segunda-feira, 24 de abril de 2006

O Impulso Inicial - I

Quando os olhos fecharam, tive vontade de apagar também os meus. Aquela era a deserção que eu esperava que jamais acontecesse. Cambaleei um ou dois quarteirões das fugas frustradas da minha infância e, diferente de você, senti lágrimas molhando a pele próxima aos olhos. Diante de mim aquele teu olhar furtivo sério bravo triste seu. Quanto te afastaste, meu coração parou por um instante, em dúvida entre a tua vida e a minha. Eu não sabia que ia ser assim tão... insensível. Com aquela mesma certeza aceitei novamente tua rendição, tua miserável vitória sobre a minha saudade. Novamente me ordenei que esquecesse de uma vez por todas aquilo que um dia quisera prometer a ti. Calei-me. O silêncio da minha vontade fez com que todo o meu esforço perecesse inútil. O silêncio da tua cumplicidade fez com que o fosso que um dia cavamos reaparecesse por baixo das ataduras nas feridas mal-fechadas. Calei-me: diante de mim os seus olhos pedindo uma resposta minha. E os dele. Não tive mais vontade de chorar. They say the best day of my life is the day that I die.

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