quinta-feira, 3 de abril de 2008

Não sei você

mas eu cansei de ser só eu
cansei de não saber seu nome
e de onde vem


Não sei, você,
parece que acha às vezes que é tudo muito fácil,
coisa que adoro e odeio.
Você, não sei, parece
que acha que eu sou pra sempre
que não tem perigo nenhum
Você, talvez, não vê
Há perigo em todas as ruas
detrás das esquinas há monstros
E eu, a manhã me devora,
e eu, amanhã; amanhã...
É que o mundo é uma reta, porém
o mundo dá voltas.
Nãe sei, você,
sei lá, parece
que acha que entende as coisas
mas sabe que não sabe nada
e quando não sabe, talvez, parece que finje
então parece que quando quer saber, ignora
Os monstros não devem ser ignorados;
e há perigo em todas as ruas,
como você sabe...
Há coisas que sobre as quais não poderemos passar.
Não sei, parece
sabe?
Você, quando não sabe a resposta
age como se não houvesse resposta
age como se já tivesse a resposta
Age como se não houvesse pergunta
e eu, amanhã, amanhã...
Sem querer, vou embora.
Amanhã amanheço, e você?
Sem você, vou embora
e você me segura e me diz
sem querer...
sem querer?

Sem querer te devoro e te expulso e te choro e não quero!
Já cansei.
Essa dança.
Já dancei; e et cetera.
Você, não sei, parece que sempre espera algo diferente; será?
Parece que acha às vezes que é tudo proposital.
Você é a voz do mundo, não faça
não, por favor, não faça o papel do mundo
nesta peça de você e eu
Não seja a cara do mundo
Não faça parte do mundo
O mundo é feito de ruas
perigosas.

Tudo bem com você? Onde dói?

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