terça-feira, 3 de agosto de 2004

Restos de um Desabafo a Ninguém Misturados com Divagações Distraídas (e um pouco de fermento...)

Adolf Hitler abriu um guarda-chuva enorme, que guardou toda a Alemanha do poder benéfico de Deus. Ele não servia para líder, mas tinha a liderança em algum lugar do seu sangue. Deve ter sido fácil dominar um país inteiro. Ele era um derrotado, e resolveu derrotar o mundo todo. Foi tudo pensado, premeditado. Ele não admitia defeitos, derrotas, perdas. Devia se odiar. Vivia baseando-se nos ideias, e aposto que não acreditava em nenhum deles. É compreensível. Quer dizer, eu não acredito nos meus. Eu os sigo porque não consigo não seguir. Seria me aniquilar, o pouco de mim que ainda resta. Não sei nada sobre Hitler (nem como se escreve), nem sobre guerra nenhuma, nem sobre morte ou qualquer outra coisa. Devo ser a pessoa mais ignorante que eu conheço. É estranho eu conseguir me identificar com um cara estranho, distante, e tão profundamente diferente de mim como ele. Deve ser porque eu não vou nunca querer sê-lo. Quererei ser cada um dos amigos que admiro, mas nunca um ditador assassino que não sabia manter seu povo feliz e ainda por cima perdeu a guerra. Talvez eu esteja realmente louca. Eu não sou normal. Nunca fui. Não conseguiria ser, mesmo se quisesse muito. Não sei se eu quero. As coisas que eu quero não têm relação. Eu quero aprender a escrever, a desenhar, a jogar futebol, basquete, handball, vôlei. Quero aprender a tocar algum instrumento. Quero acertar todos os exercícios de uma prova. Quero sentir, pelo menos uma vez, a sensação de estar um primeiro plano. Quero chorar de verdade, em público. Quero lutar. Quero reaprender a rugir. Quero aprender a correr, quero conseguir correr por cinco minutos seguidos, quero conseguir dar cinco voltas no campão. Quero ganhar uma festa dos esportes, para variar bastante. Nem me lembro de como é ganhar uma festa dos esportes. Faz tempo que eu não ganho. Aliás, nada. Estou me sentindo uma perdedora... acho que deveria ter me sentido assim desde o início. Sabe, houve um tempo em que eu achava que tinha um talento qualquer... Não me lembro bem qual era. Talvez escrever. Talvez. As pessoas viviam dizendo que eu escrevia bem, e eu costumava discorda. Mas por que estou falando isso? Vocês não estão interessados no meu passado. Meu passado não é interessante. Nem meu presente. Muito menos meu futuro. Eu sou muito idiota se acho que posso transformar minha vida num livro. Eu devia dedicar minha vida a outra coisa qualquer. Se bem que eu não sei mais nada. Bom, amanhã, me lembrem de chegar na escola e pedir aos meus queridos amigos para me ensinarem coisas, eles que sabem. Meus amigos sabem muito mais que eu. Eles são campeões... como eu achei que fosse um dia... Será que fui?

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