terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Ciúme

Eu não tenho muita vontade de escrever, mas eu ainda tenho a vontade de comunicar. Acho que sei no fundo que meu destino é escrever (devo dizer Destino com letra maiúscula?), que é o que me dá prazer, me define e o que eu sempre fiz. Mas não é assim. A essência não são as letras e sim o sonho dos mundos que me percorrem. No fundo, eu só quero realmente me comunicar.

Todo o resto é um fracasso, não? Ou uma possibilidade que não foi explorada. Todos os meus sonhsos são apenas sonhos, e por isso eu não boto muito fé neles, o que talvez queira dizer que eu não sonho. E porque eu não sonho eu não tenha fé um nada, quanto mais em mim. Minha mãe está certa em não confiar em mim. E por não ser confiável eu também deixo de confiar em mim. É assim.

A chave da coisa é a insegurança. Apenas sofrer ao ver um casal feliz ou amigos felizes, isso é inveja. Ciúmes é o mêdo que temos de que aquela passoas que amamos goste mais de outro que que mim. Ciúmes é o mêdo de ser insuficiente. De que o próprio contato com outras pessoas torne subitamente claro os nossos defeitos. Ciúmes é o mêdo de admitir os próprios defeitos. E por isso é o mêdo de errar, e de perder.

E portanto é sim uma coisa ruim, como o mêdo, se desesperado. Mas talvez, como qualquer mêdo, seja natural e necessário, seja uma prova de que não somos perfeitos. De qualquer forma ainda defendo que ciúmes não é motivo para nenhuma decisão — é no máximo um aviso doloroso de que algo não está certo, mas é preciso sempre pensar com cuidado o quê. A gente deve, sempre, desconfiar dos nossos mêdos.

Nenhum comentário: