palavra por palavra, procuro chegar, devagar, ao lugar de La Loba.
"O silêncio", disse o griot,"só é escuro no começo..."
sábado, 28 de agosto de 2004
Errata
Sabe o quê eu estava pensando? Eu disse uma grande bobagem no último post. Disse que o você podia ser quase qualquer um, mas não consigo reler o que escrevi sem pensar numa única pessoa, e em ninguém mais. Aliás, mal consigo entender porque escrevi aquilo. Acho que foi para finjir que era uma coisa geral. Na hora era mesmo. Mas não muito. Mesmo naquela hora eu estava pensando em umas duas ou três pessoas, não muito mais que isso... (e eu duvido que alguém saiba quem são, desencanem)... De qualquer forma, no fim do parágafo a frase já não era muito verdadeira, e no fim do post estava totalmente errada. Portanto, esqueçam daquilo. -_-''
sábado, 21 de agosto de 2004
Do mêdo da morte, e de todas as outras coisas...
vulgo um Desabafo ferrado...
Estou me sentindo muito estranha... Em primeiro lugar, estou escrevendo dois posts ao mesmo tempo, não sei se isso é muito saudável... ... Estou com uma droga de uma dor de cabeça surhida do nada... mamãe diz que é fome, o que faz sentido, porque eu almocei lá pela uma da tarde, mas não sinto fome... Talvez...
Mesmo assim, é como se meu corpo clamasse por comida, de uma forma estranha, diferente do que mamãe me ensinou ser a sensação de fome. É como se estivesse tudo errado. Mas eu ganhei um gorro e um cachecol, coloridos, muito, muito lindos, e por isso, pelo menos isso está certo...
Mas isso não é lá muito importante.
O importante é como eu me sinto, digamos, emocionalmente. Porque a fome passa, e, no final, não vai fazer diferença até segunda-feira...
O mais estranho, é que, por um lado, eu quero ficar longe, não quero pensar em nada, não quero pensar em gente, muito menos gente homem, quero esquecer, me isolar; por outro, quero que o fim de semana acabe de uma vez, quero voltar à luta, não quero ter de esperar... Quero retornar, com garra, com fúria, ao campo de batalha, estratégias revistas, mas não posso fazer nada enquanto tudo estiver distante...
Por outro lado, quero poder olhar nos teus olhos, com raiva, com firmeza, te derrubar no chão, e não quero que sejas delicado, quero que me segure, que me derrube, que olhe para mim com firmeza, que tenha um nome, que seja alguém. Ou não. Ou quero apenas que me diga algo, algo que eu entenda, que eu possa aceitar, algo que não doa muito, mas que eu possa sentir... Percebo agora, que esse você não precisa ser um alguém definido, pode ser quase aquele mesmo você do Artur outro dia, pode ser quase qualquer um deles, embora não seja todo mundo, nem qualquer um. Você que me abraça, que me enxerga, que às vezes até me deixa entender que me ama; você que eu amo tanto que quase não posso imaginar um mundo sem você, que quase não existo sem você, que meio que não quero ter apenas um pequeno pedaço de você, que quase quero ser meio de você, que quase quero ter meio de você, ou que quero ter você inteiro, que sem você o mundo não tem tanta graça; quero tocar seu rosto, quero sentir seu gosto, fazer cócegas.
Mas de verdade hoje eu morro de raiva de você, aliás morro de raiva de todo mundo, mas você principalmente. Mamãecs tinha razão, né, mãe, essa situação indefinida não me faz bem, não me faz feliz, mas, pensando agora, hoje não é segunda feira. Segunda é um bom dia para saber em que pé estamos. Tudo meio que sai de perspectiva. Fica tudo muito mais confuso...
Eu queria que tivesse alguém aqui com quem eu pudesse falar francamente. Alguém que estivesse morrendo de vontade de me ouvir. Mas, ah, as coisas andam dando meio errado. Eu acho que quero acabar com tudo, dar-lhe um beijo envenenado e ver se você morre.
Acho que o veneno do seu corpo é mais forte que o meu.
Acho que eu morreria antes; mas se quer saber, eu não me importo, eu já morri algumas vezes, e nasci melhor, depois. Você é que estaria vivo, arcando com os problemas da vida real. Eu deixaria essa parte chata pra você, que estaria começando a entender. Do que é que você tem medo?
Eu só tenho medo de você.
As tempestades do pacífico não me assustam, tampouco me metem medo os olhares das pessoas que nos vêem por aí, que me olham. O que me amedronta é o seu mêdo, a forma como você desvia o olhar ou fala qualquer bobagem quando olho fundo, sério, nos seus olhos. Eu poderia passar algumas horas olhando nos seus olhos. Eu poderia passar muitas horas com você... mas hoje, apenas hoje, eu quase queria que você sumisse, que todo mundo sumisse, que eu acordasse do sonho no convés dum barco, numa praia deserta ou no cume dum morro, num lugar qualquer..
Não é que eu seja masoquista; eu não gosto de sofrer...
Hoje pensar em você me fez chorar. Só pensar, com raiva, com mêdo, em você que me abraça, que diz que me adora, que me aperta junto ao peito, que me deixa sem resposta, que não diz o que fazer, o que vai fazer o que você está fazendo, milhões de vasos sem nenhuma flor?, não me diz o que eu posso te dizer, deixa eu dizer que te amo, deixa eu gostar de você, que às vezes eu acho que não sei quase nada de você...
Ouvi (ou li) dizerem uma vez, "se vai te fazer chorar, então esqueça". Eu poderia te esquecer, deixar tudo isso pra tás, esquecer todos vocês, dormir com os bichinhos de pelúcia, partir pra outra...
Mas eu não quero deixar de te amar, eu não quero deixar p'ra lá...
É claro que eu quero me sentir segura, que eu quero que essas lágrimas parem alguma hora, chorar deixa as pessoas infelizes, e eu prefiro sair por aí cantando, porque quem não tem colírio usa óculos escuros, talvez a gente devesse mesmo ir p'rà casa do Squick ler... Acho que as suínas antigas são ocupadas por catetos quadrados (afinal, Tavas é um mundo meio 2D), e queixadas reais.
O rabbo mordeu o pescoço de um pato, e viu sangue pela primeira vez.
Sabe que se não fosse por minha irmã, minha mãe e minha avó, a música para mim seria apenas música? Será? Talvez você fosse capaz de mudar isso...
"Vamo aê, galera, pagar mico, dois palito, demorô!"
Eu quero adormecer nos seus braços, e acordar neles, depois, mas você tem que me dizer que eu posso. Assim, na lata... Por quê esse medo?
Estou me sentindo muito estranha... Em primeiro lugar, estou escrevendo dois posts ao mesmo tempo, não sei se isso é muito saudável... ... Estou com uma droga de uma dor de cabeça surhida do nada... mamãe diz que é fome, o que faz sentido, porque eu almocei lá pela uma da tarde, mas não sinto fome... Talvez...
Mesmo assim, é como se meu corpo clamasse por comida, de uma forma estranha, diferente do que mamãe me ensinou ser a sensação de fome. É como se estivesse tudo errado. Mas eu ganhei um gorro e um cachecol, coloridos, muito, muito lindos, e por isso, pelo menos isso está certo...
Mas isso não é lá muito importante.
O importante é como eu me sinto, digamos, emocionalmente. Porque a fome passa, e, no final, não vai fazer diferença até segunda-feira...
O mais estranho, é que, por um lado, eu quero ficar longe, não quero pensar em nada, não quero pensar em gente, muito menos gente homem, quero esquecer, me isolar; por outro, quero que o fim de semana acabe de uma vez, quero voltar à luta, não quero ter de esperar... Quero retornar, com garra, com fúria, ao campo de batalha, estratégias revistas, mas não posso fazer nada enquanto tudo estiver distante...
Por outro lado, quero poder olhar nos teus olhos, com raiva, com firmeza, te derrubar no chão, e não quero que sejas delicado, quero que me segure, que me derrube, que olhe para mim com firmeza, que tenha um nome, que seja alguém. Ou não. Ou quero apenas que me diga algo, algo que eu entenda, que eu possa aceitar, algo que não doa muito, mas que eu possa sentir... Percebo agora, que esse você não precisa ser um alguém definido, pode ser quase aquele mesmo você do Artur outro dia, pode ser quase qualquer um deles, embora não seja todo mundo, nem qualquer um. Você que me abraça, que me enxerga, que às vezes até me deixa entender que me ama; você que eu amo tanto que quase não posso imaginar um mundo sem você, que quase não existo sem você, que meio que não quero ter apenas um pequeno pedaço de você, que quase quero ser meio de você, que quase quero ter meio de você, ou que quero ter você inteiro, que sem você o mundo não tem tanta graça; quero tocar seu rosto, quero sentir seu gosto, fazer cócegas.
Mas de verdade hoje eu morro de raiva de você, aliás morro de raiva de todo mundo, mas você principalmente. Mamãecs tinha razão, né, mãe, essa situação indefinida não me faz bem, não me faz feliz, mas, pensando agora, hoje não é segunda feira. Segunda é um bom dia para saber em que pé estamos. Tudo meio que sai de perspectiva. Fica tudo muito mais confuso...
Eu queria que tivesse alguém aqui com quem eu pudesse falar francamente. Alguém que estivesse morrendo de vontade de me ouvir. Mas, ah, as coisas andam dando meio errado. Eu acho que quero acabar com tudo, dar-lhe um beijo envenenado e ver se você morre.
Acho que o veneno do seu corpo é mais forte que o meu.
Acho que eu morreria antes; mas se quer saber, eu não me importo, eu já morri algumas vezes, e nasci melhor, depois. Você é que estaria vivo, arcando com os problemas da vida real. Eu deixaria essa parte chata pra você, que estaria começando a entender. Do que é que você tem medo?
Eu só tenho medo de você.
As tempestades do pacífico não me assustam, tampouco me metem medo os olhares das pessoas que nos vêem por aí, que me olham. O que me amedronta é o seu mêdo, a forma como você desvia o olhar ou fala qualquer bobagem quando olho fundo, sério, nos seus olhos. Eu poderia passar algumas horas olhando nos seus olhos. Eu poderia passar muitas horas com você... mas hoje, apenas hoje, eu quase queria que você sumisse, que todo mundo sumisse, que eu acordasse do sonho no convés dum barco, numa praia deserta ou no cume dum morro, num lugar qualquer..
Não é que eu seja masoquista; eu não gosto de sofrer...
Hoje pensar em você me fez chorar. Só pensar, com raiva, com mêdo, em você que me abraça, que diz que me adora, que me aperta junto ao peito, que me deixa sem resposta, que não diz o que fazer, o que vai fazer o que você está fazendo, milhões de vasos sem nenhuma flor?, não me diz o que eu posso te dizer, deixa eu dizer que te amo, deixa eu gostar de você, que às vezes eu acho que não sei quase nada de você...
Ouvi (ou li) dizerem uma vez, "se vai te fazer chorar, então esqueça". Eu poderia te esquecer, deixar tudo isso pra tás, esquecer todos vocês, dormir com os bichinhos de pelúcia, partir pra outra...
Mas eu não quero deixar de te amar, eu não quero deixar p'ra lá...
É claro que eu quero me sentir segura, que eu quero que essas lágrimas parem alguma hora, chorar deixa as pessoas infelizes, e eu prefiro sair por aí cantando, porque quem não tem colírio usa óculos escuros, talvez a gente devesse mesmo ir p'rà casa do Squick ler... Acho que as suínas antigas são ocupadas por catetos quadrados (afinal, Tavas é um mundo meio 2D), e queixadas reais.
O rabbo mordeu o pescoço de um pato, e viu sangue pela primeira vez.
Sabe que se não fosse por minha irmã, minha mãe e minha avó, a música para mim seria apenas música? Será? Talvez você fosse capaz de mudar isso...
"Vamo aê, galera, pagar mico, dois palito, demorô!"
Eu quero adormecer nos seus braços, e acordar neles, depois, mas você tem que me dizer que eu posso. Assim, na lata... Por quê esse medo?
sexta-feira, 20 de agosto de 2004
Esse foi um dia realmente muito estranho...
Hoje foi um dia estranho pra caramba... Eu acordei às cinco da manhã, fui tomar banho, chegamos na escola cedo, aí meu dia caiu em qualidade quando eu lembrei que teria que fazer uma redação com estrutura clássica rígida na primeira aula e não tinha a menor idéia... Entrei na classe, como eu disse antes, estava cedo, deu tempo de papear um pouquinho, abraçar os amigos (o que aliás gerou um comentário assaz desagradável por parte de outro deles que eu quase nem queria ter ouvido...) e falar altas bobagens... Devo lembrar que eu estava com bastante sono...
Tá bom, eu fiz a tal da redação, acabei-a depois da aula acabar, como sempre, com várias pessoas me aporrinhando através da porta, e acho que ficou um lixo, mas vamos ve, né, fazer o quê... No intervalo a Marina me perguntou muito interessada altas coisas sobre o Comênius, o yuri foi explicar o grandioso método de achar a raiz quadrada de números muito grandes, e nào conseguimos terminar antes do Reinaldo chegar e olhar com uma cara estranha pra gente, foi engraçado. Tivemos uma aula feliz sobre, bom, coisas de física, nada especialmente apaixonante, e depois o recreio começou e ficamos lá, falando bobagens a torto e a direito, quase derrubamos uma mesa com o yuri e eu em cima (tudo culpa do Diogo, que estava empurrando o yuri), arranjamos coisas fofas que nos fizessem felizes, imprimimos pedaços da lousa de física nos casacos e camisas,
[desculpem, esse post vai ter que ficar fragmentado, porque, por volta das 11h, eu mal conseguia manter os olhos abertos, e achei melhor ir dormir para não adormecer nas cadeiras...
A hora do almoço foi especialmente banal... Primeiro, eu e a Camilla transformamos todos em objetos de decoração, porque não valia muito a pena conversar com eles... A Veri estava muito estressada porque roubaram a carteira dela... O Charles estava se divertindo melhorando seu dia com coisas fofas (o que me traz à mente o dan ligeiamente revoltado por causa de quinta, ou quarta, quando o Cham nos mostrou a historinha do Calvin e eu disse pô, agora eu quero uma coisa fofa para melhorar meu dia, e aí o cham abriu os braço estilo 'eu sou uma coisa fofa!' e o yuri o imitou, mas eu fui fazer cosquinhas no cham porque ele é original e escreve história em quadrinhos, e aparentemente isso o torna mais legal que o Huan T'si qquer coisa que inaugurou o império chinês blah blah blah blah...)... no final, fomos achar o pessoal do Comênius às 13h45, e logo encontramos a Marina com a Roberta, depois o Artur, a Sô, a Paulinha... Anotamos nossos nomes, subimos no ônibus, e fizemos a viagem cantando músicas infantis e zoando uns dos outros... Foi bastante divertido. Chegando no ECCo, tivemos uma boa conversa com as poucas crianças que estavam lá (descontando a quarrel entre o Gilson e a Pri...), e fazer a bandeira foi extremamente divertido... Teve uma hora em que eu estava liderando um grupo, e o Yuri, outro, para pintar partes diferentes da bandeira, e como ele estava de amarelo, e eu de verde, decidimos que ele ia pintar o verde, e eu, o amarelo... Tsc tsc. Na viagem de volta eu fui para o fundão (na ida o Artur me chamara para lá, mas eu meio que achara muito difícil, ainda mais com todas as explicações e apresentações em andamento...) e ficamos lá cantando e falando bobagens, entre uma explicação/aviso/pedido/pergunta/etc. e outra... E eu tive a oportunidade de tentar calar o Tú com o pé (!) e fazer cócegas na língua do yuri (!!) (hehaha.. isso é bastante divertido, eu rio de lembrar...)
Espero que a Marina, a Rô e as outras meninas cujos nomes eu não cheguei a aprender voltem lá semana que vem, ou a próxima, e continuem vindo, porque elas são legais e porque eu gosto de gente nova no grupo...
E depois teve o teatro. Lemos o fim do Quinto Ato em voz alta, fizemos as relaxamentos/aquecimentos de costume (embora, pensando agora, não tenhamos andado ocupando os espaços vazios...), e construímos o espaço do cemitério e do mausoléu. Além disso, jogamos abjetos uns para os outros inclusive um vaso e uma bola de boliche... e delineamos vagamente alguns aspectos da peça. Eu me sinto moldando uma peça em argila: primeiro, modelamos o formato aproximado do objeto, de uma forma que mal pode-se reconhecer qualquer coisa nele, e depois tentamos fazê-lo se aproximar cada vez mais do objetivo, moldando-o inteiro cada vez mais. Só no finzinho começamos a nos preocupar com detalhes, riscamos desenhos, pintamos, e colocamos-no num pedestal...
Lendo esse escrito, alguém pode ter a impressão de que foi um dia muito legal, que eu estava bastante feliz. Bom talvez eu estivesse mesmo. Mas, por outro lado, estava bastante irritada com qualquer coisa, me sentindo ao mesmo tempo anti-social, e queendo conversar com as pessoas, ou não. Alguma coisa nesse dia não fez sentido; talvez eu simplesmente tenha me dado conta de todos os podres das pessoas nas quais eu dificilmente conseguia ver defeitos...
Uma coisa que me irritou sem motivos o dia inteiro foi, por Nix!, como as pessoas estavam falando bobagens nesse dia! Deuses!, no fim do dia tudo o que eu queria era alguma coisa razoavel para pensar... Mas vejam: o yuri passou boa parte do dia falando coisas sem muito nexo nem muito naipe, o charles, eu não o vi durante o dia todo, mas no tempo que o vi ele fez quase tantas piadas infames quanto o y, e, bom, a Clara não falou muita coisa, mas aquele "véu da morte" foi abismante...
O bizarro é que normalmente eu só riria, porque de modo geral a situação foi engraçada, mas algo nesse dia me irritou profundamente, uma irritação contida em todos aqueles olhares sérios sem resposta (nos dois sentidos), em todas aquelas frases sem ponto final...
Eu me lembro de uma vez que eu mandei o pessoa pontuar as frases. Eu não compreendia muito bem aquela escuridão na vida dele. Aquela sede.
Lendo nossos históricos de ICQ (sim, eu adoro ler históricos de ICQ.), encontro uma conversa em que ele falou sobre o mito da caverna...
— Sabe o mito da caverna?
— Que mito?
— O da caverna... de um tal Platão...
— Me conta?
— Você não entenderia, desculpa!
Isso foi em 2002, eu tinha quatorze anos, acabara a sétima série... Ele estava no segundo colegial. Eu nunca parei para pensar nas pessoas em seus respectivos anos. Estamos sempre tão presos ao presente, é difícil pensar que minha irmã era apenas uma garotinha como eu, apaixonada por um cara, complicada com sua realidade, com sua posição no mundo, acho que ela quase ainda é. Mas naquele tempo ela não era tão adulta, ela era uma garotinha, como eu. Cada vez menos.
Mas até aí, o cara não podia dirigir a moto!
[como era essa frase..?]
Eu lembro de umas coisas desse tempo de forma estranha. Quando a Talita terminou a oitava série, estávamos em 1999 e eu terminava a quarta. Mas ainda lembro daquele texto que ela escreveu, "estar na oitava série..."... "a primeira vez que atravessamos a rua sem dar a mão". Quem entrou no 1o ano não sabe, mas entrar no colegial no santa é de fato, literalmente, atravessar a rua. A gente deixa muita coisa no passado. Eu achei que continuaria com a Ação, mas não continuei. Eu também achei que continuaria no handball, que, aliás, faz falta . Eu lembro de quando eu entrei na quinta série, eu disse que "todo dia agora é sábado" e eu adorava os sábados. E que da quinta à sétima série, às vezes eu visitava meus irmãos no colegial, ia conversar com eles, procurá-los conversando com seus amigos, quase tentando roubá-los um pouco. Ou meus irmãos (quando o Gio já era 'o quartinho') eles vinham nos visitar. Era divertido.
Mas isso não vem ao caso. Não hoje. Boa noite, ratos de porão e margaridas amarelas..
domingo, 15 de agosto de 2004
Contraponto
[vulgo O'boy, mas ele não entra na história]
Cara, como eu sou controvérsa. Sim, com acento. Dane-se a gramática. Da-se-ne.
Eu lembro que, há algum tempo, estávamos passeando. No meio do passeio, seguindo passos prédefinidos, o Yuri meio que disse "Marina, eu te amo" e me deu um abraço; "Maysa, eu te amo" e deu-lhe um abraço (ou não era a Maysa? Será que era a Camilla? Ou a Sô?), depois correu um pouco mais e disse "Gabi, eu te amo" e deu-lhe um abraço também. Por fim, virou-se para o Marco e sorriu, deu-lhe um abraço em silêncio. Eu achei curioso, e perguntei-lhe à distância: "ele você não ama?". Ele parou, pensou um pouco (ou só demorou?) e fez que não com a cabeça, como se não tivesse nada a ver.
Essa história parece não ter nada a ver com nada, mas ela teve importância para mim. Eu achei muito curioso, não conseguia conceber que alguém não amasse um amigo, nem que ele não considerasse meu irmão um amigo. Mas sei lá. Fiquei pensando. Na época, cheguei à bizarra — considerando que eu costumava considerar meus amigos como "pessoas que eu amo" — conclusão de que eu não amava a maior parte dos meus amigos, ou que o quanto os amava não tinha muita importância, "em comparação a esse amor tão absurdamente grande", nas minhas próprias divagantes palavras. Na verdade eu não gostava muito dessa noção, porque queria dizer que não adiantava ter todos os meus amigos se ele não estivesse lá. Bom, não que eu não amasse meus amigos, é que aparentemente só amava alguns.
A parte estranha é que isso durou, tipo, duas semanas. Depois eu comecei a achar que isso não tem nada a ver, que apesar de tudo — um tudo bem grande e gordo por sinal — eu me apaixonar só fazia meu amor por todos aqueles amigos crescer. Depois eu esqueci disso tudo. Amo meus amigos, amo-TE mais, e no fim não é muito comparável. Não há muita discussão entre todos esses tipor de amor; amor de amigo, de enamorado, de irmão, de primo, de filho; que no final são todos semelhantes.
Mas isso foi só uma ilustração. Eu ia falar sobre coisas muito mais recentes.
Tipo, no começo da semana passada, em algum momento eu cheguei à conclusão muy brilhante de que nossas vidas não são interessantes. Que dizer, como seriam? Nós vivemos coisas que as pessoas antes de nós já hão vivido; passamos por situações que nossos pais já cançaram de enfrentar. Somos tolos apaixonados, discutindo sempre os mesmos assuntos, intrinsecamente presos à escola, às ruas, aos filmes, às músicas, às redes. Mas mudei de idéia. Foi no começo da semana passada. Ou melhor, por causa do começo da semana passada. Por motivos muito semelhantes aos que criaram essa idéia, eu a destruí.
A verdade é que acho minha vida interessantíssima. Eu me interesso muito pela minha vida. Terça-feira o Digo veio aqui, ficamos conversando por algo próximo a oito horas seguidas... A verdade é que eu não queria que ele viesse, estava me sentindo um lixo, minha vida não era interessante, não tinha objetivo, não valia nada. Mas deixei-o vir, foi legal, para mim. Sem ter nada interessante para fazer, sem querer fazer nada, mas sem querer ficar parada, comecei a procurar minha calculadora [note-se que procurar coisas é um passatempo comum aqui em casa, considerando que sempre há algo para se procurar]... Revirei cada gaveta, e em cada canto obscuro ia achando algo de valor inestimável. Normalmente, quando chamo amigos, é comum que eu queira mostrar tudo a eles, abro-lhes meus cadernos, meus fichários, minhas pastas, mas eles obviamente não se interessam, não é possível isso, não se pode ler cadernos e fichários durante uma festa. Mas eu nunca disse que faria sentido. Dessa vez, não. Foi muito melhor. Fui abrindo pastas e gavetas, descrevendo-as, explicando-as, sem nunca entrar em detalhes, só por diversão, e me fascinava com as besteiras que minha vida é e foi. Em dado momento, tirei uma caixa da estante, e quando coloquei de volta com os livros, estes caíram sobre ela, no espaço enorme que sobrava. Achei estranho, porque havia livros jogados em todo lugar poque não cabiam na prateleira. Ri, e disse: "Uai, daonde surgiu esse espaço? Bom, não importa, vamos usá-lo já que ele está aí." O Digo achou engraçado, perguntou se era sempre assim, as coisas apareciam do nada e a gente pensava só "olha que legal! Vamos dar-lhe uma utilidade!" e coisas assim. Eu comecei a rir, e percebi que minha vida é bem assim. Um oportunismo absurdo. =^^=
E depois fui fazer coisas legais.
Legais. Sexta por exemplo, fomos assistir Mulher-Gato! O filme é divertido, super cativante. Até meio realista, sabe, eu saí pensando... de certa forma é verdade, qdo a mulher está com o cara que ela quer, é difícil parar de rir, não só porque ele é engraçado, mas porque isso a diverte, a faz ficar alegre... Mas com outras mulheres nas quais ela não confie muito, age com seriedade, uma certa rudeza.. Hm... Sei lá, fiquei pensando... Pensando...
E depois Sábado! A Olimpíada de Física! Sinceramente, o dia foi lindo! Lindo mesmo... Estava tudo azul, mas tudo verde, tudo amarelo, tudo rosa, tudo vermelho, tudo marrom, e branco, e preto, e cinza. Cores, cores. 'Tava lindo!
E aí?
Quê mais?
Foi legal. Eu tive que pensar muito. Estão me obrigando a pensar esses dias. Tenho pensado mais que o normal... Até faço sentido! É terrível! Hehe, estou de bom humor. Escrever é totalmente viciante. Quem se importa? Eu me lembro que as pessoas costumavam gostar do que eu escrevia. Hoje em dia, não faço idéia. De vez em quando alguém deixa um comentário legal. De resto, é um registro mesmo...Por que eu te amo, eu te quero bem.. Essas coisas velhas que ficam na cabeça... *rr* Something in the way she moves...
Mas, sabe o quê? Nem tudo são flores.
Aconteceram coisas ruins também. Acho que ficar uma hora inteira pensando na mesma questão, para depois chutar, foi bonito. Horrível. Sei lá. E. B. E! Sei lá. Eu errei essa questão, a velocidade teria que se alterar quando a massa se altera. Sabe? F = m.a . Esse tipo de coisa.
Mas não acho que isso tenha sido o pior. Isso deixou de me incomodar quando eu percebi que tinha acertado 16 questões na maior sussidez. Muito embora eu só tivesse estudado o assunto de umas 10. Talvez menos. Não é muito Monk, mãe, é que p'ra mim, é horrível a sensação de fazer menos que o máximo... Nunca vou me conformar com aquele trabalho sobre a Elizabeth, no qual eu misturei Mary Stuart e Marie de Guise, troquei suas posições, baguncei seus feitos, pedi perdão, terminei às pressas sem muita certeza de nada (por isso pedi perdão) e não só tirei A+, como fiz o melhor trabalho da série... ! Como?! Nunca vai entrar na minha cabeça; quer dizer, foi tudo tão banal... Tão simples... Nada que as melhores alunas da série não pudessem fazer sussamente, eu acho. Foi tão fácil, nem trabalhoso foi... Quer dizer, eu me empolguei, o tempo passou na janela e não, eu não vi mais nada! Aye, tempo bons!
Mas o que eu estava dizendo? O pior, mesmo, foi bem antes... Eu cheguei lá muito cedo, uns dez minutos antes da 13h, que era o horário marcado. Não tinha ninguém. Dei várias voltas no colégio, solitária, procurando gente nos campos, nas mesas, na Árvore... Chegou a Ana, e ficamos conversando. Aí, depois de mais uma volta pelo campus, vi o Y chegando... Esperei ele chegar perto, convenientemente, e dei-lhe um abraço. Nem dei oi nem nada, mas ele disse um "Ai!" sonoro. Ai. Na hora eu quase não senti, fiquei pensando "como diabos eu consigo machucar alguém com um abraço?!", baxei o facho, sentei no murinho com o sol tirando-o do meu campo de vista, segurando minha hiperatividade; 'tá certo, eu pulei em você, mas o que eu realmente queria, e devia ter feito, era correr como o vento, pular, abraçar, rolar na grama... Mas não fiz. Te dei só um abraço em silêncio... Nem te dei oi nem nada...
.. ...
Don't wanna leave her now... don't wanna leave her now...
Só quando já ia para casa, hiper-ativa, meio solitária, nervosa, afim de não parar de andar antes de atravessar um bairro ou dois, que realmente soltei meu desespero
Meu, um ABRAÇO!! Como eu consegui te machucar com um abraço?! Não, não é sua culpa, é que... Na verdade não é nem por sua causa, é que, um abraço, sabe, é uma demonstração de afeto, é uma frase sem verbo, "rane-mer", não devia doer... Mas dói sempre... Por que isso acontece? Não tems sentido... Se fosse só uma ocasião; mas acontece sempre! Por que abraçar, beijar, morder, rolar na grama, dizer que te amo, por que dói tanto?! Por que machuca tanto...? É irritante, por que é que eu consigo sempre machucar as pessoas de quem eu gosto? Mesmo que seja um machucado sem significado, como esse foi, do qual nem sei se você se lembrava, mas, meu!
A gente não inventa amor nenhum, ele inventa a gente, cultiva a gente, devora a gente como a gente devora um pé de milho...
Vocês já devem ter sentido isso. Essa raiva. Aqui vocês lêem só resquícios, mas eu estava realmente furiosa. Será que é só isso? "Quem ama fere", sem mais?! Lembrando todas as vezes em que eu machuquei irmãos e amigos apenas porque os amei demais, porque esperei demais. É claro que eles não resistiriam à altura. E também as vezes em que eles não tinham condição de fazer nada, eu apenas segurei muito forte, mordi muito fundo, toquei muito bruto. Sem querer, sem que fosse culpa minha também! O pior de tudo, é que quanto mais você gosta de uma pessoa, mais você a machuca... Quando você gosta demais da pessoa, se sente seguro com ela, e por isso gosta mais ainda, você consegue machucá-la mais... Às vezes fisicamente, às vezes moralmente... Dependendo da pessoa, nào faz diferença.
E por favor não ache que é com você.
Argh, deixa eu esquecer esse assunto...
Eu saí do colégio não sei como. Estava tudo tão vazio... Não que não tivesse gente, mas ninguém que eu realmente pudesse abraçar, deitar na grama, olhar o sol passar... Eu queroa cair no chào e dormir no sol, não ir p'ra casa... Mas acabei indo, o corpo rígido, sem medos, sem parar nem diminuir o ritmo, rápido, rápido, até a casa, mas teria ido mais além, teria ido muito mais além...
A Gabi e o Luque estavam aqui. Depois ele foi embora, depois a Milla chegou. Jogamos Eternal Darkness depois do Super Maria World. Domingo amanheceu ensolarado, trabalhamos, rimos, ouvimos música, bebemos coca-cola, comemos churrasco, fizemos planos de pintura e viagem...
I DON'T KNO-O-OW, I don't know...
Foi um fim de semana quase perfeito. Lindo. Maravilhoso.
Quase que inconcebível.
Cara, como eu sou controvérsa. Sim, com acento. Dane-se a gramática. Da-se-ne.
Eu lembro que, há algum tempo, estávamos passeando. No meio do passeio, seguindo passos prédefinidos, o Yuri meio que disse "Marina, eu te amo" e me deu um abraço; "Maysa, eu te amo" e deu-lhe um abraço (ou não era a Maysa? Será que era a Camilla? Ou a Sô?), depois correu um pouco mais e disse "Gabi, eu te amo" e deu-lhe um abraço também. Por fim, virou-se para o Marco e sorriu, deu-lhe um abraço em silêncio. Eu achei curioso, e perguntei-lhe à distância: "ele você não ama?". Ele parou, pensou um pouco (ou só demorou?) e fez que não com a cabeça, como se não tivesse nada a ver.
Essa história parece não ter nada a ver com nada, mas ela teve importância para mim. Eu achei muito curioso, não conseguia conceber que alguém não amasse um amigo, nem que ele não considerasse meu irmão um amigo. Mas sei lá. Fiquei pensando. Na época, cheguei à bizarra — considerando que eu costumava considerar meus amigos como "pessoas que eu amo" — conclusão de que eu não amava a maior parte dos meus amigos, ou que o quanto os amava não tinha muita importância, "em comparação a esse amor tão absurdamente grande", nas minhas próprias divagantes palavras. Na verdade eu não gostava muito dessa noção, porque queria dizer que não adiantava ter todos os meus amigos se ele não estivesse lá. Bom, não que eu não amasse meus amigos, é que aparentemente só amava alguns.
A parte estranha é que isso durou, tipo, duas semanas. Depois eu comecei a achar que isso não tem nada a ver, que apesar de tudo — um tudo bem grande e gordo por sinal — eu me apaixonar só fazia meu amor por todos aqueles amigos crescer. Depois eu esqueci disso tudo. Amo meus amigos, amo-TE mais, e no fim não é muito comparável. Não há muita discussão entre todos esses tipor de amor; amor de amigo, de enamorado, de irmão, de primo, de filho; que no final são todos semelhantes.
Mas isso foi só uma ilustração. Eu ia falar sobre coisas muito mais recentes.
Tipo, no começo da semana passada, em algum momento eu cheguei à conclusão muy brilhante de que nossas vidas não são interessantes. Que dizer, como seriam? Nós vivemos coisas que as pessoas antes de nós já hão vivido; passamos por situações que nossos pais já cançaram de enfrentar. Somos tolos apaixonados, discutindo sempre os mesmos assuntos, intrinsecamente presos à escola, às ruas, aos filmes, às músicas, às redes. Mas mudei de idéia. Foi no começo da semana passada. Ou melhor, por causa do começo da semana passada. Por motivos muito semelhantes aos que criaram essa idéia, eu a destruí.
A verdade é que acho minha vida interessantíssima. Eu me interesso muito pela minha vida. Terça-feira o Digo veio aqui, ficamos conversando por algo próximo a oito horas seguidas... A verdade é que eu não queria que ele viesse, estava me sentindo um lixo, minha vida não era interessante, não tinha objetivo, não valia nada. Mas deixei-o vir, foi legal, para mim. Sem ter nada interessante para fazer, sem querer fazer nada, mas sem querer ficar parada, comecei a procurar minha calculadora [note-se que procurar coisas é um passatempo comum aqui em casa, considerando que sempre há algo para se procurar]... Revirei cada gaveta, e em cada canto obscuro ia achando algo de valor inestimável. Normalmente, quando chamo amigos, é comum que eu queira mostrar tudo a eles, abro-lhes meus cadernos, meus fichários, minhas pastas, mas eles obviamente não se interessam, não é possível isso, não se pode ler cadernos e fichários durante uma festa. Mas eu nunca disse que faria sentido. Dessa vez, não. Foi muito melhor. Fui abrindo pastas e gavetas, descrevendo-as, explicando-as, sem nunca entrar em detalhes, só por diversão, e me fascinava com as besteiras que minha vida é e foi. Em dado momento, tirei uma caixa da estante, e quando coloquei de volta com os livros, estes caíram sobre ela, no espaço enorme que sobrava. Achei estranho, porque havia livros jogados em todo lugar poque não cabiam na prateleira. Ri, e disse: "Uai, daonde surgiu esse espaço? Bom, não importa, vamos usá-lo já que ele está aí." O Digo achou engraçado, perguntou se era sempre assim, as coisas apareciam do nada e a gente pensava só "olha que legal! Vamos dar-lhe uma utilidade!" e coisas assim. Eu comecei a rir, e percebi que minha vida é bem assim. Um oportunismo absurdo. =^^=
E depois fui fazer coisas legais.
Legais. Sexta por exemplo, fomos assistir Mulher-Gato! O filme é divertido, super cativante. Até meio realista, sabe, eu saí pensando... de certa forma é verdade, qdo a mulher está com o cara que ela quer, é difícil parar de rir, não só porque ele é engraçado, mas porque isso a diverte, a faz ficar alegre... Mas com outras mulheres nas quais ela não confie muito, age com seriedade, uma certa rudeza.. Hm... Sei lá, fiquei pensando... Pensando...
E depois Sábado! A Olimpíada de Física! Sinceramente, o dia foi lindo! Lindo mesmo... Estava tudo azul, mas tudo verde, tudo amarelo, tudo rosa, tudo vermelho, tudo marrom, e branco, e preto, e cinza. Cores, cores. 'Tava lindo!
E aí?
Quê mais?
Foi legal. Eu tive que pensar muito. Estão me obrigando a pensar esses dias. Tenho pensado mais que o normal... Até faço sentido! É terrível! Hehe, estou de bom humor. Escrever é totalmente viciante. Quem se importa? Eu me lembro que as pessoas costumavam gostar do que eu escrevia. Hoje em dia, não faço idéia. De vez em quando alguém deixa um comentário legal. De resto, é um registro mesmo...Por que eu te amo, eu te quero bem.. Essas coisas velhas que ficam na cabeça... *rr* Something in the way she moves...
Mas, sabe o quê? Nem tudo são flores.
Aconteceram coisas ruins também. Acho que ficar uma hora inteira pensando na mesma questão, para depois chutar, foi bonito. Horrível. Sei lá. E. B. E! Sei lá. Eu errei essa questão, a velocidade teria que se alterar quando a massa se altera. Sabe? F = m.a . Esse tipo de coisa.
Mas não acho que isso tenha sido o pior. Isso deixou de me incomodar quando eu percebi que tinha acertado 16 questões na maior sussidez. Muito embora eu só tivesse estudado o assunto de umas 10. Talvez menos. Não é muito Monk, mãe, é que p'ra mim, é horrível a sensação de fazer menos que o máximo... Nunca vou me conformar com aquele trabalho sobre a Elizabeth, no qual eu misturei Mary Stuart e Marie de Guise, troquei suas posições, baguncei seus feitos, pedi perdão, terminei às pressas sem muita certeza de nada (por isso pedi perdão) e não só tirei A+, como fiz o melhor trabalho da série... ! Como?! Nunca vai entrar na minha cabeça; quer dizer, foi tudo tão banal... Tão simples... Nada que as melhores alunas da série não pudessem fazer sussamente, eu acho. Foi tão fácil, nem trabalhoso foi... Quer dizer, eu me empolguei, o tempo passou na janela e não, eu não vi mais nada! Aye, tempo bons!
Mas o que eu estava dizendo? O pior, mesmo, foi bem antes... Eu cheguei lá muito cedo, uns dez minutos antes da 13h, que era o horário marcado. Não tinha ninguém. Dei várias voltas no colégio, solitária, procurando gente nos campos, nas mesas, na Árvore... Chegou a Ana, e ficamos conversando. Aí, depois de mais uma volta pelo campus, vi o Y chegando... Esperei ele chegar perto, convenientemente, e dei-lhe um abraço. Nem dei oi nem nada, mas ele disse um "Ai!" sonoro. Ai. Na hora eu quase não senti, fiquei pensando "como diabos eu consigo machucar alguém com um abraço?!", baxei o facho, sentei no murinho com o sol tirando-o do meu campo de vista, segurando minha hiperatividade; 'tá certo, eu pulei em você, mas o que eu realmente queria, e devia ter feito, era correr como o vento, pular, abraçar, rolar na grama... Mas não fiz. Te dei só um abraço em silêncio... Nem te dei oi nem nada...
.. ...
Don't wanna leave her now... don't wanna leave her now...
Só quando já ia para casa, hiper-ativa, meio solitária, nervosa, afim de não parar de andar antes de atravessar um bairro ou dois, que realmente soltei meu desespero
Meu, um ABRAÇO!! Como eu consegui te machucar com um abraço?! Não, não é sua culpa, é que... Na verdade não é nem por sua causa, é que, um abraço, sabe, é uma demonstração de afeto, é uma frase sem verbo, "rane-mer", não devia doer... Mas dói sempre... Por que isso acontece? Não tems sentido... Se fosse só uma ocasião; mas acontece sempre! Por que abraçar, beijar, morder, rolar na grama, dizer que te amo, por que dói tanto?! Por que machuca tanto...? É irritante, por que é que eu consigo sempre machucar as pessoas de quem eu gosto? Mesmo que seja um machucado sem significado, como esse foi, do qual nem sei se você se lembrava, mas, meu!
A gente não inventa amor nenhum, ele inventa a gente, cultiva a gente, devora a gente como a gente devora um pé de milho...
Vocês já devem ter sentido isso. Essa raiva. Aqui vocês lêem só resquícios, mas eu estava realmente furiosa. Será que é só isso? "Quem ama fere", sem mais?! Lembrando todas as vezes em que eu machuquei irmãos e amigos apenas porque os amei demais, porque esperei demais. É claro que eles não resistiriam à altura. E também as vezes em que eles não tinham condição de fazer nada, eu apenas segurei muito forte, mordi muito fundo, toquei muito bruto. Sem querer, sem que fosse culpa minha também! O pior de tudo, é que quanto mais você gosta de uma pessoa, mais você a machuca... Quando você gosta demais da pessoa, se sente seguro com ela, e por isso gosta mais ainda, você consegue machucá-la mais... Às vezes fisicamente, às vezes moralmente... Dependendo da pessoa, nào faz diferença.
E por favor não ache que é com você.
Argh, deixa eu esquecer esse assunto...
Eu saí do colégio não sei como. Estava tudo tão vazio... Não que não tivesse gente, mas ninguém que eu realmente pudesse abraçar, deitar na grama, olhar o sol passar... Eu queroa cair no chào e dormir no sol, não ir p'ra casa... Mas acabei indo, o corpo rígido, sem medos, sem parar nem diminuir o ritmo, rápido, rápido, até a casa, mas teria ido mais além, teria ido muito mais além...
A Gabi e o Luque estavam aqui. Depois ele foi embora, depois a Milla chegou. Jogamos Eternal Darkness depois do Super Maria World. Domingo amanheceu ensolarado, trabalhamos, rimos, ouvimos música, bebemos coca-cola, comemos churrasco, fizemos planos de pintura e viagem...
I DON'T KNO-O-OW, I don't know...
Foi um fim de semana quase perfeito. Lindo. Maravilhoso.
Quase que inconcebível.
quinta-feira, 12 de agosto de 2004
Falando no Pudim de Leite.
A Maria costumava fazer pudim de leite de sobremesa. Não todos os dias; apenas nos dias em que o Bruno vinha aqui. Pudim de leite sempre esteve entre os meus doces favoitos. Melhor que doce de leite, melhor que doce de abóbora, melhor que morango com açúcar ou chatilli. Talvez até melhor que sorvete com pêras ao vinho, marascas, morango, chocolate derretido, *bolinhos* de chocolate (nossa primeira tentativa de petit gateau...). Pensando bem, acho que quase nada é melhor que sorvete com pêras ao vinho ou marascas. Pavê da minha mãe, biscoito champagne e conhaque. Não tão bêbado quanto aquele da Talita uma vez. Embebido. Embeber. Pudim de Ameixa, vingativo ou não. Guavira. Queijo fresco. Cupuaçu. Abacaxi. Ameixa preta, ameixa amarela, jaboticaba, tâmara, romã, carambola. A fruta, com bastante açúcar, não as cachorras. Ursinhos de Yummy na casinha de Bis. Queijo derretido, queijo com goiabada. Delícia cremosa. Enfim, um doce.
Estou escrevendo da beirada do bife à milanesa, só porquê dá para fazer continentes com as batatas, especialmente quando você está rindo demais para conseguir comer. Segunda feira, almoço. Parte da minha história.
Estranha, aliás.
When everything feels like some kid's game, hold your wounds so it won't end that fast...
Peça para eu cantar para você; eu quero cantar para você.
If I can hear your heart beat, all I want is to hear your heart beat...
Te mordo, te devoro.
Eu meio que gosto desse cheiro.
Dá para fazer continentes com as batatas!
sábado, 7 de agosto de 2004
Alguma Coisa
la la la la la
Minhas costas estão doendo, minha garganta também, está frio, eu não faço idéia do que vim fazer aqui. Mas vim fazer alguma coisa.
Hoje fiz uma coisa que não é boa, não é saudável, mas produz resultados relativamente agradáveis... Entrei no quarto, apaguei a luz, deitei na cama, e fiquei pensando. Revisei assuntos esquecidos há tempos, e outros a nem tanto assim... Coisas que vieram espontaneamente à minha mente.
O côrpo do Artur (sim, o côrpo), barriga, gelatina, rindo feito gelatina, d'alguma bobagem que alguma menina dissera, d'alguma coisa inútil, deitado no chão, um montinho no chão, todos nós, no seu sorriso gôrdo...
Um beijo na mão, tão suave e tão perfeito, que passei o resto da noite e também o dia seguinte pensando naquele beijo.
Uma mão, grande, clara, uma voz inconfundível, nums tempos estranhos de ginásio em que eu deitava no colo do Caio e ficava examinando a mão dele, cada detalhe, absolutamente fascinada. Acho que talvez tenha sido a última mão que tanto me entreteve...
É difícil pensar quando as coisas estão não confusas, mas complicadas. Quando forças surgem do nada, não devidamente anunciadas. Quando são transmissíveis. Devo ter passado umas três horas pensando em física, matemática, lógica. Incluindo o tempo do banho. E progressões reversas, sutilezas, cogumelos e outros afins.
O mundo é um grande gira-gira e todos devemos girar...
Com efeito, as pessoas que tentam ser normais são sem dúvida as mais anormais...
Ai shiteru, desculpe-me.
Me deixem falar outras coisas sem nexo.
Um olhar especialmente significativo do Tú, numa noite na sexta-feira passada. Ainda assim, não tenho certeza do que quis dizer...
Minhas próprias mãos querendo te alcançar.
Vou dormir. Boa noite, anjos de 1010000000 faces (em um sistema binário).
Minhas costas estão doendo, minha garganta também, está frio, eu não faço idéia do que vim fazer aqui. Mas vim fazer alguma coisa.
Hoje fiz uma coisa que não é boa, não é saudável, mas produz resultados relativamente agradáveis... Entrei no quarto, apaguei a luz, deitei na cama, e fiquei pensando. Revisei assuntos esquecidos há tempos, e outros a nem tanto assim... Coisas que vieram espontaneamente à minha mente.
O côrpo do Artur (sim, o côrpo), barriga, gelatina, rindo feito gelatina, d'alguma bobagem que alguma menina dissera, d'alguma coisa inútil, deitado no chão, um montinho no chão, todos nós, no seu sorriso gôrdo...
Um beijo na mão, tão suave e tão perfeito, que passei o resto da noite e também o dia seguinte pensando naquele beijo.
Uma mão, grande, clara, uma voz inconfundível, nums tempos estranhos de ginásio em que eu deitava no colo do Caio e ficava examinando a mão dele, cada detalhe, absolutamente fascinada. Acho que talvez tenha sido a última mão que tanto me entreteve...
É difícil pensar quando as coisas estão não confusas, mas complicadas. Quando forças surgem do nada, não devidamente anunciadas. Quando são transmissíveis. Devo ter passado umas três horas pensando em física, matemática, lógica. Incluindo o tempo do banho. E progressões reversas, sutilezas, cogumelos e outros afins.
O mundo é um grande gira-gira e todos devemos girar...
Com efeito, as pessoas que tentam ser normais são sem dúvida as mais anormais...
Ai shiteru, desculpe-me.
Me deixem falar outras coisas sem nexo.
Um olhar especialmente significativo do Tú, numa noite na sexta-feira passada. Ainda assim, não tenho certeza do que quis dizer...
Minhas próprias mãos querendo te alcançar.
Vou dormir. Boa noite, anjos de 1010000000 faces (em um sistema binário).
quinta-feira, 5 de agosto de 2004
A Day in the Life
I need a muse today, oh boy...
Foi um dia totalmente fora do normal.
Isso não é bom, nem ruim
se bem que foi um dia realmente muito bom....
... and though the news were rather sad.. oh I just had to laugh.. I saw the photograph.. ...
Andar pela rua é sempre uma experiência válida.
Olhar para cada pessoa que passo na rua.
Algumas pessoas sorriem, outras parecem que estão indo se lacrar n'alguma caixa enorme de concreto, que alguém construiu ao redor daquela área por onde a radioatividade da bomba atômica se espalhou.
Algumas são as mesmas de sempre, que é a parte mais interessante de fazer esse caminho a pé todos os dias, mais ou menos no mesmo horário.
Existe por exemplo aquele pai simpático com o filhinho fofo loiríssimo com um pastor alemão chamado... Droga, qual é o nome do cachorro..? Não me lembro! Ah, o Nick! Nick, é esse o nome do pastor alemão simpático. Existem também os guardinhas: o de boné, gente boa, e o comprido, meio estranho, mas simpático, que ficam no primeiro quarteirão da Antônio de Gouveia Giudice (partindo da Orobó), o cara-amarrada esquisito logo antes do Cruzamento, com seus amigos de terno e gravata.. . Tem também o moleque da Tipuana, que fez supletivo no Santa, gente-fina, embora eu não dê oi para ele há tempos... E aquele cara singular que sai para passear com um pastor maravilhoso e pára no ponto da Eliza, muito curioso.
... I saw a film today, oh boy... The English Army had just won the war.. the crowded people turned away.. but I just had to stay.
Realmente o concreto bem que podia te machucar mais seriamente. A todos nós. Nessa cidade onde há tanto cinza, tanto preto, tanto cimento, asfalto, concreto, massa de areia e cola e outras coisas mortas, que a água da chuva, quando chove, não corre para a terra, para o fundo, mas para as ruas, e depois mais ruas e por fim mais ruas até que chegue à rua grande onde tem um rio e termine de alagar tudo, misturando à podridão da secura dessa cola cinzenta a podridão molhada de uma massa viva que fede, que não tem cor, que não é.
Mesmo assim, é uma grande bobagem, tudo isso. As pessoas param na rua para ver o corpo depois do acidente. Morreu? Parece que sim... Coitado! Depois, desaparecem nas ruas. Tudo sempre igual.
Igual aos moleques jogando futebol com o corpo de um passarinho. O côrpo! Morto, môrto, môrto! O sangue ainda quente do pássaro que meus gatos caçaram, cheirando, carne, sangue, caça, em minhas mãos inocentes, virgens. Talvez só eu ficasse para ver sangrar teu corpo ainda quente.. A abelha periclitando, arrastando-se por meus dedos finos e caindo sem saber bem porquê. As três gotas de sangue guardadas num guardanapo. Uma Gota de meu Sangue, entre outras coisas, "quem te deu isso?", um silêncio confuso, delicioso (adoro o silêncio).
Um navio negreiro transportava negros tirados do conforto de suas vidas como todas as outras vidas (cheia de regras estúpidas) para o mercado brasileiro, vendê-los numa praça numa quarta-feira. A maior parte dos pretos morreram na viagem; os que sobreviveram trabalharam feito cães cavalos nas fazendas e cidades e outras joças até que finalmente morreram num momento de descanso ou de trabalho.
Eu realmente achei que os rios tivessem que ser mais fundos para ficarem mais limpos. Não é isso que nos ensinam nas escolas? 60% da água da Sabesp é muito simplesmente perdida em vazamentos nos canos pela cidade toda.
... and though the roses were rather small.. we had to count them all ...
Tanta bobagem que a gente fala... Cada coisa que parece que nem falamos nada... Tudo tão sem importância... E entretanto cada detalhezinho conta no final das contas.. cada mínima variação na expressão diante de uma situação qualquer.. Até as coisas que não deveriam contar...
Hoje num cruzamento atravessando a rua uma mulher dentro de um carro estava extremamente sorridente. Nunca vi. No meio do trânsito, conversando com uma menina que eu supús que fosse sua filha. Eu olhei para ela e sorri, e me animou tanto que comecei a cantar do nada, bastante alto. Ri. Ela sorrindo, deixei-a para trás. Nunca cheguei a saber porque ela estava sorrindo. Não acho que descobrirei um dia...
... now they know how many holes will fill the English Hall ...
Buracos não enchem, não preenchem nada; nós é que os preechemos, jogamos as pessoas lá dentro, armamos amadilhas para que caiam, sem maldade nenhuma, apenas esse desejo implícito de ser feliz. Por que será que é tão difícil viver sem ser feliz? Ah, e quem quer saber, a vida é tão rara... grumpf...
... I'd love to turn you on ...
Hoje eu tive um sonho. Foi um sonho bastante singular. Se passava num lugar que me lembrou de um vestiário de clube, e muitos amigos meus estavam lá. Dessa vez foi algo mais lógico, simples: só amigos, muitos bons amigos, muuuuitos dos meus amigos.
Estávamos todos nús. Alguns até tinham uma toalha, roupão, toga, pedaço de pano e talvez até biquini com que se cobrir, mas de qualquer forma estava todo o mundo nú. Não nos sentimos constrangidos, nem nada. Sentimo-nos um pouco estranhos, apenas porque, nesse estranho e ilógico mundo humano em que vivemos, existem REGRAS que dizem que ficar nú na frente de todos os seus amigos está errado.
Realmente havia muita gente no sonho. Às vezes até tentávamos nos cobrir com aqueles panos e togas esquisitos, mas eles não fechavam mesmo, e de qualquer forma ninguém fazia questão de fechá-los. Então continuamos ali, batendo papo, andando, cìvicamente nús. Numa boa. O sonho foi caminhando gradativamente para uma aceitação completa de que não havia nada de errado em poder ver o corpo inteiro dos seus semelhantes, ainda mais tão semelhantes quanto seus amigos...
Aneeway, boa noite, mes amis.
... Woke up, got out of bed, got a comb across my head ...
Foi um dia totalmente fora do normal.
Isso não é bom, nem ruim
se bem que foi um dia realmente muito bom....
... and though the news were rather sad.. oh I just had to laugh.. I saw the photograph.. ...
Andar pela rua é sempre uma experiência válida.
Olhar para cada pessoa que passo na rua.
Algumas pessoas sorriem, outras parecem que estão indo se lacrar n'alguma caixa enorme de concreto, que alguém construiu ao redor daquela área por onde a radioatividade da bomba atômica se espalhou.
Algumas são as mesmas de sempre, que é a parte mais interessante de fazer esse caminho a pé todos os dias, mais ou menos no mesmo horário.
Existe por exemplo aquele pai simpático com o filhinho fofo loiríssimo com um pastor alemão chamado... Droga, qual é o nome do cachorro..? Não me lembro! Ah, o Nick! Nick, é esse o nome do pastor alemão simpático. Existem também os guardinhas: o de boné, gente boa, e o comprido, meio estranho, mas simpático, que ficam no primeiro quarteirão da Antônio de Gouveia Giudice (partindo da Orobó), o cara-amarrada esquisito logo antes do Cruzamento, com seus amigos de terno e gravata.. . Tem também o moleque da Tipuana, que fez supletivo no Santa, gente-fina, embora eu não dê oi para ele há tempos... E aquele cara singular que sai para passear com um pastor maravilhoso e pára no ponto da Eliza, muito curioso.
... I saw a film today, oh boy... The English Army had just won the war.. the crowded people turned away.. but I just had to stay.
Realmente o concreto bem que podia te machucar mais seriamente. A todos nós. Nessa cidade onde há tanto cinza, tanto preto, tanto cimento, asfalto, concreto, massa de areia e cola e outras coisas mortas, que a água da chuva, quando chove, não corre para a terra, para o fundo, mas para as ruas, e depois mais ruas e por fim mais ruas até que chegue à rua grande onde tem um rio e termine de alagar tudo, misturando à podridão da secura dessa cola cinzenta a podridão molhada de uma massa viva que fede, que não tem cor, que não é.
Mesmo assim, é uma grande bobagem, tudo isso. As pessoas param na rua para ver o corpo depois do acidente. Morreu? Parece que sim... Coitado! Depois, desaparecem nas ruas. Tudo sempre igual.
Igual aos moleques jogando futebol com o corpo de um passarinho. O côrpo! Morto, môrto, môrto! O sangue ainda quente do pássaro que meus gatos caçaram, cheirando, carne, sangue, caça, em minhas mãos inocentes, virgens. Talvez só eu ficasse para ver sangrar teu corpo ainda quente.. A abelha periclitando, arrastando-se por meus dedos finos e caindo sem saber bem porquê. As três gotas de sangue guardadas num guardanapo. Uma Gota de meu Sangue, entre outras coisas, "quem te deu isso?", um silêncio confuso, delicioso (adoro o silêncio).
Um navio negreiro transportava negros tirados do conforto de suas vidas como todas as outras vidas (cheia de regras estúpidas) para o mercado brasileiro, vendê-los numa praça numa quarta-feira. A maior parte dos pretos morreram na viagem; os que sobreviveram trabalharam feito cães cavalos nas fazendas e cidades e outras joças até que finalmente morreram num momento de descanso ou de trabalho.
Eu realmente achei que os rios tivessem que ser mais fundos para ficarem mais limpos. Não é isso que nos ensinam nas escolas? 60% da água da Sabesp é muito simplesmente perdida em vazamentos nos canos pela cidade toda.
... and though the roses were rather small.. we had to count them all ...
Tanta bobagem que a gente fala... Cada coisa que parece que nem falamos nada... Tudo tão sem importância... E entretanto cada detalhezinho conta no final das contas.. cada mínima variação na expressão diante de uma situação qualquer.. Até as coisas que não deveriam contar...
Hoje num cruzamento atravessando a rua uma mulher dentro de um carro estava extremamente sorridente. Nunca vi. No meio do trânsito, conversando com uma menina que eu supús que fosse sua filha. Eu olhei para ela e sorri, e me animou tanto que comecei a cantar do nada, bastante alto. Ri. Ela sorrindo, deixei-a para trás. Nunca cheguei a saber porque ela estava sorrindo. Não acho que descobrirei um dia...
... now they know how many holes will fill the English Hall ...
Buracos não enchem, não preenchem nada; nós é que os preechemos, jogamos as pessoas lá dentro, armamos amadilhas para que caiam, sem maldade nenhuma, apenas esse desejo implícito de ser feliz. Por que será que é tão difícil viver sem ser feliz? Ah, e quem quer saber, a vida é tão rara... grumpf...
... I'd love to turn you on ...
Hoje eu tive um sonho. Foi um sonho bastante singular. Se passava num lugar que me lembrou de um vestiário de clube, e muitos amigos meus estavam lá. Dessa vez foi algo mais lógico, simples: só amigos, muitos bons amigos, muuuuitos dos meus amigos.
Estávamos todos nús. Alguns até tinham uma toalha, roupão, toga, pedaço de pano e talvez até biquini com que se cobrir, mas de qualquer forma estava todo o mundo nú. Não nos sentimos constrangidos, nem nada. Sentimo-nos um pouco estranhos, apenas porque, nesse estranho e ilógico mundo humano em que vivemos, existem REGRAS que dizem que ficar nú na frente de todos os seus amigos está errado.
Realmente havia muita gente no sonho. Às vezes até tentávamos nos cobrir com aqueles panos e togas esquisitos, mas eles não fechavam mesmo, e de qualquer forma ninguém fazia questão de fechá-los. Então continuamos ali, batendo papo, andando, cìvicamente nús. Numa boa. O sonho foi caminhando gradativamente para uma aceitação completa de que não havia nada de errado em poder ver o corpo inteiro dos seus semelhantes, ainda mais tão semelhantes quanto seus amigos...
Aneeway, boa noite, mes amis.
... Woke up, got out of bed, got a comb across my head ...
quarta-feira, 4 de agosto de 2004
Cutucai-vos Uns aos Outros
em homenagem ao meu mass querrido e amado irmão gêmeo cogumelo, companheiro de blog, montinho de mão e todas as outras cossas, duende protetor, travesseiro high-tech, carregador de malas e casacos, adversário, amigo de noites terríveis, parceiro de todas as nossas loucuras, leitor oficial de agenda, fã, ídolo, colega etc. etc. etc.
Hoje o Villela disse uma coisa. Uma coisa que me incomodou, que me cutucou, não como pessoas, cidadã, como responsável, mas como Ser Humano. ningen é ser humano
Foi assim: eu, a Bia e a Ludi íamos jogar basquete na aula de E.F., e fomos pegar uma bola. Quando entramos na sala, eu percebi que estávamos em três e que não dava nem um time, e disse "ah, que time maravilhoso o nosso!", ou qualquer coisa do gênero.
— A Marina não se dá o devido valor; ela sempre se acha pior que os outros.
Nossa. Como ele disse isso? Eu fiquei estática por alguns segundos, pensando no que ele dissera -- porque eu havia dito, ontem, várias vezes, que era sempre a pior do time, ou que nunca ganhava nada, etc. etc. etc....! Depois expliquei que tinha dito aquilo só porque o time tinha só três pessoas, aliás, dois times, né...
Mas aquilo não saiu da minha cabeça. Nem sairá. O mais interessante é que basquete é um dos esportes em que eu tenho mais confiança, não é que nem o futebol ou o vôlei, nos quais eu tinha a nítida impressão de que eu era a pior do time, apesar de não ser realmente ruim...
Amanhã vou jogar basquete. Eu adoro basquete, embora meu grupo de educação física não goste... Eu adoro esportes. Adoro mesmo. Esportes de campo e de time. Pique-bandeira.
Cheguei em casa inda pensando nisso. Mas a Giu estava no PC, então deitei no chão, mas a Tali e o Alez queriam fotografar roupas, então fui lá para fora, e comecei, seguindo a sugestão do Yuri, a ler minha agenda. E foi bom! Havia muita coisa lá que eu tinha me esquecido que eu escrevi... Eu escrevi, sabe?
Labirinto.
Centenas de paredes.
qual seta o caminho certo?!
E não há revolta.
E não há revolta?!
A lua negra no céu
irradia para todos os lados
seus raios de escuridão.
A luz do sol não é uma mentira.
A luta não se revoga.
Não há o quê um ponto não responda.
Tua boca em dó
me pergunta o céu
e o submundo
Sol a luz de lá
sempre a reencontrar
e eu pergunto
o que há p'ra lá...
o que há p'ra lá além?
o que há p'ra lá..?
o que há p'ra lá além do mundo...
Obrigada. Muito obrigada. Domo arigatou gazaimasu. Merci beaucoup. Danke. Muchas gracias. Thanks a lot.
Rane-mer.
Hoje o Villela disse uma coisa. Uma coisa que me incomodou, que me cutucou, não como pessoas, cidadã, como responsável, mas como Ser Humano. ningen é ser humano
Foi assim: eu, a Bia e a Ludi íamos jogar basquete na aula de E.F., e fomos pegar uma bola. Quando entramos na sala, eu percebi que estávamos em três e que não dava nem um time, e disse "ah, que time maravilhoso o nosso!", ou qualquer coisa do gênero.
— A Marina não se dá o devido valor; ela sempre se acha pior que os outros.
Nossa. Como ele disse isso? Eu fiquei estática por alguns segundos, pensando no que ele dissera -- porque eu havia dito, ontem, várias vezes, que era sempre a pior do time, ou que nunca ganhava nada, etc. etc. etc....! Depois expliquei que tinha dito aquilo só porque o time tinha só três pessoas, aliás, dois times, né...
Mas aquilo não saiu da minha cabeça. Nem sairá. O mais interessante é que basquete é um dos esportes em que eu tenho mais confiança, não é que nem o futebol ou o vôlei, nos quais eu tinha a nítida impressão de que eu era a pior do time, apesar de não ser realmente ruim...
Amanhã vou jogar basquete. Eu adoro basquete, embora meu grupo de educação física não goste... Eu adoro esportes. Adoro mesmo. Esportes de campo e de time. Pique-bandeira.
Cheguei em casa inda pensando nisso. Mas a Giu estava no PC, então deitei no chão, mas a Tali e o Alez queriam fotografar roupas, então fui lá para fora, e comecei, seguindo a sugestão do Yuri, a ler minha agenda. E foi bom! Havia muita coisa lá que eu tinha me esquecido que eu escrevi... Eu escrevi, sabe?
Labirinto.
Centenas de paredes.
qual seta o caminho certo?!
E não há revolta.
E não há revolta?!
A lua negra no céu
irradia para todos os lados
seus raios de escuridão.
A luz do sol não é uma mentira.
A luta não se revoga.
Não há o quê um ponto não responda.
Tua boca em dó
me pergunta o céu
e o submundo
Sol a luz de lá
sempre a reencontrar
e eu pergunto
o que há p'ra lá...
o que há p'ra lá além?
o que há p'ra lá..?
o que há p'ra lá além do mundo...
Obrigada. Muito obrigada. Domo arigatou gazaimasu. Merci beaucoup. Danke. Muchas gracias. Thanks a lot.
Rane-mer.
terça-feira, 3 de agosto de 2004
Restos de um Desabafo a Ninguém Misturados com Divagações Distraídas (e um pouco de fermento...)
Adolf Hitler abriu um guarda-chuva enorme, que guardou toda a Alemanha do poder benéfico de Deus. Ele não servia para líder, mas tinha a liderança em algum lugar do seu sangue. Deve ter sido fácil dominar um país inteiro. Ele era um derrotado, e resolveu derrotar o mundo todo. Foi tudo pensado, premeditado. Ele não admitia defeitos, derrotas, perdas. Devia se odiar. Vivia baseando-se nos ideias, e aposto que não acreditava em nenhum deles. É compreensível. Quer dizer, eu não acredito nos meus. Eu os sigo porque não consigo não seguir. Seria me aniquilar, o pouco de mim que ainda resta. Não sei nada sobre Hitler (nem como se escreve), nem sobre guerra nenhuma, nem sobre morte ou qualquer outra coisa. Devo ser a pessoa mais ignorante que eu conheço. É estranho eu conseguir me identificar com um cara estranho, distante, e tão profundamente diferente de mim como ele. Deve ser porque eu não vou nunca querer sê-lo. Quererei ser cada um dos amigos que admiro, mas nunca um ditador assassino que não sabia manter seu povo feliz e ainda por cima perdeu a guerra. Talvez eu esteja realmente louca. Eu não sou normal. Nunca fui. Não conseguiria ser, mesmo se quisesse muito. Não sei se eu quero. As coisas que eu quero não têm relação. Eu quero aprender a escrever, a desenhar, a jogar futebol, basquete, handball, vôlei. Quero aprender a tocar algum instrumento. Quero acertar todos os exercícios de uma prova. Quero sentir, pelo menos uma vez, a sensação de estar um primeiro plano. Quero chorar de verdade, em público. Quero lutar. Quero reaprender a rugir. Quero aprender a correr, quero conseguir correr por cinco minutos seguidos, quero conseguir dar cinco voltas no campão. Quero ganhar uma festa dos esportes, para variar bastante. Nem me lembro de como é ganhar uma festa dos esportes. Faz tempo que eu não ganho. Aliás, nada. Estou me sentindo uma perdedora... acho que deveria ter me sentido assim desde o início. Sabe, houve um tempo em que eu achava que tinha um talento qualquer... Não me lembro bem qual era. Talvez escrever. Talvez. As pessoas viviam dizendo que eu escrevia bem, e eu costumava discorda. Mas por que estou falando isso? Vocês não estão interessados no meu passado. Meu passado não é interessante. Nem meu presente. Muito menos meu futuro. Eu sou muito idiota se acho que posso transformar minha vida num livro. Eu devia dedicar minha vida a outra coisa qualquer. Se bem que eu não sei mais nada. Bom, amanhã, me lembrem de chegar na escola e pedir aos meus queridos amigos para me ensinarem coisas, eles que sabem. Meus amigos sabem muito mais que eu. Eles são campeões... como eu achei que fosse um dia... Será que fui?
segunda-feira, 2 de agosto de 2004
Sete Lembranças Aleatórias
!. A Loliloli estirada no chão, no seu primeiro dia aqui em casa.
@. Nove primos e um ou dois amigos, sentados ou deitados nas cadeiras vermelhas, na cama de casal ou até no chão, revezando-se para jogar 007 contra GoldenEye.
#. A Kiki se contorcendo de tanto rir, na casa dela, quando fomos fazer o trabalho de Ensino Religioso sobre Wicca.
$. "Marina, você é pequena..."
%. Uma conversa...:
" — Marina, vamos ser amigos para sempre?
— Vamos!
— Vamos mesmo, nenhum problema?
— Vamos! ...Péraí. Você não pretende matar nenhum parente meu, né?
— ... não. ... Péraí: se a gente se casar podemos continuar amigos?
— ... Claro, podemos sim!
— Legal, então 'tá.
— =^^=
— ... Mas se eu casar com a Gabi, você não fica brava?"
&. Fila de três irmãos diante da mãe apenas para dizer "eu te amo"
?. "Euteamovocê"
ou algo assim...
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