sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

E quando acordo, o tempo já passou...

(lá em casa tem um poço, mas a água é muito limpa)


O dia cresce dentro de mim. Nascem no dia olhos, braços, orelhas, pés, rabo, barriga, coluna vertebral e um pequeno sol vermelho, matinal, meio achatado nos pólos. O dia brinca comigo dentro de mim, devorando os espíritos fracos e puxando e esticando os fortes. O dia me cria fome e me faz crescer e querer coisas absurdas. Eu o vou atravessando, leve, grande, rindo, o dia me carrega na sua carruagem apolínea sob um grande arco invisível no céu encantadoramente azul. O dia me transforma. Eis que finalmente o sol, luminoso e redondo, surge perante os meus olhos, e eu apaixonada grito (o silêncio é um grito de quem não pode gritar) meu amor ao dia.

Nenhum comentário: