sábado, 27 de dezembro de 2014

Pilha de papéis

Estou tendo um acesso de filosofia adolescente, porque esta pilha de papéis está parecendo uma metáfora pra minha vida. Essa coisa no fundo da pilha, enterrada e inacessível, é meu diário da adolescência, cheio de histórias, reflexões, poemas, desenhos, viagens. Em cima estão listas de exercícios, cadernos de estudo, apostilas de cursinho, etc etc etc, simbolizando o tanto de conhecimento que eu tento obter e como eu sinto que aprendo tudo de forma rasa e desconeca, como num cursinho, e não como num livro aprofundado sobre o assunto. Eu sou uma apostila de cursinho, não um livro autoral que reúne todo o conhecimento novo e aprofundado num tema. Mais pra cima na pilha tem um bloco de papéis em branco, que simbolizam justamente a quantidade de papéis em branco que eu tenho, resultado de tentativas de preenchê-los com muitos projetos que eu demonstro não ser competente o bastante para realizar. Resumindo, eu tento cobrir a minha falta de profundidade com projetos novos que eu nunca consigo terminar a acabam se tornando mais provas da minha falta de aprofundamento; e no fim a coisa de que eu mais me orgulho são as minhas lembranças da adolescência, quando eu era capaz de mais profundidade, e de preencher folhas em branco. 

Este post em si apenas reitera o que estou falando.

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