domingo, 24 de abril de 2011

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Esses dias eu me dei conta de que esta semana (bem a semana em que você está longe, porra) fez um ano de várias das nossas primeiras vezes. A primeira vez que nós trocamos olhares cúmplices. A primeira vez que nós trocamos sms. A primeira vez que nós saímos juntos sem nossos respectivos namorados. A primeira vez que saímos a sós. Etc.

Então eu te mandei um sms e você respondeu, sim, vamos comemorar? E eu pensei, Sim, vamos dar uma festa! Depois a idéia me pareceu tão estranha, porque dois dias antes eu estava falando pra Carol que eu acharia estranho se alguém me ligasse no meu aniversário de casamento ou algo assim, porque parece uma data íntima. Nessa hora eu me toquei que eu não sou assim.

Como eu sou: eu mantenho meus relacionamentos em segredo por um bocado de tempo, até eu começar a desejar intensamente compartilhar cada aspecto da vida. Inevitavelmente eu passo a querer compartilhar os amigos, as turmas, os lugares, as atividades, os pensamentos. Eu passo a querer união total. Comunhão total de vivências. E parte disso é querer compartilhar contigo o meu lugar na hierarquia da minha alcatéia particular. Isso não é realmente possível - você tem que conquistar o seu lugar nela - mas eu passo a querer considerar que somos um centro único ao redor do qual acontecem algumas das coisas do bando. Quando eu estava com o Diogo eu tinha certeza que éramos o coração de um grupo que se estruturara ao nosso redor. Talvez houvessem outros corações, mas eu sentia poder nisso, nessa coisa de ser um casal de anfitriões, de ligações entre as pessoas. Com você agora, bem, nós não somos o centro de nada, somos uma articulação entre vários componentes fortemente conexos, mas eu ainda mantenho alguma espécie de posto na minha alcatéia (que é um dos mencionados componentes), e eu ainda sinto que somos um casal público, e eu quero que, dentro desse meu bando (do qual você agora faz parte), nossas alegrias e empolgações sejam compartilhadas.

Eu quero mesmo dar uma festa. Comemorar todas as coias incríveis que aconteceram comigo, todas as vitórias sobre meus próprios demônios. Eu quero que meus amigos estejam presentes nos momentos importantes da minha vida.

Quando eu me perguntava se eu ia viver pra sempre com o Diogo (é impossível não falar dessa época, já que foi então que esse sentimento de alcatéia realmente de engastou em mim) eu imaginava que a gente ia dar uma festa de "casamento" (acho que usar essa palavra é um pouco stretching it) em que íamos estar temáticos do séc XVII (eu queria tanto ver o di de casaca vermelha) e nossos amigos iriam cada um oferecer um brinde, um desejo ou um conselho, simbolizados por elos de uma grande corrente que iria nos amarrar, ornar e segurar (pronto, agora vocês sabem que eu tenho fantasias de casamento, como toda garota estereotípica ¬¬). Mas era importante que cada amigo fizesse parte disso. Agora não é mais bem assim que eu me sinto, mas ainda quero que façamos parte das vidas uns dos outros. Não é como se eu pudesse sequer existir sem vocês. Vocês são parte de mim. Vocês são meus irmãos, meu bando, de uma forma muito intensa. Quando imagino que sou a capitã de um navio, mesmo que eu tente não consigo imaginar uma outra tripulação.

Eu sinto uma vontade sincera de dar uma festa. Acho que eu tenho uma certa esperança de que nas minhas festas o mundo possa ser um pouco mais da forma como eu o vejo (although, acho que isso não funciona tão bem quanto nas festas do Pizza). Eu fico tão feliz ao ver como estamos crescendo e mudando, e eu quero mostrar a minha parte disso também. Eu quero fazer com que vocês entendam do que se trata. Eu quero comemorar com vocês, porque eu sou filhote do seu bando (de repente estou me perguntando qual a intersecção entre as pessoas a quem estou me referindo e meus leitores).

Ok, eu acabei de ouvir Bor This Way (e acho que foi a primeira música da Lady Gaga que eu ouvi inteira) e acho que está bom de blog por hoje.

Um comentário:

hitaisaka disse...

A Mali ama de uma forma muito intensa ^^

Bem, sonhar em casamento. Isso não é problema nenhum! É até divertido. O problema é o quão criativo é seu sonho. Vestido branco e igreja? Sorry, Clichè

Afora isso, eu acho que faz parte de crescer como pessoa aumentar seus ciclos sociais. Não aumentar uma alcatéia até a lua, mas sim criar algo mais, e um outro, até que você percebe que conhece todo mundo até a lua, sem que essas pessoas se conheçam.
Então, e somente então isso será tão forte, você vai poder misturar as pessoas que você conhece.
Vai dar certo? Não? Isso não é o principal. Todas essas pessoas estarão conectadas à você de uma forma ou de outra, e só esse motivo já basta para que se dêem bem. E assim essa será uma incrível e imensurável festa.