segunda-feira, 2 de março de 2009

Começo de ano

Não tive aulas ainda, mas estou apavorada.
Não apenas com a volta das aulas, trabalhos, colegas de quem eu não sou próxima o suficiente, essa coisa toda de tentar ser designer, procurar um estágio, o mêdo de falhar, de errar, de não saber nada de porra nenhuma e etc.
Me assusta também o que eu sou em mim mesma.

Tá certo que eu tenho passado tempo demais com o Diogo, e que é difícil viver com alguém tão ambicioso e tão pouco tímido com quem se comparar, inevitavelmente. Há algum tempo eu decidi que não seria certo, de qualquer forma, eu me formar antes dele, e por isso fazia sentido eu ter feito dois anos praticamente inválidos de faculdade enquanto ele já aprendeu um milhão de coisas no primeiro ano dele. Mas é óbvio que essa decisão é uma fuga. É uma fuga para um lugar onde eu possa ser uma criança aprendendo a engatinhar, sem medo de cair de cara no chão, de se humilhar, sem a responsabilidade tão horrivelmente pesada de ter algum passado vitorioso no qual se apoiar.
Estou passando por um processo de esquecer meu passado, não porque eu tenha medo dele ou porque ele não seja válido, mas porque ele não pode mais me ajudar. Não há nada no passado para nós, nada que possa nos dar forças, nada que possa nos segurar quando cairmos no futuro. É assim que eu me sinto, em linhas gerais. Meu novo objetivo de vida é descobrir a coragem para seguir em frente através de tudo aquilo de que não me orgulho. É descobrir a humildade para acreditar na possibilidade de alguma coisa inesperada acontecer, alguma coisa que seja um alívio para o peso insuportável de não ter um... um portfólio. E descobrir a força para poder segurar nas mãos nossas vitórias, antes que elas escapem.

É difícil também ouvir a admiração e a inveja do Diogo pelas minhas aulas de programação, e depois não me empolgar com elas, me distrair durante as aulas porque é tão devagar, tão fácil demais, que é até sem graça. E não saber direito como poder exigir mais de mim, porque sem querer acabei passando muitas semanas sem ter um dia sequer para fazer aquilo que poderiam ser as minhas coisas. Eu estava aqui pensando que eu deveria escrever minhas histórias, ou terminar de programar aquele Pong, eu montar meu portfólio, mas. Não sei nada. Não sei se devo fazer qualquer coisa. Não sei o que devo escolher e o que devo sacrificar.


Acho que descobri.

Um comentário:

Utak disse...

Estou com saudade...