domingo, 29 de outubro de 2006

Coisas que a gente não deve dizer

Eu não sei se ainda acredito em amor. Tudo isso, os beijos, os cheiros, os sorrisos, os abraços, tudo isso já me causou tanta repulsa que é difícil agora aceitar alegria, que é difícil tudo. (Por que é que eu falo tanto de mim, hem?) Eu quase posso sentir meu corpo tremendo, nenhum sentimento, nenhum desejo, e você você eu não posso falar de você, mas posso falar do beijo e da ânsia de vômito, e do mêdo e da ardência meses mais tarde eu quase posso sentir meu corpo tremendo, o mesmo frio, mas com sentimento e desejo, e o mesmo mêdo, e você, bom, você, o que foi que você me disse, eu não consegui entender, quem é você será que eu te conheço mesmo? E paramos no meio, diferente, outra vez, eu quase posso sentir esse cheiro venenoso que emanava de você (outra feita) esse cheiro amarelo, virei a cara, aquele cheiro doente, você estava tão feliz e eu te amava tanto, o que foi que aconteceu? Por Deuz, eu te amava tanto e estava tão feliz mesmo dizendo que não te amava, mesmo te vendo todos os dias, mesmo sorrindo o tempo todo, esperando por ti esperando sempre porque eu não precisava de nada mais que você?

... e agora, José? Para onde? Por que eu não sinto mais isso, por que eu não rio, sorrio, me alegro, te amo, te beijo, te ligo, te espero? Por que não pode dar certo> Por que eu não posso deixar que dê certo? Parece tão fácil, e entretanto... Quem é você? O mesmo que disse aquelas palavras incompreensíveis? O mesmo de todas aquelas brincadeiras infantis? E de todos aqueles arrepios e calafrios? Você sequer existe? Ou é só minha imaginação, um homem tão louco, tão somhador, tão impossível, que eu não poderia jamais conhecê-lo por inteiro, ou partilhá-lo com outros... Aliás nem posso dizer que seja realmente um homem, porque na minha imaginação é apenas um garoto, que pouco conhece da vida, e que jamais me conhecerá, também.

Minha visão das coisas simplesmente não se baseia em fatos reais. Isso não está certo. Às vezes eu percebo que morro de mêdo de criar uma situação porque acho que ela vai ser desagradável, quando todas as situações semelhantes a ela foram muito agradáveis. Nada faz sentido. Não tenho mais coragem de fazer nada. Me desconheço, me destesto, não me entendo. Não me perdoo, me ridicularizo. De fato segurar vela não é ruim, quando as pessoas com quem se está são legais, divertidas... Mas ainda assim me faz me sentir miserável. E essa relaçào de causa e conseqüência é patética, não é?
Ao menos eu posso ficar feliz pelos meus irmãos...



















Enfim vou parar de divagar. Isto não é literatura.

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