sexta-feira, 29 de abril de 2005

Indeed.

Sabe, as coisas do mundo não fazem muito sentido. Todas as coisas que passam pela nossa cabeça... Então quando encontramos alguém com quem concordamos muito, murmuramos apenas baixinho um sim, um é isso mesmo, e não dizemos nada, nada. O tempo parou para olhar para aquela barriga.
Eu poderia escrever meus posts simplesmente sem colocar nomes neles, eles são tão fúteis... E entretanto os coloco, mas por quê? Por algum motivo as pessoas acham que as coisas têm mais significado se colocamos nomes nelas. Hoje o Charles me fez perceber isso de uma forma bastante cruel. Mas neste caso, especificamente neste blog, nomes só atrapalham, pois levam a interpretações absurdas dos fatos, vejam só... As pessoas não percebem que minha mente, bom, segue uma linha diferente da lógica do mundo.

"Contudo, não viva para nós, viva conosco. Compartilhe seu sofrimento, seus amores, suas dores, suas vitórias, seus fracassos."

Isto me foi escrito há tempos... E na época eu já achei isso um absurdo. Não quero contar-vos nada, droga! Não vejo porquê. Na verdade eu até vejo, mas veja bem: eu não posso. Sinto no fundo da minha alma que não devo. Meus conflitos, notadamente os mais terríveis, são meus comigo; minha consciência da fragilidade do mundo repudia as friezas que crescem sob os meus véus e máscaras de bonitinheza. Meu amor, se tiveres comigo aprendido a ser cruel, então foi o contrabalanço que esqueceste de aprender: essa consciência dolorosa de que as pessoas são frágeis.

Estranho, não? É assim que vejo o mundo, não é? Fragilidade. As pessoas são frágeis. A terra, em tempo geológico, é forte, é confusa, é bela. O mundo é valioso, quase perene, resistente a pancadas de todo o tipo; as pessoas, porém, são fragilíssimas. Pois é por causa dessa fragilidade que faço o possível para não apertá-las; ao mesmo tempo, porém, cutuco-as, procuro seus limites, encontro suas máscaras, rodeio-as, sigo-as, testando suas fendas e fraquezas, em busca do núcleo denso e intrínseco. Algumas pessoas, claro, são muito fortes - isso não significa que não desmoronam às vezes, evidentemente. Mas são fortes. Essas eu admiro. Admiro e amo. Afinal, onde está a divisão? Yuri, porque essa barreira é visível?

Refração. Evidentemente a Admiração é mais rarefeita e confusamente livre que o amor. Amor não é liberdade. Amor está além desses conceitos estranhos; dor, alegria, liberdade, alienação. Já a Admiração evidentemente liberta. Afinal, a Admiração é o impulso inicial do filosofar.

É estranho, porque as coisas todas estão ao mesmo tempo no mesmo lugar, o que prova que existem mais de quatro dimensões.

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