A primeira vez que você me cumprimentou com um beijo, eu fiquei um pouco confusa. Não éramos namoradas, nem tínhamos tanta intimidade! O seu beijo na minha boca foi só um oi, um comovai?, vocêéfofa, eugostodevocê!. Eu pensei na menina que eu tinha trazido comigo (e no jeito como uma mechinha de cabelo estava caindo pelo lado do rosto dela, seguinto o contorno do maxilar numa curva delicada) e me perguntei se ela ia entender a nossa intimidade. Mas estávamos conversando sobre poliamor, e eu pensei que era assim mesmo, não tinha muito como esconder. Abraçar você era gostoso, dava vontade de me enrolar em você e morder você carinhosamente. No final acho que te mordi com uma certa voracidade.
Ontem você deitou no meu colo e eu fiquei em dúvida se te agarrava ou te fazia um cafuné docinho. No fim, passadas as pequenas aflições, nós temos uma relação muito fácil, muito tranqüila. Você parecia estar fofinha e precisando de cafuné. Hoje eu me despedi de você com um beijo, e eu senti aquela coisa faiscante de que os livros de menina falam -- aquela descarga elétrica que nasce no beijo e se espalha como um choque.
... Eu acho que não me sinto mais desconfortável nem confusa.
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