quinta-feira, 29 de setembro de 2005

"Todo fim é um triste novo começo"

Estou me sentindo muito tranqüila, como se um peso imenso tivesse sido tirado das minhas costas. Tudo parece estar entrando nos eixos, de uma forma talvez dolorosa mas pacífica, deixando aquela sensação gostosa e quentinha (ou muito fria e perdida) de fim de temporada de série de TV...

"Os dias vão passando devagar
As coisas encontrando seu lugar
Tudo muda
Menos o que eu sinto por você...
"

Meus amigos parecem estar razoavelmente felizes... Dois deles se acasalaram (no sentido de formaram um casal) e outro voltou do hospital... Estar na classe do Luque e da Luda tem sido um inferno (ouvir piadas infames, encheções de saco críticas extremamente repetitivas e conversas séria sobre assuntos que eu não tenho chance nenhuma de eventualmente entender está realmente me irritando), mas a Lori, o Digo e o Dobs têm sido extremamente simpáticos. Tenho a sensação de que estou me aproximando cada vez mais de algumas das meninas, o que me alegra, e não só entre os meus amigos como no colégio em geral. E tenho falado mais com o JP e recebido menos mordidas do Artur, o que é algo positivo.

Além disso, ontem eu e a Clara adotamos um par de bebês-passarinhos! Eles são mto fofos, e parecem ter um ou dois dias de vida. Aparentemente eles ganharam uns nomes como Pequena Neyleen e Guimarães Rosa e Clarice Linspector e Macabéia e Piu... E segundo a Clarinha eles comem bastante e crescem rápido... É engraçado como são barrigudinhos...

Acho que meu grande objetivo durante estes meses próximos será tirar um A em História, em Física e se possível em Português e P.T., além de impedir que as pessoas entendam direito do que estou falando.

De resto, acho que está tudo mais ou menos certo. Acho que simplesmente as coisas têm que dar certo. Acho que nós temos que seguir em frente, sabe? Não havia outra maneira. Está tudo bem, tudo bem (é incrível como isso faz tudo melhor).

"Vamos descobrir o mundo juntos
Quero aprender com o seu pequeno grande coração...
"

Acho que hoje eu descobri algo de absolutamente fantástico a respeito da vida, que talvez eu soubesse racionalmente mas em que nunca realmente acreditara. Nem tudo precisa ser concreto para existir. Muitas amizades se sustentam num olhar, numa confiança, num sentimento. Acho que o mundo é uma bruma que se esgarça na distância. Somos gotas d'água, vapores, suspiros. Não adianta firmar a amizade — o mais importante é a marca do outro na nossa existência.

"Não basta o compromisso
Vale mais o coração...
"

No fim, somos todos lobos em busca de caça, água, lar e amor. Então não resta nada a dizer. Podemos simplesmente ser o que somos, podemos ser o que sempre fomos. Diante de mim, o futuro se estende escuro e imperscrutável. Estamos numa estranda cujos passos não podemos ver, e a escuridão não diminui. Não tenho outro desejo além de viver intensamente. Os dias passam vagarosos e provavelmente repetitivos, mas não é isso que sinto: sinto que canto as canções que meu coração escreve de repente, sinto que luto a cada dia pela vida e pela beleza. Escrevi algumas dessas canções, mas elas são estranhas demais. O universo se debruça sobre nós. O infinito.

"O que fazes por sonhar
é o mundo que virá
Para ti
Para mim
"

Enfim, em frente.

E boa caçada a todos que à Lei da Jângal se agarram.

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