Quando eu te conheci, eu me apaixonei instantaneamente. Quando foi isso eu não sei bem. Talvez quando eu ouvi seu nome a primeira vez tenha havido uma chance de eu deixar pra lá, de eu esquecer esse nome em seguida, apenas um apelido um pouco incomum, um pouco mais velho e mais nerd que o habitual. Talvez quando eu te achei na festa tenha tido uma chance de eu esquecer seu rosto em seguida, de você ter sido só um cara aí, uma pessoa aí, sem importância. Mas quando a gente conversou pela primeira vez já não tinha mais nenhuma chance de eu deixar pra lá. E a primeira vez da qual você se lembra, eu só lembro o quão despeoporcionalmente intensos eram meus sentimentos naquela noites, aquela insegurança confusa, aquela minha inexperiência toda, a sua inesperada surpresa quando eu encostei em você. Sua sobrancelha nos meus lábios, macia.
E você não deu a mínima. Minha paixão intensa e despropositada batia na sua calma, na sua preguiça, na sua inconstância que se misturava com o meu pânico. Eu às vezes fugia, o mêdo de me expôr me dominando, e às vezes me expunha demais, esquecendo o mêdo, mas o efeito dessas minhas ondas em você era sempre passageiro, às vezes um arroubo de carinho ou de tesão, mas nunca o suficiente, nunca por tempo suficiente, quando em mim o sentimento era constante, e absurdo, beirando ao ridículo.
Eu conheci um lado de mim que eu desconhecia, desesperado, impaciente, violento e fraco. Eu disse coisas que eu não me imaginei dizendo. Eu perdi o pé e me deixei levar... Até que eu me assustei tanto que decidi fincar os pés e cortar completamente minhas expectativas.
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