terça-feira, 16 de março de 2010

Essas pessoas da física.

Hoje eu estava conversando com a Gabi(óloga) e o Bruno (Iha) e confessei que estava viciada em livros, e descrevi como isso era horrível. A princípio eles não entenderam, tive que explicar melhor. Depois eles olharam pra mim meio confusos e disseram "É por isso que você não estuda aqui" e "Tudo bem, minhas amigas ficaram assim com Harry Potter durante toda a sexta série".

Nâo! Você não pode me comparar com suas amigas na sexta série, mas eu não sou uma pré-adolescente, isto não é uma paixonite, I am the real thing, a for-real book-junkie. Não é possível que não tenha nenhum desses na física, é?

E mais: quando perguntaram que livro era, eu falei e expliquei como me doía a tradução atroz em que todos os tempos verbais estavam errados, em que quase não havia pretérito mais-que-perfeito enquanto um de cada quatro parágrafos falava do passado-do-passado, eles: "o quê?"

"Oquê?"

Repeti meu problema para diversas pessoas e o mais próximo de compreensão que eu tive foi do Dobay, que disse: "eu nunca li um livro que tivesse esse tipo de problema."

...

Depois de algum tempo, murmurei frustrada que não precisava da compreensão deles, que eu ia me contentar em ter minha irmã, que sente exatamente o mesmo tipo de revolta de eu.

E falei isso olhando pro chão, me sentindo estranhamente solitária no meio de alguns dos meus melhores amigos.

6 comentários:

Bia disse...

confesso que ler seus posts me faz sorrir bastante.

aline disse...

eu tanmbém estou viciada em livros de literatura. tenho lido tanto que qaundo chega na hora da aula À noite meu cerbro ta tao estourado que eu mal consigo entender o que o professor fala.

aline disse...

mas é bom

Rafael F. disse...

Haha, queria ter falado mais que umas duas vezes com você.

Marcio Zamboni disse...

Parece que isso é comum em traduções do francês. parece que eles não tem um equivalente e que esse tempo acaba suprimido. eu entendo o que você quer dizer, tanto que digo que o último post poderia ser meu.
eu não tenho lido muito, mas entendo sua paixão. e sua solidão.

Talita Salles disse...

Bom, eu meio que respondi este post dois posts atrás, mas não vi os cometários... O francês tem sim o mais-que-perfeito, inclusive é chamado plus-que-parfait, mas é escrito composto (eu tinha feito - j'avait fait).
De qualquer forma, independente da língua da qual veio o livro, há adaptações que devem ser feitas para o bem geral dos leitores. :) Dizem as más líguas, porém, que o mais-que-perfeito é um tempo verbal em extinção.
Espero que não.