segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Desenhos de Caieiras





Como o Márcio já disse neste post, nós saímos para passear no domingo em Caieiras e fizemos alguns desenhos. Durante esse passeio, tivemos também uma interessante conversa sobre a arte de desenhar. O Márcio explicou que seus desenhos tinham evoluído muito a partir da percepção de que haviam características da casa que não eram importantes para a imagem geral dela

— Como o número de janelas.
— Você quer dizer, é claro, que não faz diferença se há, por exemplo, sete ou oito janelas numa parede.
— Sim, mas também em números pequenos: a diferença entre duas ou três janelas é muito pequena. E isso mesmo se são de tipos diferentes.

Eu olhei para o morro cheio de casas que ele estava desenhando, e para o desenho dele. De fato, as casas são perfeitamente reconhecíveis mesmo tirando-se características muito notáveis como essa. Mas pra mim, o objetivo de desenhar não é que as coisas sejam reconhecidas. Embora muito me interesse essa característica da imagem que nos permite reconhecê-la mesmo quando a alteramos em muitos aspectos, quase sempre se eu faço um desenho de observação é para entender as características do objeto. O meu desenho não pretende representar o objeto, mas apenas onbservá-lo. Imagino que a brutalidade da diferença entre o meu estilo de desenho e o do Márcio talvez derive dessa diferença crucial entre nossos objetivos.

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