quinta-feira, 15 de julho de 2010

Hm

Descobri que minha vida perde completamente a estrutura quando eu fico doente, desanimada e carente. Minha vida faz sentido e tem lógica quando eu consigo ficar de pé, dançar, atravessar a cidade, dar uma festa. Minha vida faz sentido quando eu corro pelada pela noite, quando eu uivo pra lua enquanto viro lôba. Minha vida faz sentido lá fora, na rua, explorando, rindo, caçando. E de vez em quando minha vida faz sentido papeando até tarde na casa de uns amigos.

Hoje, quem eu sou? Quem você é? Eu não quero te ver nem eu quero ver ninguém. Eu queria estar na praça do relógio, eu queria estar fazendo alguma coisa, mas está chovendo e eu estou doente e eu não vou sair de casa porque está tão tarde e eu vou dormir cedo e eu vou dormir sozinha, e eu não vejo graça em nada, e eu não amo ninguém, e quase tudo o que eu penso me irrita.

E no final tudo volta a você. Eu lembro de uma conversa que a gente teve, mas no fundo eu nunca vou poder te ter, te conhecer. Quanto mais eu te tenho mais me parece que você escorrega dos meus dedos. Não, sou eu que escorrego. Sou eu que me perco nisso que eu já não sei o que é. Quem eu sou? Eu penso em pessoas que eu gostaria de ver mas não quero falar com elas. Me parece que estou sempre me expondo tanto! Então hoje eu vou ficar sozinha. Eu vou chorar sozinha. Espero que amanhã eu esteja melhor e possa conquistar o mundo outra vez.

Quem nós somos?

5 comentários:

Big Slim disse...

='(

estou doente, desanimado e carente tb. acho q n se pode conquistar o mundo todos os dias =/

Marcio Zamboni disse...

tenho muitos dias assim,
mas ficar em casa geralmente piora.
minha casa tem muita gente, não sei.
geralmente vou no cinema e vejo 2 ou três filmes em sequência. entre os filmes, se sobrar tempo, tomo um café ouvindo música e desenhando.
ai lá pelas 11:30 da noite eu pego um ônibus na augusta que passa com uma frequência inexplicavelmente alta mesmo de noite... escolho um lugar escondido atrás de um banco alto e apoio a cabeça no vidro enquanto acompanho a paisagem. quando chego em casa já estão todos dormindo.
tomo banho, faço um miojo e fico vendo simpsons e law&order até bater o sono. quando estou mais inspirado invento e começo um projeto maluco e absolutamente inútil, tipo fazer musas em grafitti. rsrsrs
Não sei, a angústia continua em algum canto do meu peito, ou às vezes até me domina completamente. Mas quando estamos em um lugar aberto parece que ela vai irradiando um pouco. Ela está lá, mas fico mais leve.
E no final do dia acabo me convecendo de que tive um dia de certa forma produtivo. Um dia que dediquei a mim, ao bem estar do meu espírito.
Enfim, para ser sincero, acho que não tenho muito mais o que falar senão isso. Acho que nem ajudei muito.

Rafael F. disse...

Curioso, ontem me veio um poema que fala um pouco disso. Acho que ele não anima ninguém, mas assim como os comentários acima, talvez te lembre que você não tá sozinha em sua solidão. Pessoalmente eu acho que é essa cidade que nos engole.

Marcio Zamboni disse...

poutz,
relendo o post acho que minha resposta anterior foi completamente absurda.
também entro em depressão profunda quando é tarde demais para sair e me sinto mal.
TV e comida me ajudam.
mas o bom mesmo é quando consigo desenhar ou fazer algo do tipo.

abraço.

Utak disse...

Tambem estou doente e carente. Acho que no fundo, só nossas maes nos salvam...