terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Putaria e outras punhetarias

Eu aqui ouvindo The National e quase gozando nas calças.
Eu em geral paro de falar essas coisas uma ou duas semanas depois de encontrar você. Mas hoje tá foda. Eu passei o dia inteiro fechando os olhos e mordendo a língua, visualizando em vez seus dentes mordendo a sua língua, os lábios entreabertos, seus olhos fechando e o ar saindo numa leve lufada de dentro dessa boca. Putaqueopariu. Eu repito seus movimentos, os olhos fechando, o levantar ligeiramente o canto dos lábios, o morder a língua, eu lembro do seu olhar quando eu perguntei se você não gostava e rio tudo de novo, deliciada. Estranho como eu repito você como se repetir você fosse, sei lá, te imprimir na minha pele, a tua boca sobre a minha boca como uma tatuagem mascarada com silk. Assim mesmo. De preferência com nossas línguas se lambendo, bem devagarinho, minha lingua molhando seus lábios de saliva, e aquilo tudo o que acontece em volta disso. Eu aqui ouvindo The National e quase me apaixonando. A voz desse cara é um tesão. Canta desse jeito pra mim a qualquer momento que eu te amarro na parede e te fodo até você dizer chega. E verdade seja dita, eu sou capaz de te comer até você dizer chega. Eu sou capaz de muita coisa, quando parece preciso. E agora parece preciso parar de pensar em você... mas não agora-agora. Deixa eu saborear este momento mais um pouquinho.

Hoje passou uma garota no metrô e nós dois viramos a cabeça para olhá-la. Cabelo curto e loiro, baixinha e magrela, levando uma bicicleta, camiseta rasgada nos ombros, tatuagem, seios pequenos, puta vontade de roçar o nariz muito levemente nesses seios lindos e sentir o cheiro dela, colocar uma mão encaixada como uma meia-taça em volta de um seio delicado, colocar a mão no abdomen dela e abrir sua roupa como aquele filho da puta em Paprika; eu não devia estar pensando em sexo com uma garota que eu vi na rua, mas ela era tão não tão linda mas tão interessante e atraente de um jeito que dava vontade de chamá-la prum café, ou pruma balada, vontadezinha de não ter pudor nenhum nessas horas e só me aproximar da pessoa e falar que você parece ser o máximo, mas mêdo também, mêdo demais de ela não querer receber o meu olhar, de ela não querer falar comigo pork, dela estar pouco se fudendo para o que eu acho dela, porque ela não precisa de ninguém falando merda pra ela no metrô quando ela está atrasada com a bicicleta, e eu nem tinha tempo mesmo. É muito confuso pra mim, sempre foi, na minha ânsia louca de nunca ser um babaca, eu acabo sendo uma pessoa meio tímida. Aliás, falando em babacas, você ainda tem o contato daquele brother pra pedir pra apagar alguém sem estardalhaço? É que eu preciso urgentemente me livrar de um colega - nunca antes eu tinha conhecido alguém e imediatamente querido matar essa pessoa. Odeio lidar com gente escrota, fico sem jeito e acabo rindo e não fazendo nada, mas o que eu queria mesmo era amarrá-lo nu num buraco e fazer uma vibe meio negrinho do pastoreio, tem muita saúva por aqui acho que dá pra fazer um trabalho bem feito.

Chega de pensamento ruim, cansei.

Eu fecho os olhos e por um momento penso em dormir no seu ombro, que idéia idiota, não, mas parecia tão gostoso. Eu penso naquele beijo que você me deu na frente de todo mundo, aquilo foi doce, meio que dizendo pra mim "tudo sussa, tudo de boas, estamos entre amigos, eventualmente todo mundo vai saber que você me come", não, péra, acho que não era isso que você estava dizendo. Putaqueopariu, eu acho que eu evolui de biscate pra outright puta, mas você sentiu a mão dele no meu pescoço, aquela perna gostosa ao alcance da pata, saca do que eu tô falando? Não sei se você saca, você não sabe nem que quando você me beija desse jeito fofo isso significa imediatamente que ou eu tô te namorando ou eu só to enrolando um pouco pra achar o melhor momento pra trepar com você, porra. Possivelmente os dois. Pelo menos dessa vez todos nós sabemos do que nós estamos falando. Porra.

Eu queria falar mais sobre sexo, amor, trepadas com meus amigos com meus amigos. Eles falam mas eles são umas biscates solteiras e reputáveis, eu só sou essa coisa gostosinha que tem o suficiente pra todo mundo (sério, se tem alguma coisa que tem pra todo mundo, é essa menina). De vez em quando o tempo pára e eu percebo umas coisas idiotas, tipo que minha mão deve estar cheirando a buceta, e penso em sexo. De vez em quando alguma gostosa respira em mim e eu sinto aquele cheiro de boca de mulher e aí fica difícil, difícil mesmo. Às vezes eu só chego perto de você e sinto aquele cheiro que as pessoas soltam quando elas querem deixar a gente louco, e comigo funciona. Eu fico revivendo as coisas, distraidamente. Uns toques. O sol. Uma sensação. Um beijo no pescoço.

Em dúvida entre esquecer de você por duas semanas ou fazer o mais natural e obcecar com você. Obcessão mesmo, eu mordo o lábio e sai da boca um rosnado, eu jogo a cabeça pra trás, eu abro uma mensagem automática que vem com uma foto fofa sua dizendo que é um absurdo a gente não ter trepado pelo menos umas sete vezes (uma vez quando eu te conheci, duas na semana seguinte, uma vez quando eu te reencontrei, pelo menos três na semana passada). E você ainda duvida de mim, me provoca, me dá vontade de te mandar tomar no cu, de lamber seu pescoço quando você tá tentando dormir. E aqui estou eu lambendo seu pescoço e descrevendo a minha língua na sua pele enquanto você tenta dormir. Tentar atrapalhar seu sono é minha nova diversão, junto com todos esses fetiches que eu não sabia que eu tinha mas que você apontou e esclareceu. Você me fez me dar conta da minha vida de um jeito muito forte. Agora eu acho que eu tenho que lidar com isso, porra. Mas não agora, não agora. Agora é hora de sofrer e gemer mais um pouco.

Vou voltar pra cama agora e desistir de te esquecer.

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