Sabe, as coisas do mundo não fazem muito sentido. Todas as coisas que passam pela nossa cabeça... Então quando encontramos alguém com quem concordamos muito, murmuramos apenas baixinho um sim, um é isso mesmo, e não dizemos nada, nada. O tempo parou para olhar para aquela barriga.
Eu poderia escrever meus posts simplesmente sem colocar nomes neles, eles são tão fúteis... E entretanto os coloco, mas por quê? Por algum motivo as pessoas acham que as coisas têm mais significado se colocamos nomes nelas. Hoje o Charles me fez perceber isso de uma forma bastante cruel. Mas neste caso, especificamente neste blog, nomes só atrapalham, pois levam a interpretações absurdas dos fatos, vejam só... As pessoas não percebem que minha mente, bom, segue uma linha diferente da lógica do mundo.
"Contudo, não viva para nós, viva conosco. Compartilhe seu sofrimento, seus amores, suas dores, suas vitórias, seus fracassos."
Isto me foi escrito há tempos... E na época eu já achei isso um absurdo. Não quero contar-vos nada, droga! Não vejo porquê. Na verdade eu até vejo, mas veja bem: eu não posso. Sinto no fundo da minha alma que não devo. Meus conflitos, notadamente os mais terríveis, são meus comigo; minha consciência da fragilidade do mundo repudia as friezas que crescem sob os meus véus e máscaras de bonitinheza. Meu amor, se tiveres comigo aprendido a ser cruel, então foi o contrabalanço que esqueceste de aprender: essa consciência dolorosa de que as pessoas são frágeis.
Estranho, não? É assim que vejo o mundo, não é? Fragilidade. As pessoas são frágeis. A terra, em tempo geológico, é forte, é confusa, é bela. O mundo é valioso, quase perene, resistente a pancadas de todo o tipo; as pessoas, porém, são fragilíssimas. Pois é por causa dessa fragilidade que faço o possível para não apertá-las; ao mesmo tempo, porém, cutuco-as, procuro seus limites, encontro suas máscaras, rodeio-as, sigo-as, testando suas fendas e fraquezas, em busca do núcleo denso e intrínseco. Algumas pessoas, claro, são muito fortes - isso não significa que não desmoronam às vezes, evidentemente. Mas são fortes. Essas eu admiro. Admiro e amo. Afinal, onde está a divisão? Yuri, porque essa barreira é visível?
Refração. Evidentemente a Admiração é mais rarefeita e confusamente livre que o amor. Amor não é liberdade. Amor está além desses conceitos estranhos; dor, alegria, liberdade, alienação. Já a Admiração evidentemente liberta. Afinal, a Admiração é o impulso inicial do filosofar.
É estranho, porque as coisas todas estão ao mesmo tempo no mesmo lugar, o que prova que existem mais de quatro dimensões.
palavra por palavra, procuro chegar, devagar, ao lugar de La Loba.
"O silêncio", disse o griot,"só é escuro no começo..."
sexta-feira, 29 de abril de 2005
quarta-feira, 27 de abril de 2005
A Respeito das Palavras
Confuso. Falar sobre as palavras. Mas diria Iris Murdoch, eu acho, as palavras fazem o mundo ser mundo. "How do you think without words?" Evidentemente há uma certa discórdia a respeito da definição de pensamento. Eu posso afirmar certamente que penso sem palavras, entretanto, de que isso me vale, se algumas pessoas não considerariam isso um pensamento?
Por outro lado, de que me vale um pensamento que não pode ser traduzido em palavras?
Estou ficando com sono. Isso significa que logo estarei dormindo. Em verdade, não pensei isso conscientemente logo de cara: a sensação do sono foi analisada por meu cérebro num círculo inferior de pensamento (para quem não sabe, meu pensamento é circular), formando uma espécie de raciocínio prático, sem palavras mas com muito significado. Logo porém o pensamento emergiu para uma esteira mais superficial na minha mente, em que encontrou as palavras "sono" e "dormir" associadas a uma série de lembranças, cheiros, imagens, gostos, temperaturas, e outras sensações diversas, que combinavam com a sensação inicial, tornando meu sono mais complexo e intolerável. Evidentemente isso fez com que o pensamento saltasse dessa vez para esteiras cada vez mais altas de pensamentos frasais como "estou com sono" e "quero dormir", cujas* significâncias reverberavam cada vez mais alto, até que enfim a frase chegou compreensível e boba a um nível audível na minha mente, numa forma refinada de pouco significado mas muito interessante do ponto de vista da interpretação e absolutamente registrável em palavras, infelizmente para vocês, que podiam estar lendo coisas mais interessantes que eu poderia estar escrevendo agora.
Porém todo esse processo complexo nem sempre acontece. Muitas frases, especialmente as poéticas, são formadas meramente pelo ajuntamento de palavras, pela associação de um verbo e um adjetivo segundo o texto de Machado de Assis, mas sem nenhum significado mais profundo: elas não reverberam, mas remetem a situações tão diversas que são fantasticamente interpretáveis e até certo ponto idiotas, por não significarem nada mais do que você quer que signifiquem. Tornam-se por vezes extremamente vagas, por terem múltiplos sentidos, ou sem sentido, por serem muito absolutas.
E, realmente, eu estou com sono. Boa noite.
*eu estou realmente insegura quanto ao uso desta palavra...
Por outro lado, de que me vale um pensamento que não pode ser traduzido em palavras?
Estou ficando com sono. Isso significa que logo estarei dormindo. Em verdade, não pensei isso conscientemente logo de cara: a sensação do sono foi analisada por meu cérebro num círculo inferior de pensamento (para quem não sabe, meu pensamento é circular), formando uma espécie de raciocínio prático, sem palavras mas com muito significado. Logo porém o pensamento emergiu para uma esteira mais superficial na minha mente, em que encontrou as palavras "sono" e "dormir" associadas a uma série de lembranças, cheiros, imagens, gostos, temperaturas, e outras sensações diversas, que combinavam com a sensação inicial, tornando meu sono mais complexo e intolerável. Evidentemente isso fez com que o pensamento saltasse dessa vez para esteiras cada vez mais altas de pensamentos frasais como "estou com sono" e "quero dormir", cujas* significâncias reverberavam cada vez mais alto, até que enfim a frase chegou compreensível e boba a um nível audível na minha mente, numa forma refinada de pouco significado mas muito interessante do ponto de vista da interpretação e absolutamente registrável em palavras, infelizmente para vocês, que podiam estar lendo coisas mais interessantes que eu poderia estar escrevendo agora.
Porém todo esse processo complexo nem sempre acontece. Muitas frases, especialmente as poéticas, são formadas meramente pelo ajuntamento de palavras, pela associação de um verbo e um adjetivo segundo o texto de Machado de Assis, mas sem nenhum significado mais profundo: elas não reverberam, mas remetem a situações tão diversas que são fantasticamente interpretáveis e até certo ponto idiotas, por não significarem nada mais do que você quer que signifiquem. Tornam-se por vezes extremamente vagas, por terem múltiplos sentidos, ou sem sentido, por serem muito absolutas.
E, realmente, eu estou com sono. Boa noite.
*eu estou realmente insegura quanto ao uso desta palavra...
terça-feira, 26 de abril de 2005
sexta-feira, 22 de abril de 2005
Pássaro-Preto
Oh if I was a blackbird, could whistle and sing
I'd follow the vessel my true love sails in
And in the top rigging I would there build my nest
And I'd flutter my wings o'er his broad golden chest
Quando criança, eu queria ser um pássaro-preto. Tão lindos eles eram, cantando escuros brilhantes nas árvores, voando... Achava-os mais belos que os sabiás e os bem-te-vis (e eu sabia diferenciá-los todos), tão pequeninos e doces como rolinhas negras de penas brilhantes e olhos ainda mais escuros.
Lindos.
Escrevi inclusive uma canção na qual ele aparecia.
Imagino que, quando comecei a criar personagens de nome corvo (raven), estava continuando minha fascinação por estes pequenos seres voadores de penagem negra. E agora, quando ouço essas músicas célticas, vejo que verdadeiramente os pássaros negros transpiram poesia. Quantas músicas não falam sobre eles!
Blackbird singing in the dead of night
Take these broken wings and learn to fly
All your life
You were only waiting for this moment to arive.
É isso o que vejo de tão belo nestas canções: o pássaro-preto a voar pela noite, o ferreiro construindo o mundo, o marujo navegando esse mundo. O mundo, o mundo inteiro...
Boa tarde, meus amigos.
I'd follow the vessel my true love sails in
And in the top rigging I would there build my nest
And I'd flutter my wings o'er his broad golden chest
Quando criança, eu queria ser um pássaro-preto. Tão lindos eles eram, cantando escuros brilhantes nas árvores, voando... Achava-os mais belos que os sabiás e os bem-te-vis (e eu sabia diferenciá-los todos), tão pequeninos e doces como rolinhas negras de penas brilhantes e olhos ainda mais escuros.
Lindos.
Escrevi inclusive uma canção na qual ele aparecia.
Imagino que, quando comecei a criar personagens de nome corvo (raven), estava continuando minha fascinação por estes pequenos seres voadores de penagem negra. E agora, quando ouço essas músicas célticas, vejo que verdadeiramente os pássaros negros transpiram poesia. Quantas músicas não falam sobre eles!
Blackbird singing in the dead of night
Take these broken wings and learn to fly
All your life
You were only waiting for this moment to arive.
É isso o que vejo de tão belo nestas canções: o pássaro-preto a voar pela noite, o ferreiro construindo o mundo, o marujo navegando esse mundo. O mundo, o mundo inteiro...
Boa tarde, meus amigos.
quarta-feira, 20 de abril de 2005
Nota
Sabe o que é pior?
Eu tenho certeza que se o Yuri lesse o post de baixo ele pensaria "você pensa coisas tão burrinhas às vezes, Mali..."
Eu gosto quando o Yuri me chama de Mali.
Eu tenho certeza que se o Yuri lesse o post de baixo ele pensaria "você pensa coisas tão burrinhas às vezes, Mali..."
Eu gosto quando o Yuri me chama de Mali.
Outono
O mundo está todo esquisito. O tempo, meus caros amigos, está todo confuso.
O tempo não. Está apenas irrelevante. Na verdade tudo é irrelevante. Tudo, Cada pedacinho.
O Yuri me mandou um e-mail ontem. Um e-mail no qual ele dizia que não entendia essa coisa com a guerra e o sangue que eu tenho. Eu odeio a guerra. Parece-me uma corrupção de tudo o que é belo e justo. A guerra não tem beleza. A única vantagem da guerra é que ela dá bons filmes, e tristes.
Brasileiro é um povo meio pacifista, quando não tá de arma na mão e não tá na fissura, na paranóia. E o Yuri é brasileiro, assim como todo brasileiro deveria ser: gosta de futebol (torça pro Palmeiras), toca trenzinho do caipira, conversa com qualquer um que se apresente, fala brasileiro, é super boa praça, ouve MPB, gosta de rock nacional e de música clássica, se dedica a aprender, a ser meio criança, ri da vida, é generoso, é simpático, é desonvolto, é alegre. Só não sabe jingar com jeito, mas aí... Dança também, sabendo ou não dançar. O Yuri é fofo. É lindo.
Parece que ele sempre vai ser criança. Que ele sempre foi criança. Eu, quando tinha sete ou oito anos, achava normal me chamarem de criança mas não me considerava mais na infância. Era uma menina esquisita. As pessoas costumam me chamar de fofa, de bonitinha, de pequena, de alegre, de dançante, de viajante, de burrinha, de poeta, de distraída, de má, de doida, de esquisitinha, mas acho que eu não acharia muito estranho se me chamassem apenas de esquisita. Acho que eu tento ser uma pessoa ideal, mas falho nesse aspecto, tirando D, perdendo meus amigos ou abandonando-os no recreio, me irritando por coisas idiotas, não entendendo as coisas, estando sempre aquém do que acho que quero ser. E o pior é que eu sei que, quanto mais sincera eu tentar ser, mais as pessoas vão virar para mim com aquele olhar de quem me ama e dizer que eu falo coisas muito tolinhas às vezes; e tudo que eu sinto é uma letárgica e tola inveja, dessas pessoas que não são tolinhas como eu, essas pessoas que sabem pensar, que sabem responder às perguntas da Antonieta e não têm medo de falar bobagem (até porque não têm que ter). Da próxima vez eu escrevo na prova "Não sei, eu sou idiota", mas, porra! eu não sei quem é Chico César, eu não sei jogar futebol, eu não sei lidar com as pessoas nem fazer amigos, eu não sei manter amigos eu nem sei o que diabos é a amizade, tudo o que eu sei é que as abelhas são animais haplóides-diplóides e e=mc² e no romantismo as personagens se assemelham aos estereótipos e as cordas do violino emitem um som bonito quando o yuri toca...
Os dias estão ficando mais frios, e meus coração não sabe a diferença entre o dentro e o fora, o passado e o presente, o amor e a indiferença. As pessoas vão viajar mas eu só percebo no dia, depois esqueço, porque as pessoas sempre vão viajar, e quando elas voltam é como se houvesse se passado apenas mais um domingo, não me importa mais o quanto você me ame, eu simplesmente vou lembrar de você um dia, um segundo, depois vou esquecer de novo... O mundo está tão estranho...
as pessoas falam coisas para dizer que me amam, e evidentemente eu me sinto muito digna desse amor, mas às vezes não acho motivo pra me convencer de que é um amor com respeito (não digo que não seja...). Parece que me amam porque me amam, mas o Artur simplesmente me ataca como se simplesmente eu fosse mais burra e feliz do que o que ele esperava de mim ( e eu não o culpo...); a Chris que vive dizendo que me adora diz que todos os caras por quem eu me apaixono ou que se apaixonam por mim são iguais, mas não é verdade, eles não são iguais e não são os únicos, e no tempo em que os boys se apaixonarem pelas freaks (como bem diz a dédé) o meu mundo vai ser mais feliz mas eu sinceramente sinto falta da liberdade, das idiotices, o mundo é idiota, convencido, rude. E o Yuri diz que eu penso umas idiotices às vezes quando eu falo que me sentia inútil mesmo o time perdendo de 12 a 2 ou sei lá e o quê eu poderia fazer, eu nem sei jogar futebol, nem basquete, nem porra nenhuma, nem pensar ou lembrar das coisas; deixo isso pra vocês, Yuris, Diogos, Artures. Eu sei que eu tinha que ser útil porque o meu time estava perdendo, mas eu não sabia como, eu mal sei roubar bola e chutar que são coisas fáceis, quanto mais conduzir e driblar que é difícil e parar a bola que é meu verdadeiro fraco... Então eu tive que pensar e me convencer de que eu podia fazer alguma coisa, eu tinha que fazer alguma coisa, e fui lá e atrapalhei um pouco pra não dar tempo de elas fazerem gol antes do tempo acabar. E aí o tempo acabou, mas acho que elas só não fizeram gol porque a gente tava sem goleiro.
Está escurecendo. Hoje o mundo estava meio silencioso.
Eu estou chorando. Chorando.
Não sou mais poeta pra você me admirar, não sei tocar, não sei jogar.
Acima de tudo não sei mais quem são meus amigos, e acima de tudo não quero saber.
Cartas de amor não me causam qualquer comoção, mas talvez seja apenas porque o amor agora não existe mais, posso dizer que o que sinto agora é amizade[o que provavelmente é uma coisa boa, já que eu sou uma menina comprometida, sinceramente eu amo meu namorado, mas às vezes minha própria insensibilidade quanto ao sofrimento alheio me incomoda...]
Tenho medo de conversar com as pessoas.
Tenho medo.
Eu já disse que uma pessoa verdadeiramente fel9z devia ser capaz de dar um sorriso sincero e pensar ao mesmo tempo...
Chega. Vou fazer alguma coisa de útil.
O tempo não. Está apenas irrelevante. Na verdade tudo é irrelevante. Tudo, Cada pedacinho.
O Yuri me mandou um e-mail ontem. Um e-mail no qual ele dizia que não entendia essa coisa com a guerra e o sangue que eu tenho. Eu odeio a guerra. Parece-me uma corrupção de tudo o que é belo e justo. A guerra não tem beleza. A única vantagem da guerra é que ela dá bons filmes, e tristes.
Brasileiro é um povo meio pacifista, quando não tá de arma na mão e não tá na fissura, na paranóia. E o Yuri é brasileiro, assim como todo brasileiro deveria ser: gosta de futebol (torça pro Palmeiras), toca trenzinho do caipira, conversa com qualquer um que se apresente, fala brasileiro, é super boa praça, ouve MPB, gosta de rock nacional e de música clássica, se dedica a aprender, a ser meio criança, ri da vida, é generoso, é simpático, é desonvolto, é alegre. Só não sabe jingar com jeito, mas aí... Dança também, sabendo ou não dançar. O Yuri é fofo. É lindo.
Parece que ele sempre vai ser criança. Que ele sempre foi criança. Eu, quando tinha sete ou oito anos, achava normal me chamarem de criança mas não me considerava mais na infância. Era uma menina esquisita. As pessoas costumam me chamar de fofa, de bonitinha, de pequena, de alegre, de dançante, de viajante, de burrinha, de poeta, de distraída, de má, de doida, de esquisitinha, mas acho que eu não acharia muito estranho se me chamassem apenas de esquisita. Acho que eu tento ser uma pessoa ideal, mas falho nesse aspecto, tirando D, perdendo meus amigos ou abandonando-os no recreio, me irritando por coisas idiotas, não entendendo as coisas, estando sempre aquém do que acho que quero ser. E o pior é que eu sei que, quanto mais sincera eu tentar ser, mais as pessoas vão virar para mim com aquele olhar de quem me ama e dizer que eu falo coisas muito tolinhas às vezes; e tudo que eu sinto é uma letárgica e tola inveja, dessas pessoas que não são tolinhas como eu, essas pessoas que sabem pensar, que sabem responder às perguntas da Antonieta e não têm medo de falar bobagem (até porque não têm que ter). Da próxima vez eu escrevo na prova "Não sei, eu sou idiota", mas, porra! eu não sei quem é Chico César, eu não sei jogar futebol, eu não sei lidar com as pessoas nem fazer amigos, eu não sei manter amigos eu nem sei o que diabos é a amizade, tudo o que eu sei é que as abelhas são animais haplóides-diplóides e e=mc² e no romantismo as personagens se assemelham aos estereótipos e as cordas do violino emitem um som bonito quando o yuri toca...
Os dias estão ficando mais frios, e meus coração não sabe a diferença entre o dentro e o fora, o passado e o presente, o amor e a indiferença. As pessoas vão viajar mas eu só percebo no dia, depois esqueço, porque as pessoas sempre vão viajar, e quando elas voltam é como se houvesse se passado apenas mais um domingo, não me importa mais o quanto você me ame, eu simplesmente vou lembrar de você um dia, um segundo, depois vou esquecer de novo... O mundo está tão estranho...
as pessoas falam coisas para dizer que me amam, e evidentemente eu me sinto muito digna desse amor, mas às vezes não acho motivo pra me convencer de que é um amor com respeito (não digo que não seja...). Parece que me amam porque me amam, mas o Artur simplesmente me ataca como se simplesmente eu fosse mais burra e feliz do que o que ele esperava de mim ( e eu não o culpo...); a Chris que vive dizendo que me adora diz que todos os caras por quem eu me apaixono ou que se apaixonam por mim são iguais, mas não é verdade, eles não são iguais e não são os únicos, e no tempo em que os boys se apaixonarem pelas freaks (como bem diz a dédé) o meu mundo vai ser mais feliz mas eu sinceramente sinto falta da liberdade, das idiotices, o mundo é idiota, convencido, rude. E o Yuri diz que eu penso umas idiotices às vezes quando eu falo que me sentia inútil mesmo o time perdendo de 12 a 2 ou sei lá e o quê eu poderia fazer, eu nem sei jogar futebol, nem basquete, nem porra nenhuma, nem pensar ou lembrar das coisas; deixo isso pra vocês, Yuris, Diogos, Artures. Eu sei que eu tinha que ser útil porque o meu time estava perdendo, mas eu não sabia como, eu mal sei roubar bola e chutar que são coisas fáceis, quanto mais conduzir e driblar que é difícil e parar a bola que é meu verdadeiro fraco... Então eu tive que pensar e me convencer de que eu podia fazer alguma coisa, eu tinha que fazer alguma coisa, e fui lá e atrapalhei um pouco pra não dar tempo de elas fazerem gol antes do tempo acabar. E aí o tempo acabou, mas acho que elas só não fizeram gol porque a gente tava sem goleiro.
Está escurecendo. Hoje o mundo estava meio silencioso.
Eu estou chorando. Chorando.
Não sou mais poeta pra você me admirar, não sei tocar, não sei jogar.
Acima de tudo não sei mais quem são meus amigos, e acima de tudo não quero saber.
Cartas de amor não me causam qualquer comoção, mas talvez seja apenas porque o amor agora não existe mais, posso dizer que o que sinto agora é amizade[o que provavelmente é uma coisa boa, já que eu sou uma menina comprometida, sinceramente eu amo meu namorado, mas às vezes minha própria insensibilidade quanto ao sofrimento alheio me incomoda...]
Tenho medo de conversar com as pessoas.
Tenho medo.
Eu já disse que uma pessoa verdadeiramente fel9z devia ser capaz de dar um sorriso sincero e pensar ao mesmo tempo...
Chega. Vou fazer alguma coisa de útil.
sexta-feira, 1 de abril de 2005
Frase do Dia
"eu baixei no kazaa um arquivo chamado Iron maiden, que tem como autor The cramberries, mas na verdade é uma musica do AC/DC" - Diogo
Uma nota musical
Às vezes eu queria saber um pouco mais do mundo. Saber porque nós não devemos apoiar o Hugo Chávez contra os EUA, saber como os pintores renascentistas conseguiam atravessar suas telas e pintar o espaço, saber o que diabos é efeito de Coriollis. Queria conhecer as entrelinhas de Saramago, as linhas de Goethe e as palavras de Guimarães Rosa. Apontar num mapa onde fica Tubarão, saber qual é a capital da Austrália, descobrir qual rua me leva aonde eu quero ir, saber nomear cada cabo de um veleiro. Doferenciar Botticelli de Da Vinci, reconhecer a mão de Rafael, admirar as pedras de Michelângelo e descobrir as obras de Donatello. Queria saber diferenciar Tchaikovski de Mozart de Beethoven, queria saber contar as músicas do Chico e do Tim e do Tom e do Milton, queria saber o que é uma escala menor e maior.
Não queria muito, não. Se você parar pra pensar, não é nem o suficiente. Eu queria também saber quem é Champollion, e assistir aos filmes do Kubrick e do Kurosawa. Queria ler mais García Marques, queria amar as palavras de Iris Murdoch, queria decifrar os originais de Poe, queria ler as antologias de Kipling, de Camões e de Pessoa. Queria conhecer a arte contemporânea. E a mim mesma. Principalmente a mim mesma.
Hoje a Bia me fez ter vontade de ser alguém outra vez. sair dessa vida de formiga esquisita. E eu nem falei nada! Falei que o Yuri era meu namorado, ela chamou ele e ele disse que eu tinha medalaha de bronze e ela disse "Física?! Mas seu negócio são a letras, não deixa os números confundirem você!" E aí eu percebi porque não valeu a pena, raios! A construçào do carrinho até valeu, eu precisava do trabalho manual... mas a física em si foi só obrigação, sem prazer nenhum. Quando acabou eu fiquei feliz porque acabou, não porque concluiu.
Então eu quero escrever. Muito, tudo, sempre, como eu sempre quis. Vou atrás. Vou para trás. Vou seguir em frente. não importa. Quero a veracidade das vozes do samba rasqueado. E mostrar meu olhar, meu olhar, meu olhar...
"O tato encontrava dor e o medo o desesperava"
"quem não gosta de samba..."
"eu quero o silêncio das línguas cansadas"
Sambar
pra dizer que eu não sou samba
pra dizer que eu não sei sambar
Pra dizer que não sou eu que vou buscar
Correr
e sambar pra iluminar
pra dizer que eu sou de samba
Pra dizer que eu posso me entreter
só de cantar, cantar
cantando assim um samba
Dizer que eu sou de samba
Dizer que eu posso alumiar
Sambar...
Não queria muito, não. Se você parar pra pensar, não é nem o suficiente. Eu queria também saber quem é Champollion, e assistir aos filmes do Kubrick e do Kurosawa. Queria ler mais García Marques, queria amar as palavras de Iris Murdoch, queria decifrar os originais de Poe, queria ler as antologias de Kipling, de Camões e de Pessoa. Queria conhecer a arte contemporânea. E a mim mesma. Principalmente a mim mesma.
Hoje a Bia me fez ter vontade de ser alguém outra vez. sair dessa vida de formiga esquisita. E eu nem falei nada! Falei que o Yuri era meu namorado, ela chamou ele e ele disse que eu tinha medalaha de bronze e ela disse "Física?! Mas seu negócio são a letras, não deixa os números confundirem você!" E aí eu percebi porque não valeu a pena, raios! A construçào do carrinho até valeu, eu precisava do trabalho manual... mas a física em si foi só obrigação, sem prazer nenhum. Quando acabou eu fiquei feliz porque acabou, não porque concluiu.
Então eu quero escrever. Muito, tudo, sempre, como eu sempre quis. Vou atrás. Vou para trás. Vou seguir em frente. não importa. Quero a veracidade das vozes do samba rasqueado. E mostrar meu olhar, meu olhar, meu olhar...
"O tato encontrava dor e o medo o desesperava"
"quem não gosta de samba..."
"eu quero o silêncio das línguas cansadas"
Sambar
pra dizer que eu não sou samba
pra dizer que eu não sei sambar
Pra dizer que não sou eu que vou buscar
Correr
e sambar pra iluminar
pra dizer que eu sou de samba
Pra dizer que eu posso me entreter
só de cantar, cantar
cantando assim um samba
Dizer que eu sou de samba
Dizer que eu posso alumiar
Sambar...
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