu coração, e nesta decisão não sei que partido meu coração vai tomar. Não estive tão confusa desde maio. Mas em maio eu consegui sair ilesa. Sem dor, sem aquele sentimento de chance perdida. O que acontecerá desta vez? Eu não sei, e vocês sabem ainda menos. Na verdade não é nada simples. É complexo, e complicado. Difícil. A última vez antes daquele maio que realmente me senti assim foi por causa de uma história. E mesmo nessa história, eu não consegui decidir... Eu me sinto como muito me senti lendo livros. Querendo saber o final da história, ao mesmo tempo tendo medo de uma coisa e de outra. Ao mesmo tempo querendo o final e não querendo que a história acabe. Que ela continue para sempre, e que seja sempre interessante. Quando a história acaba, nao consigo parar de lê-la. E quando finalmente guardo o livro na estante, ela continua rodando em meus pensamentos. Finalmente, eu imagino suas possíveis variações e continuações. Eu estou numa dessas histórias. Nunca achei que isso fosse acontecer...

E pensar que poucos meses atrás eu achava que a situação teria que se resolver em breve, por não poder tornar-se mais complicada. Naquele tempo eu esquecera do quadro geral... Que tolice. ¬¬'' Mas, quer saber? Eu estava mais feliz daquele jeito. E se fosse para decidir agora, eu iria até ele e lhe daria um beijo. Não é como se eu nunca tivesse tido este impulso. Mas é aí que 'tá: eu já tive. As coisas tendem a ficar mais complicadas. E se fosse para decidir agora, eu escolheria a opção que prevalesceu da última vez que pensei nisso. Talvez porque seja mais fácil fazer isso. Ou porque soaria como um grande desperdício desistir agora. Ou porque eu realmente quero isso. Mas ainda assim, é complicado. É complicado desistir de todo o resto. Droga, droga, droga...
Outubro ainda está muito longe. Provavelmente, eu vou ter que entender os outros lados da história antes disso. Mas vou ter que pensar muito. Muito. E vai ser difícil; mas não é como se eu tivesse opção.

Se eu tivesse opção, as coisas seriam simples. Eu não saberia de nada.

"Ignorance is bliss"

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