sábado, 23 de setembro de 2006

Estranho,

porque tudo agora parece muito diferente e esquisito. Porque parece que estes dois meses fulgazes (ou nem dois meses!) passaram com uma velocidade tal que equivaleram, em alguns aspectos, a dois anos. Porque tudo incompreendo, porque tudo penso, e sequer imagino... Às vezes, de tarde, me pego pensando tolices, pensando assim bobagens, assim pequenas raivas, de pessoas, de lugares, de situações. E às vezes tenho uns receios, às vezes penso que errei aqui ou ali, que fui eu que te levei a isto ou a aquilo, que sozinho terias sido mais sensato... E outras coisas do gênero. E distraidamente vou reconstruindo minha vida e minha história, com pequenos passos, mas às vezes muito velozes.

Falando em reconstruir vida, hoje resolvi finalmente registrar os eventos dos últimos dois meses n'O Caderno. E obviamente eu esqueci de alguns, pq escrevi muito pouco na minha agenda e esperava que tivesse anotado lá, então ficava pensando, "não, isso foi depois, isso foi depois...", até perceber que tinha sido bem antes. Acho que vou ter que escrever nas bordas, que fazer...

Mas, de modo geral, parece que estes últimos dois meses foram estranhamente tranqüilos, foram meses de edificação de algo, de amarração, por um lado, e de esforço e perseverança, por outro... não, não, o esforço foi me não deixar que a árvore que cresce destrua as raízes vizinhas. Mas acho que não destruirá. Tenho fé em algo que não sei bem o que é, mas que acho que pode dar certo. Claro que, de uma forma ou de outra, a reestruturação desse espaço metafórico será dolorosa e difícil, mas creio que os resultados serão positivos.
Aquilo de que tenho mêdo, apenas... Não, nada disso, nada de ter mêdo. Tenho mêdo porque a sociedade me ensinou a ter mêdo, e ter mêdo de não dar tempo, de não deixar escorrer o tempo antes de se deixar levar. E, quanto a isso...

Descobri nas últimas semanas que há coisas que são bastante mais simples quando não procuramos complicá-las. Mais simples, não mais fáceis, eu disse. Existem mêdos e dúvidas que podem ser superados sem grandes conflitos existenciais - mas apenas por algum tempo. No fundo, esse tempo é em geral suficiente para que os mêdos e as dúvidas deixem de fazer sentido, mas, no meu caso, isso nem sempre funciona...

Sim, sim, tudo está meio estranho...

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