domingo, 14 de junho de 2009

Eu não acho.

Eu não acho que as pessoas estejam sempre tentando esmagar os outros. As pessoas também se diminuem para os outros subirem em cima, e também estendem suas mãos para os outros, e também se sacrificam pelos outros. As pessoas não são essencialmente competitivas; isso é só um aspecto. Algumas pessoas precisam pisar nos outros a cada oportunidade, e muitas acham que pisar no outro ajuda o outro a querer se revoltar, mas eu não sei se isso é realmente bom, eu me pergunto se não seria melhor abraçar o outro e ir caminhando com ele. Não precisamos sempre exigir em todos as qualidades que nós achamos necessárias. Algumas pessoas são de um jeito, outras são de outro. Você escolheu ser forte e gostosão e ter opiniões sobre tudo e estar acima de todo mundo, mas, embora eu ache que todos nós queiramos em algum nível ser perfeitos, eu não sinto a vontade específica de ser melhor que você, ou melhor que o Márcio, ou que o Henrique, ou que o Zézinho ou Luisinho. Eu me sinto feliz com o poder próprio que cada um tem, com as características únicas que não são forças nem fraquezas. Dá pra pensar que eu simplesmente desisti de perseguir o poder por achar que eu nunca ia alcançá-lo, e isso provavelmente é verdade, mas acho também que toda a perseguição do poder é um nome errado, é uma forma errada de ver e pensar a vida. A gente não precisa ser melhor ou pior do que ninguém. A gente só precisa impressionar a si mesmo.

No mundo em que eu vivo, é sim reconfortante achar defeitos nas pessoas quando você está se sentindo um lixo, porque isso faz você ser um pouco mais conivente, um pouco mais lasso na sua avaliação, você permite mais erros e isso faz com que seja mais fácil alcançar os seus parâmetros, mas também é libertador encontrar qualidades nas pessoas, porque isso não apenas te dá esperança, isso também faz o seu mundo melhor, isso permite aliás que você encontre outras qualidades, muitas vezes não são boas ou ruins, são apenas qualidades, o tipo de coisa que te faz feliz por ser você independente de quem você seja, porque mesmo se você não tivesse nenhuma habilidade, não fosse gostosão e não soubesse nada, você ainda teria sua personalidade, suas particularidades, e sempre seria no mínimo interessante.

Existem muitas pessoas por aí que quando verem sua guarda aberta vão te dar um abraço, vão te proteger, vão entrar cortesmente no seu espaço pessoal e saudar os animais fantásticos que vivem no sua alma. Eu particularmente não me orgulho de nenhum dos momentos em que eu pisei em alguém que estava com o coração aberto. Eu me orgulho das vezes em que eu abracei o coração de alguém, em que eu me arrisquei por alguém, em que eu fui legal com alguém só porque era uma pessoa. Eu nunca me sinto bem por deixar alguém desconfortável (embora em alguns casos seja muito engraçado). Inclusive, Ugo, foi você que me mostrou que nem sempre é bom lutar contra as esquisitices das pessoas.

2 comentários:

Utak disse...

Não acho que se deva lutar contra as esquisitisses das pessoas. Não sei, mas vejo seu discurso semelhante a o que eu sinto, ou a o que senti um dia. Nem todo mundo tem vontade de poder, eu mesmo tenho muito pouca. Mas eu simplismente estava perdendo a sanidade, precisava tomar uma atitude! meu caso não é generalisavel, ficaria muito triste se visse você, ou o Bruno, ou o SF sucumbissem a querer ser melhor e mais forte que o resto do universo, e começassem a pisar em todo mundo; Porque essas sao qualidades de vocês, e enquanto isso for saudável, acredito que devam ser o que vocês são, e continuar sendo pessoas legais, amaveis carinhosas, abertas. Eu, por outro lado não estava em um nível saudável, tive que mudar. E, enquanto você continuar sentido essa angústia, alguma coisa deve ser feita! Essa angústia eu ainda sinto, só que diferente. Hoje eu tento me defender, mas antes eu simplesmente abaixava a cabeça. Hoje eu sou muito mais são e estruturado que eu era. Antes, eu era criança, hoje sou adolescente, ainda em fase de transição, talvez pra sempre. Não acho que o meu caso generalise, repito, mas acho que se você sente-se angustiada, não deve se acostumar com isso! devemos pensar e chegar a alguma conclusão, e agir, mudar, transformar. Não sou eu que digo se você tem que mudar ou não, é você mesmo que escreve isso!
Eu raramente deixo alguém desconfortável, ou piso em alguém. Eu só piso em quem tenta pisar em mim, mas eu não me deixo mais ser pisado.

Bia disse...

fazia tempo que eu não lia uma "brisa" sua... apesar de morrendo de sono e com dor de cabeça, gostei muito.

eu esqueci da existência de blogs alheios. acho que inclusive do meu. enfim, quando não for véspera de química eu fuço mais. mas, de novo, adoro o jeito com que você escreve seus pensamentos.