segunda-feira, 3 de abril de 2006

Alarara - ...

Então por que eu não escrevo mais?
Acho que o tempo acabou...

...

... parece meio idiota querer uma morte lenta e dolorosa, mas é isso que eu quero agora.
Estou com dor de mim, e insisto em fingir que sou feliz.
Nos seus braços quente eu dormiria um sonho eterno. Mas quem é você afinal?
Ou melhor, qual a cor dos seus olhos? ...
E eu insisto em dizer que estou feliz, porque sei que vocês me fazem feliz...
Mas essa morte lenta e dolorosa que eu espero, esse desafogar do meio peito lacerado, me repete meio sem querer... Você não existe, não é?
"Não quero amar ninguém" , eu disse.
Mas não era realmente verdade.

Então eu estou ficando louca.
Por que olho para vocês e são corpos beijos bocas carnes peles sexos sangues salivas celomas e artéias pulsantes nas linhas dos seus pescoços chamando pedindo meu sangue meus dentes e principalmente minha loucura quando olho vocês e são homens meninas cachorros cinísias e carnes e gostos e cheiros e sonhos e todos e o próprio instinto de devorar de desfazer de destruir e consumir de abocanhar e ser e ser e ser
de novo eu estou ficando louca porque de tudo o que tenho de reprimir o que menos dói é o que mais machuca, e dói então toda vez que eu sinto a linha do seu pescoço (existe um algo qualquer nas linhas dos pescoços...)

"Se o amor não for o que eu espero", eu disse, "não quero amar ninguém".
de medo de dizer em voz alta que eu não queria amar você.
mas era tudo simplesmente medo de aceitar o amor. Era tudo mentira.
Porque mesmo se eu estiver num daqueles iates grandes e luxuosos e sem-graça eu vou continuar adorando estar num barco no mar
e eu quero navegar no seu mar
mesmo se não puder ser num hobiecat
eu não tenho medo de me perder
eu não vou me perder, sabe...

Meus medos são muito outros.

Você disse que todo o mundo entendeu meu post, mas, pensando bem, se todo o mundo entendeu que o meu post falava de amor, então todo-o mundo perdeu o mais importante...
Na verdade a parte que todos entenderam era a que ninguém precisava entender.
E o que eu queria que entendesse...
...bom, isso não vai mudar tão cedo, não é? Ainda há tempo de sobra para entenderem...

Mas o amor nunca foi realmente o problema. O amor era simples, fácil de ser entendido. O amor era como a loucura.
O grande problema sempre foi a amizade... E a tênue distinção entre o que existe e o que não existe. Aliás eu tive um sonho hoje. e no sonho eu percebia que era tudo invenção minha. e começava a inventar o ao-contrário. Ai, Deus, e u é?

No fundo do peito cála uma dor sem fundo.
Acho que nunca me senti tão só...
Vou me recolher ao fundo da minha toca e ficar lá remordendo minhas feridas e dúvidas...
ou vou perguntar ao I-Ching do Charles huhuhu...

Quero um amor que corte-me as amarras
e que me deixe livre pra voar
e que me traga paz e desafio
para eu querer amar.
Quero um amor que mude a minha vida
e que me permita me libertar
e que seja um amor não-declarado
pra eu querer conquistar.
O amor que tenho não é brincadeira
talvez por isso, não me satisfaz
quero um amor que seja aventureiro
para eu correr atrás.
O amor que tenho é muito acostumado
àquela sensação de estar feliz
quero um amor que me conquiste sempre
mas sempre por um triz.
Mas se o amor não for o que eu espero
e se for impossível esse alguém
deixo que o amor se perca no mistério:
não quero amar ninguém.

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