domingo, 24 de abril de 2011

À Deriva [jul 2004 - fev 2006]

Ando sem rumo
no mar, sem prumo,
no rio à baila
à deriva
sem cor, sem sumo
ando perdida.
O amor, a vida
o mar do mundo
me deixa à margem
ao fundo
sem dar guarida
a um vagabundo.
Ando por nada
estou recortada
do meu papel
meu cais
do porto-seguro
o escuro
esconde a enseada
com névoas em véu
ando deserdada.

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T) Este é outro tema recorrente, e não me impressiona muito que eu tenha passado um ano e meio escrevendo esse poema. Digo isso de uma forma poética: não me impressiona que eu tenha passado um ano e meio me sentindo assim. Também não me impressiona nada que o mar seja a metáfora base, já que ele representa quase naturalmente esse sentimento de falta de caminho. Gosto bastante das metáforas deste poema.

L) Vocês repararam que eu usei a palavra "guarida", que acho que nunca mais usei na vida? Acho que era só porque tinha acabado de aprender e queria aplicar em alguma coisa.

obs.: me dei conta de que quase sempre faço uma avaliação do tema e do desenvolvimento e depois alguma observação sobre um detalhe da linguagem. Achei que eu podia institucionalizar isso.

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