quinta-feira, 14 de abril de 2011

Cerveja

Eu estou escrevendo um post sobre cerveja. Sim, cerveja é tão importante pra mim assim (você poderia dizer, "Lobz, você escreve sobre coisas totalmente irrelevantes", mas você perceberia que não é realmente isso o que acontece: é que muita coisa é importante pra mim). O que eu poderia dizer é que talvez caipirinha e cuba-libre sejam tão importantes quanto cerveja. Não sei avaliar sem pensar muito, mas, de qualquer forma, acho que posso enquadrar todos eles numa categoria só. Então:

Cerveja, caipirinha e cuba-libra

Outro dia (acho que foi ontem) tive uma conversa mais ou menos assim com o @andrechalom:

-- (...) Não sei por que dou tanta importância a isso. Mas, por outro lado, antes eu não sabia por que eu dava tanta importância a cerveja, e agora faz todo o sentido!
-- Do que você tá falando?
-- Antes de você, eu dava uma importância imensa a cerveja. Eu quase não bebia, porque ninguém próximo a mim bebia, e eu achava isso uma droga, mas eu não sabia por que isso me incomodava tanto! Eu pensava "é só uma bebida!" ---
-- Mas cerveja não é sobre cerveja, não é só uma bebida. Cerveja é toda uma cultura!
-- É isso mesmo. Por isso eu fiquei tão feliz quando a gente bebeu cerveja na praia de Santos! E hoje em dia beber cerveja me faz feliz e eu entendo porquê!
-- Então precisamos desenvolver uma cultura de (...)

(obs.: não quero entrar no assunto que estávamos de fato discutindo na hora)

Hoje em dia eu tenho uma relação muito amorosa com a cerveja. Eu não tenho a menor dúvida de que ela é mais gostosa do que qualquer variedade de refrigerante ou suco comprável (suco caseiro pode ser bem melhor). E nem é só porque o álcool diminui minhas dores de cabeça (ok, ok, eu preciso resolver isso logo ~.~). Acho que eu de fato gosto do gosto, do cheiro, e de todas as coisas legais que eu associo a cerveja. Por exemplo, aquela praia de Santos. Várias @KaraokeKnights. Noites em Pubs, ou na casa do Rê, ou saindo com o Fê, ou em happy hours com o passoal da Gommo ou da NetPoint, churrascos, festas, ou simplesmente beber cerveja com a Talita e o Alex.

Pra falar a verdade, tem uma certa carga que vai diretamente contra aquela de quando nenhum dos meus amigos bebia. Meus amigos, e talvez eu também em alguma época, não bebiam porque pessoas bêbadas são idiotas, porque as bebidas eram meio amargas ou ardentes e beber uma coisa ruim é idiota, e eu sempre tive a sensação de que quando somos muito jovens e não bebemos, não fumamos, não nos drogamos nem fazemos nada de idiota, nos consideramos muito melhores que os outros. Talvez nós tenhamos acreditado em tudo o que nossas professoras do ginásio diziam. E eu detestava essa sensação toda. Eu queria beber e ficar idiota. Eu queria experimentar coisas que não necessariamente seriam boas. Eu queria fazer coisas imbecis. E eu achava que as outras pessoas legais da vida que por acaso adoravam se embebedar pra caralho podiam ter algo de bom pra oferecer.

Acho que pode ser que quem bebe se dá o direito de ser muito mais idiota que o normal. Porque no colegial nós éramos todos bastante estúpidos e insanos, e era muito divertido, mas estávamos sempre conscientes de tudo, e não estávamos realmente interessados em ir além os nossos limites. Nós éramos felizes, e era isso (mesmo quando estávamos tristes, eu acho). Mas eu queria viver uma vida diferente. Eu queria uma vida em que a gente pudesse estar sempre experimentando algo diferente. E uma das coisas que eu queria experimentar era ficar completamente bêbada. E eu queria fazer isso sem um monte de gente totalmente sóbria ao meu redor fazendo coisas que estariam já em outro plano de consciência. Eu queria saber por que isso podia ser divertido.

E eu descobri. Demorou um pouco, de fato, mas hoje eu acho que eu descobri. Eu descobri que muita coisa pode mudar, que o mundo pode ser diferente, e que podemos nos divertir com todo um pacote diferente de coisas. Talvez eu goste de cerveja porque me lembra de todas as mudanças que aconteceram na minha vida desde que eu comecei a conviver mais com pessoas que gostavam de beber. Todas as portas que de repente se abriram. E todas as vezes em que estávamos todos meio bêbados, ou só alguns de nós, e mesmo assim ninguém pensaria em julgar o outro pelas bobagens que estava fazendo. Talvez eu goste de me lembrar do momento em que me dei conta de que eu não precisava me esforçar para impressionar ninguém.

Ou talvez eu só realmente goste muito do gosto.

4 comentários:

Utak disse...

Pessoas bêbadas são insuportáveis.

Ozzer Seimsisk disse...

Ah, bom, você é mesmo uma das pessoas de "antes". É uma pena que você não possa entender, mas tudo bem.

Utak disse...

OK, não é qalquer bebado que é insuportável. Insuportáveis são aquqles que bebem e acham que tem direito à razão. Pra mim, bebeu, perdeu. Pode ser mega engraçado e divertido, concordo. ^^

Ozzer Seimsisk disse...

Em geral eu acho que pessoas chatas ficam mais chatas bëbadas. Mas até isso tem exceções.