terça-feira, 11 de maio de 2010

O Livro das Decisões

Eu parei para pensar no que acabei de escrever, de como eu não estou sentindo mêdo. Mêdo foi quase tudo o que eu consegui sentir por três anos da minha vida, e de repente eu não sinto mais — ou pelo menos não é mais o mais importante.

Acho que parte da minha libertação vem de ter descoberto alguma espécie de ordem nas minhas paixões acadêmicas. Eu descobri que gosto de matemática e programação acima de todas as outras áreas, e que amo a linguagem, e que amo as histórias, e que logo depois vem biologia com certa ênfase em ecologia (que convenientemente é a parte mais matemática da biologia), e que adoro arte e design e me empolgo demais com educação, e que a química e a física (a única ciência de verdade, é claro) são fascinantes e essenciais mas já estão meio em segundo plano. Eu... eu me sinto insegura escrevendo isso, com receio de que seja puro arrebatamento, com mêdo de que ano que vem minhas novas prioridades desapareçam e que eu volte a desejar tudo o que eu não posso ter... Mas vou pular de cabeça nessa paixão, vou meter a cara e me perder nessa paixão, vou persegui-la até não poder mais enxergar.

Hoje tomei algumas decisões.

1. Em primeiro lugar, decidi que vou aprender a cantar, porque eu não quero nunca mais destruir uma música linda com minha voz desafinada.

2. Em segundo lugar, decidi que vou viver tudo o que eu tiver vontade e que esteja em meu poder — que vou viver loucamente e agarrar todas as coisas que eu sempre quis fazer e nunca fiz, e que não vou poupar minhas forças nem ter dó de mim.

3. Em terceiro lugar, que quero estudar intensamente enquanto eu agüentar, e porque tenho vontade de estudar computação até não ter mais nada pra aprender (lol) eu vou ir o mais fundo que eu puder na esperança de que eu nunca mais precise voltar pra pegar ar, e eu vou me arriscar a me afogar, porque eu sinto prazer na seriedade.

4. Em quarto lugar, que eu não vou ter mêdo de fazer o que me parece certo e que eu não vou tentar parecer nerd ou não-nerd de acordo com o grupo e que eu não vou me acovardar diante da burocracia e que eu vou perseguir o que eu quero porque é possível.

5. Em quinto lugar, que eu não vou ser tímida o suficiente para não perguntar o que meus amigos mais experientes podem me ensinar, mas que também vou ter sangue-frio o suficiente para ir caçar as respostas por mim mesma.

6. Em sexto lugar, que eu vou me tornar o que eu quero ser, e que eu vou viajar para Minas.

Meus alunos (lol) do design vieram me perguntar por que o programa não tava funcionando e eu me senti muito boba de não conseguir ajudar. Mas é que pra mim também não faz sentido.

Eu realmente preciso me esforçar mais para me tornar uma pessoa foda.

Good hunting all!

2 comentários:

Rafael F. disse...

Bom ler isso tudo. Hoje foi um dia que fez eu me sentir bem próximo disso tudo que você tá descrevendo. Me fez parar e olhar pros últimos meses e notar como foi bom construir esse, às vezes difícil, caminho pra fora de mim e enxergar as possibilidades de novo.

Enfim, aquela minha amiga que foi na peça de teatro com a gente dá aulas de canto. Faço aula com ela há uns 3 meses e já descobri muita coisa. Se quiser o contato só pedir.

Abraço

lorena disse...

Eu também sinto desabrochar.