terça-feira, 28 de abril de 2009

Comentário à filosofia do Yuri.

Eu vou me distanciando lentamente de mim (como me vejo) e de vez enquando preciso me retomar. É tipo um update. Aliás essa talvez seja a única importância do passado: a noção de si (e do resto). O presente é meio que o indefinido, aquele instante em que você se pergunta o que diabos você está fazendo esperando na fila do médico se na verdade tudo pode ser nada, você pode ser um caracol no próximo instante, as pessoas podem ser sua imaginação, podem ser robôs, podem ser qualquer coisa, e você pode não ter nenhuma semelhança com elas, porque você se vê através dos seus olhos e as vê de frente através do mundo, do ar, do vidro. Então, você se mantém distraído dessas estranhas possibilidades, fingindo que tudo é assim mesmo e que a realidade é o que é e não o que pode ser, você faz isso mantendo as suas noções baseadas no passado e não no presente, porque o presente, fora do passado, é a sensação do absurdo. O futuro é o que realmente importa (o futuro, claramente, também é sempre futuro do pretérito, porque o presente não tem futuro, o presente é e ponto, o presente é absoluto e o futuro é relativo ao passado, e quando algo acontece o futuro é congelado e quando algo vira memória o futuro é atualizado), porque é só no futuro que poderemos ser de qualquer maneira produtiva. Então... a grande questão é o que é o EU de verdade. Alguns diriam que é o conceito de eu, ou seja, o passado. Outros diriam que é o ideal de eu, ou seja, o futuro. E alguns falariam de essência e aí teríamos que resolver aquele problema complexo do presente.

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