sexta-feira, 24 de junho de 2005

Ahem

Agora que eu já li muitos blogs, e enchi a cabeça de idéias e frases pra lá de esquisitas, acho que convém falar alguma coisa. Falar? Falar da boca. As palavras escorrendo lânguidas através da língua, dos dentes e dos lábios. Descubram a diferença entre farpa e pharpa, por favor. Mas não sobre isso. Pela primeira vez entendi a idéia de navegar na internet. Quer dizer, antes do advento dos blogs não havia lá muito sentido em ficar saltando de um site para outro, sem rumo, sem objetivo, até a conexão cair. Mas agora, ah, sim, agora tudo faz sentido!
Debaixo da frondosa castanheira
Eu te vendi e tu me vendeste
Nós aqui estamos e eles aqui estão
Debaixo da frondosa castanheira
Agora sim. Como deve ser. Existencialistas com suas existências, absurdistas com seus absurdos, dadaístas com seus cachorros, mas todos conectados através da fala, do pensamento, da importância de suas vozes unilaterais dialogando eventualmente com seus inimigos. A blogosfera é um lugar deveras fascinante: é só entrar num site e seguir os links de citações (isso foi uma tentativa de evitar um anglicismo dispensável) e chegamos ao seu exato oposto. Curiosíssimo.

É realmente uma pena que a moça de Osasco que eu acompanhei da Fonseca Rodrigues até o colégio (ela queria chegar no shopping) não possa absolutamente participar desse ciclo. É terrível que pessoas tão, assim, semelhantes a nós, não possam juntar-se a nós no nosso coro cacofônico a favor da liberdade... Liberdade? De novo a pergunta: "Democracia, hoje?" Parece piada. Acho que é. Somos todos rês desgarradas. Terrivelmente o grupo que pode se exprimir por letras virtuais não é um retrato ideológico da sociedade, mas um retrato imbecil da ideologia.

Preciso deixar a Klu dormir. Pensaremos nisso depois.

Para os inconformados: Sim, eu acho que minha opinião É importante.

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