Eu descobri algumas coisas terríveis sobre mim esses dias. Mas esta, claro, me surpreendeu de certa forma, porque eu devia ter me tocado, eu devia ter percebido, e não percebi.
Não percebi que eu tenho medo.
Muito medo.
Depois de dois dias não pegou mais a desculpa de que eu fugi daqueles beijos porque achei que fossem mordidas. Embora, talvez, fosse mesmo só isso. Talvez não. De qualquer forma. Eu virei para o Charles e murmurei baixinho tanto que todos ao redor ouviram, "Por que é que eu tenho tanto medo?"
Por que eu tenho tanto medo, mãe?
Não é de todos os homens que eu tive medo. Não tenho medo dos meus parentes, nem dos amigos da Tali, nem do Gio, do Victor, do Nando, do Bruno, do Dan, do Pedro, do Márcio, do Squeeck, do Nelson, do Ed, do MF, do Paulo... O Paulo. Na última vez que nos vimos, numa festa aqui em casa, ele me perguntou se eu tinha namorado. Enquanto eu respondia Não, estranhamente senti uma certa pena. Pena porque ele parecia querer ser meu namorado, mas ele ia viajar e dificilmente eu não teria namorado quando ele voltasse. Pena que ao mesmo tempo não foi de mim, porque eu não namoraria com ele de qualquer forma (eu estava apaixonada, po!), mas também não foi dele, porque, sei lá, ele parecia tão mais tranquilo, e por mais solitário que fosse não parecia tão problemático quanto a maior parte dos meus amigos...
Não, acho que você está errado, big Tortuga. Eu não senti pena de você. Tanto não senti pena de você que não me submeti ao que achei que fosse te fazer bem. Não me sacrifiquei por você. Na verdade, apenas te tratei como um ser humano normal, até que no seu enésimo
...
Eu não vou terminer isso.
[9/3/2005]
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