segunda-feira, 23 de abril de 2007

A nossa geração

De novo, eu gostaria de fazer um post sobre o que vivi, e o que me assusta.


O que me assusta na "nossa geração" não é exatamente o despudor das pessoas de catorze anos de pegar dez pessoas numa festa e deixar toda a série saber; não é a quantidade de batidas de vodka que essas pessoas bebem, nem o volume de cigarros que fumam regularmente; não é a música que ouvimos, nem sequer a libidinosidade grosseira das danças que as acompanham (nos dias de hoje, o conceito de 'sensualidade' se esgarça. até porque não há mais sutileza.) O que realmente me assusta é que as pessoas mais cheias de princípios, as mais recatadas, perdem completamente a noção do pudor. Depois do primeiro beijo, vêm centenas de outros, de inúmeras pessoas diferentes. E meu amigo vai dar uns malhos com uma amiga, algo bem sem compromisso, e ele diz isso com a boca ainda molhada de um beijo de outra menina; ao mesmo tempo, as amigas têm raiva de uma rapariga (muito gente fina, por sinal) porque o garoto com quem ela está ficando acabou de terminar com a namorada, que ainda estava em prantos na sexta passada (ou seja, ontem). E a Gabi acha que sete meses não é tempo de namoro o suficiente para que sexo seja uma das bases da relação. Me desculpe, gatinha, mas o jeito como aquele menino que você adora passou a mão na bunda daquela loirinha vai muito contra esse seu idealismo. E quer saber? Você, e muita gente igual a você, está se esforçando para ser mais como ele. O que faz sentido, já que gente como ele existe por causa de gente como você. E vai além disso. É só olhar para elas, com seus decotes relaxados, suas poses séxys, pegando-se indiscriminadamente, é tudo carne, gente. O que será que pensam? Por que será que, para eles, tudo isso é natural? Será que só eu acho esquisito? Será que estou soando como uma velha retrógrada? Mas, pensando bem, acho que seria certo eu soar assim, já que a minha turma do santa não era assim, de modo geral. Até as meninas pegadoras eram meio castas... Ou será que é só pressão, mesmo, e que eles têm tanto mêdo uns dos outros como o resto de nós?

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